sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Nossa opinião sobre as manifestações do bolsonarismo

Pessoalmente, ainda que discordemos, não temos nada contra quem votou, com boa-fé, em Jair Bolsonaro para a Presidência da República.

Seja em repúdio aos governos anteriores, como forma de retaliação à roubalheira do PT, buscando uma opção mais à direita no espectro ideológico e partidário ou até mesmo por acreditar realmente que ele pudesse representar algo de novo na política.

Assim funciona a democracia.

Venceu a maioria, embora muitos de nós, do outro lado, julgasse que se tratava de uma opção equivocada, com um candidato despreparado, inepto e desqualificado. Mas ninguém é obrigado a pensar igual, nem ter acesso às mesmas informações sobre o histórico bolsonarista e todos os fatos desabonadores da sua trajetória política.

Da mesma maneira, não temos nada contra manifestações populares e pacíficas, sejam nas ruas, nas redes ou nas urnas, cobrando atitude, postura e coerência de políticos ou juízes. Ninguém é intocável e as liberdades de expressão e de pensamento são garantias constitucionais.

A população tem todo o direito de reclamar, reivindicar, cobrar, fiscalizar e criticar quem ela bem entender, em qualquer um dos três poderes, do Congresso Nacional ao Supremo Tribunal Federal.  Cada servidor público do município, do estado ou do país, e também a imprensa. Tudo isso é legítimo.

Agora, sob outra perspectiva, só pode ser muito desinformada ou mal intencionada a pessoa que votou em Bolsonaro mas não admite nenhuma crítica nem vê nenhum problema nas suas ações e declarações.

Quem não quer enxergar como a crise é agravada pela falta de postura e decoro do presidente. Os erros recorrentes de gestão, seja no trato da educação, da cultura, do meio ambiente ou da economia, na relação institucional com o Legislativo e o Judiciário, ou no dia-a-dia bélico e caótico deste governo.

E tem só mais um detalhezinho importantíssimo, fundamental: Manifestação democrática é uma coisa; apologia ao golpe é outra, completamente diferente.

Não vamos calar, nos acovardar nem aceitar resignados quem sai às ruas ou infesta as redes sociais com manifestações de ódio e com uma absurda e criminosa defesa da ditadura, da censura, de atos como o AI-5, o fechamento do Congresso e do Supremo.

Não tem nada de democrático nem legítimo ao pedir uma intervenção militar ou, pior, achar que é seu direito atentar contra os poderes constituídos e os pilares republicanos. Precisa ser imediatamente rechaçado quem trata com normalidade ou deboche episódios vergonhosos da nossa história, como a tortura.

Não é possível concordar com que alguém usurpe a própria democracia para defender uma ruptura autoritária, golpista.

Ou que tenha a ousadia, a ignorância e a falta de discernimento para zombar da dor e do sofrimento que atingiu a tantos brasileiros num passado recente, e que deixou feridas ainda não cicatrizadas.

Neste cenário de polarização política, eleitoral e ideológica, há muita gente sem noção. Mas deve haver também um mínimo de princípios e limites que são intransponíveis. A barbárie não pode vencer a civilização.

O que dizer, por exemplo, de mulheres que se mostram orgulhosas de ter votado em Bolsonaro e saudosas da ditadura, da censura e da tortura? Como é possível essa ausência total de humanidade, bom senso, empatia e sororidade? Será que essas mulheres sabem que ratos e cabos de vassoura eram enfiados na vagina de outras mulheres pelo simples fato de pensarem diferente? Isso é aceitável?

Não, não é aceitável. Não, não vamos calar. Não, a democracia não aceita qualquer coisa. Não, não é direito achar que se pode reivindicar a volta de uma direita totalitária. Não, eu não preciso ser de esquerda, muito menos petista ou comunista, para me opor a essa ala doente do bolsonarismo, de milicianos, cafajestes, criminosos e assassinos.

Quem não entendeu agora, nunca mais vai entender. Não por falta de informação, mas de caráter. Simples assim.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

É hora de mostrar de que lado nós estamos!

Apesar dos absurdos e atentados diários cometidos por Bolsonaro contra o estado democrático de direito, muita gente ainda faz cara de paisagem.

É como se um setor da sociedade vivesse à margem da crise. Se o sujeito que não é bolsonarista nem petista pudesse simplesmente lavar as mãos e seguir alheio aos fatos. Pagar de centrista, equilibrado ou isentão.

Mas até quando vão conseguir ignorar o que está acontecendo no Brasil e fazer de conta que está tudo indo bem?

Alguns calam por receio de se indispor com parte significativa da opinião pública que ainda apóia o bolsonarismo.

Outros se omitem para não enfrentar a fúria das milícias virtuais nem ser identificado, neste cenário de polarização ideológica burra, com a “nova direita” ou a “velha esquerda”.

Tomar partido a essa altura pode ser ruim principalmente para quem vai buscar votos como candidato em 2020 e 2022. Ora, mas o Carnaval acabou. Tirem as máscaras, amigos.

E outros ainda calam por simpatia não declarada, oportunismo ou conveniência mesmo.

Preferem a omissão e o silêncio devido à falta de coragem tanto para se opor quanto para aderir de vez ao bolsonarismo. Esses são os piores! Bolsonaristas enrustidos que não saem do armário.

Mas, cá entre nós, não se opor aos excessos do bolsonarismo não é demonstração de equilíbrio ou sensatez. É covardia! É falta de espírito público, de coerência democrática e de senso republicano!

Não dá para ficar equidistante neste cenário de confronto nas redes (e talvez, em breve, também nas ruas).

Todo democrata, todo cidadão responsável, precisa expressar a sua posição e tornar clara a sua oposição aos inimigos da civilidade, dos direitos e das liberdades individuais e coletivas!

Quem vivenciou ou conhece a história da redemocratização do Brasil, e episódios como o impeachment do Collor e da Dilma, sabe que cada brasileiro tem um papel fundamental e devemos buscar o protagonismo na definição do nosso futuro.

Quem sabe faz a hora...

#ForaBolsonaro #Impeachment

Textão para quem ainda não entendeu a nossa oposição declarada aos lunáticos do bolsonarismo

Aqui defendemos a democracia, a cidadania, a boa política, o estado de direito, as liberdades individuais e coletivas, a justiça, a cultura, a diversidade e a pluralidade do brasileiro.

Mas não estamos aqui para agradar ninguém.

Trabalhamos com informações, fatos e opiniões. As nossas e as divergentes.

Não temos chefe. Não temos dono. Nem medo de cara feia.

Muitos seguidores não entendem essa postura. Gente que chegou porque nos viu criticar o PT ou apoiar a Lava Jato, fica indignada agora quando nos declaramos oposição ao bolsonarismo.

Pois é isso mesmo, gostem ou não!

Aqui não é fã-clube de bolsonarista, nem de petista, nem de tucano, nem de partido nenhum.

Não temos rabo preso. Nem guru. Nem bandido de estimação.

Acusação de comunista, esquerdalha ou asneiras do tipo também não colam.

Compromisso só com a nossa própria consciência.

Mas não somos isentões. Longe disso!

Fazemos jornalismo à moda antiga. Não aquele "showrnalismo" chapa branca que serve ao poder da ocasião, aos poderosos e bajuladores de plantão.

Tem gente que ainda pensa que o jornalismo deve ser sempre neutro, isento, imparcial. Nada disso. Temos lado. Temos posição declarada. O que não temos é partido único.

O jornalismo político é essencialmente de oposição. Fiscalizamos os políticos. Cobramos coerência, eficácia, decoro e responsabilidade de todos os governantes. Exigimos transparência e satisfação ao público. Jogamos luz sobre conchavos e esquemas de bastidores.

Para elogiar governos e bajular políticos, o Brasil não precisa de jornalistas. Estão aí publicitários, marqueteiros, assessores, servidores, militantes, fanáticos, influenciadores, admiradores e eleitores em geral.

