quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

De Covas a Covas: 35 anos, 11 prefeitos, 10 eleições

Outro dia dissemos aqui, sem nenhuma manifestação de preferência pessoal, que Bruno Covas desponta com algum favoritismo na eleição de 2020 para a Prefeitura de São Paulo. Foi o que bastou para despertar reações indignadas. O coro dos descontentes chiou, mas ninguém foi capaz de apontar outro nome como "favorito".

Pois nesse contexto em que Bruno Covas aparece na mídia numa enxurrada de matérias simpáticas e favoráveis combatendo um câncer, conta com o apoio declarado de pelo menos 10 partidos e ampla maioria na Câmara Municipal, além do monopólio do tempo de propaganda oficial e a maior fatia do fundo eleitoral, não tem como não considerá-lo, hoje, o principal favorito, ainda que possamos criticar a sua gestão.

Por outro lado, se é verdade que a possibilidade de reeleição favorece a vida de qualquer político detentor de mandato, que já controla a máquina pública e, em tese, tem maior exposição midiática, influência da maioria governista e realizações a apresentar ao eleitorado, parece que essa condição nunca foi muito vantajosa para quem ocupa a Prefeitura de São Paulo.

Nos últimos 35 anos, de Covas a Covas, São Paulo teve 11 prefeitos. Do avô Mario, que foi o último dos chamados prefeitos "biônicos" (indicados pelo governador), ao neto Bruno, mandatário da cidade desde 6 de abril de 2018, quando o então prefeito João Doria, de quem era vice, renunciou ao cargo para disputar e vencer a eleição de governador.

Desses 11 prefeitos, em nove eleições, apenas um (Gilberto Kassab, em 2008) foi reeleito. Aliás, em condições semelhantes às de Bruno Covas. Lembre que Kassab era o vice de José Serra, eleito prefeito em 2004, que renunciou ao cargo em 2006 para disputar e vencer a eleição de governador.

Outra curiosidade: nesses 35 anos, de 11 prefeitos (Mario Covas, Jânio Quadros, Luiza Erundina, Paulo Maluf, Celso Pitta, Marta Suplicy, José Serra, Gilberto Kassab, Fernando Haddad, João DoriaBruno Covas), apenas Maluf conseguiu eleger como sucessor um apoiador, ou alguém do mesmo partido (Pitta, em 1996).

Em nove eleições disputadas, São Paulo teve sete vitórias de um candidato de oposição (Jânio em 1985, Erundina em 1988, Maluf em 1992, Marta em 2000, Serra em 2004, Haddad em 2012 e João Doria em 2016). Ou seja, o placar é de 7 x 2 para a oposição. Exceção foram os situacionistas Kassab e Pitta. Como será em 2020?

Registre-se ainda que, desde a eleição de Erundina, a primeira prefeita petista eleita em São Paulo, o PT vem alternando a primeira e a segunda colocação nas eleições.

Ora elege o prefeito (como a própria Erundina em 1988, Marta em 2000 e Haddad em 2012), ora perde no 2º turno para o prefeito eleito (Eduardo Suplicy ficou em 2º em 1992; Erundina em 1996; Marta em 2004 e 2008; e Haddad ficou em 2º em 2016, com a eleição encerrada pela primeira vez em turno único).

Qual a sua aposta para 2020? Arrisca um favorito ou vai ficar em cima do muro?

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Por 366 dias de visibilidade trans, dignidade e respeito



Neste 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis, desejamos o óbvio sobre todas essas importantes datas alusivas à conscientização de direitos: que tenhamos todos os 365 dias do ano - ou 366 dias, em anos bissextos como 2020 - de visibilidade, respeito, dignidade, empatia, justiça, cidadania, igualdade, consideração, civilidade, humanismo.

Para celebrar este Dia da Visibilidade Trans, vale assistir o #ProgramaDiferente especial sobre o filme "Divinas Divas", com destaque para uma das últimas entrevistas exclusivas com Rogéria, que se definia como a travesti da família brasileira e morreu em setembro de 2017.

Dirigido pela atriz Leandra Leal, o documentário retrata com bom humor e sensibilidade a vida de artistas transformistas pioneiras dos anos 60, desafiando tabus e preconceitos. O tema da Diversidade é sempre necessário. Assista.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Lula e Bolsonaro: Só para fanáticos e lunáticos

Faz tempo que dizemos por aqui: Lula e Bolsonaro são os dois lados da mesma moeda da velha política.

Tem gente que ainda dá valor, mas parece algo cada vez mais restrito às milícias virtuais e aos círculos de fanáticos e lunáticos que os seguem e idolatram.

Fetiche de colecionadores de velharias e fake news.

Hoje um editorial da Folha de S. Paulo, que reproduzimos abaixo, mostra como Lula e Bolsonaro se aproximam nos ataques à imprensa, na criação de bolhas ideológicas e na aversão à transparência e à verdade.

Da mesma forma, lulistas e bolsonaristas são idênticos na cegueira apaixonada e na adoração por seus gurus falastrões, que vivenciam suas realidades paralelas, absurdas e polarizadas (até quando?).

Lula sincerão

Em entrevista, ex-mandatário petista revela também o que o aproxima de Bolsonaro

Governantes não gostam de imprensa livre. Ter a administração constantemente exposta a reportagens que iluminam aspectos inconvenientes ao grupo no poder não é algo que lhes dê prazer. É um fator de incômodo que, nas democracias, são obrigados a tolerar. 

Luiz Inácio Lula da Silva não foi exceção à regra enquanto ocupou o Palácio do Planalto. Restringiu entrevistas coletivas, deu preferência, inclusive financeira, ao espectro de veículos chapa-branca em torno do petismo e flertou com dispositivos para controlar a mídia.

O curioso foi ter embarcado agora, na oposição, numa espécie de flashback aos tempos em que chefiava o Executivo. Em entrevista ao UOL, endossou parte da ofensiva que o presidente Jair Bolsonaro tem capitaneado contra a imprensa.

Lula não apenas deu razão ao atual mandatário como agiu à maneira dele ao atropelar os fatos e acusar a TV Globo de não ter dado cobertura às mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil que questionam a parcialidade da Lava Jato.

