terça-feira, 28 de setembro de 2021

O jeitinho brasileiro: gol de mão aos 45 do 2º tempo


Na 1ª divisão do futebol brasileiro, criaram uma regra que estabelece aos clubes um limite de demissões dos técnicos, para evitar aquela enxurrada de treinadores demitidos a cada rodada do campeonato.

Pois o jeitinho brasileiro entrou em campo e as demissões e contratações prosseguem sem entraves. Basta para isso informar que o treinador não foi demitido nem pediu demissão, mas saiu “de comum acordo”. Ora, ora…

Nessa madrugada o Congresso Nacional fez mais ou menos a mesma coisa. A lei proibia as coligações partidárias para diminuir a quantidade de siglas sem relevância tomando todo ano o seu, o meu, o nosso dinheiro por meio de dois fundos públicos bilionários (o eleitoral e o partidário).

Deputados e senadores criaram uma saída à brasileira: as federações partidárias substituirão as coligações em 2022. A diferença é que, em vez de se encerrarem no dia da eleição, devem perdurar pelos quatro anos da legislatura. Mas os partidos mantém a sua autonomia administrativa e, mais importante, acesso garantido aos fundos públicos.

O jeitinho permitiu a sobrevivência das legendas de aluguel. Mais que isso: aumentou o preço desses partidecos, ao estabelecer uniões nacionais mais duradouras para driblar a cláusula de desempenho. Num pacote que ressuscita também as propagandas partidárias na TV e afrouxa a fiscalização sobre o uso do nosso dinheiro, imagine o que vem por aí…

domingo, 26 de setembro de 2021

Vale-tudo na TV, na Igreja e na Fazenda do Edir Macedo sob o patrocínio do bolsonarismo


A história mostra que vale chutar a imagem da Nossa Senhora, vale passar a sacolinha para explorar a miséria alheia (se bem que tudo ficou mais moderno na era do Pix), vale apoiar qualquer político no cargo (de Lula a Bolsonaro), vale ter um partido para chamar de seu, uma bancada para lhe servir e uma TV (concessão pública) como arma de guerra, sustentada por patrocínio estatal, empresas cúmplices e o suado dízimo dos fiéis.

A vida do ex-presidiário Edir Macedo daria um filme (aliás, já deu dois, péssimos e bajuladores, ambos financiados por ele mesmo - e em última instância pagos por nós, é claro). Mas nem vale a pena chafurdar nesse lamaçal - a não ser para falar dos crimes, como o uso ilegal de recursos públicos, a perseguição religiosa, a recorrente propaganda eleitoral extemporânea e agora a acusação de estupro de vulnerável no programa A Fazenda.

Não me interessa pessoalmente a programação que reúne de consultório sentimental ao picadeiro de Celso Russomanno e outros clones em série eleitos “xerifes do consumidor”, de exorcismo libertador a sorteios caça-níqueis autorizados pelo atual desgoverno do presidente demente (em troca dos métodos nazistas de propaganda política). Porém, a coisa muda de figura quando a Record deixa de apenas exibir e reverenciar para virar ela própria o caso de polícia.

“Quando uma mulher diz não, é não!”, explica de forma didática a apresentadora Adriane Galisteu, com um semblante ao ler o teleprompter que varia entre o dramático-demagógico e o 100% canastrão. E complementa: “Quando uma mulher alcoolizada diz sim, também é não!”.

Seria uma informação relevante em qualquer outro contexto, menos para justificar a expulsão do participante Nego do Borel por ter trocado carícias íntimas com uma colega bêbada no reality show de horrores que a emissora produz em sua 13ª temporada.

Pô, mas a Record não é a TV da tradicional família brasileira, das pessoas de bem e com sólida formação cristã, recomendada até pelo presidente Bolsonaro, por sua santa esposa e pelos filhinhos que são orgulho do papai-mito em suas bolhas de fanáticos ideológicos, lunáticos e sociopatas?

Basta ver os critérios de seleção para A Fazenda: no rol de subcelebridades mais escandalosas e surtadas, são escolhidas a dedo aquelas que prometem render mais audiência à TV do Bispo. Daí que Nego do Borel foi selecionado exatamente por estrelar sites e programas de fofoca depois de ter sido acusado de violência, agressão e relação abusiva pela ex-mulher e por outras ex-namoradas.

