segunda-feira, 19 de abril de 2021

Vamos desejar uma boa semana para o nosso político de estimação?


Como é possível que algum brasileiro deite a cabeça no travesseiro e durma em paz com 400 mil mortos na pandemia? Pior ainda se o sujeito for um político eleito pelo povo e tiver um pingo de dignidade e empatia. 

Não é possível que um mandatário não se sinta indignado e clame diariamente pelo impeachment de Bolsonaro e a punição de seus pares (inclusive governadores e prefeitos) corruptos, irresponsáveis, delinquentes, assassinos.

A política brasileira transita entre a inoperância e a incapacidade, a omissão e a cumplicidade, enquanto seguimos com um presidente demente, negacionista, canalha, genocida, que desestimula os protocolos sanitários, faz propaganda contra a máscara e a vacina, prossegue incentivando aglomerações, aperta a mão de centenas de pessoas e ainda posa feliz e desafiador com um bebê no colo.

Que tipo de sociopatia tem essa escória da sociedade, Bolsonaro e os bolsonaristas, seus eleitores, apoiadores, assessores, seguidores e partidários do demônio disfarçados em “cidadãos de bem”, defensores da família e conservadores dos bons costumes?

Que fraquejada da natureza e da humanidade pode ter ocorrido para empoderar esses vermes que oscilam entre o mais bárbaro obscurantismo e a prodridão da política do ódio com ações criminosas, opressoras, repressoras e exterminadoras de tudo aquilo que lhes pareça ameaçador (real ou imaginário).

E assim bolsonaristas atuam como cavaleiros da besta do apocalipse para destruir a democracia, as instituições republicanas, a cultura, a educação, a saúde, o meio ambiente, a diversidade, a liberdade, a esperança e a vida.

Se eu me oponho a Bolsonaro e ao bolsonarismo sou automaticamente carimbado na testa como comunista. Claro, nada mais elementar para um acéfalo ou lunático com poder.

Mas não sejamos injustos. O bolsonarismo é apenas o sintoma mais visível de uma doença muito maior que acomete o ser humano. Muito mais letal que o coronavírus. A política está deteriorada, surrada, batida. Os partidos estão desgastados, corroídos, envelhecidos.

Que tipo de político simboliza hoje o Brasil? A familícia Bolsonaro? A deputada e pastora Flordelis, assassina que segue com mandato na Câmara? O vereador Jairinho, torturador de crianças, idem? O importunador sexual Fernando Cury, que seus colegas exaltam como pai de família exemplar? Que país é esse? Que tipo de brasileiro e ser humano somos nós?