quinta-feira, 30 de abril de 2020

#ForaBolsonaro



Isso aqui é o lixo que parte do eleitorado brasileiro, mal informado (ou deformado mesmo), elegeu presidente!

#ForaBolsonaroUrgente #ForaAgoraBolsonaro #ForaBolsonaroGenocida #ForaBolsonaroEseuBandodeCriminosos #ForaBolsonaros #ForaBolsonaro #Impeachment

É bom ler e refletir...


quarta-feira, 29 de abril de 2020

Bolsonaro é caso de impeachment, interdição e hospício!



Não é caso apenas de impeachment, mas de interdição. Tranca no manicômio judiciário e joga a chave fora: Bolsonaro, os filhos, os ministros e os apoiadores tão lunáticos quanto o presidente. Inepto, irresponsável, desqualificado, criminoso. E seguido por um bando de malucos, fanáticos e bandidos.

No dia em que o Brasil ultrapassou a China em número de óbitos pelo coronavírus, com mais de 5.000 mortes, e o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, falava sobre o agravamento da situação com a curva ascendente da doença, Bolsonaro rebatia que mortes "não são de agora" e que não faz "milagres".

Ao mesmo tempo em que o ministro falava à imprensa, o presidente se esquivava de responder sobre a escalada: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre", disse, referindo-se a seu nome do meio. (E que vá para o meio do inferno!) Assista.

Bolsonaro disse se solidarizar com os familiares das vítimas, mas seguiu minimizando seu papel na crise: “É a vida. Amanhã sou eu”, disse em conversa com jornalistas transmitida em sua página do Facebook. As declarações de Bolsonaro foram aplaudidas por apoiadores que geralmente acompanham as entrevistas.

E os caixões vão sendo empilhados nos hospitais, necrotérios e cemitérios.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Três alternativas para definir um bolsonarista

Você pode não gostar dos presidentes Getúlio, Juscelino, Tancredo, Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer.

Você pode não gostar de política, não entender de política, não gostar de partido.

Você pode criticar deputado, criticar senador, criticar governador, criticar prefeito, criticar juiz.

Mas se com tudo isso você ainda gosta do Bolsonaro.

Se concorda com o governo dele e aceita quem defende ditadura, censura e tortura.

Se acha normal quem pede intervenção militar e um “novo AI-5” para fechar o Congresso e o Supremo.

Restam apenas três alternativas:

Você é idiota, ignorante ou mau caráter?

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Atenção, bolsonaristas: A Venezuela é aqui!

Dá vontade de gritar: “Eu já sabia!”. “Eu avisei!”. Mas não precisamos falar o óbvio. Você sabe que desde 2018, no início oficial da campanha presidencial, alertamos que a materialização, a transmutação, do antipetismo no bolsonarismo não iria acabar bem.

Porque não era simplesmente trocar seis por meia dúzia. Era trocar o ruim pelo pior. Corruptos por milicianos. Fanáticos por lunáticos. Um partido por uma seita. Inverter a mão ideológica e empoderar a escória da política e da sociedade brasileira.

O meme que virou presidente estava aí havia 30 anos demonstrando tudo o que ele é: inepto, ignorante, desprezível, irresponsável, desequilibrado, incompetente, desqualificado, preconceituoso, nepotista, machista, racista, homofóbico, golpista.

Não existia uma só qualidade de Jair Bolsonaro que estivesse oculta de quem o conhecia como ex-militar defenestrado do Exército ou como político medíocre do baixo clero, fisiológico, populista e inimigo do estado democrático de direito.

Por tudo isso, estava claro que o divórcio entre bolsonaristas e lavajatistas seria questão de tempo. Que Sergio Moro era ali um estranho no ninho. Raposa na festa do galinheiro. Uma ameaça constante ao modus operandi do bolsonarismo. Inimigo íntimo.

Se alguém de fora do cotidiano político-partidário foi enganado, é o momento de acordar e reagir. Perceber que ter transformado a aversão ao petismo, às esquerdas ou à política tradicional em votos para eleger Jair Bolsonaro e sua camarilha foi um erro terrível.

Os arrependidos estão aí se manifestando diariamente: de Lobão a Sergio Moro, de Janaína Paschoal a Alexandre Frota, de Ronaldo Caiado a João Doria, de Joice Hasselmann a Wilson Witzel, do MBL a João Amoedo. As próximas pesquisas de opinião e as próximas eleições, principalmente, vão comprovar o enfraquecimento do fenômeno. O mito que virou mico.

Mas, enquanto isso, a milícia bolsonarista segue armada da caneta presidencial e de armas propriamente ditas, num estranho consórcio que reúne ao “gabinete do ódio” religiosos fundamentalistas, ideólogos da extrema direita, saudosos da ditadura militar, olavistas, terraplanistas, oportunistas e idiotas de classes, patentes e origens distintas.

Os últimos movimentos desse xadrez bolsonarista (antes que acabem todos em outro xadrez, trancafiados) são o pacto com o velho Centrão e o aparelhamento do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para tentar impedir as investigações que desaguam nos filhos delinquentes.

Bastou pouco mais de um ano para Bolsonaro comprovar tudo aquilo que já sabíamos. Troca a companhia do xerife Sergio Moro por bandidos condenados, como Roberto Jefferson e Waldemar da Costa Neto. Desmonta a Saúde, a Educação, a Cultura, o Meio Ambiente, as Relações Exteriores.

Diziam que, dependendo do resultado das eleições presidenciais, corríamos o risco de virar uma Venezuela. Um país governado de forma autoritária por um maluco populista, apoiado pelos militares, que prega o fechamento do Congresso e do Supremo, além de atacar a oposição e a imprensa.

Já vimos esse filme, não? Alguém se lembra como ele termina?

sábado, 25 de abril de 2020

Vereadores paulistanos cortam 30% do próprio salário

Um exemplo positivo e significativo da Câmara Municipal de São Paulo. Os 55 vereadores aprovaram o corte de 30% dos próprios salários e também de 30% das verbas de manutenção dos gabinetes parlamentares.

