segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Trump já foi; agora falta Bolsonaro

É incrível como o simples anúncio da vitória do presidente norte-americano Joe Biden e da carismática vice Kamala Harris já bastou para tornar mais leve o clima político nos Estados Unidos e a expectativa por dias melhores no mundo, de um modo geral.

Também é óbvio que nenhum problema vai deixar de existir milagrosamente. Tudo segue como antes: miséria, violência, guerras, injustiças, pandemia, desemprego, preconceito, racismo, homofobia, crise ambiental, poluição, mudanças climáticas...

Mas eu falo mesmo da positividade e do humor das pessoas, que começam a enxergar um mundo com menos ódio, ignorância, negacionismo, obscurantismo. Derrotar Trump e tudo o que ele representa era fundamental para a humanidade, para a civilização.

O mesmo ocorre aqui no Brasil. Precisamos desde já vencer Bolsonaro e o bolsonarismo, esta bolha ideológica e idiotizada de lunáticos, desequilibrados e deliquentes. O nosso Trump abrasileirado, cópia mal feita do presidente demente que não reconhece a derrota. Golpista.

Democracia, para líderes insanos e desqualificados como Trump e Bolsonaro, serve apenas para levá-los ao poder. Depois, ali instalados, eles questionam, desprezam e tentam destruir as instituições. Mas jamais serão maiores que a vontade democrática do povo. Nem vão nos calar!

Um já foi - ainda que mobilize seus fanáticos com narrativas fantasiosas de fraudes e mirabolantes teorias conspiratórias. 

O outro está desmoronando aos poucos. Perderá nas eleições municipais e será definitivamente afastado pelas ruas e pelas urnas em 2022.

As máscaras estão caindo. Apesar do foro privilegiado, das interferências indevidas na PGR, na PF, no STJ e no STF, da cumplicidade criminosa do Centrão e das milícias reais e virtuais, o brasileiro começa a perceber toda a rede de mentiras, a sujeira, a canalhice e a bandidagem.

A oposição é necessária. O diálogo, a resistência democrática, a reflexão, a reação aos ataques orquestrados e destrutivos desse desgoverno de transgressores incapazes, inaptos e ineptos, é uma urgência imposta à sociedade, aos movimentos cívicos, aos partidos e a cada um de nós, cidadãos.

Como disse Kamala Harris, primeira vice-presidente mulher e negra no já histórico discurso da vitória nos EUA, a mensagem no voto foi clara: “Vocês escolheram esperança, decência, ciência e, sim, verdade", afirmou.

"Essa época tem sido desafiadora, principalmente nos últimos meses, a tristeza, a dor, as lutas. Mas também testemunhamos sua coragem, sua resiliência e a generosidade do seu espírito. Por quatro anos, vocês marcharam, se organizaram por igualdade, justiça, pelas nossas vidas, pelo nosso planeta".

E se Bolsonaro faz tanto esforço para atuar como um dublê de Trump, um clone tão perverso, estúpido e deletério quanto o original, vamos também reproduzir nas urnas, nas redes e nas ruas, aqui no Brasil, essa reação da razão contra os obscurantistas, da civilização contra a barbárie.

Quem votou em Bolsonaro, pelos mais variados motivos, mas já percebeu que ele é uma fraude, também será muito bem-vindo na construção de uma alternativa democrática para superarmos juntos esse triste período da nossa história. Oposição racional, responsável, consciente, justa, inteligente. #ForaBolsonaro