quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Queremos mais mulheres como protagonistas das eleições


Todo mundo concorda que é importante incentivar a participação das mulheres na política, mas em geral vemos pouca representatividade feminina no Executivo e no Legislativo.

Nas eleições de 2020 temos até um registro recorde de candidatas, o que é um fato positivo, mas ainda assim continua sendo uma minoria que gira em torno dos 30% da cota obrigatória determinada para os partidos, enquanto as mulheres são 52,5% do eleitorado.

Dos 33 partidos que lançaram candidaturas à vereança no Brasil, a média de mulheres concorrentes às câmaras municipais é de 34% do total de candidatos. Em 2016, esse percentual era de 32%. Em 2012, 31%.

Para as prefeituras o número de candidatas é bem menor: apenas 13% do total. Esse número sobe um pouco nas capitais. As mulheres são 18% (índice equivalente ao das eleições municipais de 2016).

No entanto, cresceu a quantidade de mulheres que aparecem como vice nas chapas, ao lado de candidatos homens. Se em 2016 a participação feminina era de 27%, agora atingiu um índice recorde de 41%.

A cidade de São Paulo já teve duas mulheres prefeitas: Luiza Erundina, eleita em 1988; e Marta Suplicy, no ano 2000. Ex-petistas, ambas tem participação ativa nas eleições de 2020. Erundina é candidata a vice de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta coordena um movimento suprapartidário de apoio a Bruno Covas (PSDB).

Neste ano, de 14 candidaturas lançadas à Prefeitura de São Paulo, apenas três são mulheres: Joice Hasselmann (PSL), Marina Helou (Rede) e Vera Lúcia (PSTU). Um percentual de 21,4% (acima da média nacional), pouco ainda e todas bem distantes das primeiras colocações nas pesquisas de intenção de voto.

Por outro lado, dos onze homens candidatos, cinco tem mulheres compondo a chapa como vice. Ou 45,4%. São elas: Adelaide Oliveira (de Athur do Val, do Patriota), Andrea Barcelos (Orlando Silva, PCdoB), Marina Helena (que era vice do impugnado Sabará, do Novo), Marta Costa (Matarazzo, PSD) e a já citada Erundina (Boulos, PSOL).

Na Câmara Municipal de São Paulo, das onze mulheres eleitas em 2016 (ou 20%, o maior percentual até hoje), apenas nove prosseguem vereadoras e oito buscam a reeleição: Adriana Ramalho (PSDB), Edir Sales (PSD), Janaína Lima (Novo), Juliana Cardoso (PT), Noemi Nonato (PL), Rute Costa (PSDB), Sandra Tadeu (DEM) e Soninha Francine (Cidadania).

A vereadora Patricia Bezerra (PSDB) não é candidata e apóia a eleição do marido, o ex-vereador e ex-deputado Carlos Bezerra Jr. A também tucana Aline Cardoso permanece no secretariado do prefeito Bruno Covas, abrindo mão de nova candidatura. E Sâmia Bomfim (PSOL) foi eleita deputada federal em 2018.

Afinal, o que as mulheres eleitoras estão esperando para fazer valer a sua maioria? Opções não faltam, entre vereadoras que buscam a reeleição ou candidatas novatas. Pesquise no partido da sua preferência.

É hora de eleger mais mulheres, sem depender de cotas ou obrigações partidárias. Defendemos uma reforma política, mas melhorar o equilíbrio de gênero na Câmara é uma medida que depende apenas do nosso voto no dia 15 de novembro.