segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Uma chance pela paz e pela vida


Toda guerra é insana e merece total repúdio. Mais ainda quando envolve ideias expansionistas ou subjuga países mais fracos por líderes autoritários e sem qualquer resquício de humanismo e bom senso. Quantas vítimas inocentes morrem por motivos absolutamente injustificáveis?

A invasão da Ucrânia pela Rússia é mais uma dessas páginas deploráveis da História. E aqui não buscamos mocinhos ou vilões. Não faz muita diferença se os invasores são de esquerda ou de direita, se os motivos alegados são ofensivos ou defensivos, se a soberania e a liberdade de uns estão ameaçadas pelos outros ou vice-versa. A insanidade é generalizada.

Temos o azar de viver nessa época de fraquejadas da natureza como Bolsonaro, Putin, Trump e outros políticos doentes da atualidade que chegaram ao poder e tem a força de seguidores igualmente incivilizados e psicopatas. Repetição cíclica da era de Hitler, Mussolini, Franco, Stalin e outros. Tristes tempos.

O mundo corre riscos inimagináveis. Se não bastasse todo o mal que o homem faz a si mesmo, à vida e à natureza com as agressões ao clima, à terra, ao ar, às águas, à flora e à fauna, há todo esse contexto de disputas sangrentas pelo hegemonismo político, ideológico, econômico, religioso, cultural e comportamental entre as nações e seus representantes muitas vezes indignos e despreparados.

Não são fronteiras territoriais que vão nos separar indefinidamente, nem diferenças políticas, pessoais ou financeiras. Mas será a união de homens e mulheres conscientes que vão nos manter vivos. Queremos paz. Precisamos sobreviver e vencer estes insanos com civilidade, humanismo, inteligência, coragem, liberdade e fé.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Político gosta de poder, dinheiro e troca-troca


Neste fim-de-semana, várias movimentações dentro dos partidos indicam que vem aí uma migração sem precedentes de políticos interessados em se (re)eleger em outubro. As novidades são as federações partidárias e a janela eleitoral que se abrirá entre março e abril para liberar o troca-troca dos deputados.

O Cidadania (que já foi PCB e PPS, presidido há mais de 30 anos pelo onipotente Roberto Freire) aprovou uma federação com o que vai restar do PSDB após as sucessivas implosões no ninho tucano, que perdeu qualquer resquício da legítima social-democracia brasileira. Hoje é um reduto de fisiológicos, corruptos e oportunistas.

Geraldo Alckmin e Eduardo Leite estão de saída. Aécio Neves, Tasso Jereissatti, José Anibal e Aloysio Nunes tentam ainda minar a candidatura de João Doria. José Serra e FHC observam tudo de longe, afastados da direção. Resta saber o que restará do espólio tucano após a derrota presidencial iminente - a sexta consecutiva, em 20 anos.

Essas duas legendas (PSDB e Cidadania) vão perder deputados na janela e provavelmente não agregar ninguém. É o movimento inverso do PL, nova morada eleitoral do bolsonarismo. O PSD de Kassab, que atira para todos os lados, deve crescer um pouco. União Brasil (fusão do DEM com o PSL) vai se manter grande apesar da debandada pró-Bolsonaro. O PT de Lula fica na mesma, como seus aliados.

O PDT de Ciro Gomes, o Podemos de Sergio Moro e o MDB de Simone Tebet seguem praticamente do mesmo tamanho, com seus presidenciáveis não conseguindo empolgar muitos deputados para a migração de legendas. Tem ainda as outras siglas do Centrão, que são sempre um destino lembrado na hora da politicagem e do leilão eleitoreiro na Câmara e no Senado.

Uma coisa é certa: quando os políticos e os partidos estão se dando bem, é o Brasil que vai de mal a pior. Essas federações são simplesmente uma pedalada na legislação vigente, para driblar a proibição das coligações e o instituto da cláusula de barreira que restringiria os partidos sem grande representação.

Com essas manobras e negociatas, todos sobrevivem por mais quatro anos, mantém o funcionamento dos cartórios partidários e o assalto aos cofres públicos por meio dos fundos bilionários que são destinados aos partidos e aos candidatos, para preservar seus feudos e privilégios. A pouca vergonha de sempre.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Prefeito Ricardo Nunes, vereadoras e vereadores paulistanos: de que lado vocês estão?


Neste ano em que será revisto o Plano Diretor e também aprovada uma série de operações urbanas e planos de intervenções que vão mudar a identidade de São Paulo e redefinir o nosso futuro, precisamos redobrar a atenção sobre o prefeito Ricardo Nunes e a Câmara Municipal.

Tenham certeza de que faremos marcação cerrada, recorrendo ao Legislativo e ao Judiciário, à imprensa, às redes sociais e ao Ministério Público sempre que for necessário para garantir a sustentabilidade, a qualidade de vida e a preservação dos direitos sociais da maioria dos cidadãos paulistanos.