Esse é o objetivo da existência de espaços como o #Suprapartidário, o #CâmaraMan e o #ProgramaDiferente, cada um com as suas características, mas todos atuando em parceria na trincheira democrática e independente do bom jornalismo.

Apesar dos mais de 150 mil seguidores nas redes, não dependemos da quantidade de curtidas, views, comentários ou compartilhamentos.

Tanto faz se a milícia virtual aprova ou desaprova as nossas postagens. Não nos preocupamos com engajamento, nem com patrulhamento ideológico.

Defendemos a imprensa livre e independente, a liberdade de expressão e de pensamento. Até para postar opiniões contrárias às nossas, como é praxe diária ao criticarmos o bolsonarismo.

Porém, o troco é dado sempre na mesma moeda. Comentário civilizado, com argumentos racionais, receberá uma resposta educada. Xingamentos, agressões ou ameaças terão uma reação na mesma proporção.

A barbárie não vai vencer a civilização. Temos respeito zero por saudosos de ditaduras (de direita ou de esquerda), defensores da censura, de intervenções militares ou de métodos deploráveis como a tortura. Essa escória da sociedade será rechaçada nas nossas páginas.

Basicamente é isso. Segue quem quer.

Sintam-se todos bem vindos.

Mas, para os descontentes, a porta da rua é serventia da casa.

E viva a democracia e a liberdade!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Festa de cancelamento do Bolsonaro e do bolsonarismo

Enfim passou o Carnaval, a maior festa de cancelamento do bolsonarismo que se tem notícia no mundo!

Do mundo todo mesmo, sem exagero, porque a fama do "mito" é global. Nesta foto, por exemplo, Bolsonaro é lembrado até no Carnaval da Alemanha.

Pois se existe alguém que aprendeu a importância de cancelar nazistas e ditadores desde os primeiros sinais da doença, por mais folclóricos que pareçam, é o povo alemão.

Agora 2020 já pode começar oficialmente, embora sob o terror de duas doenças contagiosas letais: o coronavírus e o bolsonarismo.

Por isso o momento parece bastante oportuno para cancelar preconceitos, ignorâncias e intolerâncias, do machismo ao racismo, da misoginia à homofobia, das ameaças ao estado de direito até a aversão às ciências.

A última obra do bolsonarismo - que vive obrando para o Brasil, para a educação, para a civilidade e para a democracia - é apoiar uma manifestação golpista contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Nada com mais cara de quarta-feira de cinzas... Mas já que o clima de festa se prolonga o ano inteiro no País do Carnaval, que este cancelamento das ideias e das pessoas obscurantistas também prossiga além desses cinco dias de diversidade, conscientização e extravasamento das liberdades.

Se nem no BBB se aceita mais esse tipo repugnante de "macho tóxico", então que o eleitorado também aprenda a reagir à escória que se apoderou do Brasil nas urnas, nas redes e nas ruas.

Mas que fique claro: não somos saudosistas, queremos andar para a frente, não desejamos a volta de nenhum bloco de sujos dos antigos carnavais...

Queremos que o brasileiro acorde para a realidade, se volte para o futuro e reaja ao domínio inaceitável das milícias de fanáticos e hordas de lunáticos à direita e à esquerda, de predadores e depredadores do meio ambiente, de disseminadores do vírus da violência e do ódio.

Que o Carnaval não tenha fim, mas o bolsonarismo, sim!

#ForaBolsonaro #Impeachment

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Já viu o bloco dos prefeituráveis? Partiu, Carnaval!

Ainda faltam pelo menos quatro meses para a definição oficial das candidaturas à Prefeitura de São Paulo, mas vamos aproveitar essa pausa do Carnaval para trocar algumas ideias, fazer projeções e atualizar informações sobre o bloco de possíveis ou prováveis candidatos.

Há muito balão de ensaio. Nomes são cogitados apenas para medir forças e sentir a repercussão.

Sobram incertezas: Como estará a rejeição ao atual prefeito? O eleitor vai manter a tendência histórica de eleger um candidato de oposição, como em sete das últimas nove eleições, desde a redemocratização?

Até que ponto o apoio do presidente Jair Bolsonaro vai ser relevante nas eleições paulistanas? E o do governador João Doria? O cenário seguirá polarizado? E essa polarização se dará entre bolsonaristas e tucanos ou os petistas vão recuperar apoio? Existe espaço para uma candidatura alternativa a esses partidos?

Nesta semana, a notícia sobre o bom resultado do tratamento de saúde do prefeito Bruno Covas (PSDB) animou a sua pré-candidatura à reeleição. A conversa recorrente entre os aliados agora é sobre a vaga de vice. Fala-se de tudo e de todos. Quem será?

Uns defendem chapa pura dos tucanos, e neste caso o nome da senadora Mara Gabrilli desponta com algum favoritismo. Mas a disputa segue acirrada. Partidos como PSC, Podemos, Cidadania, DEM e PL devem compor a coligação tucana e o vice pode sair de um acordo desses partidos, com vantagem para o Democratas.

Mas também se especula o apoio do Republicanos, e o vice então poderia ser Celso Russomanno.

Ou do MDB, onde o fato novo depois do Carnaval será a filiação do apresentador José Luiz Datena.

Ambos são cotados tanto para a vice de Bruno Covas como para disputarem a eleição em vôo solo. Haja pesquisa interna e discussão nos próximos meses para se chegar a uma conclusão.

As datas mais importantes nesse calendário pré-eleitoral são: de 5 de março até 4 de abril abre a janela para os atuais vereadores eventualmente mudarem de partido, se bem que vários já migraram antes disso.

O dia 4 de abril também é o prazo final para os bolsonaristas tentarem a improvável formalização do partido Aliança pelo Brasil a tempo de concorrer em 2020.

A caça ao voto bolsonarista será intensa: Joice Hasselmann e Major Olímpio são os nomes mais óbvios, mas Datena, Russomanno, Paulo Skaf e (aqui sim uma novidade) até o ex-tucano Andrea Matarazzo, atualmente no PSD de Gilberto Kassab, correm por fora.

O movimento de Matarazzo em direção ao bolsonarismo envolveria Skaf (hoje no MDB, mas a caminho do Aliança) e pode realocar Kassab no poder (ele que já esteve atrelado ao malufismo, aos tucanos e aos petistas, sempre bem posicionado). Aliás, Kassab foi também o único prefeito paulistano a se reeleger, em 2008, depois de ter herdado o cargo de José Serra em 2006.

O PT - que administrou a cidade por 12 anos nas últimas três décadas (com Luiza Erundina, Marta Suplicy e Fernando Haddad) - sonha em voltar à Prefeitura. Para tanto, tem hoje sete pré-candidatos inscritos nas suas prévias: Alexandre Padilha, Paulo Teixeira, Carlos Zarattini, Eduardo Suplicy, Jilmar Tatto, Nabil Bonduki e Kika Silva.

Porém, o preferido de Lula e da militância petista, quase unanimidade mas ainda relutante a tentar nova eleição, é o ex-prefeito e ex-presidenciável Fernando Haddad.

A chapa dos sonhos lulistas é Haddad prefeito com Marta Suplicy (ainda sem legenda) de vice.

Uma escolha errada do PT pode significar um encolhimento desastroso do partido, que desde 1988 polariza as eleições paulistanas (primeiro contra Maluf e Celso Pitta, depois contra Serra, Kassab e João Doria) e elege as maiores bancadas para a Câmara Municipal.

No mesmo campo ideológico, o PCdoB apresenta Orlando Silva e o PSOL tem três potenciais candidatos: Sâmia Bomfim, Carlos Giannazi e Guilherme Boulos (com Erundina vice na chapa dos sonhos do partido - ou, por outro lado, do pesadelo petista). Um candidato fraco do PT pode deixá-lo atrás do PSOL em quantidade de votos, o que seria uma derrota verdadeiramente humilhante.