Botam gente que já é sabidamente problemática e desequilibrada no confinamento exibido 24 horas, regado a muito álcool e com situações que levam os participantes ao limite físico e psicológico. A direção do programa assistiu e exibiu as tais cenas que em tese configuram o estupro. Não fez nada para impedir. E o único culpado é o otário que se julgava machão em rede nacional?

É muita demagogia, hipocrisia e canalhice. Pior: é crime! A Record é criminosa. Os patrocinadores são cúmplices e a audiência omissa se satisfaz como voyeur de toda essa exploração condenável. Vamos dar os nomes dos principais patrocinadores de A Fazenda: TikTok, Americanas, Banco Original, Seda, Aurora e Brahma.

Vocês acham mesmo que cumpriram com o dever legal e moral ao pressionar a Record para eliminar Nego do Borel do programa e ser investigado pela polícia? Ora, ora… E quanto a Edir Macedo, Jair Bolsonaro e toda essa corja que vocês bancam? Contra esses aí não cabe nem investigação, nem eliminação? Em qual planeta vocês vivem? 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Apoiar ou repudiar Bolsonaro é a linha divisória entre a civilização e a barbárie


Dá um desânimo tão grande escrever sobre o Brasil em tempos de Bolsonaro e do bolsonarismo… O que foi aquele discurso mentiroso e vexatório na ONU? E o ministro da Saúde - doente, literalmente - mostrando o dedo do meio aos manifestantes e virando manchete dos jornais em todo o mundo? Não basta ser inepto, lunático, incompetente, incapaz, desequilibrado, ignorante, desqualificado, vagabundo. Eles ainda passam atestado globalizado. 


O Brasil e os brasileiros nunca estiveram tão mal representados. Nem na ditadura militar, que já era uma página virada da história. Pois agora regredimos anos, décadas, séculos. Pior: voltamos ao milênio passado. Parece coisa da Idade Média. Negacionismo, obscurantismo, apologia à tortura, nostalgia do autoritarismo, patrocínio do ódio. Como pudemos retroceder tanto, em tão pouco tempo?


Precisa ter estômago forte para mexer nesse lixo malcheiroso - e não me venham com a ladainha “e o Lula?”, “e o PT?”, por favor! Fazer oposição ao Lula hoje é estar 11 anos atrasado (contra o presidente que saiu do cargo em 2010), ou dois anos adiantado (contra o presidente que pode reassumir em 2023, graças exclusivamente à própria fraude bolsonarista). O problema a ser enfrentado agora, o mal maior e imediato, é Bolsonaro.


Não podemos desviar o foco. Há motivos diários para o impeachment, para a prisão, para a interdição psiquiátrica deste presidente demente, de seus filhos delinquentes, dos seguidores dessa bolha ideológica de cretinos, milicianos e golpistas. O Congresso Nacional, a Procuradoria Geral da República e várias instâncias das polícias e da Justiça estão aparelhados pelo bolsonarismo. Quando não são cúmplices, são omissos. Precisamos reagir!


Se não bastassem os crimes de responsabilidade, a falta de decoro, a improbidade administrativa, o golpismo, as fake news, o desgoverno político e administrativo do país, a CPI do Senado nos desenha didaticamente o mapa desses bandidos, canalhas, corruptos, genocidas. Matam até a mãe - e isso não é figura de linguagem. Matam mesmo! E falsificam o prontuário! Como ficou comprovado no falacioso tratamento precoce daquele abatedouro de velhinhos travestido de plano de saúde.


O bolsonarismo é uma fraquejada da civilização. A escória da humanidade no poder. Se existe algum legado da eleição de Bolsonaro e dessa corja de debilóides criminosos é a possibilidade de identificar mais facilmente quem não presta no Brasil. Votou no Bolsonaro e se arrependeu? Ok, vem, ainda tem salvação. Votou nele e segue defendendo este verme? Então é da mesma laia. Manicômio judiciário já!

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Se dinheiro desse em árvore, político se interessaria na pauta ambiental


Ontem foi o Dia da Árvore (que já virou uma lembrança nostálgica dos livros escolares), hoje é o início da primavera e os vereadores paulistanos devem discutir e aprovar nesta quarta-feira, em 1ª votação, o Projeto de Lei 391/2021, do prefeito Ricardo Nunes, que, em tese, “disciplina a arborização urbana quanto ao seu manejo, visando a conservação e a preservação”.