Trata-se de erro crasso de informação, pois a emissora veiculou reportagens sobre o tema. Também ao contrário do que disse Lula, a Globo noticiou a denúncia estapafúrdia de um procurador contra o fundador do site, GlennGreenwald —acusação ofensiva ao exercício do jornalismo que deveria ser de pronto rejeitada pelo Judiciário.

A verborragia fora de órbita e de lugar histórico do ex-presidente prosseguiu com comparações entre a atitude da emissora e o nazismo e com mais elogios a Bolsonaro por supostamente estar, com o emprego das redes sociais, “provando que é possível fazer notícia sem precisar dos jornais”.

“Fazer notícia”, nas palavras confusas de Lula, equivale a transmitir a visão adocicada e autoindulgente do situacionismo sobre a realidade sem o crivo crítico do jornalismo profissional. Não difere da propaganda, mas é o sonho acalentado por todo governante, de falar sem ser contraditado.

A sensação que fica é a de que Lula gostaria de voltar ao cargo e valer-se de ferramentas de comunicação direta, ataque e boicote à imprensa desenvolvidas por Bolsonaro. A intenção de alvejar uma rede de TV também é compartilhada.

Num rompante de sinceridade, o principal líder da oposição revela não apenas o que o distancia, mas também o que o aproxima do atual presidente. Lula sincerão, para usar a gíria dos jovens, não deixa de esclarecer o debate público.


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Ei, o que você acha do encontro de lunáticos que foi pago com o seu, o meu, o nosso dinheiro?

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Bruno Covas, favorito para se reeleger em outubro, é o entrevistado desta noite no programa Roda Viva

Não é simples palpite, muito menos torcida. Mas uma análise rigorosa dos fatos e dados disponíveis nos dá margem segura para afirmar: o prefeito Bruno Covas, que disputará a reeleição em outubro e será o entrevistado desta noite no programa Roda Viva (27 de janeiro, às 22h, na TV Cultura), é favoritíssimo para permanecer no comando da Prefeitura de São Paulo a partir de 1º de janeiro de 2021.

Jovem, dinâmico, com sobrenome de peso e querido também por conta do avô, o ex-governador Mario Covas, terá apoio de pelo menos uma dezena de partidos, domínio do tempo e dos recursos na propaganda tradicional e bom trânsito em todos os setores da sociedade paulistana. Além de vencer uma doença gravíssima, o maior desafio do prefeito em 2020 será mostrar as suas realizações.

Quais outros candidatos poderiam atrapalhar a reeleição de Bruno Covas? Talvez o apresentador José Luiz Datena ou o também apresentador e deputado federal Celso Russomanno sejam os nomes com maior potencial eleitoral, principalmente se tiverem o apoio declarado do presidente Jair Bolsonaro. Mas não é impossível que algum deles seja escolhido até mesmo vice de Covas.

Outros pré-candidatos não chegam a incomodar, sendo que entre todos os nomes cogitados os mais fortes seriam o ex-governador e ex-prefeito de São Vicente, Marcio França; a ex-bolsonarista Joice Hasselmann e qualquer nome a ser indicado nas prévias do PT (já se apresentaram Jilmar Tatto, Eduardo Suplicy, Carlos Zarattini, Paulo Teixeira, Alexandre Padilha e Nabil Bonduki), tendo provavelmente como vice a ex-prefeita Marta Suplicy.

Essa escolha interna do PT será decisiva também para a definição de um eventual 2º turno. Uma indicação partidária equivocada pode levar a uma inédita exclusão dos petistas da disputa final desde a instituição dos dois turnos, nas eleições de 1992 (quando, na sucessão de Luiza Erundina, ainda no PT, Eduardo Suplicy disputou o 2º turno contra Paulo Maluf, que acabou eleito).

Em todas as eleições subsequentes o PT esteve na disputa do 2º turno: em 1996, Luiza Erundina perdeu para Celso Pitta; em 2000, Marta Suplicy venceu Paulo Maluf; em 2004, Marta Suplicy perdeu para José Serra; em 2008, Marta Suplicy voltou a perder para Gilberto Kassab; em 2012, Fernando Haddad venceu José Serra; e em 2016, Fernando Haddad perdeu a reeleição para João Doria ainda no 1º turno.

O nome forte do PT seria novamente Fernando Haddad, que tem como foco principal a disputa presidencial em 2022 e por isso reluta em disputar pela terceira vez a Prefeitura de São Paulo. Lembrando que o mau resultado de uma candidatura a prefeito implica quase sempre na diminuição dos votos da chapa de vereadores. Atualmente, o PT tem a segunda maior bancada da Câmara Municipal de São Paulo, com nove parlamentares (atrás apenas dos dez do PSDB).

Realizações de Bruno Covas

"A prefeitura tem a clareza de qual é seu foco: lutar para corrigir as desigualdades e tornar São Paulo uma cidade melhor para todos", afirma o prefeito Bruno Covas. "São Paulo tem de ser expressão de tolerância, de diálogo, de consensos e de construção coletiva. São Paulo é, e também deve seguir sendo, a capital dos direitos civis. Essa tem sido nossa motivação para administrar a cidade."

E Covas complementa: "Nosso jeito de administrar está fundado em princípios básicos: respeitar o dinheiro do contribuinte, desestatizar, criar novos mecanismos de controle apoiados em tecnologia e inovação, diminuir distorções sociais. Nossa ação é pautada por prioridades claras: terminar todas as obras, melhorar tudo que já existe e inovar nas políticas públicas."

Entre as vitrines da atual gestão, serão explorados principalmente os programas "Mãe Paulistana" e "Avança Saúde", a entrega de 12 CEUs deixados inacabados pelo PT, a redução da fila de espera nas creches (com a distribuição de vouchers para matrículas na rede privada), a revitalização do Vale do Anhangabaú e ainda R$ 1 bilhão de investimentos em habitação apenas neste ano eleitoral.

Na área cultural, o prefeito também tem se posicionado de maneira muito clara e firme, num contraponto ao obscurantismo do governo Bolsonaro. Eventos como o "Verão Sem Censura", realizado nesta semana até o dia 31 de janeiro, e um apoio inédito ao Carnaval de rua, com o número recorde de 800 blocos oficiais e desfiles, pela primeira vez, em todas as 32 subprefeituras da cidade.