Os cortes valem a partir de 1º de maio e vão até o dia 31 de dezembro. Os recursos economizados - cerca de R$ 30 milhões até o final do ano - serão destinados exclusivamente às ações das secretarias de Saúde e de Assistência Social da cidade, durante o enfrentamento do coronavírus na capital paulista.

Foi proposto ainda o corte de 20% dos salários dos assessores, mas o princípio de irredutibilidade salarial, previsto na Constituição Federal, impede que se aprove essa medida por projeto de resolução. Que cada um faça então a sua parte, voluntariamente. Fica a dica.

O subsídio mensal dos vereadores, que na prática vale como salário, é de R$ 18.991,68. A verba de auxílio para encargos gerais de cada um dos 55 gabinetes é de R$ 25.884,38 por mês.

Enfim um corte na própria carne, fato incomum na rotina dos nossos políticos. Vale o exemplo, principalmente diante desta crise sem precedentes agravada pela pandemia do coronavírus. Que outros sigam o modelo em respeito ao povo brasileiro.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Família Bolsonaro vende tudo!

E aí, o que você acha da negociação do Bolsonaro com o Centrão, distribuindo cargos e recursos públicos em troca de uma blindagem governista no Congresso?

O Centrão é aquele amontoado do que existe de mais fisiológico, retrógrado e oportunista na política brasileira. Um bando de deputados e senadores chafurdados na lama, envolvidos em esquemas de corrupção e que vendem até a mãe por qualquer trocado.

Desde o governo Sarney, o Centrão dá as cartas na política brasileira. Primeiro, foi importante no colégio eleitoral para eleger Tancredo e acabar com a ditadura. Depois garantiu a governabilidade pós Plano Cruzado e ganhou peso nos trabalhos da Constituinte.

Abandonou Sarney e ajudou a eleger Collor, o caçador de marajás que negociou o que tinha e o que não tinha e virou a própria caça do Centrão. Corrupto, sofreu impeachment com o voto de outras centenas de corruptos.

No Governo FHC, o Centrão foi comprado para aprovar a reeleição, além de ganhar cargos, privilégios e eleições na onda do Plano Real. Aumentava ali o apetite pelo poder e o trânsito pragmático da direita para a esquerda.

Nos governos Lula e Dilma, o Centrão protagonizou os escândalos do Mensalão, do Petrolão e integrou o maior esquema de corrupção estatal da História. Roubaram tudo o que conseguiram, fizeram o impeachment e repartiram o bolo com Temer.

Daí veio Bolsonaro, com seu discurso de que não negociaria com a velha política, com corruptos e blablablá. O que está fazendo agora? Pedindo penico para os mesmos condenados por corrupção junto com Lula e os petistas: Roberto Jefferson, Waldemar Costa Neto e toda a corja.

E agora? Ansioso para conhecer a tese dos bolsonaristas para justificar o mico, ops, o mito. O espaço é de vocês...

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Chegou a hora de rachar a conta

Nessa pandemia, o pobre tem duas escolhas sobre o isolamento social:

1) Se apoiar Bolsonaro e os obscurantistas e for contra o isolamento, morre de coronavírus.

2) Se apoiar Doria, os cientistas e outros líderes mundiais para manter por muito tempo a quarentena, morre desempregado e de fome.

Obviamente não há soluções mágicas ou simplistas. A voz da ciência e da medicina deve prevalecer sobre o achismo dos lunáticos, mas temos que buscar outras saídas para o povo não chafurdar na miséria.

O fato é que, pró ou contra Bolsonaro, pró ou contra Doria ou os demais governantes, quem vai se ferrar de verde e amarelo é sempre o brasileiro mais humilde.

O rico, o milionário, o bilionário está protegido, seja por bons hospitais, seja por suas reservas financeiras. Quem vai morrer e ser enterrado numa vala comum é o zé povinho, desassistido por gestores ineptos, populistas e hipócritas.

Nunca vi um bilionário ou grande empresário brasileiro ficar pobre. Em contrapartida, vi inúmeras empresas irem à falência e famílias inteiras de trabalhadores na pobreza e na desesperança.

Quem paga a conta de qualquer crise é sempre o empregado, jamais o patrão. Mas o patrão é sempre o primeiro a reclamar.

Basta ver quem está pagando o pato (pode até ser aquele amarelo da Fiesp) com 40 dias de paralisação.

Taxar as grandes fortunas é o mínimo que se espera de um Estado justo. Instituir a renda mínima, também. Urgente! Não é tudo, mas é um começo.

A minoria privilegiada da população que, junta, acumula mais riqueza que 99% dos brasileiros, precisa rachar essa conta.

Políticos, banqueiros, megaempresários, grandes investidores, o alto escalão do funcionalismo público, as grandes heranças... Chegou a hora de diminuir os lucros e reordenar essa partilha.

Uns tontos dizem que isso é discurso de esquerdista. Os mais inteligentes e conscientes, a direita com cérebro, os liberais na melhor acepção do termo, vem chamando de capitalismo humanista.

Tanto faz o nome, pouco importa o viés ideológico. Precisamos preservar vidas. Precisamos mudar costumes. Precisamos tornar o mundo sustentável. Se quisermos sobreviver...

terça-feira, 21 de abril de 2020

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA! (Deu M****!)

Hoje é feriado.

O estagiário está de folga, mas deixou o computador aberto. Eu sabia que esse lance de home office devido ao distanciamento social inventado pela esquerdalha ia dar merda (ops, perdão).

As crianças entraram na página.

BOLSONARO É UM COCÔ

Desculpa, foram as crianças.

Se bem que essas coisas escatológicas, feitas ou faladas de forma tão espontânea, não espantam mais ninguém.

São vistas até como virtudes, típicas do bolsonarismo raiz. Muito diferente da nova política nutella. É quase um “bolsonarês”, o idioma pátrio do mito.

Afinal, eu falei que ia dar merda. As crianças entraram, viram um desenho do Bolsonaro e, por mais que eu ensine a não falar palavrão, emendaram um excremento ao outro.