Na prática, sabemos que não é bem assim. Numa cidade em que as árvores são vistas como estorvo por grande parte da população, pela queda devido à má conservação, por obstruírem a iluminação de postes, a visibilidade de placas de sinalização e de fachadas de lojas, destruírem calçadas e causarem sujeira com a queda de folhas ou até mesmo por atraírem visitantes indesejados como pássaros e insetos, a Prefeitura vai dar um jeitinho para facilitar a remoção desse “incômodo” em terrenos públicos e privados.

Principalmente em imóveis particulares, a vida vai ficar bem mais fácil para os exterminadores do verde. Nada que surpreenda aonde quem dá as cartas são os donos do mercado imobiliário (e também financiadores da eleição do prefeito e de vereadores), que pagam caro para jogar concreto e erguer prédios no lugar em que ambientalistas ficam com esse mimimi de sustentabilidade e de preservação da flora e da fauna. O progresso é cinza! Sai pra lá, esquerdalha!

Realmente é difícil convencer maus políticos e maus empresários, interessados em ganhar muito dinheiro e tudo muito rápido, que o planejamento de uma cidade sustentável, inteligente, com a preservação do meio ambiente e a preocupação com a qualidade de vida e com as futuras gerações deva ser prioridade da gestão. Quem quer pensar em jardins, praças, parques, solo permeável e ruas arborizadas se o interesse maior é o lucro imediato com a exploração do mobiliário urbano e dos lançamentos imobiliários (vide a quantidade de loteamentos irregulares), não é mesmo?

Pois seguiremos na luta inglória pelo verde e pela vida, denunciando os abusos cometidos na remoção de árvores e na poda ilegal ou equivocada. Seria melhor se houvesse apoio da legislação e dos gestores municipais, mas quem sabe se um dia eles não percebem como tudo isso influi nas enchentes, no clima, na qualidade do ar e na saúde de cada cidadão? Quem sabe se os eleitores também não começam a cobrar mais responsabilidade e consciência dos políticos. Quem sabe…

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Vai que é tua, São Paulo!


Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2022, a dúvida é: quem será o futuro governador do Estado de São Paulo?

E você, já tem candidato? Nas pesquisas de intenção de voto, os seis primeiros, por enquanto, são Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Marcio França, Guilherme Boulos, Rodrigo Garcia e Arthur do Val. Nos próximos meses, será que surge algum outro nome nessa lista? Quem?

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Entra semana, sai semana e o verde vai se acabando… Cadê o prefeito e os vereadores?


Reformaram o Vale do Anhangabaú, símbolo de São Paulo, e o resultado foi concreto para todo lado. Muita gente viu e chiou, mas a Prefeitura nem se incomodou. Acabaram com todo o verde do local e pronto. Em pleno 2021 ainda tem gestor público com pensamento arcaico achando que progresso é sinônimo de grandes obras e de uma cidade cinzenta.

Isso acontece todo dia e em todo lugar. No país do “OGROnegócio”, do desmatamento criminoso, dos incêndios florestais, das ocupações ilegais, do marco temporal para acabar com terras indígenas, da boiada bolsonarista que segue o toque de berrante do presidente demente para atropelar a legislação ambiental. E na maior cidade do país não seria diferente.

Nós aqui insistimos com frequência nesse tema da sustentabilidade, na esperança de despertar o poder público para alguma ação efetiva. Mas episódios como um projeto de moradia no lugar da Horta das Flores, ou a ampliação da rua Lítio (que pode acabar com uma praça tradicional e habitat de aves) para beneficiar um único projeto imobiliário de alto padrão - ambos coincidentemente na Mooca, aonde o subprefeito caiu (dizem) por incompetência - dão um desânimo danado.

Seguimos na luta e trazemos outros casos e alertas de maneira recorrente. A Operação Urbana “Bairros do Tamanduateí”, por exemplo, que abrange a região do Ipiranga, Mooca e Vila Prudente, exigirá outro tipo de atenção do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Ali, já se sabe, há necessidade de revitalizar áreas degradadas como a avenida Presidente Wilson e toda a circunvizinhança do rio e da linha férrea.