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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Muda o ano e o prefeito, permanecem os problemas

São Paulo, 450 466 anos: até quando vai permanecer atual o artigo denunciando as mazelas da cidade, que circula há exatos 16 anos sem perder a sua essência?

Escrito originalmente para os 450 anos de São Paulo, publicado em 2004 nos jornais Diário do Comércio, Jornal da Tarde e Diário de S. Paulo, e republicado anualmente pelo autor, encontra em Bruno Covas o seu sexto prefeito neste período, depois de Marta Suplicy, José Serra, Gilberto KassabFernando Haddad e João Doria. O que mudou?


450 ANOS. E DEPOIS?
Maurício Huertas


A cidade de São Paulo, escondida sob um falso espetáculo de progresso e gigantismo, é na verdade uma metrópole desgovernada, mal planejada, centro principal da fragilidade administrativa, social, econômica e da degradação urbana, moral e política.

Rios mortos, poluição incontrolável, trânsito caótico, pedintes e desempregados por todos os pontos, favelas que proliferam diante da cegueira governamental, hospitais sucateados, escolas deterioradas, insegurança crônica. São Paulo é uma cidade em que mais de 10 milhões de pessoas se aglomeram em atividade frenética, fundamentalmente individualista e predatória.

Prefeitos se sucedem no poder, sob a promessa de construir uma sociedade mais moderna e mais humana, da qual os paulistanos possam com justo motivo se orgulhar. Pois não se deve duvidar do potencial e da inesgotável energia de nossa população, consagrada na imagem da "cidade que amanhece trabalhando".

Afinal, que outro centro urbano do país reúne tantas condições para consolidar a ponte para o futuro, se não a cidade que é a capital financeira nacional, que detém as maiores e melhores universidades, a excelência na medicina e no setor de pesquisa científica?

Apesar desse potencial, São Paulo completa seus 450 anos marcada pela crise que praticamente sufoca qualquer esperança de dias melhores. Seria ilusório acreditar que este cenário catastrófico tenha sido causado simplesmente pela atual crise econômica, ou mesmo pela herança nefasta de gestões mafiosas.

A verdade é que São Paulo não encontrou ainda a sua identidade, porque não tem um projeto para si mesma. Diante da inoperância governamental e da apatia da sociedade, nossos defeitos chamam mais a atenção do que nossas qualidades.

São Paulo não tem rosto nem personalidade, é um amontoado de retalhos, embora o marketing, a publicidade e a cosmetologia de Marta Suplicy se esforcem para provar o contrário. A cidade sempre esteve – e permanece – nas mãos de aventureiros que seguem destruindo e descaracterizando ruas, prédios, bairros e praças, descartando e ocultando monumentos e marcos de referência histórica, cultural e geográfica.

O que São Paulo tem a oferecer hoje, ao contrário de outras metrópoles mais desenvolvidas, ou mesmo de outras cidades com apelo turístico, é a anti-paisagem. Uma cidade constantemente em obras que somam quase nada ao desenvolvimento e à melhora da nossa qualidade de vida.

Particularmente nas gestões de Paulo Maluf e de Celso Pitta, ficamos reféns de um bando de vereadores corruptos, despreparados e incompetentes. Assistimos impassíveis o crescimento monstruoso da dívida pública para ajudar a manter o poder nas mãos do crime (des)organizado, que loteou a cidade e enlameou a política municipal.


O mais trágico é que o PT foi eleito exatamente com a bandeira da mudança, mas não bastaram seus candidatos-milagreiros com promessas eleitoreiras para fazer, em quatro anos, São Paulo despertar para a necessidade vital de uma verdadeira transformação.

O que precisamos, depois de encerradas as inúmeras festividades pelo aniversário de São Paulo, é conscientizar e mobilizar os paulistanos para a criação e a manutenção de um ambiente social saudável, com planejamento, organização comunitária, responsabilidade eleitoral e a diminuição de privilégios.

Entendemos que o nosso papel, a partir de agora, deveria ser justamente o de chamar as lideranças sociais e políticas para o debate programático e para a construção de uma cidade mais humana, justa, ética e solidária. Uma cidade com políticas públicas e parcerias sociais que possibilitem mais rapidamente a inserção dos excluídos, a radicalização da democracia, a plena transparência dos poderes e a construção mais sólida e eficaz das bases da cidadania.

Mas, sobretudo, com ética, moral, sensatez e com o desafio de construirmos uma cidade “nova” em seus 450 anos, que respeite a sua história e a sua vocação, fortaleça democraticamente as suas estruturas e apresente um programa viável para conquistarmos mais dignidade, igualdade e justiça social. Enfim, que nos dê motivos reais e legítimos para festejar.


Maurício Huertas é coordenador da ONG Vergonha Nunca Mais!, pela ética na política.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A natureza resiste nesses 466 anos de São Paulo



Na semana em que a cidade de São Paulo comemora os 466 anos da sua fundação, relembramos aqui como a vida e a natureza são maravilhosas (se o ser humano não atrapalhar!).

Essa imagem vem diretamente da Mooca, bello! (Ôrra, meu!), com um BOM DIA especialmente verde, vivo e simpaticamente barulhento.

Bandos de ararinhas maracanãs-nobres (ou diopsittaca nobilis, seu nome científico), que alguns confundem com periquitos ou maritacas, são algumas das espécies que sobrevivem no meio da selva urbana de São Paulo. Essas aqui do vídeo atendem um chamado para se alimentar. Assista.

Só mais um dos motivos óbvios da nossa luta pela implantação e a preservação de parques, praças e áreas verdes, como essa antiga reivindicação do Parque Verde da Mooca na área de 100 mil metros quadrados da antiga Esso, que por décadas foi ocupada e contaminada por produtos químicos.

Queremos o parque nesse que é o bairro com menor índice de área verde por habitante, e ainda assim proporciona cenas como essa das maritacas, nossas vizinhas tão amistosas.

Um grito de socorro da natureza!

A nossa luta terá fim apenas quando a Câmara Municipal de São Paulo aprovar o projeto do parque e o prefeito Bruno Covas sancioná-lo. Já que 2020 é ano eleitoral, quem sabe os nossos vereadores e gestores públicos não prestam mais atenção nos pedidos da população?