BOLSONARO É UM COCÔ

Quem, afinal, valoriza a educação e a civilidade hoje em dia, se Bolsonaro é ídolo, tem três filhos problemáticos, um guru estúpido e desaforado, além de ministros grosseiros, preconceituosos e intolerantes?

As crianças ouvem Bolsonaro, talquei? Xinga homem, xinga mulher, xinga jornalista, xinga deputado. Elas se lembraram até de quando Bolsonaro disse que o brasileiro tinha que fazer cocô dia sim, dia não.

Lembraram que em outro feriado ele perguntou o que era “golden shower”, depois de postar um vídeo grotesco dizendo que aquilo era a melhor expressão do carnaval brasileiro.

Lembraram mais! Que na campanha ele denunciava uma tal mamadeira de piroca. E ainda que faz piada com o tamanho do pinto do japonês. E diz que jornalista da Folha tem cara de que gosta de dar a bunda.

Para piorar, leram os comentários dos bolsonaristas na página. No meio de tanta referência agressiva ao cu dos outros, lembraram dos meninos boca suja do jardim da infância. Que falta faz o cantinho da disciplina da Supernanny! (Mais eficaz que um novo AI-5)

E eu lembrei de Freud e a fase anal, da qual os bolsonaristas ainda não se libertaram. Não sabe o que é? Vai aprender, nem precisa tirar a bunda do sofá.

Dá um google: “O estágio anal é o segundo estágio da teoria do desenvolvimento psicossexual de Sigmund Freud, com duração dos 18 meses aos três anos de idade. De acordo com Freud, o ânus é a zona erógena primária e o prazer é derivado do controle dos esfíncteres da bexiga e do intestino.”

É isso. Faz 18 meses que o Brasil elegeu Bolsonaro. Faltam três anos. Estamos no estágio anal do bolsonarismo. Freud explica.

BOLSONARO É UM COCÔ

Tem criança que admira o próprio cocô. Conversa. Dá nome. É o cocô amigo.

Tem brasileiro que admira Bolsonaro. Idolatra. É fanático. Ou lunático.

Se Bolsonaro mandar comer cocô, o bolsonarista come. Com gosto. Pois se o capitão mandou é porque faz bem!

Depois da cloroquina, a coprofagia.

Você não come? Comunista! Globo lixo! E o Lula? E a Dilma? Petista não come cocô mas rouba! É disso que você gosta? Corrupto! Prefere cocô ou mortadela? Vai pra Cuba! Vai pra Venezuela!

Bom, é hora de dar tchau para o cocô amigo. 👋 💩

Quem dá a descarga? Eu ou você? 🚽


segunda-feira, 20 de abril de 2020

O Brasil precisa reagir ao #Bolsonavirus

Bolsonaro é a doença a ser extirpada, junto com as células malignas da sociedade que se aglomeram contra a saúde pública em atos criminosos, bradam contra o estado democrático de direito e flertam com o autoritarismo.

O Brasil precisa reagir a esses fanáticos, lunáticos e milicianos que clamam por intervenção militar, pelo fechamento do Congresso e do Supremo e por um tal "novo AI-5".

Todos os democratas precisam se reunir numa força-tarefa para aplicar as vacinas constitucionais contra essa escória da política, antes que o bolsonarismo contamine todas as nossas instituições.

Grande parte dos imbecis que repetem palavras de ordem contra a democracia provavelmente não tem ideia do que é viver numa ditadura (seja de direita ou de esquerda).

Usam das liberdades de expressão e de pensamento para clamar por censura e pelo direito de ir e vir, sem se darem conta da incongruência.

Fazem apologia à tortura, talvez sem saber que Ustra & companhia enfiavam vassouras no ânus e ratos vivos na vagina das mulheres torturadas, apenas por terem ousado pensar diferente.

Ao legitimar as manifestações golpistas, Bolsonaro comete mais um crime de responsabilidade. É um criminoso contumaz, inepto, despreparado, irresponsável, desqualificado.

Não tem a mínima condição ética, moral, política ou jurídica de seguir à frente deste desgoverno surreal.

Bolsonaro vive numa campanha eleitoral interminável, alimentando o ódio e a ignorância da sua bolha ideológica, e embora vá se esvaziando na medida em que aumenta a sua toxicidade, segue pondo em risco o nosso país e o nosso povo.

Chega! Basta!

#ForaBolsonaro

sábado, 18 de abril de 2020

Bolsonaro: Mito ou mitômano?

Em 472 dias como presidente, Jair Bolsonaro deu 902 declarações falsas ou distorcidas

São quase duas mentiras ou fake news por dia. Isso despejado exclusivamente da boca do presidente, sem contar os filhos problemáticos e a horda de bolsonaristas fanáticos, lunáticos e milicianos virtuais.

Este levantamento agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas semanalmente.

Durante a pandemia do novo coronavírus, então, a desinformação é ainda mais gritante. Declarações contrárias às recomendações dos órgãos de saúde, o incentivo a atividades públicas com aglomerações e o negacionismo da ciência causam indignação mundial.

Tudo, para Bolsonaro, se explica pelo confronto ideológico. Daí suas ações e atenções diárias voltadas basicamente para a luta contra um inimigo íntimo imaginário: o comunismo. A Covid-19 é uma invenção comunista, a oposição é comunista, a imprensa é comunista. O bolsonarismo é a salvação!

Apesar do obscurantismo, Bolsonaro não é burro. Ao contrário, essa tática é inteligente e talvez a única maneira de manter unida a sua legião de boçais. Ele alimenta diariamente o ódio e a mobilização constante da bolha bolsonarista com essas declarações estapafúrdias.

Daí os conflitos e intrigas diárias, o combate aos demais poderes, o desafio às leis, ao bom senso e ao estado democrático de direito. O bolsonarismo só sobrevive nesse esgoto ideológico. A apologia às armas, à ditadura e à tortura são muletas psicológicas para a sua afirmação, assim como o nacionalismo exacerbado, o machismo, a homofobia, a misoginia e a mentira.

