quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Prefeito Ricardo Nunes, vereadoras e vereadores paulistanos: de que lado vocês estão?


Neste ano em que será revisto o Plano Diretor e também aprovada uma série de operações urbanas e planos de intervenções que vão mudar a identidade de São Paulo e redefinir o nosso futuro, precisamos redobrar a atenção sobre o prefeito Ricardo Nunes e a Câmara Municipal.

Tenham certeza de que faremos marcação cerrada, recorrendo ao Legislativo e ao Judiciário, à imprensa, às redes sociais e ao Ministério Público sempre que for necessário para garantir a sustentabilidade, a qualidade de vida e a preservação dos direitos sociais da maioria dos cidadãos paulistanos.

Um exemplo muito objetivo é uma reivindicação antiga nossa e dos moradores da Mooca, o bairro com menor índice de áreas verdes por habitante na cidade. Temos na região o terreno da antiga Esso, que por décadas contaminou o solo com seus produtos químicos e posteriormente levamos outros tantos anos para o processo de descontaminação.

A comunidade e alguns vereadores, com projetos em tramitação, pedem um parque na totalidade do terreno. Mas a Operação Urbana Bairros do Tamaduateí destina metade da área para exploração imobiliária (e consequentemente a outra metade vai virar primeiro um canteiro de obras, e, depois, um corredor de jardins anexos aos condomínios, privilegiando uns poucos em detrimento da maioria).

Isso simplesmente não pode acontecer. Atenção prefeito, vereadoras e vereadores. Está nas mãos de vocês a correção deste crime ambiental, social, urbano e contra a vida de milhões de habitantes de São Paulo. Se houver o mínimo senso de justiça, cidadania, espírito público e preocupação com a coletividade, o parque será aprovado no terreno e iniciado nesta gestão. Do contrário todos serão cúmplices dessa aberração histórica.

Ao lado deste mesmo terreno, outro absurdo inominável: querem destruir a tradicional praça Dr. Eulógio Emílio Martinez para prolongar uma rua sem saída (a rua Lítio, que tem duas casas apenas com acesso pela rua Vitoantonio Del Vecchio) para permitir um segundo acesso a um futuro empreendimento imobiliário de alto padrão. Nada mais atentatório ao interesse geral.

Portanto, estamos de olho. Basta uma emenda aos projetos urbanísticos que entrarão em pauta na Câmara nos próximos dias, e também sensibilidade e vontade política para fazer valer a justa cobrança dos paulistanos que pretendem simplesmente respirar e garantir um pouquinho de esperança, justiça e vida para quem já está por aqui e ainda virá por aí. Será possível?