Quem tenta ficar bem na foto e viabilizar uma candidatura alternativa à polarização, mas que só se tornaria viável se reunisse ao mesmo tempo anti-petistas, anti-tucanos e anti-bolsonaristas, ou pelo menos dois desses grupos, é o ex-governador Marcio França (PSB). Missão quase impossível.

No campo neoliberal, para marcar posição no 1º turno, eleger vereadores e eventualmente apoiar o candidato mais à direita que chegar ao 2º turno, aparecem os nomes de Filipe Sabará (Novo) e Arthur do Val, o "Mamãe Falei", jovem liderança do MBL e recém-filiado ao Patriotas.

Enfim, este é o cenário eleitoral paulistano às vésperas do Carnaval. De tempos em tempos voltaremos ao tema para reavaliar as opções disponíveis. E você, já tem candidato?

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Espelho, espelho meu...

Não é possível que o brasileiro se veja refletido no bolsonarismo e esteja tudo bem.

Até entendo que, para muita gente, o voto em Bolsonaro tenha servido como um espelho para dar aquela maquiadinha básica, depois de noites mal dormidas com os desvios e malfeitos do PT. Se for só isso, vá lá.

Que tenha sido aquele retoque na maquiagem dado às pressas. Um disfarce nas olheiras profundas. Um lápis de olho, uma sombra, um reforço no batom para dar uma cor. Um corretivo facial só para esconder as marcas do tempo e ocultar as rugas de expressão. Que seja. É até compreensível.

Afinal, quem nunca deu aquela espiadinha no espelho do carro ou uma ajeitadinha no cabelo, uma desamassadinha na roupa enquanto sobe ou desce no elevador diante de um espelho que quase te obriga a se olhar e se arrumar?

Não há autocrítica que resista a um espelho bem iluminado.

Mas que algum eleitor ainda hoje se identifique ou se orgulhe com o que vê à sua frente no bolsonarismo é absolutamente inacreditável.

Se for o seu caso, lamento informar, o espelho reflete alguém que precisa de ajuda.

Para quem já não gostava do Bolsonaro - é o meu caso, confesso - a realidade apenas potencializa a má impressão diante de tanto despreparo, descontrole, desequilíbrio. Perante tamanho preconceito, ignorância, obscurantismo, inépcia e inaptidão.

Por isso alguém pode dizer que eu estou de má vontade. Sempre vão me cobrar, no típico raciocínio limitado da polarização ideológica burra: "Fala do PT", "fala do Lula", "fala da Dilma". Pois então, eu falo também. Falei nas últimas décadas. Critiquei. Fiz oposição.

Você não viu? Que pena! Dá um Google.

Mas, enfim, agora os inquilinos do poder são outros. E a situação é desesperadora. Estamos entregues a um bando de fanáticos, lunáticos, grosseiros, imbecis, desqualificados. É quase um PT na mão inversa, espelhado, repetindo tudo aquilo que os bolsonaristas condenavam hipocritamente nos outros.

Essa é a minha opinião, você vai dizer, com razão. Claro que é. Como cidadão, eleitor, jornalista, homem, pai de uma menina, não aceito assistir impassível às cenas deploráveis desse presidente tosco, asqueroso, misógino, mitômano, ignorante.

Ok, posso estar falando tudo isso só porque sou anti-bolsonarista. Assim, minhas palavras não tem nenhum valor para um "cidadão de bem", eleitor convicto de direita, bolsonarista raiz, admirador do grande, autêntico e bom homem que é Jair Bolsonaro, o capitão, o herói, o mito.

Sugiro então que esses mais obstinados recorram às duas deputadas bolsonaristas mais votadas do Brasil em 2018: Joice Hasselmann e Janaína Paschoal. Perguntem o que elas acham das declarações de Bolsonaro, do seu comportamento como presidente da República e das atitudes bélicas dos seus filhos. Só não vale acusar as duas de comunistas, hein?

Dói na alma ver as ofensas machistas, as insinuações sexistas e o humor cafajeste contra a jornalista da Folha ("ah, mas a Folha"... vão grunhir os bolsominions idiotizados). Se você é daqueles que relativizam a agressão preconceituosa, opressora e covarde contra uma mulher por ideologia, necessita de tratamento urgente. Freud explica.

Não é contra fulano ou beltrano. É a apologia do ódio. É contra todos nós, a barbárie vencendo a civilização.

Para quem votou em Bolsonaro esperando o país das maravilhas, como uma Alice deslocada que faz arminha com os dedos, saiba que a rainha louca se apoderou do Brasil e o chapeleiro maluco dá o tom intelectual do governo.

Este país surreal, que mal se enxerga através do espelho, agride, violenta e mata as suas meninas sonhadoras.

Não somos um país destinado às aventuras dessas Alices ou Brancas de Neve. Estamos mais suscetíveis às dores e horrores das nossas Marielles, Patrícias ou Marias da Penha.

Eu, particularmente, me lembro daqueles espelhos do Playcenter que distorciam a nossa imagem: estica, engorda, espicha, encurta.

Ríamos do incômodo causado por aquilo que enxergávamos, o nosso reflexo deformado. Mas era um estranhamento passageiro. Que seja breve também o bolsonarismo. 

Espelho, espelho meu...

Existe algo pior e mais deletério para a imagem do Brasil, mais abjeto, mais antidemocrático, mais anti-republicano, do que manter esse Jair Bolsonaro na Presidência? 

Não, mil vezes não!

Pelo amor de Deus, eu não me enxergo refletido nisso tudo que está aí.

Não é possível que você, independente da sua preferência política ou ideológica, não se envergonhe do que vê.

Abre o olho, rápido, por favor!

Mauricio Huertas é jornalista, líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), editor do #Suprapartidário, idealizador do #CâmaraMan e apresentador do #ProgramaDiferente.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O seu voto é decisivo para melhorar a política

As sessões extraordinárias que estavam convocadas para esta semana na Câmara Municipal de São Paulo foram desconvocadas, afinal ninguém é de ferro e praticamente já é Carnaval!

Depois de 45 dias de recesso e duas semanas de trabalho no ano, com o retorno das sessões em plenário no dia 4 de fevereiro, isso obviamente contribui para (des)construir a imagem que a população tem do Legislativo.

Mas vamos aproveitar este espaço para algo construtivo, propositivo, informativo, em vez de simplesmente criticar. Em quem votar, afinal?

Você se lembra em quem votou para vereador nas eleições de 2016? Se lembra, está satisfeito com o seu voto? Votaria novamente? Se não lembra ou não está satisfeito, cite um nome em quem você votaria hoje para vereador.

Pode ser vereador que busca a reeleição, pode ser candidato que nunca se elegeu, pode ser uma personalidade, pode ser uma liderança comunitária, pode ser velho ou jovem, novato ou experiente, homem, mulher, trans, preto, branco, índio, de esquerda, de direita...

Mas vamos colocar a cabeça para funcionar!

Nomes, por favor.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

De avenida com o nome do Corinthians à pregação da abstinência sexual antes do casamento, vereadores tem pauta bem diversificada e inusitada de homenagens

No chamado "plenário virtual" da Câmara Municipal de São Paulo há 19 projetos à espera de votos para serem aprovados pela maioria dos 55 vereadores paulistanos. A pauta atual, da 12ª sessão extraordinária virtual, está aberta até o dia 21 de fevereiro.

Tem de tudo: do Dia das Mulheres Motociclistas no calendário oficial da cidade à denominação de Avenida Sport Club Corinthians Paulista nas proximidades da Arena do Corinthians, entre a Rua Dr. Luiz Ayres e a Avenida José Pinheiro Borges, em Itaquera.

Há ainda homenagem aos 30 anos do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, agrados católicos e evangélicos, e uma salva de prata ao "Instituto Escolhi Esperar", que prega a abstinência sexual dos jovens até o casamento.

Segundo o proponente da homenagem, o vereador Rinaldi Digilio (Republicanos), trata-se de "um instituto cristão, que atua especificamente em duas áreas: preservação sexual e integridade emocional."