Leia mais:

Aos Fatos: checagem diária

Controvérsias envolvendo Jair Bolsonaro

Bolsonaro diz ter informações de inteligência de um plano de Maia, Doria e STF contra ele

Bolsonaro sugere que jovens sejam infectados e virem "barreira" contra Covid-19

Sem apresentar provas, Bolsonaro diz que houve fraude eleitoral e que foi eleito no 1º turno

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Nelson Teich e a "escolha inevitável" do novo Ministério da Morte: salvar um paciente jovem ou um idoso?



A troca no comando do Ministério da Saúde tem um motivo bem claro: o ministro anterior, Luiz Henrique Mandetta, optou pela ciência em vez da bajulação serviçal ao presidente Jair Bolsonaro, com a sua irresponsabilidade criminosa e seus instintos assassinos.

O novo ministro Nelson Teich entrou com uma missão muito bem definida: servir ao senhor absoluto e seus achismos, não contrariar o chefe nem atrapalhar com argumentos racionais e científicos a luta ideológica do bolsonarismo contra o isolamento social e principalmente contra possíveis adversários eleitorais de Bolsonaro.

Pois este vídeo de 2019 dá uma boa amostra do que pensa Nelson Teich sobre a saúde pública e seus recursos limitados. Para o novo ministro, "escolhas são inevitáveis". Entre gastar dinheiro para tratar de um doente jovem ou um idoso nas mesmas condições, o gestor precisará fazer uma escolha e levar em conta a idade do paciente.

"Como você tem dinheiro limitado, você vai ter que fazer escolhas, vai ter que definir onde vai investir. Tenho uma pessoa mais idosa, que tem uma doença crônica, avançada, e teve uma complicação. Para ela melhorar, vou gastar o mesmo que gastarei para salvar um adolescente que está com um problema. Só que um é um adolescente, que terá a vida inteira pela frente, e o outro é uma pessoa idosa, que pode estar no final da vida. Qual vai ser a escolha?"

Em plena crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus, talvez seja um método mais eficiente de enxugar gastos na Saúde e na Previdência de uma só vez. É bolsonarismo explícito na veia. Assista.

Burrice e fake news contaminam mais que a Covid-19

É de Nelson Rodrigues a melhor definição, quase premonitória: "Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos."

Pois a pandemia do novo coronavírus deu visibilidade a um outro tipo de doença que ataca simultaneamente um grande número de indivíduos: a burrice.

Essa forma letal de ignorância, agravada pelo fanatismo ideológico e pela aversão à ciência, à razão e ao bom senso, que atinge indistintamente seres lunáticos em várias partes do mundo, vai provocar consequências ainda inimagináveis para a humanidade.

Se não bastasse chamar de "gripezinha".

Se não bastasse desrespeitar o isolamento social.

Se não bastasse ignorar a OMS, desautorizar o Ministério da Saúde e entrar nessa briga pública com o ministro Mandetta...

Temos entre os bolsonaristas, terraplanistas e descrentes das ciências em geral aqueles que propõem homeopatia e ozonioterapia, dessas aplicadas em clínicas de estética, como tratamentos contra a pandemia do coronavírus.

É sério isso?

Dizem que na Índia isso se discute entre os médicos. Ok, mas na Índia eles também propõem tomar xixi de vaca para prevenir a contaminação. Será que alguém vai copiar isso por aqui?

Temos o próprio presidente que virou garoto propaganda da cloroquina, sem nenhum embasamento fora o achismo e a lacração ideológica, agora outro ministro vem difundir vermífugo com potencial de cura. Deus nos ajude!

Leia mais:

Bruno Boghossian: Aviso prévio

Roberto Dias: Um mundo de perguntas

Mariliz Pereira Jorge: A burrice saiu do armário

Bruno Boghossian: Aviso prévio

Mandetta mostra que Bolsonaro é o inimigo do combate ao coronavírus

Dentro do Planalto, ministro demissionário submete presidente a uma humilhação pública

Nos salões de mármore do Planalto, a algumas dezenas de passos do gabinete presidencial e com transmissão ao vivo pela TV oficial do governo, Luiz Henrique Mandetta submeteu Jair Bolsonaro a uma humilhação pública. Até o último minuto, o ministro demissionário decidiu pintar o chefe como inimigo do esforço de combate ao coronavírus.

Naquela que pode ter sido sua última entrevista no cargo, Mandetta reconheceu haver “um descompasso” entre sua equipe e o presidente.

Mediu o peso da palavra, mas deixou claro o contraste. “Nossa bússola é a ciência”, disse, mostrando o que espera do outro lado: “Ou você se baseia na ciência, ou fica no ‘eu acho’”.

O ministro ironizou os planos de substituir medidas de distanciamento por um isolamento vertical (“não sei de onde vêm essas angulações”), negou recomendação ao uso indiscriminado de cloroquina e criticou veladamente os palpiteiros que cercam o governo.

“Não somos astrólogos, não fazemos previsões. Pegamos as informações”, declarou.

A missão de Mandetta foi expor os riscos do comportamento do presidente. “Baseado em ciência, tenho esse caminho pra oferecer”, resumiu.

Bolsonaro quer trocá-lo por alguém alinhado a suas convicções —ou seja, um subordinado que não denuncie sua tentativa maluca de minimizar o perigo do vírus. O chefe precisará arcar com os custos dessa decisão.

Osmar Terra também errou previsão sobre gripe suína em 2009

Então secretário no RS disse que H1N1 mataria menos que gripe comum; foram 2.060 mortes contra 142

Quando o Rio Grande do Sul registrou a primeira morte por gripe suína, em 2009, o secretário de Saúde gaúcho disse que ninguém deveria se preocupar.

“O risco é inferior ao da gripe comum”, contemporizou, em entrevista ao jornal Zero Hora. “O fato de ter morrido uma pessoa no estado é uma circunstância lotérica.”

Ele desdenhou da pandemia e errou feio. Naquele ano, o país teve 2.060 mortes provocadas pelo H1N1. Só 142 entraram na conta de outras variações de influenza.


