sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Ditadura de direita ou de esquerda é ditadura; portanto, o mundo civilizado une liberais e conservadores contra toda e qualquer apologia a ditadores e torturadores

#DitaduraNuncaMais

Absurdas, repugnantes, inadmissíveis as declarações sobre o AI-5 do filho 03, Eduardo Bolsonaro, aquele que foi (sem nunca ter sido) indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a Embaixada dos Estados Unidos e que acabou virando líder do governo como prêmio de consolação.

Pois em pleno Halloween, o Dia das Bruxas, Dudu resolveu reeditar a tradicional brincadeira infantil norte-americana dos doces ou travessuras (''trick-or-treat'', em inglês). Papai Bolsonaro não lhe deu a gostosura prometida no país do amigão Donald Trump, então o garoto mimado resolveu aplicar mais uma de suas travessuras ameaçadoras. Buuuuuh!

Mas fazer apologia à ditadura, idolatrar torturadores e se mostrar nostálgico dos dias de terror em que opositores foram perseguidos e mortos, o Congresso foi fechado, partidos extintos e a censura prevalecia sobre as liberdades e os direitos individuais e coletivos, não é novidade entre os Bolsonaro e os bolsonaristas. Lembre-se que Ustra é o herói da família.

Isso não é nem questão de opor esquerda x direita, mas democratas x antidemocratas, ou cidadãos conscientes x irresponsáveis. Tanto que o repúdio às declarações de Eduardo Bolsonaro foram quase unânimes no mundo civilizado, entre liberais e conservadores, progressistas e reacionários com cérebro. Apenas na realidade paralela do boçalnarismo, entre fanáticos e lunáticos da bolha ideológica, houve alguma tentativa de relativizar a besteira, a sordidez e a canalhice.

O episódio nos ajuda a esclarecer o nosso papel, principalmente a quem nos cobra mais isenção ou imparcialidade. Não somos isentos! Fazemos oposição declarada ao bolsonarismo e aos inimigos da democracia e das instituições republicanas. Somos intolerantes com saudosos e partícipes da ditadura militar. Acreditamos na liberdade como um direito inalienável. Combatemos as diferentes formas de preconceito e discriminação. Defendemos uma cultura de solidariedade e de paz.

Somos favoráveis ao diálogo e à convergência. Queremos dialogar com todo tipo de gente, sem preconceitos e sem censura. O único critério é ser um democrata. Radicalmente democrata. Que busque um Brasil no qual todos os cidadãos sejam tratados com dignidade e que tenhamos valorizadas e respeitadas as nossas liberdades, igualdades e diferenças.

Somos críticos da polarização e dos extremos, mas também não poupamos os "isentões". Buscamos alternativas equidistantes do fanatismo à direita ou à esquerda, igualmente prejudiciais e retrógrados. Estamos de olho, acompanhando, torcendo e trabalhando para isso dar certo, por uma nova forma de representação da sociedade. Por uma política diferenciada. Por um novo Brasil.

A tarefa que se coloca agora aos integrantes deste campo democrático é defender as conquistas do estado de direito, com seus princípios republicanos e as garantias fundamentais da cidadania. O Brasil pode e deve mudar seus representantes a cada eleição, isso é salutar. O que não podemos é andar para trás. Seguiremos firmes no combate ao populismo, à polarização burra e simplória, aos extremismos de direita ou de esquerda e à forma fisiológica, corrupta e patrimonialista de se fazer política.

Temos como pauta mínima a defesa das instituições democráticas, dos direitos e liberdades individuais e coletivas, tais como a liberdade de opinião, de expressão e pensamento, a proteção constitucional às minorias, o direito de ir e vir, a livre organização e associação, e a liberdade de imprensa, bem como a urgência das reformas do Estado brasileiro e a efetividade do desenvolvimento sustentável, com ações objetivas em favor da qualidade de vida, seja no âmbito econômico, ambiental ou da justiça social.

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