E viva a vida! A Mooca, a natureza e São Paulo merecem!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A cara e o sotaque paulistano no #ProgramaDiferente

Na semana de mais um aniversário de São Paulo, relembramos alguns dos inúmeros episódios especiais do #ProgramaDiferente que retratam mais diretamente a nossa cidade e a nossa gente, para celebrar esses 466 anos da fundação da cidade.

Assista aqui:

As vozes da periferia no #ProgramaDiferente

Os 30 anos do Memorial da América Latina no #ProgramaDiferente

Dia do Samba com o sotaque paulistano de Adoniran Barbosa

#ProgramaDiferente festeja os 70 anos de Rita Lee

Os 30 anos dos Racionais MC´s no #ProgramaDiferente

A ocupação do espaço público no #ProgramaDiferente

Arte e Cultura: Os 70 anos do MASP no #ProgramaDiferente

"Pelo amor dos meus filhinhos", uma homenagem a Silvio Luiz

Exclusivo: acompanhe os bastidores do 28º título paulista do Corinthians

Especial: Casagrande e seus demônios no #ProgramaDiferente

Pixação no #ProgramaDiferente: arte, protesto ou vandalismo?

Dzi Croquettes, 45 anos: crítico, provocador e irreverente

Uma das nossas fontes de inspiração: o repórter Ernesto Varela, criação de Marcelo Tas

O rapper Rico Dalasam fala de música e preconceito no #ProgramaDiferente

Os 40 anos do Premê e o jornalista Carlos Brickmann no #ProgramaDiferente

Ato contra R$ 3,80 termina em confronto e vandalismo

O centro da cidade está (e sempre esteve) vivo no #ProgramaDiferente

Zé Celso x Silvio Santos: A polêmica do Teatro Oficina no #ProgramaDiferente

Os 30 anos da eleição de Luiza Erundina para a Prefeitura de São Paulo


#ProgramaDiferente: 35 anos da Cidade Tiradentes, modelo do caos urbano e do erro de planejamento na periferia das grandes cidades

Dia de obscurantismo na Câmara de São Paulo: o vídeo do pai indignado com a professora que afirmou que menino pode usar brinco, saia e pintar a unha

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

De volta para o futuro com o #Cidadania23

A imprensa vem destacando (merecidamente, aliás) a abertura do #Cidadania23 para os movimentos cívicos - enquanto outros partidos à esquerda e à direita, como o PDT e o NOVO, por outro lado, decidiram vedar expressamente essa aproximação.

Justiça seja feita, ainda que desperte só agora a atenção do grande público, não chega a ser novidade a busca dessa nova formatação política que surge do diálogo do ex-PPS com jovens lideranças de organizações como o Agora!, o Livres, o Acredito, a RAPS e o RenovaBR, entre outros.

Muito antes das manifestações de 2013, às quais se atribui grande parte da inspiração para essas mudanças cobradas pela sociedade dos agentes políticos e que estão transformando de modo irreversível os nossos partidos e as próprias instituições democráticas, o então PPS já sinalizava para a necessidade deste "aggiornamento" (ou uma atualização disruptiva do sistema).

Há 10 anos surgia, por exemplo, o conceito da #REDE23, iniciativa do Blog do PPS que seria incorporada oficialmente pelo partido no seu Congresso de 2011. E que dizia basicamente o seguinte:
"Na democracia contemporânea os partidos não se bastam. Dependem, para fazer política, do estabelecimento e manutenção de redes de relações com movimentos, instituições, grupos na internet e até com personalidades influentes nos temas que trabalham. 
O partido não pode manter mais a posição de vanguarda da época da circulação restrita da informação e deve assumir a postura de interlocutor dos movimentos, co-formulador de suas reivindicações à luz de suas diretrizes mais gerais e seu tradutor na linguagem das leis e das políticas públicas. 
Para tanto, surge a #REDE23, um movimento de discussão e mobilização em torno de objetivos comuns, que abrange outras siglas partidárias, entidades, organizações, sindicatos, associações, cidadãos interessados e grupos organizados na internet. 
Os conceitos de #REDE e da #NovaPolítica não são exclusividade de uma só legenda, uma única liderança ou um grupo restrito. É uma iniciativa que reúne gente de bem, de dentro e de fora dos partidos!"
Faz todo o sentido, portanto, quando o veteraníssimo presidente nacional do Cidadania, o ex-senador e ex-deputado federal Roberto Freire, afirma que não há de se falar em "velha" ou "nova" política, mas sim de "boa" ou "má".

Afinal, é justamente este partido, o #Cidadania23 (com a sua origem quase centenária, como herdeiro do PCB, fundado em 1922, e refundado como PPS, em 1992), que se mostra mais aberto e disposto para formatar esse novo jeito de ver e fazer política.

Diga-se de passagem, outras inovações recentes, como os atuais mandatos coletivos e até mesmo as campanhas com custo reduzido, através da divulgação espontânea pelas redes sociais, também foram propostas apresentadas pelo PPS há mais de doze anos.

Veja que na campanha para as eleições municipais de 2008, essas ideias já estavam todas reunidas no projeto do "vereador virtual", que chegou a ser encampado formalmente pelo então candidato a vereador do PPS Heraldo Correa (foto).

Ou seja, ainda na era pré-Facebook, pré-WhatsApp e mais de dez anos antes de se tornar realidade, com as deputadas e deputados que foram eleitos em 2018 pelo conceito das candidaturas coletivas e das bancadas ativistas, o PPS já vislumbrava o que viria pela frente.

É ou não é uma política diferenciada e voltada para o futuro? Pois então, parabéns aos envolvidos e sucesso ao #Cidadania23.

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Como o #Cidadania23 chega para 2020 e vai buscar a reeleição de Soninha Francine e Claudio Fonseca

Na primeira eleição do #Cidadania23, em 2020, será também a primeira vez em que os dois vereadores eleitos pelo PPS paulistano no início da legislatura (Soninha Francine e Claudio Fonseca) vão buscar a reeleição pelo partido - e outros vereadores ainda podem se somar à nova legenda na chamada "janela partidária" que se abrirá de março a abril.

