domingo, 21 de novembro de 2021

Será que a escolha para 2022 vai se resumir ao fanatismo por Lula, Moro ou Bolsonaro?


Dizer que se busca uma 3ª via para as eleições de 2022, tudo OK. É perfeitamente possível, legítimo e democrático. Mas quem diz isso? Qualquer um! Dá para levar a sério? Não! Aí que está o problema! Todo mundo que, a princípio, não está com Lula ou Bolsonaro embarca nesse discurso do “nem, nem” - mas isso não significa muita coisa. É quase nada.

Não dá na mesma apoiar Ciro, Moro, Doria, Leite, Virgilio, Pacheco, Mandetta, D’Avila, Simone, Alessandro, Daciolo, Eymael, Datena ou quem mais apareça. Eles não tem o mesmo perfil, o mesmo caráter, os mesmos princípios, as mesmas ideias, os mesmos programas, as mesmas competências, experiências e histórias de vida.

Já ironizamos aqui, outro dia, que não existem apenas três, mas 33 vias de presidenciáveis (uma para cada partido legalizado no Brasil). Todo potencial candidato se julga no direito (e tem) de se lançar por algum partido, mas a maioria simplesmente não dá o braço a torcer que a vez pode ser do coleguinha, que se houvesse unidade em torno de outro nome e outra proposta, a chance de chegar ao 2º turno (e vencer) aumentaria exponencialmente.

“Farinha pouca, meu pirão primeiro”, diz o velho ditado. Fato é que não haverá a prometida unidade da tal 3ª via - e não apenas pelo egoísmo dos candidatos e de seus partidos, mas porque realmente há caminhos inconciliáveis entre eles. E a fragmentação dos votos de quem busca uma alternativa a Lula e Bolsonaro acabará por fortalecer a polarização.

Aí voltamos ao erro essencial do discurso “nem, nem”: Simplesmente negar Lula e Bolsonaro sem apresentar uma proposta viável e consistente contra ambos, que já tem um eleitorado cativo e consolidado, até por buscarem a reeleição (mesmo Lula, 12 anos depois, mas com um histórico de realizações nos governos petistas e agora reabilitado na Justiça) é o caminho mais curto para a derrota.

Lula e Bolsonaro não são iguais, nem representam dois extremos. Também são diferentes os candidatos que tentam se viabilizar na 3ª via. A prioridade do país, oportunidade que já está perdida graças a uma série de fatores, mas todos girando em torno da péssima política que se faz hoje em dia, deveria ser derrotar Bolsonaro e garantir a sobrevivência da democracia, do estado de direito e mesmo de cada brasileiro abandonado à própria sorte com este verme que desgoverna o Brasil.

Para fechar o raciocínio, vale uma aposta para 2022. Salve aí o print e me cobre daqui a um ano. Uma vaga no 2º turno está garantida ao PT. Pois até quando o antipetismo estava no auge, com Lula preso e Haddad teleguiado da cela, ele chegou lá. Portanto, a vaga em disputa é a outra: Bolsonaro ou Moro, com o voto bolsonarista arrependido e o lavajatismo em alta, reeditando o ódio ao PT? Isso mais parece o fanatismo em três vias, não?