Prossegue ainda a descrição, na justificativa da homenagem oficial: "Foi criado com o propósito de encorajar, fortalecer e orientar os solteiros cristãos a esperarem até o casamento para viverem suas experiencias sexuais. Outro objetivo é ajudar as pessoas a desenvolverem relacionamentos amorosos saudáveis e duradouros."

E, para não deixar dúvidas: "O instituto tem uma mensagem centrada na importância de viver uma vida em santidade e pureza baseada nas escrituras sagradas. Não é uma campanha voltada somente para pessoas virgens, mas também para aqueles que já tiveram experiências e agora decidiram se preservar até o casamento. É aberta para a participação de pessoas de todas as idades."

Vereadores persistentes

Assim como o "Instituto Escolhi Espertar", que retorna pela segunda vez à avaliação dos vereadores, há outra tentativa de homenagem ainda mais insistente. Pela terceira vez na pauta, sem ter atingido o quórum mínimo necessário para aprovação nas duas vezes anteriores, retorna uma controversa tentativa de homenagem que confunde interesses públicos, pessoais e comerciais.

Com recorde de abstenções e votos contrários (fato incomum nesse tipo de votação), é um projeto de decreto legislativo do vereador Ricardo Teixeira (DEM) que propõe conceder uma salva de prata à empresa Business Assessoria e Consultoria Ltda., sediada em São Bernardo do Campo.

Mas, afinal, o que essa empresa localizada fora da cidade teria de tão especial para merecer uma homenagem oficial do Legislativo paulistano, paga por cada um de nós, cidadãos e contribuintes?

De acordo com a justificativa do autor, o mérito é pelo fato de a empresa ter sido "criada para realizar o sonho de muitas pessoas em ter a dupla cidadania, apoiando atividades de educação e intercâmbio cultural". Mais vago e genérico, impossível.

Então, ao pesquisar sobre o proprietário da empresa, Sérgio Ricardo Luccas Torres, descobrimos que ele era também assessor e apoiador do próprio vereador, nomeado até a apresentação desse projeto na Liderança do DEM na Câmara e presidente do PHS em Cananéia.

Ele respondia ainda a ação do Tribunal Regional Eleitoral por não ter apresentado a prestação de contas do seu partido em 2018. Mais inusitada era uma intimação, publicada na mesma época, citando o "homenageado" que, segundo o juiz eleitoral, estava em "lugar incerto e não sabido".

Além do vínculo profissional na Câmara e de ser proprietário de outra empresa (SI Torres Construtora Ltda.), a pesquisa também indica uma relação pessoal e comercial com o vereador Ricardo Teixeira, que em julho de 2016 teria comprado 50% de um imóvel do "homenageado" em Cananéia, em 50 parcelas (que venceriam, portanto, às vésperas da eleição de 2020).

As informações são públicas e constam da documentação do então candidato, que foi reeleito vereador em 2016 pelo PROS e migrou para o DEM. Antes disso foi eleito pelo PSDB em 2008 e pelo PV em 2012.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Bolsonarices: Uma porcaria, um lixo!

Quando o mundo vê Jair Bolsonaro falar sobre o Greenpeace se pergunta “Quem é Bolsonaro?” e depois reafirma o óbvio “Bolsonaro é uma porcaria!”, “um lixo!”.


Leia mais:

''Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo'', diz Bolsonaro

A vida em São Paulo é só mais um número?

Enchentes, assaltos, atropelamentos, buracos, deslizamentos e... choque elétrico! Viver em São Paulo é um perigo diário.

O Carnaval está aí. Milhões de pessoas vão para as ruas paulistanas, atrás dos blocos, em ritmo de alegria e correndo sério risco de não voltar para casa.

Você se lembra que há dois anos um jovem folião morreu eletrocutado após encostar num poste energizado na esquina da rua da Consolação com a Matias Aires?

E que há um mês outro jovem, um morador de rua, morreu ao tentar se abrigar da chuva num ponto de ônibus na avenida Rio Branco e receber uma descarga elétrica fatal?

Pois agora foi um cavalo da Polícia Militar que morreu eletrocutado na Praça da República, também no centro de São Paulo, por onde passam diariamente milhares de pessoas e aonde também se concentrarão vários blocos neste Carnaval.

Durante o patrulhamento de rotina, o animal encostou em uma tampa de metal eletrizada e não resistiu ao choque.

Foi um cavalo. Poderia ser você.

Na região da praça, a fiação é subterrânea e o acesso é feito por meio de tampas na calçada. Um fio desencapado é suficiente para matar alguém.

Afinal, pouco importa se a (ir)responsabilidade é da Prefeitura ou de alguma prestadora de serviços. Enel? Ilume? Outra empresa contratada? Tanto faz, como tanto fez.

O que não pode existir são mortes absurdas de cidadãos que estão simplesmente andando pelas ruas de São Paulo. Não somos números, estatísticas.

Morreu mais um? Quem vai ser o próximo?

Aonde vamos parar?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Vereadores aprovam revitalização do centro antigo; população dos bairros reivindica programas de reurbanização como o PIU Vila Leopoldina

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, o programa "Triângulo SP", que prevê a revitalização social, econômica e turística da região central.

O programa abrange os distritos da Sé, Luz e República, ao incentivar, por exemplo, o funcionamento 24 horas do comércio e dos serviços ali prestados, sete dias por semana, e pretende deixar a região mais atraente e convidativa.

Para tanto, o prefeito Bruno Covas (PSDB) promete tornar o ambiente mais seguro e adequado para a circulação e permanência dos frequentadores e trabalhadores ao valorizar as atrações turísticas; melhorar o trânsito, as calçadas e a iluminação; recuperar fachadas e a infraestrutura; e diversificar as atividades ali desenvolvidas, facilitando principalmente a instalação da chamada economia criativa, priorizando as áreas de gastronomia, lazer, entretenimento, turismo e inclusão social.

PIU Vila Leopoldina

Mais de 100 moradores da região da Lapa (basicamente das comunidades Linha, Nove e Cingapura), região bastante castigada com as chuvas desta semana, estiveram na Câmara para reivindicar dos vereadores a aprovação do PIU Vila Leopoldina, um programa de intervenção urbanística que trata principalmente da solução dos problemas de alagamentos e sub-moradias.

O PIU Vila Leopoldina pode reurbanizar uma área de 300 mil m², que inclui a Marginal Pinheiros (junto à Ponte do Jaguaré), as avenidas Queiroz Filho e Dr. Gastão Vidigal, e a rua Professor Ariovaldo Silva.

Foi defendido em plenário pelos vereadores Soninha Francine e Cláudio Fonseca, dupla do Cidadania, Police Neto (PSD), Paulo Frange (PTB), Antonio Donato e Eduardo Suplicy, ambos do PT. A expectativa é que o PIU Vila Leopoldina seja pautado para ser votado logo após o Carnaval.

O curioso é que, enquanto há projetos urbanísticos com discussão bastante avançada e visivelmente desejados pela população, outros como o PIU Bairros do Tamanduateí pode ter consequências deletérias, como construir até 20 mil unidades habitacionais na área verde que é reivindicada por toda a população para implantação do Parque da Mooca, no terreno da antiga Esso. Estamos de olho!

Aprovação de 32 projetos dos vereadores

Foram aprovados outros 32 projetos de vereadores, entre eles a obrigatoriedade de todos os estabelecimentos comerciais informarem em cartaz, de forma visível, quando o prazo da mercadoria à venda tiver o seu prazo de validade inferior a 30 dias.

Trata-se de uma medida de claro interesse do consumidor, que depende agora da sanção do Executivo. Equivocadamente, porém, em nome de um "liberalismo" enviesado, os vereadores Janaína Lima (Novo) e Fernando Holiday (DEM) votaram contra. É o tipo de ideologização burra.