O secretário era o doutor Osmar Gasparini Terra –oráculo de Bolsonaro em seu trabalho de sabotagem ao próprio país.

Bruno Boghossian é jornalista e mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Roberto Dias: Um mundo de perguntas

As pessoas cuidarão melhor de sua saúde? Vão se abraçar e se beijar como antes?

Viveremos em distanciamento social por mais dois anos, como estima estudo publicado na revista Science? Sendo assim, o impacto do coronavírus será ainda maior do que imaginado? O que isso significa?

As pessoas cuidarão melhor de sua saúde? Vão se abraçar e se beijar como antes?

Alguém voltará a ir ao cinema? O teatro sobreviverá? E os shows de música: todo mundo se sentirá confortável em se apertar diante dos palcos? Os esportes em estádios vão perder espaço para os e-sports?

As pessoas passarão mais tempo em casa? Se sim, vão procurar imóveis maiores? Cozinharão mais e pedirão mais comida pronta? Os restaurantes vão ficar mais vazios? Os shoppings algum dia receberão de novo todos aqueles visitantes? Ou o comércio online tomará de vez a preferência dos compradores?

E, se o acima acontecer: o trânsito nas metrópoles vai diminuir?

As empresas de tecnologia ficarão ainda mais poderosas? O trabalho e o ensino a distância decerto ganharão espaço; mas quão diferentes eles serão? E, muito importante para quem tem filhos pequenos: as crianças vão entender que precisam escutar os professores na tela?

Falando em comunicação: a troca de mensagens por escrito evoluirá a ponto de transmitir com menos imprecisão a infinidade de nuances e emoções de uma conversa ao vivo?

As pessoas terão mais empatia? Mais preocupação com desigualdade social? Serão mais caridosas?

O investimento em ciência vai aumentar? As palavras de especialistas ganharão peso?

Haverá menos cooperação internacional? O pêndulo global vai se deslocar ainda mais para o Oriente?

A visão sobre o papel do Estado na economia mudará? O mercado de ações continuará a ganhar investidores após o tombo? Quais empresas e empregos jamais voltarão a existir? Que novas oportunidades de negócio esse novo mundo apresentará?

Estaremos aqui para ver essas respostas?

Roberto Dias, jornalista, é secretário de Redação da Folha de S. Paulo.

Mariliz Pereira Jorge: A burrice saiu do armário

Num país tão desigual, vemos burrice em todas as classes sociais

Depois de resolvermos a crise de saúde que vivemos, o país precisa correr atrás de um remédio para erradicar um outro problema gravíssimo: o da burrice.

Ao chamar Jair Bolsonaro de burro, meu colega Hélio Schwartsman disse com todas as letras algo que tive pudores em outras ocasiões. Contive minhas críticas em ignorante, obtuso, ignóbil. Mas o presidente é isso mesmo, burro.

Seria trágico o bastante que um sujeito tão limitado tivesse chegado à Presidência, não fosse o agravante de ser assessorado por gente do mesmo naipe. Quem acompanha as declarações de alguns de seus ministros, como Weintraub e Ernesto Araújo, do Mister Fim do Isolamento, Osmar Terra, do filho aspirante a embaixador e de mais uma dúzia de parlamentares do PSL, não tem a menor dúvida. São todos burros.

E há outro fato que a eleição de Bolsonaro pode confirmar: nossa educação é mesmo uma desgraça, como já suspeitávamos. Mas o empoderamento dos burros em cargos públicos, nos meios de comunicação alternativos e nas redes sociais permitiu que a burrice saísse do armário e revelasse que parte dos brasileiros só precisa ficar de quatro para começar a pastar.

O que explica uma moça afirmar que água tônica tem quinino, "princípio da cloroquina", sugerindo que serve de tratamento para a Covid-19? Burrice. E um comunicador comparar mortes pelo vírus com a quantidade de vítimas por engasgamento? Burrice. E a teoria de que o coronavírus teria sido criado para vender remédio? Burrice. E mais esta: um deputado questionar a eficiência do isolamento por que maridos e mulheres se abraçam e beijam seus filhos? Burrice.

No meio disso tudo, uma constatação surpreendente e preocupante. O Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, no quesito burrice vive em condições de igualdade. Tem gente burra em todas as classes sociais.

Mariliz Pereira Jorge é jornalista e roteirista de TV.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Dança das cadeiras na Câmara de São Paulo

Em meio à pandemia do novo coronavírus e com sessões da Câmara Municipal de São Paulo que praticamente se resumem a votações virtuais e teleconferências, a grande imprensa não deu nenhum destaque para a mudança de partido de alguns vereadores.

O fato é que no prazo final da chamada “janela partidária”, algumas filiações mexeram com a estrutura das bancadas e com a correlação de forças dentro do Legislativo paulistano, já por conta das eleições municipais (marcadas inicialmente para outubro mas que podem ser adiadas para 15 de novembro).

O PSDB passa a ter 12 vereadores, com a migração de Vereadora Rute Costa (ex-PSD) e Xexéu Tripoli (ex-PV), e se consolida como a maior bancada e também a que mais cresceu neste ano eleitoral.

Com 9 vereadores, o PT segue na vice-liderança em quantidade, sem nenhum alteração. Em seguida, com 6 vereadores vem o DEM, que perdeu Fernando Holiday para o Patriotas mas levou Caio Miranda Carneiro do PSB.

Com 4 vereadores estão empatadas as bancadas do Partido Liberal e agora a do Republicanos, após perder Rinaldi Digilio para o PSL.

Com três vereadores aparecem o PSB e o PSD. Com dois, o Cidadania, o MDB, o PSOL e o Podemos.

Com um vereador cada, estão o Novo, o PV, o PTB, o PSC e, a partir de agora, o PSL e o Patriotas, que não tinham nenhum representante na Câmara Municipal.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Apesar de tóxico e contagioso, tão grave como o coronavírus, bolsonarismo é útil e didático à Nação

Se o bolsonarismo serve para alguma coisa, talvez seja para nos ajudar a mapear as fronteiras entre a civilização e a barbárie.

