sexta-feira, 19 de março de 2021

A polícia vai bater na minha porta se eu chamar Bolsonaro de genocida?


Aceita que dói menos. O choro é livre. Acabou a mamata, esquerdista filho da puta. Secou a teta do governo, comunista gay de merda. Bolsonaro botou no c* da oposição. Essas frases são apenas algumas das mais usadas por aqueles que se dizem “fechados com Bolsonaro”. Freud explica.

O próprio presidente demente, nagacionista, miliciano e armamentista, preconceituoso, machista, misógino, homofóbico, nostálgico da ditadura e da tortura, solta pérolas como “morreu, e daí?”. “Todo mundo vai morrer um dia”. “Não sou coveiro”. “O que eu posso fazer, vou chorar?”. Ou coisas do tipo “ela é feia demais para ser estuprada”.

Isso, seguido e aplaudido por uma horda de bárbaros, fanáticos e lunáticos que defendem um golpe militar e o fechamento das instituições republicanas, inclusive fazendo apologia de violência física, espancamento, tiro e a morte de inimigos reais e imaginários, ou de quem ousar atravancar a marcha bovina dessa escória bolsonarista.

Mais grave que ameaças e xingamentos virtuais nas redes, ou manifestações presenciais dessas bestas desmascaradas nas ruas, é o uso da estrutura do Estado como polícia política. Ontem foram presas cinco pessoas que protestavam com cartazes contra Bolsonaro. Aonde chegamos? Qual foi a ofensa tão grave para atingir esse lixo tóxico do bolsonarismo?

Que mimimi é esse, Bolsonaro? Então quer dizer que não pode te chamar de GENOCIDA? Você pode vomitar o que pensa, atacar homem, mulher, gay, gente, bicho, máscara, vacina, Congresso, Supremo, e o povo não pode dizer o que pensa de um presidente inepto, desqualificado, desequilibrado, incompetente, incapaz, irresponsável, sociopata, criminoso?

Chamar de genocida rende processo. Roubar dinheiro público, atacar as instituições e fazer apologia do golpe, idolatrando torturador e festejando a ditadura (como vão fazer no dia 31 de março) gera proteção da polícia e da justiça, como garante o foro privilegiado da familícia covarde e delinquente, o aparelhamento da PF e da PGR, e a cumplicidade de partidos e políticos governistas omissos, corruptos e bandidos.

Aqui reproduzimos o cartaz que motivou a prisão do manifestante. Ele próprio já é a reprodução de uma charge de Aroeira, que tinha motivado também um pedido de abertura de inquérito pelo desgoverno federal, de pronto repudiado por jornalistas, chargistas e cidadãos democratas em geral. Não vão nos intimidar. Não vão nos calar. Aceita que dói menos, Bolsonaro. Genocida.