quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Hoje tem o 1º debate na Band: Prefeitura acima de tudo, Bolsonaro acima de todos

A campanha para a Prefeitura de São Paulo ainda está só esquentando, mas nesta quinta-feira, 1º de outubro, já acontece o primeiro debate entre os principais candidatos, às 22h30, na Band.

Foram convidados e confirmaram presença Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota), Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Filipe Sabará (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT), Joice Hasselmann (PSL), Márcio França (PSB) e Orlando Silva (PCdoB).

De última hora, a candidata da Rede Sustentabilidade, Marina Helou, recorreu à justiça e também garantiu participação. Ela alegou que o partido elegeu cinco representantes ao Congresso Nacional em 2018, cumprindo portanto a exigência legal que lhe assegura figurar no debate.

Outro fato inusitado envolve o candidato do Novo, Filipe Sabará, que oficialmente segue em campanha mas na prática viu anunciada a sua suspensão pelo partido, em apuração interna mantida sob sigilo. (Oi? Novo? Pode isso, Arnaldo?)

Onze participantes é um número muito elevado, que inviabiliza o aprofundamento das discussões, ainda mais com regras engessadas. Mas a expectativa para o encontro mediado pelo jornalista Eduardo Oinegue é que propicie alguns bons embates, rendendo memes e repercussão nas redes sociais.

Iniciado o debate, ficarão mais claras as táticas e estratégias dos concorrentes em três movimentos principais: 1) a união eventual de adversários para atacar um inimigo em comum: o atual prefeito, Bruno Covas; 2) a disputa pelo eleitorado bolsonarista; 3) um embate paralelo entre os nomes da esquerda.

O prefeito Bruno Covas, favorito à reeleição, será o alvo principal de todos, certamente. Mas Celso Russomanno, que tenta colar na aprovação do presidente Bolsonaro e aparece como principal oponente de Covas (e Doria) nas pesquisas, também não vai escapar de provocações.

Batendo dos dois lados, veremos Marcio França e Andrea Matarazzo fazendo malabarismos e tabelinhas para se apresentarem ao mesmo tempo como alternativas de centro aos tucanos, aos petistas e aos bolsonaristas. Missão difícil, até pelo histórico de ambos.

No cenário polarizado teremos, de um lado, Russomano, Joice, Sabará e Arthur digladiando para tentar lacrar nas redes, cativar o eleitorado originalmente de direita e disputar quem é mais palatável aos bolsonaristas.

Do outro lado, Jilmar Tatto, Guilherme Boulos e Orlando Silva travando uma disputa pela hegemonia da esquerda, tentando jogar no mesmo balaio tucanos e bolsonaristas, e disputando entre si quem vai se cacifar como o mais legítimo representante do espólio lulista.

Vamos avaliar com atenção o movimento de cada peça nesse tabuleiro da sucessão paulistana. Amanhã a gente comenta por aqui as nossas impressões do debate e da largada oficial da disputa (e, por favor, que ninguém surte como Trump no primeiro debate das eleições americanas. Amém! 🙏🏻 ).