Para completar o ineditismo, por força da legislação eleitoral, será ainda a primeira vez em que as coligações partidárias estarão proibidas na composição das chapas proporcionais. Portanto, cada partido terá até 83 vagas (sendo ao menos 27 destinadas obrigatoriamente às mulheres), para disputar individualmente as 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo.

Há 20 anos, desde as eleições municipais de 2000, o PPS vem elegendo dois vereadores. Foram cinco eleições até aqui. Em 2016, foram eleitos Soninha Francine e Claudio Fonseca. Em 2012, Ricardo Young e Ari Friedenbach. Em 2008, Claudio Fonseca e Milton Ferreira. Em 2004, Myryam Athiê e Edivaldo Estima. Em 2000, Raul Cortez e Roger Lin.

Na mais recente eleição municipal, em 2016, o PPS esteve coligado com o PMN e o PHS. Além dos dois vereadores do PPS, Soninha com 40.113 votos e Claudio Fonseca com 18.444 votos, foi eleito ainda Zé Turim pelo PHS (atualmente ele está no Republicanos), com 14.957 votos.

Algumas curiosidades marcaram essa trajetória de 20 anos. Em 2016, por exemplo, o PPS ficou momentaneamente sem nenhum parlamentar. O vereador Ari Friedenbach já havia migrado para o PROS em 2013, para apoiar a gestão do então prefeito Fernando Haddad (PT), e Ricardo Young entrou na recém-fundada Rede Sustentabilidade para ser candidato à Prefeitura de São Paulo. Ainda assim, num gesto de extrema ética e lealdade, ele manteve a estrutura da Liderança do PPS na Câmara.

Antes, porém, na eleição de 2008, o PPS já havia dado uma demonstração incrível da sua prática política diferenciada: ao convidar, um ano antes, a vereadora Soninha Francine, que estava descontente no PT, para ser candidata a prefeita, comunicou seus dois vereadores (Estima e Myryam) que não tinha interesse de reeleger nenhum deles pela legenda, liberando-os para procurar outros partidos. Era a senha para a nova formatação partidária que originaria o #Cidadania23.

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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Alô, Brasil: Foi golpe ou não foi golpe, afinal?

A indicação ao Oscar do filme #DemocraciaEmVertigem reacende a polêmica: o impeachment de Dilma Rousseff foi golpe ou não foi golpe?

Obviamente, como não poderia deixar de ser, a narrativa escolhida depende dos interesses, do ponto de vista e da proximidade dos envolvidos.

Mas não deixam de ser legítimas, ainda que divergentes, as opiniões de quem acha que foi golpe ou que não foi. E viva a democracia, sem vertigem!

Veja (e essa é a minha narrativa) que até o golpe de 1964 não foi golpe para muita gente, principalmente entre os atuais inquilinos do poder. E não deixam de ter suas alegações históricas e ideológicas, afinal o povo nas ruas, as leis e o Congresso Nacional legitimaram o governo militar. Mas o saldo de 21 anos de ditadura, de tortura e de censura nos permitem chamar de golpe o que outros chamam indevidamente de revolução. E assim a História é escrita e reescrita.

Pois entre os que hoje acham que houve golpe contra Dilma - com a narrativa que chega ao Oscar - estão muitos que julgam que foi golpe também em 1964, outros que entendem que só houve o golpe militar e até quem defenda a tese já mencionada aqui de que não existiu golpe nem agora nem nos anos 60. E cada qual tem os seus motivos, os seus argumentos e as suas convicções.

Nós aqui documentamos passo a passo os acontecimentos que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff. Temos o registro histórico dos fatos no #ProgramaDiferente, desde as primeiras manifestações de rua, os debates incipientes sobre o impeachment (quando ainda parecia uma tese maluca e improvável) e o surgimento de personagens que acabariam chegando ao poder exatamente por terem protagonizado esses atos, como Kim Kataguiri, Joice Hasselmann, Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, por exemplo, apenas para citar alguns.

Foram acompanhadas e registradas absolutamente todas as manifestações pró e contra o governo, seja com defensores do impeachment da presidente Dilma, seja com os maiores críticos da Operação Lava Jato e com vários "jornalistas independentes" (como se proclamaram aqueles que diziam atuar contra os interesses da grande imprensa), como Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Brasil 247, Cynara Menezes, Lino Bochini, Paulo Moreira Leite, Breno Altman, Gabriel Priolli, Alex Solnik, Florestan Fernandes Jr., Laura Capriglione, Renata Falzoni, Bob Fernandes, Leonardo Sakamoto, Alberto Dines etc.

Documentamos toda a origem do fenômeno do bolsonarismo. Acompanhamos a gênese dos movimentos cívicos, dos pioneiros MBL e Vem Pra Rua aos mais recentes, como Agora!, RenovaBR, Acredito, Livres e RAPS, todos surgidos no rastro das manifestações de 2013. Ou seja, não há como negar a crise pela qual passa a nossa democracia nem os efeitos danosos da aversão de setores da sociedade pela política tradicional e pelos partidos. Chamar isso simplesmente de "vertigem" chega a ser uma licença poética.

Entre os momentos históricos dos nossos registros há um especialmente hilário: em plena manifestação #NãoVaiTerGolpe entrevistamos um militante petista que defendia o impeachment de Dilma. Por outro lado, nas mobilizações da Avenida Paulista contra a corrupção e em apoio à Operação Lava Jato, era uma constante a presença de saudosos da ditadura. Um horror!

Aonde isso tudo vai dar não podemos prever ainda, mas sabemos como chegamos até aqui. Com golpe ou sem golpe, a democracia corre perigo. Que tenhamos sensibilidade, sabedoria e empatia para enxergar quem são os nossos verdadeiros adversários, os nossos aliados estratégicos e os inimigos em comum.

Reveja aqui alguns dos principais momentos desse período:


Especial: Meia hora com o #ProgramaDiferente no ato de 20 de agosto

O Brasil sai às ruas contra os governos do PT, Dilma e Lula no já histórico 13 de março

O #ProgramaDiferente acompanha debate sobre a Ética na Política e ouve Pedro Simon e Miguel Reale Jr. sobre o Impeachment

#ProgramaDiferente: PMDB já discute Brasil pós-Dilma com Temer presidente

#ProgramaDiferente: Os dois lados de uma crise política sem precedentes

Sergio Moro, Marina e os tucanos viram alvo do contra-ataque governista

Deputado Orlando Silva defende Lula de "excesso" do juiz Sergio Moro

"Eles que enfiem no cu todo o processo", diz Lula para a presidente Dilma

Veja a cobertura da Conferência sobre as Cidades no #ProgramaDiferente

Jornalista Alberto Dines afirma ser contra o impeachment da presidente Dilma e defende parlamentarismo para o Brasil sair da crise

No aniversário da República, um momento de nostalgia no #ProgramaDiferente: com FHC, o Brasil era feliz e não sabia!