Porém, uma exigência inegociável da população local é a implantação de um parque na Mooca, na totalidade da área que por muitas décadas foi ocupada e contaminada pela Esso, em vez de usar para moradia este que é um dos últimos espaços disponíveis para a preservação do verde na região central. Um pouquinho de bom senso e sustentabilidade não fazem mal a ninguém, não é mesmo?

Também as medidas de adensamento populacional são questionáveis, em bairros com trânsito já caótico, poluição letal e carência de infra-estrutura. Por outro lado, é possível revitalizar esses bairros de histórico industrial (hoje com imóveis, antigas fábricas e enormes galpões abandonados) e torná-los tão atraentes e convidativos ao comércio, aos serviços e ao entretenimento como acontece nas cidades mais modernas do mundo.

Portanto, prefeito Ricardo Nunes, vereadores situacionistas e oposicionistas, grande imprensa e mídia regional, associações de bairros, movimentos de moradia e ambientais, conselhos de moradores e organizações comunitárias em geral: está dado o recado! Outra vez! Com ou sem pandemia, vamos ficar de olho nas ações da Câmara e da Prefeitura para cobrar que sejam atendidas as reivindicações da população.

O que os moradores querem, que é justo, coerente e necessário, ficou bem claro nas audiências públicas, no plano de metas e nos projetos encaminhados na Câmara por pressão da comunidade (e os interesses da maioria não estão ainda atendidos nessas operações urbanas). Pois então vamos conciliar o que vai trazer benefícios para todos (não privilégios para alguns) antes de aprovar este projeto para evitar dissabores e ações judiciais, OK?

Aonde já se viu você ceder terrenos públicos, que beneficiam TODA a população, à iniciativa privada para privilegiar uns poucos em prejuízo da coletividade? Pois é um escândalo que está na imprensa e já citamos aqui: a Prefeitura de São Paulo quer acabar com áreas públicas na Mooca como a Horta das Flores e a Feira Confinada para ceder esses enormes terrenos à exploração imobiliária.

A narrativa é sempre nobre. Dizem que parte desses milhares de novos imóveis será destinada à “moradia popular” e vendida a famílias de baixa renda (veja bem: não é casa para a população de rua, sem teto, mas para quem ganha mais de três salários mínimos). Isso é a justificativa fake para acabar com esses espaços de uso coletivo e entregar de mão beijada à iniciativa privada.

Pois há todos os motivos do mundo para essa cessão de áreas públicas NÃO ACONTECER! O Ministério Público tentou barrar na Justiça, mas a liminar já foi derrubada em benefício da exploração imobiliária - sempre forte e poderosa na cidade. Aonde estão a Câmara Municipal e a Prefeitura enquanto são cometidos esses crimes administrativos, urbanos e ambientais que lesam a cidade?

Se o prefeito, seus secretários, administradores regionais, os vereadores e até a juíza que derrubou a liminar fossem minimamente informados e bem intencionados, saberiam que a Mooca é um dos bairros com menor índice de área verde por habitante e que preservar esses raríssimos espaços com projetos comunitários, como a Horta das Flores, a Praça Dr. Eulógio Emílio Martinez e o futuro Parque no antigo terreno contaminado da Esso (todos ameaçados nesta gestão) deveria ser prioridade absoluta e garantia de saúde e qualidade de vida.

Mas parece que político só se satisfaz mesmo quando põe a mão para estragar qualquer iniciativa ou conquista pública - e ainda tenta faturar alguma coisa em cima. Querem fazer moradia popular na Mooca? Façam no lugar certo, não destruindo o pouco que existe de natureza e de vida. Progresso é garantir o futuro, jamais destruir o passado e o presente.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Em defesa do Parque da Mooca: Mais uma vez fazemos um alerta para a preservação do último grande espaço verde disponível no centro expandido de São Paulo


Você acha justo a Prefeitura e a Câmara Municipal de São Paulo abrirem mão de áreas públicas essenciais e valiosíssimas para serem concedidas à iniciativa privada e, em contrapartida, autorizarem que o poder público pague caro para compensar essa má gestão, além de oferecerem um pacotão de privilégios para empresas aumentarem seus lucros enquanto a maioria da população segue prejudicada?