Leia mais:

O que esperar dos Projetos de Intervenção Urbana? Não queremos nem mais um "PIU" dos vereadores sem ouvir a população sobre o futuro da cidade de São Paulo

Alô, prefeito Bruno Covas e vereadores paulistanos: o #Suprapartidário também defende o Parque na Mooca

A natureza resiste nesses 466 anos de São Paulo

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Para além do BBB, falta mandar para o paredão os "chernoboys" e milicianos virtuais do bolsonarismo

Enquanto a galera lacradora da internet se mobiliza para excluir do Big Brother Brasil os "chernoboys" que expõem no jogo incontáveis cenas de machismo, assédio, misoginia e grosseria, potencializando a audiência do #BBB20, falta o mesmo empenho e empatia aqui do lado de fora para enfrentar toda a mentira, a canalhice e o mau caratismo da máfia obscurantista que saiu do armário na vida real e chegou ao poder com a escória bolsonarista.

Quando a gente pensa que já viu de tudo nesse esgoto da política, o boçalnarismo ainda nos surpreende.

Total solidariedade à jornalista Patricia Campos Mello, atacada de modo covarde, violento e absolutamente inaceitável num depoimento mentiroso, leviano e cafajeste na CPI das Fake News.

Pior, se não bastasse a acusação canalha (comprovada por A+B que é mentirosa) de querer "trocar informação por sexo", o que era para ser uma CPI de combate às fake news acabou virando ela própria uma plataforma de lançamento e disseminação de mentiras.

E quem espalha as mentiras? OH, QUE SURPRESA! A linha de frente do bolsonarismo, incluindo seus filhos e a milícia virtual de fanáticos e lunáticos que segue o "mito" dos tolos, o meme que virou presidente.

As postagens do deputado federal Eduardo Bolsonaro são repugnantes. Se isso não for motivo para cassação por falta de decoro, a Câmara dos Deputados estará sendo cúmplice dessa canalhice e das mentiras abjetas em plena CPI das fake news. Cobramos aqui diretamente o presidente Rodrigo Maia e cada parlamentar sério e digno. Nosso total repúdio a essa sordidez.

Afinal, na cabeça desses imbecis machistas, qualquer mulher só pode ter algum talento na cama - se bem que, apesar da pose, nem todos gostam da coisa. Freud explica. Está aí se revelando diariamente um bando de enrustidos que são só machões virtuais, na hora de fazer arminha com os dedos ou soltar impropérios nas redes sociais, principalmente contra mulheres. Cara a cara afinam.

Enquanto Jair Bolsonaro dá uma "banana" para jornalistas independentes, sua corja de bajuladores amestrados segue o modus operandi da calhordice que levou esses ineptos à Presidência. Não dá pra ter meias palavras. Não dá para tergiversar. São bandidos, mafiosos, criminosos.

Meu BBB é outro: Basta de Bolsonaro, Brasil!

Câmara de São Paulo pode votar reforma administrativa e projetos de vereadores, mas precisa definir nova CPI

Nas sessões extraordinárias desta semana, convocadas para esta quarta-feira, 12 de fevereiro, os vereadores paulistanos pretendem voltar a discutir o projeto de reforma administrativa (já aprovado em 1ª votação na semana passada) e programas de reurbanização, como o "Triângulo SP", além de votar seus próprios projetos (veja a pauta de PLs do Executivo e outra dos vereadores).

Porém, merece atenção o fato de que há uma única Comissão Parlamentar de Inquérito em andamento, a CPI das Antenas, enquanto o regimento da Câmara Municipal de São Paulo determina que devem funcionar obrigatoriamente um mínimo de duas e um máximo de cinco CPIs.

Desde a entrega do relatório final da CPI da Sonegação Tributária, em dezembro do ano passado, deveria ter sido apresentada e votada ao menos mais uma nova CPI. Há dezenas de temas propostos e não se chega a nenhum acordo sobre o assunto prioritário, nem sobre a quantidade de comissões que deve ser aprovada e funcionar neste ano eleitoral.

Veja também:

Importante: além dos discursos e promessas, fomos pesquisar quais são as ações efetivas dos vereadores para amenizar os problemas das enchentes

O #Suprapartidário e a fiscalização sobre os vereadores

Vereadores aprovam em 1ª votação plano de reforma administrativa do prefeito Bruno Covas que mexe com serviço funerário, limpeza urbana e iluminação pública, mas preserva Fundação Theatro Municipal de São Paulo

Primeira sessão da Câmara de São Paulo pretende discutir reforma administrativa e revitalização urbana

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Importante: além dos discursos e promessas, fomos pesquisar quais são as ações efetivas dos vereadores para amenizar os problemas das enchentes

A paralisação de São Paulo ontem foi causada pela combinação caótica de uma quantidade recorde de chuvas com os efeitos catastróficos de um conjunto histórico de omissões sociais e governamentais.

Desde o crescimento desordenado e sem planejamento da cidade, em grande parte erguida na ilegalidade, passando pelo descuido ambiental e pelo desprezo com as mudanças climáticas, há múltiplos fatores que precisam ser analisados.

O assunto mobiliza a atenção dos políticos, como não poderia deixar de ser, ainda mais em ano eleitoral. Mas não serão apenas promessas de campanha ou discursos panfletários que resolverão os casos repetitivos de enchentes, deslizamentos, prejuízos materiais e mortes.

Porém, uma busca no portal oficial da Câmara Municipal proporciona uma visão mais abrangente do que vem sendo discutido de fato pelos vereadores (quase todos candidatos à reeleição), muito além dos discursos oportunistas e demagógicos, para contribuir efetivamente para a solução ou pelo menos para amenizar esses problemas que se arrastam há décadas.

Em um ano, foram postadas 21 notícias com a palavra-chave "enchentes". Sendo que mais da metade se refere aos trabalhos do Comitê de Chuvas e Enchentes, sob a presidência do vereador Gilberto Natalini (PV) e a relatoria da vereadora Soninha Francine (Cidadania), criado em março de 2019 devido as enchentes terríveis que atingiram São Paulo no ano passado (fato que se repete ano a ano).

A seguir, as dez notícias mais recentes sobre o tema:

(16/01/2020)

Para evitar enchentes, projeto torna obrigatória instalação de canteiros permeáveis

Em tramitação na Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, o PL (Projeto de Lei) 39/2018, de autoria do vereador Camilo Cristófaro (PSB), torna obrigatória a instalação de canteiros permeáveis em obras de readequação geométrica, rotatórias, estreitamento de vias e casos similares (...)

(19/12/2019)

Comitê de Chuvas e Enchentes apresenta relatório com problemas a sanar e propostas

Nesta quinta-feira (19/12), o Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes apresentou o relatório final com as conclusões do trabalho realizado em 2019. Instalado em março deste ano, o comitê analisou as iniciativas de combate a enchentes e ouviu especialistas, moradores e representantes de órgãos públicos para propor soluções (...)

(04/12/2019)

Projeto que ameniza enchentes passa na Comissão de Administração Pública

Na reunião da Comissão de Administração Pública, realizada nesta quarta-feira (04/12), os vereadores integrantes do colegiado aprovaram pareceres relativos a 13 Projetos de Lei. Também foram aprovados três requerimentos. Entre os projetos analisados, o PL 114/2017, de autoria do vereador Ricardo Teixeira (DEM), dispõe sobre a implantação de asfalto permeável (...)

(26/10/2019)

Combate a enchentes é destaque em audiência do Orçamento 2020 no Itaim Paulista

O combate às enchentes foi uma das principais demandas apresentadas pelos moradores de bairros das subprefeituras de São Miguel Paulista e Itaim Paulista, na zona Leste de São Paulo, em Audiência Pública na tarde deste sábado (...)

(26/10/2019)

Audiência no Itaim Paulista debate enchentes

O combate às enchentes foi uma das principais demandas apresentadas pelos moradores de bairros das subprefeituras de São Miguel Paulista e Itaim Paulista, na zona Leste de São Paulo, em Audiência Pública na tarde deste sábado (26/10). Foi a terceira audiência regional da Câmara Municipal para discutir o Orçamento 2020 da cidade (...)