O #ProgramaDiferente celebra o Dia da Democracia neste 25 de outubro

#NatalSemDilma é o novo bordão das manifestações de rua pró-impeachment

O #ProgramaDiferente revive os anos 90, analisa contexto do impeachment e relembra o "Vamos Sair da Crise" na entrevista com Alexandre Machado

Das páginas amarelas da Veja para a TVFAP.net: o jurista Joaquim Falcão e o lançamento do livro "Reforma Eleitoral no Brasil"

A crise do governo Dilma e a possibilidade do impeachment em debate

"De como Aécio e Marina ajudaram a eleger Dilma", com Chico Santa Rita

Que país é este? O #ProgramaDiferente segue discutindo a crise

O que seria, de fato, uma ampla e necessária reforma política e eleitoral

TVFAP.net faz série de entrevistas e debates sobre a Reforma Política

Avenida Paulista lotada em mais um dia de #ForaDilma e #ForaPT

#ProgramaDiferente no ar em mais um dia de #ForaDilma e #ForaPT

#ProgramaDiferente acompanha a reta final da Marcha que chega no dia 27 a Brasília, entrevista Roberto Freire e debate o governo Dilma

No clima do #VemPraRua de 15 de março, #ProgramaDiferente entrevista Eduardo Jorge e debate possibilidade do impeachment de Dilma

As reflexões de Lobão: "Em Busca do Rigor e da Misericórdia"

O princípio do fim: o julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado Federal e a piada do golpe na Casa de Portugal

A vertigem que deixa lunáticos e fanáticos sem rumo

Enquanto uns se dóem com um documentário no Oscar, temos destruídas nossa Educação, nossa Cultura e nossa História é reescrita por lunáticos e ineptos bolsolavistas, caçadores extemporâneos de comunistas, um bando de aparvalhados.

Dizem que #DemocraciaEmVertigemÉUmaFarsa e “prejudica a imagem do Brasil”.

Um país que elegeu Bolsonaro presidente... mas o problema é o documentário! 🤦🏻‍♂️

Vocês estão confundindo documentário com livro de História. Há documentários incríveis sobre OVNIs, ETs, Terra Plana, Ku Klux Klan, terrorismo, saci, lobisomem etc. Para documentar histórias no cinema não é preciso ter um atestado da realidade a cada cena. É uma obra artística.

Nenhum documentário é isento da visão do diretor. Grande trabalho este de Petra Costa, que conquista uma projeção histórica. Certamente Bolsonaro vai denunciar os comunistas da indústria hollywoodiana.

Essa suposta reforma econômica dá uma vertigem danada nos políticos que não enxergam o mal que está sendo causado à nossa democracia. E isso não é ficção, é realidade. Não é documentário nem comédia, é realismo fantástico, uma verdadeira tragédia.

#DemocraciaEmVertigem #PetraCosta #Oscars2020

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Os 10 temas mais assistidos no #ProgramaDiferente



Dando sequência ao balanço das cinco temporadas (2015-2019) do #ProgramaDiferente, apresentamos um #Top10 dos programas temáticos de maior audiência nesse período:

1) Programa Diferente nº 10 - Juca Kfouri, o Moleque Travesso e o Bom Senso Futebol Clube

2) Programa Diferente nº 184 - O que é Criatividade - Feliz 2019

3) Programa Diferente nº 181 - Vozes - Dubladores - Versão brasileira

4) Programa Diferente nº 145 - Dia da Mentira no País da Propinocracia


5) Programa Diferente nº 180 - O Bandido da Luz Vermelha

6) Programa Diferente nº 183 - O Papa é Pop

7) Programa Diferente nº 32 - Vamos Sair da Crise

8) Programa Diferente nº 123 - Silvio Santos e Hebe Camargo

9) Programa Diferente nº 43 - Elifas Andreato e o drama dos imigrantes e refugiados

10) Programa Diferente nº 187 - Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Os vídeos, clipes, matérias e programas especiais mais vistos nas 5 temporadas do #ProgramaDiferente



Dando sequência ao balanço das cinco temporadas (2015-2019) do #ProgramaDiferente, apresentamos um #Top10 dos vídeos, matérias e programas especiais mais assistidos nesse período:

1) Como você enxerga o racismo?

2) Damares afirma que a princesa do Frozen é lésbica e vai beijar a Bela Adormecida

3) Manifestação: Fernanda Montenegro e Chico Buarque

4) Grevistas vagabundos e Escola Sem Partido

5) Especial: Renato Russo e o legado do Rock de Brasília

6) Que Horas Ela Volta?, com Regina Casé

7) A arte do grafiteiro e muralista Eduardo Kobra

8) Abecedário Comuna, com Gregório Duvivier

9) Especial Tropicália, 50 anos

10) R$ 3,80 Não! Ato contra o aumento da passagem em SP

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Um #Top10 contra a censura no #ProgramaDiferente



Toda essa polêmica sobre o especial de Natal do Porta dos Fundos para a Netflix (pouco assistido mas muito criticado, atacado, censurado e enfim liberado) traz à tona dois temas que nos tocam profundamente: liberdade religiosa e censura.

Foram pautas recorrentes do #ProgramaDiferente nestas cinco temporadas, sobretudo em 2019, após a posse do presidente Jair Bolsonaro e o acirramento das ações de ódio, intolerância e perseguição incentivadas pela milícia bolsonarista nas redes sociais.

