Foi o último presidente do Partido Comunista Brasileiro, o único do sucessor, o PPS, por três longas décadas, e hoje foi oficialmente derrubado da presidência do decadente Cidadania por antigos aliados (67 votos a 29 na Direção Nacional) - deste velho partido com novo nome fantasia inventado para atrair Luciano Huck mas que deu com os burros n’água, virando refúgio do bolsonarismo enrustido e puxadinho envergonhado do Centrão.
Não foi por falta de aviso. Foram muitos os alertas de que o partido estava tomado por saqueadores. Políticos canalhas, bandidos, oportunistas, surfistas da onda bolsonarista, que precisavam de uma legenda qualquer e do acesso liberado ao milionário fundo público partidário para se eleger. Era o princípio do fim.
Sequestraram o partido de Roberto Freire - e ele inexplicavelmente criou empatia pelos sequestradores. É a chamada Síndrome de Estocolmo, que neste sábado, 9 de setembro, ameaça sepultar definitivamente a riquíssima trajetória partidária deste ilustre pernambucano e um dos mais combativos políticos brasileiros.
Muitos entraram e saíram das legendas conduzidas por Roberto Freire. Agora o que não se esperava é que sairiam com ele do seu próprio partido. Que triste fim. Aos vencedores, as batatas - como diria Quincas Borba. E também as chaves do cofre e das gavetas do cartório eleitoral. O último a sair, por favor, apague a luz.