(24/10/2019)

Comitê de Chuvas e Enchentes visita bairros da zona Leste com histórico de alagamento

O Comitê de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal de São Paulo visitou, no dia 15 de outubro, bairros da zona leste da cidade com histórico de alagamento. A intenção dos vereadores integrantes do comitê é pressionar o Executivo a realizar obras de contenção e drenagem, antes do início da temporada de chuvas (...)

(15/10/2019)

Comitê de Chuvas e Enchentes visita bairros

O Comitê de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal de São Paulo visitou, no dia 15 de outubro, bairros da zona Leste da cidade com histórico de alagamento. A intenção dos vereadores integrantes do comitê é pressionar o Executivo, portanto, a realizar obras de contenção e drenagem.

(10/10/2019)
Diante da proximidade do período de chuvas, o Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal divulgou ação que o grupo de vereadores pretende realizar, para verificar obras de drenagem em pontos críticos da cidade (...)

(10/10/2019)

Chuvas e Enchentes são focos de Comitê

Diante da proximidade do período de chuvas, o Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal divulgou ação que o grupo de vereadores pretende realizar, para verificar obras de drenagem em pontos críticos da cidade. O anúncio foi feito na Sessão Plenária desta quinta-feira (10/10). Ações do Comitê de Chuvas (...)

(30/05/2019 – 19h16)

Moradores de áreas de risco são ouvidos no Comitê de Chuvas e Enchentes

Em reunião nesta quinta-feira (30/05), o Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes ouviu o depoimento de moradores de regiões da capital paulista sujeitas a alagamentos e enchentes. Eles foram convidados por meio de requerimentos aprovados na reunião anterior do comitê. Wanda Herrero, presidente do CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança) da Mooca (...)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Como diria Seu Creysson: “Seus problemas se acabaram-se!”

Hoje, no twitter, na TV e no facebook descobrimos que todos os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo tem a solução mágica para as enchentes. Ufa! Que alívio!‬

‪Basta eleger Márcio França, Andrea Matarazzo, Fernando Haddad, Guilherme Boulos, Joice Hasselmann, Datena, Mamaefalei ou o até o próprio Bruno Covas...

‪Mas será que esses pré-candidatos sabem mesmo do que estão falando?‬

‪Como pensam resolver em quatro anos um problema que se arrasta e se agrava há décadas, há séculos?‬

‪Quando alguém vai assumir que não resolverá tudo?‬

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Uma banana para o "mito" da republiqueta de bananas

A baixaria mais recente do meme que virou presidente foi dar uma banana para os jornalistas, depois de se queixar outra vez que os "aidéticos são custosos para o país".

Mas precisam avisar Jair Bolsonaro que, além de destilar esse preconceito desprezível, típico de obscurantistas do século passado, ele falou mais uma besteira das grandes.

Que qualquer paciente do SUS consome recursos do Orçamento não é novidade, obviamente. Mas estigmatizar o portador de HIV é de uma canalhice sem tamanho.

Sabe quanto o governo gasta, em média, com o tratamento de pacientes com HIV? O custo fica em torno de R$ 5 mil por ano, com internações, consultas, medicamentos etc.

Por outro lado, sabe quanto custa aos cofres públicos manter cada militar inativo ou pensionista de militar, por exemplo? Anote aí: R$ 89.925,30 - ou seja, 17 vezes mais.

Para cada "aidético custoso" temos "17 militares custosos" no Brasil do militarista Bolsonaro.

Mas privilégio para milico de pijama os adoradores-bananas do boçalnarismo não reclamam, né?

Que Jair Bolsonaro é inepto, desqualificado, preconceituoso, desequilibrado, bárbaro, bizarro, rancoroso, tosco e ignorante todos os não-fanáticos e quem possui ao menos dois neurônios funcionando já perceberam.

Mas a irresponsabilidade e a desinformação deste personagem vergonhoso e caricato ultrapassa qualquer limite do bom senso, do decoro e da liturgia da Presidência da República.

A banana para os jornalistas e o preconceito monstruoso na fala contra os portadores de HIV denotam o caráter digno de um presidente de republiqueta de bananas, o mito de tolos e lunáticos.

Já sei... Agora a milícia bolsonarista vai soltar um: "e o Lula?", "e a Dilma?".

Pois eu respondo: não sei onde estão Lula e Dilma, nem me interessa, danem-se ambos. Já foram, são passado! Assim como torcemos para que Bolsonaro caia fora logo, com seus filhotes delinquentes e os seguidores desvairados.

Não sou lulista, não sou petista, não sou bolsonarista, não sou tucano e também não sou isentão. Eu simplesmente me dou ao direito de me opor aos fanáticos dos dois lados dessa polarização burra.

Ditaduras de esquerda ou de direita são igualmente condenáveis, assim como os haters e hooligans dessas bolhas ideológicas, com todo esse fanatismo ridículo, a idolatria e uma necessidade insana de se inventar mitos, ídolos ou salvadores da pátria.

Nosso repúdio aos extremistas, intolerantes, adoradores e entusiastas descontrolados destes dois fãs-clubes que se espelham na bajulação a seus tiranetes de estimação e no ódio simbiótico e conveniente entre eles.

Por um Brasil mais digno, com lideranças políticas que nos representem sem causar asco ou vergonha. Será impossível?

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O #Suprapartidário e a fiscalização sobre os vereadores

Como todo mundo sabe, 2020 é ano eleitoral. Hora de eleger prefeitos e vereadores em mais de 5.500 municípios brasileiros, neste momento em que nós vivemos uma situação bastante crítica e peculiar.

A política tradicional, os partidos e os políticos vem sendo duramente confrontados. As instituições republicanas e até a própria democracia enfrentam forte resistência de parte significativa da população.

Por isso mesmo é importante esclarecer sobre a importância fundamental das câmaras municipais e do papel essencial do Legislativo na relação de freios e contrapesos do Estado Democrático de Direito, juntamente com os poderes Executivo e Judiciário. Neste ano, especialmente, temos novas regras eleitorais, como a proibição de partidos se coligarem para eleger seus vereadores.

Enfim, para que servem as câmaras municipais? Qual a importância de elegermos bons vereadores? Ora, se nós queremos cidades inteligentes, bem planejadas, bem estruturadas, com uma gestão responsável e eficiente, leis justas, viáveis e eficazes, e o poder público funcionando com agilidade, ética e transparência, precisamos votar certo e de forma bem consciente.

Você acha que a política é uma droga? Então precisa ler a bula para conhecer a sua composição, apresentação, formas e formulações, informações técnicas, interações, precauções, recomendações, efeitos colaterais, contraindicações, princípios ativos e o modo de usar.

Para melhorar a política é preciso ter um olhar crítico sobre os fatos. Para criticar é preciso conhecer. Para conhecer é preciso reunir informações confiáveis, ir além do noticiário oficial, receber notícias sem filtro ideológico ou corporativista, saber o que ocorre no dia-a-dia, tudo aquilo que acontece nos bastidores e passa despercebido da imprensa e da maioria dos cidadãos.

É para isso que existe, para citar dois exemplos, o trabalho do #CâmaraMan e do #Suprapartidário. Trincheiras da resistência democrática. Referências de credibilidade, bom jornalismo e fonte de informação de qualidade para uma imensidão de leitores e de seguidores nas redes sociais e para a própria imprensa.

Que tal saber em primeira mão o que verdadeiramente acontece na Câmara Municipal de São Paulo e decifrar a caixa preta da política paulistana? Ter os vereadores em tempo real na sua timeline? Poder monitorar toda semana se os políticos estão de fato representando os interesses da cidade, cumprindo os compromissos assumidos com o eleitor e com a região que possibilitou a sua eleição?

