segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Nada como uma polícia amiga e uma justiça que come na mão para proteger Bolsonaro, a familícia e aliados corruptos


Quem votou em Jair Bolsonaro gosta de afirmar por aí que estamos há um ano e nove meses sem corrupção, destacando como supostas qualidades deste governo a honestidade, a coragem e a transparência.

Mas aí vem a realidade dos fatos atropelada pela hashtag #BolsonaroFujão para restabelecer a verdade e recolocar a escória bolsonarista no seu devido lugar. Covardes, bandidos, fujões, cúmplices, corruptos.

O presidente e seus filhos delinquentes vivem fugindo da justiça, da polícia e da imprensa, escondidos sob o foro privilegiado e em ações que envolvem não apenas seus advogados de defesa, mas juízes de primeira instância, ministros dóceis do STJ, TSE e STF, além da ingerência ilegal na PF e na PGR.

Neste exato momento, Jair Bolsonaro está fugindo do depoimento presencial sobre a interferência criminosa na Polícia Federal para defender seus filhos e aliados, bem como conseguiu a suspensão do inquérito pela mão amiga do ministro Marco Aurélio Mello (aquele que é primo de Fernando Collor de Mello), a pedido da Advocacia Geral da União.

Ainda no STF, sob a presidência recém-encerrada do ministro Dias Toffoli (aquele que foi advogado do PT), Bolsonaro viveu uma “lua de mel”. Nenhuma ação contra o presidente foi pautada, enquanto houve um claro esvaziamento da Lava Jato, foram derrubadas decisões de Sérgio Moro e até mesmo a prisão em segunda instância foi proibida.

Aonde estão as investigações sobre o depósito do Queiroz na conta da primeira-dama? E as denúncias envolvendo o senador Flávio Bolsonaro? Tudo bloqueado pela turma mais dócil do Supremo aos corruptos. Medidas protelatórias e o foro privilegiado que Bolsonaro prometia combater é o que protege ele próprio e seus filhos da punição.

No STJ, a família Bolsonaro também nada de braçada - e, perdoe o trocadilho involuntário, nada avança contra a familícia. É investigação de rachadinha paralisada, é censura contra matéria da Globo sobre corrupção concedida a pedido do filho, é habeas corpus para soltar o Queiroz. Se Bolsonaro manda, quem tem juiz obedece.

Polícia domesticada, procurador-geral fiel ao dono, justiça parceira em todas as instâncias funcionando como um grande parque de diversões do governo e da família Bolsonaro, que tem seu passaporte da alegria liberado para festejar com os amigos a impunidade.

Não me diga que só você não percebeu que Bolsonaro trocou a amizade de Sérgio Moro, o juiz caçador de corruptos, por Roberto Jefferson, o corrupto que foi preso e condenado, lidera a quadrilha do Centrão e está na linha de frente dos inimigos da Lava Jato, que une de Lula e a Bolsonaro com seus bandidos de estimação.

Bem, a diferença é que Lula está condenado e inelegível. Saiu da Presidência em 2010 e hoje vive como um espectro da oposição com suas aparições eventuais em lives de petistas e aliados, quase todos enjeitados e fadados ao fracasso. E onde está Bolsonaro, o fujão?

Fugiu dos debates na campanha presidencial, fugiu dos esclarecimentos sobre laranjas no governo, fugiu das perguntas sobre o Queiroz, fugiu da responsabilidade sobre falas e ações no combate à pandemia, fugiu dos inquéritos do gabinete do ódio e das fake news, foge das próprias promessas - e até da sombra de inimigos reais e imaginários.

E os filhos? Fogem igualmente de tudo isso e mais um pouco: ódio, fake news, rachadinhas, fantasmas. Além de ajudarem os outros a fugir. Votando contra o impeachment do Crivella no Rio, escondendo o Queiroz na casa do advogado, mandando ministro suspeito com passaporte diplomático para os Estados Unidos. Fujões.

Assim é fácil afirmar que o Brasil está há um ano e nove meses sem corrupção no governo. Se não há investigação, já que todos fogem, obviamente não há nenhuma apuração, nem presos ou condenados. Mais fiel à realidade seria dizer que o Brasil está há um ano e nove meses sem governo, sem oposição, sem justiça, sem rumo e sem noção. Uma vergonha.