Vamos lembrar aqui alguns dos principais episódios envolvendo esses assuntos, num #Top10 em defesa das liberdades de expressão e de pensamento:

1) Programa 185 (29 de janeiro) - Contra a hipocrisia e o falso moralismo que, como cantou Ney Matogrosso, ficam escondidos debaixo dos panos, e ainda pra lavar a alma nessa entrada de 2019, tem início com ânimo renovado a nossa 5ª temporada. Tá todo mundo nu! #MandaNudes CENSURADO Por menos vergonha alheia e mais liberdade de expressão. Por menos contemplação e mais reflexão. Nudez na internet, por meio de aplicativos e das redes sociais. Nudez nas artes, como contestação, profissão, diversão ou filosofia de vida. Desafiando regras e padrões sociais, inibições, proibições e obscenidades. A diversidade de corpos, raças, sexo e gênero, numa época em que tabus e preconceitos dos anos 70 e 80 do século passado voltam à tona com ranço antidemocrático. Censura? Aqui não!

2) Programa 186 (3 de fevereiro) - O programa registra os 60 anos da Revolução Cubana, numa época em que "Vai pra Cuba" virou xingamento típico contra qualquer ação ou pensamento de esquerda no Brasil. Ao completar o primeiro mês do governo Bolsonaro, expressão mal acabada da nova direita brasileira e desse extemporâneo anticomunismo, parece emblemático e oportuno fazer uma análise política e sociológica desta que é a ofensa genérica mais repetida pelo direitista chucro padrão. Vai pra Cuba, carregando Fidel, Che, Lula, Fernando Morais, os médicos cubanos e quem mais você quiser levar pra Ilha. Enquanto isso, seguimos por aqui traçando um inusitado paralelo histórico desses acontecimentos.

3) Programa 188 (17 de fevereiro) - O programa fala das liberdades de religião, de expressão e de pensamento. Há exatos 30 anos, em 1989, no Irã, o líder Aiatolá Khomeini oferecia uma recompensa de 3 milhões de dólares a quem assassinasse o escritor angloindiano Salman Rushdie, por entender que seu trabalho "Versos Satânicos" ofendia o islamismo. No Brasil, a Constituição garante o Estado laico, a inviolabilidade de consciência e de crença, e a livre manifestação da fé. Mas a verdade é que ainda existe muita perseguição religiosa. Morre gente pelo ódio, pelo preconceito e pela intolerância contra religiões. Por isso também lembramos do papel fundamental de Jorge Amado pela liberdade de culto religioso, que muita gente desconhece, nestes 18 anos da morte do escritor baiano.

4) Programa 190 (3 de março) - O programa celebra os 40 anos do Programa Abertura, da extinta TV Tupi, ação emblemática e pioneira da época na televisão brasileira contra a censura e a ditadura. Discutia a abertura política no início do governo Figueiredo, o último presidente do regime militar, no exato momento em que esse processo ganhava espaço e dava os primeiros sinais do renascimento da democracia. Ligado ao pensamento de esquerda, discutiu questões fundamentais como anistia, pluripartidarismo e eleições diretas. E fez escola. Passadas quatro décadas, e depois de o brasileiro eleger democraticamente seus presidentes em oito eleições consecutivas, seguimos modestamente a mesma linhagem.

5) Programa 198 (28 de abril) - Em meio a um ruidoso episódio de censura a veículos de mídia pelo Supremo Tribunal Federal, revogada após a péssima repercussão pública que teve o caso, e um inquérito que promete apurar a origem de notícias e opiniões ofensivas aos ministros do STF, o programa trata do tema: Fake news e liberdade de imprensa.

6) Programa 207 (30 de junho) - O programa celebra os 50 anos do icônico e provocativo jornal alternativo brasileiro "O Pasquim", editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, que viveu seu auge durante a ditadura militar, como oásis de liberdade, de talento, de humor e de criatividade da contracultura em meio à repressão. Por incrível que pareça, meio século depois seguem atuais temas como censura, liberdade de imprensa, polarização entre esquerda e direita, e a oposição irreverente de artistas e jornalistas a um governo autoritário no Brasil, inclusive com alguns dos mesmos personagens daquela época.

7) Programa 211 (29 de julho) - Enquanto o meme que virou presidente se mostra saudoso da censura e da ditadura, em sua cruzada moralizadora fake e uma campanha extemporânea contra o filme "Bruna Surfistinha", o programa, cheio de nostalgia, relembra dos tempos da pornochanchada. Será que éramos felizes e não sabíamos? Toda uma geração cresceu assistindo a "Sala Especial", na TV Record, ou indo escondido ao cinema, com RG falsificado. Não existia essa mordomia de internet, com sites de relacionamento, portais e aplicativos para o jovem assistir filmes proibidos. Mas o que foi, afinal, a época da pornochanchada no cinema brasileiro?

8) Programa 213 (11 de agosto) - O programa desta semana traz o tema "Como Nossos Pais", reunindo o espírito das duas grandes celebrações deste domingo, 11 de agosto (Dia dos Pais e Dia da Juventude), com o aniversário de 50 anos do Festival de Woodstock, considerado o maior festival de rock´n roll de todos os tempos, e os ideais do movimento hippie (será que ainda resistem hoje em dia?).

9) Programa 215 (25 de agosto) - Os 40 anos da Lei da Anistia e a volta do irmão do Henfil. Em uma época que tem muita gente que pretende reescrever a História do Brasil, emplacando a narrativa mais conveniente à sua ideologia, é importante reverenciar a democracia e rever os fatos como eles realmente ocorreram. Em 28 de agosto de 1979, o então presidente João Baptista Figueiredo concedeu o perdão tanto aos perseguidos políticos (que a ditadura militar chamava de subversivos) quanto aos agentes da repressão. A Lei da Anistia possibilitou o retorno de diversos exilados, entre eles Herbert de Souza, o Betinho, eternizado como "o irmão do Henfil" na canção "O Bêbado e a Equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, gravada por Elis Regina.

10) Programa 229 (1º de dezembro) - O maravilhoso mundo da música brega. O que é brega? O que é chique? Por que cantores românticos como Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Odair José, Nelson Gonçalves, Falcão, Ovelha, Sidney Magal, Luiz Caldas, Nelson Ned, Wando, Agnaldo Timóteo e Cauby Peixoto, entre outros, são ídolos tão populares, atemporais e fazem tanto sucesso? Artistas execrados pela crítica e adorados pelo público ao explorar a dor de cotovelo e desafiar até a ditadura e a censura.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Precisamos de um centro ou de um norte?