É assim que funcionam estes espaços: como a tal bula do remédio, a tradução simultânea do "politiquês" em uma linguagem de fácil compreensão e útil para a cidadania, para que você se mantenha bem informado e esclarecido sobre a política, com transparência sobre os acontecimentos que interferem no seu cotidiano, no trânsito, no transporte, na saúde, no trabalho, na educação, na segurança, no meio ambiente, no bem-estar social e na qualidade de vida.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

"Inflável Bolsonaro": à imagem e semelhança do pai, o "mito", e os R$ 4 milhões dos cofres públicos gastos num único dia de campanha do então candidato do PSL

O presidente Jair Bolsonaro gosta de dizer por aí que não gastou nenhum centavo do fundo partidário para a sua campanha eleitoral, mas não é bem isso que mostram os números.

Até os bonecões infláveis do então candidato do PSL foram pagos com o meu, o seu, o nosso dinheiro que sai dos cofres públicos para financiar os partidos e seus candidatos em busca de voto.

Na prestação de contas de 2018 do PSL estão lá os valores: R$ 33 mil reais de recursos públicos foram usados num único dia, num evento São Paulo, para a confecção de 14 bonecos infláveis, sendo dois em tamanho mega-mito, de 5 metros de altura (um de Bolsonaro e outro idêntico do presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar).

O tal dia, em 17 de agosto de 2018, foi divulgado pelo PSL como "dia nacional de filiação" e custou R$ 4 milhões dos cofres públicos para atrair militantes e simpatizantes em plena campanha eleitoral do então presidenciável Jair Bolsonaro, que vivia ainda em clima de lua-de-mel com o partido pelo qual acabaria se elegendo.

Todo esse dinheiro, gasto num único dia, foi tirado do fundo partidário para pagar bonecos, camisetas, lanches, ônibus, faixas e aparelhos de som - tudo aquilo que o bolsonarista-raiz, por exemplo, acusa o petista-mortadela de fazer, mas que no fundo (partidário... rs) ambos fazem igualzinho.

Agora os bolsonaristas não podem mais repetir feito papagaio que Bolsonaro nunca se beneficiou de dinheiro público, ou eles correm o risco de transformar o mito em mitômano - ou mentiroso, mesmo, na linguagem popular. De candidato da legenda 17 em 171 no código penal. Elerê!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Vereadores aprovam em 1ª votação plano de reforma administrativa do prefeito Bruno Covas que mexe com serviço funerário, limpeza urbana e iluminação pública, mas preserva Fundação Theatro Municipal de São Paulo

Os vereadores de São Paulo aprovaram nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, com 31 votos favoráveis, em primeira votação, um plano de reorganização da administração municipal apresentado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).

Houve acordo para exclusão, no texto a ser apresentado em segunda votação, da ideia de extinção da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. São necessárias duas votações para o projeto seguir à sanção do Executivo.

A intenção, segundo o prefeito, é "expandir e melhor qualificar a prestação de serviços públicos aos munícipes". Está proposta a redução de 22 para 14 do número de entidades da chamada "administração indireta", bem como a promessa de cortar cargos efetivos e em comissão, ainda sem muito detalhamento.

Por outro lado, afirma que pretende "fortalecer o poder regulatório e de indução da administração municipal" com a criação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo, a SP Regula, e da Agência Paulistana de Desenvolvimento e Investimentos, a SP Investe.

A SP Investe deverá acumular as atuais responsabilidades da Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADESAMPA) e da São Paulo Negócios (SP Negócios). A SP Regula, por sua vez, será criada para controlar e fiscalizar as concessões de serviços que hoje funcionam em órgãos diversos, como Limpeza Urbana (AMLURB e LIMPURB), Serviço Funerário e Departamento de Iluminação Urbana (ILUME).

Para se ter uma ideia, pelo novo projeto essa autarquia funcionará com uma diretoria colegiada de cinco membros, incluindo um diretor-presidente, e até 800 novos servidores de carreira, sendo 200 analistas de regulação e 600 técnicos em fiscalização, a serem admitidos por concurso público.

Estão propostas outras mudanças, como a extinção da Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura, conhecida como Fundação Paulistana, que terá suas funções incorporadas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho. Isso atinge, por exemplo, o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e a Escola Técnica de Saúde Pública Professor Makiguti, que serão transferidos respectivamente às pastas do Trabalho e da Cultura.

Na área da Saúde, será extinta a Autarquia Hospitalar Municipal (AHM). Outros órgãos considerados obsoletos ou já inativos serão formalmente extintos, como a Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo e a Autarquia Municipal de Serviços Auxiliares de Saúde. Será extinta ainda a atuante e importante São Paulo Turismo S/A (SPTuris).

No acordo dos vereadores, como já informado, caiu a proposta de extinção da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, recentemente envolvida em uma série de suspeitas e escândalos, e que teria suas atividades transferidas diretamente à Secretaria da Cultura.

A próxima sessão extraordinária da Câmara Municipal de São Paulo, com projetos do Executivo e dos próprios vereadores, deve ser convocada para a próxima quarta-feira, 12 de fevereiro.

Primeira sessão da Câmara de São Paulo pretende discutir reforma administrativa e revitalização urbana

O ano político recomeçou - mas calma lá que em duas semanas tem Carnaval!

O ritmo na Câmara Municipal de São Paulo vai esquentando aos poucos. Na primeira sessão extraordinária de 2020, marcada para esta quarta-feira, 5 de fevereiro, estarão pautados projetos de vereadores remanescentes do ano passado e projetos do Executivo como a reforma administrativa, que voltará a ser discutida após 46 dias de recesso.

Para depois do Carnaval serão nomeadas as comissões permanentes da Casa e se tentará consenso para aprovação de novas CPIs - missão impossível no semestre passado, quando não se chegou a nenhum acordo para escolha dos assuntos prioritários.

Para o início de março também será pautado, segundo o presidente da Câmara, vereador Eduardo Tuma (PSDB), um projeto que promete benefícios aos taxistas (contra os aplicativos de transporte privado), polêmica que travou as sessões no fim-de-ano devido a um gritante conflito de interesses.

Do Executivo, além da reforma administrativa, as prioridades anunciadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) para esse reinício dos trabalhos são basicamente os projetos de revitalização urbana, como o "Triângulo SP", focado no centro velho da cidade, e diversos PIUs (Programas de Intervenção Urbanística) apresentados e debatidos há anos (alguns desde a gestão petista). Veja aqui mais detalhes.

Projeto "Triângulo SP"

A Prefeitura pretende criar o "Triângulo SP" na região central, objetivando a revitalização social, econômica e turística desse território que inclui os distritos da Sé, Luz e República ao incentivar, por exemplo, o funcionamento 24 horas do comércio e dos serviços ali prestados, sete dias por semana, e tornar a região mais atraente e convidativa.

Para tanto, o prefeito Bruno Covas promete um ambiente mais seguro e adequado para a circulação e permanência dos frequentadores e trabalhadores ao valorizar as atrações turísticas; melhorar o trânsito, as calçadas e a iluminação; recuperar fachadas e a infraestrutura; e diversificar as atividades ali desenvolvidas, facilitando principalmente a instalação da chamada economia criativa, priorizando as áreas de gastronomia, lazer, entretenimento, turismo e inclusão social.

Reforma administrativa

No plano de reorganização da administração municipal que voltará a ser discutido no plenário da Câmara a partir desta quarta-feira, o objetivo desejado é "expandir e melhor qualificar a prestação de serviços públicos aos munícipes".

A Prefeitura propõe reduzir de 22 para 14 o número de entidades da chamada "administração indireta", bem como promete cortar cargos efetivos e em comissão, ainda sem muito detalhamento. Por outro lado, afirma que pretende "fortalecer o poder regulatório e de indução da administração municipal" com a criação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo, a SP Regula, e da Agência Paulistana de Desenvolvimento e Investimentos, a SP Investe.

A SP Investe deverá acumular as atuais responsabilidades da Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADESAMPA) e da São Paulo Negócios (SP Negócios). A SP Regula, por sua vez, será criada para controlar e fiscalizar as concessões de serviços que hoje funcionam em órgãos diversos, como Limpeza Urbana (AMLURB e LIMPURB), Serviço Funerário e Departamento de Iluminação Urbana (ILUME).