Um exemplo muito objetivo é uma reivindicação antiga nossa e dos moradores da Mooca, o bairro com menor índice de áreas verdes por habitante na cidade. Temos na região o terreno da antiga Esso, que por décadas contaminou o solo com seus produtos químicos e posteriormente levamos outros tantos anos para o processo de descontaminação.

A comunidade e alguns vereadores, com projetos em tramitação, pedem um parque na totalidade do terreno. Mas a Operação Urbana Bairros do Tamaduateí destina metade da área para exploração imobiliária (e consequentemente a outra metade vai virar primeiro um canteiro de obras, e, depois, um corredor de jardins anexos aos condomínios, privilegiando uns poucos em detrimento da maioria).

Isso simplesmente não pode acontecer. Atenção prefeito, vereadoras e vereadores. Está nas mãos de vocês a correção deste crime ambiental, social, urbano e contra a vida de milhões de habitantes de São Paulo. Se houver o mínimo senso de justiça, cidadania, espírito público e preocupação com a coletividade, o parque será aprovado no terreno e iniciado nesta gestão. Do contrário todos serão cúmplices dessa aberração histórica.

Ao lado deste mesmo terreno, outro absurdo inominável: querem destruir a tradicional praça Dr. Eulógio Emílio Martinez para prolongar uma rua sem saída (a rua Lítio, que tem duas casas apenas com acesso pela rua Vitoantonio Del Vecchio) para permitir um segundo acesso a um futuro empreendimento imobiliário de alto padrão. Nada mais atentatório ao interesse geral.

Portanto, estamos de olho. Basta uma emenda aos projetos urbanísticos que entrarão em pauta na Câmara nos próximos dias, e também sensibilidade e vontade política para fazer valer a justa cobrança dos paulistanos que pretendem simplesmente respirar e garantir um pouquinho de esperança, justiça e vida para quem já está por aqui e ainda virá por aí. Será possível?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

A morte de 27 pessoas em São Paulo. E a culpa é de quem?


Morrer gente em época de chuvas, por causa de enchentes, deslizamentos, desmoronamentos, quedas de árvores, enxurradas, acidentes de trânsito, afogamentos etc. não é nenhuma novidade. Acontece todo ano, há décadas. Mas essas tragédias recorrentes tem alguns culpados. Ou não?

Nesta semana foram 27 mortes apenas no estado de São Paulo, o mais rico e populoso do país. Já há quem jogue a culpa no governador João Doria, no governo há dois anos, pela falta de obras preventivas. Também o presidente Bolsonaro é o culpado para outros tantos, por se negar a liberar verbas para os piscinões anti-enchentes.

Claro que os governantes (os atuais e os anteriores) devem ser responsabilizados e tem enorme parcela de culpa. Mas não é apenas o Executivo. Bote aí na lista de cobranças o Legislativo e o Judiciário. O Ministério Público. A imprensa. Os negacionistas das mudanças climáticas. O eleitor que vota mal. A sociedade que não exige soluções viáveis, eficazes e permanentes.

Enquanto os políticos digladiam pelo seu voto a cada eleição e você cai na conversinha marqueteira deles, preocupado se fulano é direitista ou beltrano muito esquerdista, estão aí brasileiros morrendo à nossa direita, à nossa esquerda e à nossa frente. Você percebe que é massa de manobra?

Claro que é importante saber qual a ideologia e o passado dos candidatos, mas se preocupe primeiro em eleger quem tem propostas concretas para o dia a dia do país, a sustentabilidade, a saúde, a educação, a cultura, a economia, a justiça social, a qualidade de vida. Vamos tentar acertar dessa vez.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

E aí, vamos votar errado outra vez?


Enfim a política institucional volta a funcionar agora com os políticos retornando do recesso. Também o Supremo Tribunal Federal terá um papel decisivo nesta semana para confirmar ou não a permissão das federações partidárias e os seus prazos finais.

A princípio, a legislação que estabeleceu as federações (essa pedalada sacana na proibição das coligações) determina que a junção dos partidos deve estar formalizada em apenas dois meses. Um tempo bastante restrito para juntar água e óleo, interesses diversos, ideologias distintas e a egolatria de cada candidato.

Daqui a oito meses o brasileiro estará nas urnas para votar para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Desde a redemocratização, após os 21 anos de ditadura, nunca as nossas instituições democráticas e republicanas estiveram tanto em risco como neste momento. Fica esperto!

É difícil contar com a responsabilidade, a coerência e o comprometimento público desses atuais inquilinos do poder (do Executivo, do Legislativo e do Judiciário). Então, vamos torcer por uma luz na consciência do eleitorado. Que saibamos votar melhor para não persistir nos mesmos erros que afundam o país.

Informe-se. Reflita. Não caia nos velhos truques das campanhas eleitorais bilionárias. Reaja a fanáticos e lunáticos de direita ou de esquerda. Não acredite em qualquer coisa que você vê postada nas redes. Duvide de promessas mirabolantes ou de quem diz que sozinho vai mudar a política. Não existem salvadores da pátria. O golpe tá aí, cai quem quer.