Não há nada mais didático e simbólico que um bolsonarista convicto, raiz, fanático, para nos mostrar qual é o melhor caminho para encontrar a resposta correta de qualquer questão racional.

Fique do lado oposto de Bolsonaro e você terá 99,9% de chance de estar do lado certo.

"Ah, mas e o Lula?", "E a Dilma?", "E o PT?". Não sei, bolsotários. O Lula saiu da presidência em 2010 e está condenado. A Dilma sofreu impeachment em 2016 e caiu no ostracismo. Estamos em 2020! Dane-se o PT!

Só petista e bolsonarista não tira o PT da cabeça. Tudo para vocês se resume à polarização política e ideológica? Trocamos a mão de direção no Brasil, mas a escória da política segue no comando!  Vocês, à direita e à esquerda, que são igualmente viúvas do Lula e se merecem! Cruz credo!

A pandemia do novo coronavírus é o fim da linha para enxergar vida inteligente no bolsonarismo. Simplesmente, como diria o Padre Quevedo, "isso non ecziste"!

É incompatível ser racional, inteligente, ter empatia, equilíbrio, lucidez e algum grau de humanidade com o ato de se declarar bolsonarista, fazer arminha com os dedos, carreata, buzinaço, aglomeração, teoria conspiratória ou postagem de fanatismo ao presidente demente.

Ninguém é contra a economia, o emprego, o combate à fome e à miséria, o direito de ir e vir. Mas todo o mundo civilizado é contra a ignorância, o desconhecimento, a desinformação, e faz essa campanha pelo isolamento social porque vivemos tempos dramáticos.

Temos que combater ao mesmo tempo o vírus e a irresponsabilidade - ambos letais - num momento em que há carência de grandes líderes. E, pior, quando temos excesso de governantes populistas, irresponsáveis, indecorosos, sociopatas.

O Brasil precisa virar essa página do bolsonarismo. Que o povo entenda que não se combate um erro com outro maior, aquilo que é ruim com outro pior. Que não vamos erradicar a corrupção, a falta de ética e a má política com um bando de lunáticos inimigos do estado democrático de direito.

Diagnosticada a doença, que se aplique rapidamente o melhor remédio. Impeachment, renúncia, afastamento, interdição, interferência divina... Qualquer coisa! Mas que seja breve o fim do desgoverno de Jair Bolsonaro, esse meme que virou presidente por uma fraquejada e empurra o Brasil a passos largos para o obscurantismo!

quinta-feira, 9 de abril de 2020

O que você acha das declarações do presidente?

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem no Datena que o brasileiro deve retomar imediatamente a rotina normal, voltar ao trabalho, sair às ruas. Disse que ficar em casa é até prejudicial, que causa depressão e aumenta o número de suicídios.

Afirmou que cuidar da saúde dos idosos e mantê-los no isolamento é problema de cada família e não pode ser jogado “nas costas do Estado”. Cada um que cuide de evitar que seus velhinhos se contaminem pelo coronavírus. O que importa é salvar a economia.

Hoje vemos muito mais gente e carros nas ruas. Aglomeração. Congestionamentos. Filas em bancos, mercados, lotéricas, peixarias. Ônibus e metrô mais cheios. Gente viajando para a Páscoa. O oposto de tudo o que médicos e cientistas recomendam.

O que você acha disso tudo?

quarta-feira, 8 de abril de 2020

A culpa é dos comunistas!

#BolsonaroTemRazão

Vamos aos fatos: em pleno 2020, temos no Brasil um presidente inepto e um séquito de milicianos descerebrados que o elegeram para acabar com o comunismo. (Oi?)

Bolsonaro seria então um enviado (ops!) de Deus (perdão, Senhor!) para nos revelar as verdades sobre o “vírus chinês” e a conspiração vermelha para dominar o mundo.

Só por Deus, mesmo.

Perdoa-lhes, Pai...

Não, espera aí!

Pensando melhor: Viva o bolsonarismo, nossa dose diária de humor nonsense!

Se não bastasse a cretinice dos fanáticos e lunáticos dessa bolha, um simples olhar isento da realidade mostraria o tamanho da alienação ideológica da escória que classifica todo crítico como petista ou comunista e nos manda para Cuba, para a China e para a Venezuela.

Gente minimamente letrada sabe que o comunismo, como doutrina econômica e política, caiu junto com o muro de Berlim há mais de 30 anos, em 1989. E que a tal “ameaça comunista”, hoje, tem tanta probabilidade de existir como a mula-sem-cabeça, o saci-pererê e o homem do saco (embora o nosso já esteja cheio!).

E o que faz este governo bolsonarista, tão bem representado pelo presidente demente, por ministros do naipe destes da Educação, do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, ou pelos filhotes limítrofes e seguidores do guru charlatão Olavo de Carvalho?

Derruba todas as pontes com o mundo civilizado, com a cultura e com a ciência. Bajula Donald Trump enquanto indispõe o Brasil com a Europa e com a China, por exemplo, que é a maior parceira comercial do Brasil e uma das maiores potências econômicas do mundo a troco de memes e curtidas na internet.

Ah, mas a China é comunista! Tolinhos... Quando Bolsonaro foi lá beijar a mão do presidente chinês Xi Jinping em Pequim nenhum bolsominion ficou vermelho (nem de vergonha!). E agora o Brasil rasteja atrás do governo chinês por máscaras, luvas e respiradores.

Ah, mas se não fosse Bolsonaro, o Brasil teria virado comunista mas mãos do PT... Ah, claro! Lula governou de 2003 a 2010. Dilma, de 2011 a 2016. E o Brasil por acaso virou comunista? Ficou mais corruPTo, isso sim! Que o digam políticos, banqueiros, empreiteiros e investidores internacionais com seus lucros recordes!

Nada mais capitalista que os governos petistas no Brasil! Vão estudar História, bolsotários! E, outra: Lula saiu em 2010 e está condenado! Dilma saiu em 2016 pelo impeachment e acabou! Estamos em 2020! Vocês vão comparar a ruindade do Bolsonaro com o PT até quando?