Para se ter uma ideia, pelo novo projeto essa autarquia funcionará com uma diretoria colegiada de cinco membros, incluindo um diretor-presidente, e até 800 novos servidores de carreira, sendo 200 analistas de regulação e 600 técnicos em fiscalização, a serem admitidos por concurso público.

Estão propostas outras mudanças, como a extinção da Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura, conhecida como Fundação Paulistana, que terá suas funções incorporadas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho. Isso atinge, por exemplo, o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e a Escola Técnica de Saúde Pública Professor Makiguti, que serão transferidos respectivamente às pastas do Trabalho e da Cultura.

Também deve ser extinta a Fundação Theatro Municipal de São Paulo, recentemente envolvida em uma série de suspeitas e escândalos, passando suas atividades diretamente à Secretaria da Cultura. Na área da Saúde, será extinta a Autarquia Hospitalar Municipal (AHM). Outros órgãos considerados obsoletos ou já inativos serão formalmente extintos, como a Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo e a Autarquia Municipal de Serviços Auxiliares de Saúde. Será extinta ainda a atuante e importante São Paulo Turismo S/A (SPTuris).

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Vereadores retomam atividades de olho na reeleição

O que esperar dos Projetos de Intervenção Urbana? Não queremos nem mais um "PIU" dos vereadores sem ouvir a população sobre o futuro da cidade de São Paulo

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O que esperar dos Projetos de Intervenção Urbana? Não queremos nem mais um "PIU" dos vereadores sem ouvir a população sobre o futuro da cidade de São Paulo

Entre os mais importantes e polêmicos projetos que podem ser levados à pauta da Câmara Municipal de São Paulo neste ano de 2020 estão os chamados PIUs, ou Projetos de Intervenção Urbana.

Eles preveem principalmente o adensamento populacional das regiões abrangidas, como os já apresentados PIUs do Centro, da Vila Leopoldina, do Arco Pinheiros (no encontro dos rios Tietê e Pinheiros) e dos Bairros do Tamanduateí (Cambuci, Mooca, Ipiranga, Vila Prudente e adjacências).

Se, por um lado, esses projetos prometem destinar moradia de interesse popular a famílias sem teto ou que hoje vivem em situação precária, por outro lado podem agravar problemas crônicos que já existem nesses bairros, como nós intransponíveis no trânsito, carência de áreas verdes, quedas de energia, falta d´água, aumento das filas em creches, escolas e hospitais, insegurança e sucateamento do transporte público.

O que mobiliza esses PIUs é o interesse econômico envolvido: tanto do mercado imobiliário quanto de grandes obras viárias e de empresas que recebem incentivos fiscais para se instalar nessas regiões. O risco é que o interesse social não passe de maquiagem política para tapear a população, que sofrerá as consequências de um crescimento desordenado e mal planejado.

Cada cidadão paulistano deve ficar atento para essas discussões, tanto no plenário da Câmara quanto nas audiências públicas que são levadas aos bairros, e fazer marcação cerrada nos 55 vereadores - principalmente em ano eleitoral.

O que for decidido nesses projetos urbanísticos terá efeitos definitivos para a vida de todos e para o futuro de São Paulo, mas nem sempre o que guia essas decisões são os princípios mais democráticos e republicanos. Vamos ficar de olho!

Vereadores retomam atividades de olho na reeleição

Enfim a Câmara Municipal de São Paulo retoma os trabalhos em plenário nesta terça-feira, 4 de fevereiro, após 46 dias de recesso desde a última sessão do ano passado, com a aprovação do Orçamento da cidade para 2020.

O último ano desta legislatura, como de praxe, será marcado pela preocupação de todos com a própria reeleição. Dos 55 vereadores, apenas um já anunciou que não pretende disputar um novo mandato: o atual 2º vice-presidente da casa, Celso Jatene (PL) - e até por isso cotado para assumir interinamente a Prefeitura se o prefeito Bruno Covas (PSDB) se afastar temporariamente por conta do tratamento de saúde.

Lembrando que a legislação eleitoral proíbe que o vereador que assumir interinamente a Prefeitura, mesmo que por um único dia, a partir de abril, possa disputar a reeleição para o cargo. A linha sucessória de Bruno Covas tem hoje o atual presidente reeleito da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB); seguido pelo 1º vice-presidente, Milton Leite (DEM).

O foco principal de muitos vereadores neste ano será a aplicação das emendas que cada um apresentou para seus redutos eleitorais. Foram acolhidas 590 emendas, a maioria destinada às 32 subprefeituras da cidade, que receberão um reforço de caixa de R$ 243 milhões com a assinatura do parlamentar-candidato.

Vamos seguir acompanhando o dia-a-dia dos vereadores paulistanos, as atividades e prioridades do Legislativo e do Executivo para 2020, bem como os bastidores da Câmara e da Prefeitura e os desdobramentos da campanha eleitoral. Olho neles!

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Para que serve o bom jornalismo, afinal?

O jornalismo vive dias difíceis. Os inimigos da boa informação, da luz sobre os fatos e da transparência dos acontecimentos estão por toda parte.

Houve um tempo em que jovens idealistas sonhavam em ser jornalistas. Traduzir para o maior número de pessoas o quê (a ação), quem (o agente), quando (o tempo), onde (o lugar), como (o modo) e por que (o motivo) já foi uma profissão de respeito.

Era uma época em que não se discutia mais se a Terra era plana ou redonda, que ditaduras de esquerda e de direita eram igualmente repudiadas, que censores e torturadores eram odiados ao invés de serem idolatrados, e o obscurantismo estava fora de moda.

Hoje o bom jornalismo é raro de se encontrar. E, quando se encontra, os inquilinos do poder, os obscurantistas, os facínoras, os opressores, os lunáticos tratam logo de tentar desqualificar.

Afinal, não há nada mais incômodo e inoportuno do que revelar as entranhas do poder, as engrenagens do sistema, os bastidores daquilo que se tenta esconder do grande público. Mais ainda quando não se consegue calar o jornalista pela influência do poder político ou econômico, da ameaça física ou psicológica, nem mesmo pela força da lei.

Jornalismo raiz, verdadeiro, isento, corajoso, independente, crítico, fiscalizador, investigativo é uma ameaça terrível para esquemas criminosos, para maus políticos, autoritários, corruptos, irresponsáveis, populistas, hipócritas e demagogos em geral.

Mas o bom jornalismo resiste. Não com a falsa ideia de um jornalismo imparcial, pois temos lado. Defendemos objetivamente o estado democrático de direito e os princípios republicanos, damos voz às minorias e aos excluídos, denunciamos os usurpadores do poder, combatemos o ódio, a intolerância e o preconceito.

Queremos a vitória da civilização contra a barbárie. Priorizamos a ética e o bom senso. Valorizamos a educação, a ciência, as artes e a cultura. Ouvimos todos os lados da notícia, damos visibilidade a todo o amplo espectro político, mas jamais nos rendemos às armadilhas da polarização partidária, nem ao fanatismo das bolhas ideológicas.

Enquanto incomodarmos da mesma maneira a esquerda, a direita e o centro, estaremos cumprindo bem o nosso papel.

Que satisfação indescritível é ser acusado de esquerdalha pelos bolsonaristas, ou de ser tachado ao mesmo tempo de lulista e de anti-petista, como se isso fosse possível, enquanto ambos tentam te carimbar de isentão mas também quebram a cara quando acusamos o fisiologismo e o corporativismo do centrão.

Rótulos não nos definem. Não vão conseguir nos enquadrar, nem dispor nas prateleiras emboloradas da velha política e do mau jornalismo a serviço dos interesses de grupos ou quadrilhas. Pensamos fora da caixa, mas não andamos fora do trilho. Estamos do lado da justiça, da verdade e do interesse público. Então, se vira aí porque estamos de olho, mané!