O artigo aqui reproduzido traz uma importante reflexão para nós que não somos militantes (muito menos fanáticos) nem do lulismo, nem do bolsonarismo e buscamos uma solução política fora da polarização e dos extremos para o Brasil.

A pergunta embutida (agora explicitada nesse texto) é boa: precisamos de um centro ou de um norte?

Aí que está o perigo: comparar o autoritarismo e o obscurantismo do bolsonarismo raiz com os 14 anos de governos petistas, que apesar de incompetentes e corruptos, jamais deixaram de ser democráticos.

Concordo com o jornalista Ranier Bragon: não deve haver ponderação ou conciliação com o obscurantismo bolsonarista, mas franca oposição. Simples assim.

Ocorre que muitos entre nós, opositores tanto do lulismo quanto do bolsonarismo, caem no discurso tolo de que fazer oposição nos iguala ao PT e ao PSOL. Isso apenas reforça a polarização e nos mistura a essa “nova” direita, ou no máximo ao “novo” centro, que sabemos que de novo não tem nada ao ser capitaneado pelo velho Centrão.

Algo novo, de fato, mais ainda incipiente, talvez esteja no protagonismo proposto pelo Cidadania com Luciano Huck, os movimentos cívicos etc. Mas para tanto eles não podem ser confundidos, à vista do eleitorado, com o velho Centrão. Nem tampouco querer pegar carona no bolsonarismo, enquanto repele a centro-esquerda, a não ser que alguém deles, embora não confesse, prefira apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro ou lançar Sérgio Moro em 2022.

O essencial no texto é pontuar que podemos fazer oposição ao petismo e ao bolsonarismo, porém não devemos excluir a esquerda e o centro (centro-esquerda e centro-direita inclusos) de uma frente em defesa da democracia e contra o obscurantismo.

Os governos petistas, com todos os seus crimes, não chegaram nem perto de representar uma ameaça à nossa democracia como demonstra diariamente, a cada fala e a cada ato, este presidente inepto, seu governo de lunáticos, suas milícias virtuais e sua futura Aliança Pelo Brasil.

Se formos misturar banditismo na política e corrupção a ameaças concretas à democracia não podemos poupar nem mesmo a compra de votos para a reeleição do FHC, ou excluir o projeto de perpetuação dos tucanos no poder encabeçado pelo velho Sérgio Motta, o Serjão, com seus métodos pré-mensalão. Mas não consta que o PSDB tenha sido denunciado como inimigo da democracia.

Aliás, nem contra o próprio PT algo do tipo foi denunciado, a não ser em questões pontuais (suas simpatias e cumplicidades com ditaduras latino-americanas, por exemplo) e na retórica da oposição partidária (até de um exacerbado antipetismo), mas convenhamos que não houve nenhuma ameaça objetiva ou mera defesa de golpe aqui no Brasil (como há neste governo) entre os anos petistas de 2003 a 2016.

Em nome de um reformismo supostamente salvacionista, ou da popularidade da onda bolsonarista, não podemos conviver pacificamente com saudosos da ditadura, idólatras de torturadores, defensores de um “novo” AI-5, ministra que propõe a castidade dos jovens, presidente que considera livro didático um lixo porque “tem muita coisa escrita” e declara jornalistas uma espécie em extinção.

É com esses tipinhos que vamos compor e dialogar? Ou nosso papel é justamente expor e denunciar esses absurdos obscurantistas? Afinal, queremos fazer política para agradar a claque e surfar na onda da maioria eventual, que é cíclica, ou para mudar o Brasil?

Cada cabeça, uma sentença. Vamos refletir.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Que 2020 vamos deixar para a História?

Senhoras e senhores, meninas e meninos, bem vindos a bordo.

Iniciamos 2020 sem conseguir ainda espantar completamente os fantasmas de 2019, que definitivamente foi um ano marcado por acontecimentos trágicos.

Agora, em poucos dias, Trump ataca o Irã, incêndios florestais devastam a Austrália, um catador de material reciclável é incendiado na MoocaBolsonaro diz que os livros didáticos são lixo porque "têm muita coisa escrita"...

Meu Deus, olhai por nós!

Ora, mas se até o Papa Francisco começou o ano dando uns tapas na mão da mulher sem noção que puxou o braço dele, não espere algo muito diferente de nós.

Vamos bater pesado (no sentido figurado, espera-se) em lunáticos e fanáticos de direita ou de esquerda e em puxa-sacos de Bolsonaro, Lula, Doria, Huck e quem mais aparecer por aí como salvador da pátria.

Sim, fazemos oposição ao bolsonarismo. Não, não queremos Lula de volta. Para espanto e incompreensão do raciocínio binário dessa polarização burra e deletéria que toma conta do Brasil, acreditamos que é necessário encontrar uma saída equidistante, equilibrada, sensata e racional entre as quadrilhas petistas e as milícias bolsonaristas.

O mundo vive cada vez mais um clima de guerra. A civilização vem perdendo espaço para a barbárie num ritmo alucinante. Predominam o ódio, o preconceito, a intolerância. Em nome de ideologias, religiões, costumes e interesses, reacionários e obscurantistas fazem apologia de ditaduras, da censura, da tortura e do terror. Não é possível que essa escória seja maioria.

Em 2020, ao menos por aqui, não passarão!

Como disse Rui Barbosa"A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade."

Em 2020 vamos batalhar por mais sensatez, empatia, solidariedade, altruísmo, racionalidade e inteligência emocional. Por uma consciência ambiental e sustentável, pelo amor à humanidade e aos seres vivos, pela preservação da natureza, pelo respeito à diversidade. Não é por favor ou obrigação, mas até por instinto de sobrevivência.

A vida não é monopólio da direita ou da esquerda. Nem a inteligência. Será que tudo que falamos, pensamos e postamos precisa passar sempre por um filtro partidário, político e ideológico? Ô chatice, sô!

Não é possível que até um "bom dia" ou um "feliz ano novo" gerem polêmica, discussão, agressão. É inadmissível que não possamos ter opiniões divergentes sem sermos xingados, ameaçados, perseguidos. 

Se até o cérebro tem dois hemisférios; e o coração, dois ventrículos: o direito e o esquerdo, custa botar os dois juntos para funcionar?