Ah, mas o Haddad ia transformar o Brasil numa Venezuela! Sei. Venezuela é aquele país onde o presidente prega o fechamento do Congresso e do Supremo, que ameaça com uma intervenção militar para se manter no poder e que o povo disputa no tapa o papel higiênico, né? Reflitam.

Ah, vai pra Cuba! (Se bobear, até o presidente Boçalnaro e seus milicianos amestrados vão atrás dos médicos cubanos quando acabarem infectados por essa “gripezinha”...).

Então, comunismo é o c******! O problema de vocês é a ignorância, a alienação, a falta de estudo, de bom senso e de discernimento! A ausência total de empatia! A cegueira ideológica! A lavagem cerebral! Idiotas!

terça-feira, 7 de abril de 2020

Faltou tinta na caneta ou faltou coragem?

E aí, o que vcs acham da declaração do Bolsonaro, de que ele “tem a caneta” e que vai demitir ministro que de achar muito “estrela”?

É um recado direto ao Mandetta, ao Moro e ao Paulo Guedes, que andam discordando dele e que ele faz questão de desautorizar em público.

A novela atual é: demite ou não demite o Mandetta?

Ele convocou uma reunião para demitir e anunciar o Osmar Terra no lugar. Depois não fez nada. Desistiu? Não deixaram?

Será que faltou tinta na caneta ou faltou coragem?

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Bolsonaro é o maior estorvo do próprio governo

Já sabíamos que Jair Bolsonaro é inepto e inapto para a Presidência da República. Dito por ele mesmo, ignora princípios básicos da economia, por exemplo, e é completamente despreparado para a liturgia do cargo.

Por isso, como vantagem apontada pelos seus seguidores, teria escolhido um ministério técnico e competente para tocar cada área do governo. Obviamente isso não ocorreu em pastas ocupadas por lunáticos da sua bolha ideológica, como Educação, Meio Ambiente e Relações Exteriores. Mas vá lá, aceitemos no geral a narrativa bolsonarista.

Só que agora, enciumado e invejoso, o presidente diz que vai “usar a caneta” contra ministros que supostamente teriam virado “estrelas” e não aceitam simplesmente atuar como meros capachos do chefe psicótico, na hierarquia autoritária e opressiva que o presidente demente e incompetente deseja impor ao governo.

Então Mandetta, Sérgio Moro e Paulo Guedes, para citar as três maiores “estrelas”, estão constantemente na mira da milícia bolsonarista nas redes, do bullying diário e do assédio moral do presidente. São desautorizados em público e obrigados a bajular Bolsonaro a cada pronunciamento, para satisfazer a insegurança doentia e disfarçar o isolamento do capitão de araque.

Bolsonaro acabou. Virou um daqueles malucos folclóricos com seguidores fanáticos igualmente desequilibrados de histórias que acabam em tragédias, tipo o suicídio coletivo de toda a seita (o que, convenhamos, não seria de todo mal para virarmos essa página).

O fato é que Bolsonaro se tornou o maior estorvo do seu próprio governo. Diante da inoperância da oposição tradicional, por omissão, incapacidade ou cumplicidade, ele mesmo faz esse papel, ladeado por seus filhos aparvalhados, olavistas, terraplanistas, fundamentalistas e limítrofes do mesmo naipe.

Até quando o Brasil vai tolerar isso?

sábado, 4 de abril de 2020

Hélio Schwartsman: Bolsonaro virou o bobo da corte

A piada em que Bolsonaro se transformou poderá custar vidas

Jair Messias Bolsonaro tornou-se um bobo da corte, com uma diferença importante: bobos da corte costumavam dizer verdades.

Os sinais de que o presidente da República deixou de ser levado a sério são numerosos e inequívocos. Prefeitos e governadores, alguns dos quais eleitos na mesma onda conservadora que impulsionou Bolsonaro, fazem exatamente o contrário do que ele recomenda —e não hesitam em explicitar isso.

Até ministros de Estado, que foram por ele escolhidos e são demissíveis "ad nutum", se articulam para fazer o by-pass do chefe. Além de Mandetta, Moro e Guedes já disseram, ainda que tentando esboçar alguma diplomacia, que apoiam as medidas de isolamento social que Bolsonaro renega. Há notícias de que o núcleo militar tenta enquadrá-lo, mas a persuasão, quando surte efeito, é transitória. Só dura até a próxima declaração ou postagem, quase sempre uma combinação de mentiras com delírios.

É bastante sintomático que empresas de mídia social como Twitter e Instagram tenham decidido censurar manifestações de Bolsonaro, por julgar que se tratam de falsidades que colocam pessoas em risco.

No Congresso o clima não é muito diferente. Parlamentares já desistiram de esperar que Bolsonaro exerça a liderança que caberia ao presidente num momento como este e estão cuidando de elaborar por conta própria medidas para atenuar a crise. Se o Legislativo estivesse operando em condições de normalidade, estaríamos possivelmente iniciando procedimentos de impeachment.

O isolamento de Bolsonaro é internacional. Se, até uma ou duas semanas atrás, ainda havia líderes populistas apostando no negacionismo, como o mexicano Andrés Manuel López Obrador e o próprio Donald Trump, eles vislumbraram o tamanho da encrenca e adotaram uma posição mais responsável. Bolsonaro ficou praticamente sozinho.

Só não dá para rir da piada que Bolsonaro se tornou porque ela poderá custar vidas.

Hélio Schwartsman é jornalista, colunista da Folha de S. Paulo e autor de "Pensando Bem…".

Fernando Gabeira: O vírus da guerra cultural

De certa forma, uma epidemia como esta do coronavírus já estava prevista por estudiosos. O que não estava ainda no nosso radar era o impacto da ignorância humana em aceitá-la para realizar o combate frontal contra ela.

À pequena capa gordurosa do vírus foram acrescidos os fluidos da ideologia, tornando-o ainda mais perigoso e letal. Agora que aconteceu, constatamos que essa reação não era de todo imprevisível. Um movimento moderno de descrédito da ciência, do conhecimento, da imprensa facilmente desaguaria nesta oposição a uma ululante realidade sanitária.

A eleição de Donald Trump e a de Jair Bolsonaro são um marco destes tempos modernos. Ambos viram o surgimento do coronavírus como ameaça a seus governos e passaram aos seguidores a impressão de que todo o debate sobre o tema era manobra de oposição. A emergência do corona transformou-se, então, para eles numa guerra cultural contra os inimigos de sempre.

Ao transfigurar uma realidade sanitária num confronto político, usaram com naturalidade sua arma comum, fake news, para vencer a batalha. Nos Estados Unidos, por exemplo, a extrema direita travou uma luta direta contra a principal autoridade sanitária, Anthony S. Fauci, cobrindo-o de ofensas gratuitas.

Preocupado com sua reeleição, Trump tentou corrigir o rumo. Bolsonaro resistiu mais, de forma desagregadora. Seguidores usaram a mesma tática de fake news para desacreditar as mortes e classificar os mensageiros da realidade como uma torcida pelo vírus.

Os mais intelectualizados entre eles chegaram a afirmar que nos EUA morre mais gente engasgada por ano do que os primeiros milhares de mortos pelo coronavírus. Não se detiveram a analisar por que os norte-americanos não constroem, às pressas, hospitais de campanha para socorrer engasgados, muito menos por que não reduzem o ritmo da economia para evitar o contágio entre engasgados.

Bolsonaro liderou uma espécie de uma farsesca revolta da vacina. Em 1904 a população, que vivia em terríveis condições sanitárias, rebelou-se contra um governo que queria modernizar e higienizar a cidade e um cientista, Osvaldo Cruz, que queria vaciná-la. Agora um presidente se rebelou contra a orientação científica e grã-finos em carros importados desfilam pelas ruas afirmando que o povo precisa voltar a trabalhar.

Esse espetáculo patético drenou um pouco da nossa energia no combate ao coronavírus. Se nos detivermos no urgente debate das medidas sanitárias, há sempre alguém para dizer: por que não combater o Bolsonaro?

Sou dos que pensam que o combate ao vírus é uma prioridade planetária e que os adversários desse combate serão triturados pela História.

No mundo real, precisamos aprender com os países que já passaram por uma fase intensa da epidemia. Em todo lugar ficou evidente a necessidade de equipamentos de proteção individual para médicos e profissionais de saúde. É um ponto decisivo. Cerca de 20% dos nossos médicos estão numa faixa de idade que os põe no grupo de risco. Podem ser úteis na telemedicina, mas não vão ser escalados na linha de frente.

Os vídeos que mostram os profissionais da Coreia do Sul se vestindo para o trabalho revelam como o equipamento é necessariamente redundante para proteger contra o vírus. Os Estados Unidos já começam a ter problemas nesse campo. Eles vão surgir no Brasil, uma vez que o equipamento é disputado no mundo inteiro.

Uma das saídas é canalizar parte da solidariedade social para fortalecer os profissionais de saúde. Se não for possível complementar a deficiência de equipamentos, ao menos garantir uma infraestrutura de repouso. Muitos temem voltar para a casa e pôr a família em risco.

Nos primeiros artigos sobre o tema enfatizei a importância dos 220 milhões de smartphones. O governo vai usar os telefones para monitorar a população. Isso aumenta nossas chances. Existe uma possibilidade, que começa a ser usada também nos EUA, por meio de uma empresa que vende termômetros conectados à internet. Conseguem medir a temperatura de 160 mil pessoas, mas o potencial é muito maior.

Discutimos no início da pandemia sobre o alcance desses métodos. Pensadores como Yuval Harari temem uma avanço na quebra da privacidade, com o controle entrando pela nossa pele. Mas pelo que vi do método que o Brasil usará, a participação será voluntária. Da mesma forma, o controle de temperatura pode ser voluntário.

No fundo, o combate ao coronavírus, além da solidariedade humana, depende basicamente de conhecimento. Todo esse esforço de consultar o povo é indispensável. Seria mais facilmente vitorioso se complementado por testes em massa. Testes para detectar o vírus, testes para detectar anticorpos e potencial imunidade, testes para avaliar o potencial de evolução da doença em cada organismo.

Temos falado muito de ignorância, sobretudo a partir da atuação de Jair Bolsonaro. A frase de Barack Obama é repetida muitas vezes: a ignorância na política ou na vida não é uma virtude. Mais do que nunca, vencer não apenas a ignorância humana, mas também a ignorância específica sobre esse novo coronavírus, é a luta principal desse combate planetário.

Fernando Gabeira é escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Uma imagem que nos dá a dimensão da pandemia



A imagem de centenas de covas abertas no Cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, à espera de mortos pelo coronavírus, é muito forte e significativa.

Muita gente não deu muita importância para essa “gripezinha”, achando que jovens são imunes, que só idosos ou pessoas fragilizadas por outras doenças corriam algum risco.

O choque de realidade vem fazendo as pessoas mudarem de opinião. Que não seja tarde demais... 🙏🏻

quarta-feira, 1 de abril de 2020

1° de abril: dia nacional do bolsonarismo

Eu preciso reconhecer que tenho sido injusto com o presidente Bolsonaro.

Ele demonstra que é o líder que o Brasil precisa! Digno, preparado, responsável, ponderado, competente, um verdadeiro estadista.

Prometo nunca mais fazer oposição a este grande democrata, muito menos à forma republicana com que ele dirige o País.

Um grande dia este 1° de abril!

Falando nisso, um resumo do pronunciamento do presidente neste 31 de março:: ele obedece a OMS. Fake news.

Mandou todo mundo voltar ao trabalho, pegar coronavírus e contar com a força divina.

Vai aumentar o número de UTIs com respiradores e mandou o exército produzir milhões de comprimidos de cloroquina.

Mesmo assim, perderemos vidas. Muitas vidas. Faz parte. Ele mesmo já perdeu entes queridos no passado.

Conclusão: é um grande fdp, canalha, mentiroso, irresponsável.