Pois é isso o que ocorre na maioria das intervenções e operações urbanas aprovadas pelos vereadores. Ao mercado imobiliário, tudo! À sustentabilidade, à qualidade de vida, à moradia de interesse social, à preservação da história dos bairros paulistanos e às justas reivindicações da comunidade, quase nada!

Nesta semana aconteceu mais uma audiência pública da Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, que afetará toda a região do Ipiranga, Mooca, Vila Prudente, Cambuci e Vila Carioca - incluindo a divisa da capital com os municípios do ABC paulista, os bairros e distritos em torno do rio e da linha férrea.

Este projeto se arrasta desde a época do prefeito Fernando Haddad, há mais de seis anos, e agora, modificado, desatualizado e pouco debatido, volta à Câmara com a intenção de ser aprovado a toque de caixa. Um detalhe inusitado: ele será deficitário e ineficaz. Oferece à iniciativa privada mais vantagens do que terá de retorno para atender a população. Faz sentido?

Tem números defasados, não leva em conta o crescimento disparado de submoradias, cortiços e favelas, muito menos da população de rua; desconsidera que a região agrega alguns dos bairros com menor índice de áreas verdes por habitante, tem ilhas de calor e poluição com trânsito já caótico; e que, em curtíssimo prazo, se aprovada a nova lei, será superpovoado e terá a sua população triplicada - com os problemas obviamente aumentando na mesma proporção insustentável.

Quer um exemplo concreto e objetivo da prioridade da administração municipal aos interesses privados em detrimento da maioria da população? Estava prevista a implantação do Parque Porto de Areia na região. Pois agora o projeto foi todo modificado para ceder essa área à empresa MRS Logística, enquanto a Prefeitura pagará caro para adquirir e revitalizar outros terrenos piores a título de compensação ambiental (que também, de forma canalha, são contabilizadas inclusive quando têm acesso restrito apenas aos moradores de alguns condomínios particulares).

É também o caso da área ocupada (e contaminada) durante décadas pela empresa Esso, de combustíveis e produtos químicos. São quase 100 mil metros quadrados de um espaço que pode e deve ser transformado em parque na Mooca, como reivindica há anos, com justiça, a comunidade. Trata-se da última oportunidade de preservar um espaço verde deste tamanho e importância em todo o centro expandido da capital e que vai trazer benefícios para toda a região metropolitana.

O que a Prefeitura pretende fazer nessa área do Parque da Mooca? Instalar uma série de torres de condomínios num empreendimento de alto padrão (com algumas poucas unidades destinadas a programas de habitação para a classe média), introduzindo dezenas de milhares de famílias, formando um novo polo gerador de tráfego gigantesco e uma ilha ainda maior de calor e de concreto neste que poderia ser o pulmão verde da região (mas o projeto garante cerca de um terço apenas do terreno preservado, anulando seus benefícios ambientais e dificultando o acesso das pessoas às áreas que deveriam ser públicas).

A nossa preocupação não é ingênua, só com a flora e a fauna, com aves e árvores - como se isso tivesse menos valor. Mas é também com o clima e todas as graves mudanças que vem ocorrendo no mundo, com a temperatura descontrolada, com as enchentes, com a saúde física e mental das pessoas, com a vida de cada cidadão paulistano. Será pouca coisa para o prefeito e os vereadores ou podemos esperar algo de positivo e transformador? Vamos acompanhar.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Presente, passado e futuro na Escola de Corruptos da Câmara de São Paulo: Será que podemos agir para quebrar essa tradição?


A boa notícia é que uma decisão atual do Tribunal Superior Eleitoral sobre um episódio de rachadinha ocorrido há mais de 20 anos na Câmara Municipal de São Paulo poderá servir de precedente para punir também a familícia Bolsonaro (entre outros) pelo desvio de salários (recursos públicos) dos funcionários de gabinete.

Não que a prática seja desconhecida no Legislativo. Sempre foi usual - apesar de ilegal e imoral. Mas agora o julgamento da ex-vereadora Maria Helena Fontes pela apropriação criminosa de dinheiro entre os anos de 1997 e 1999 servirá de jurisprudência. A rachadinha configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público, levando os políticos infratores à inelegibilidade. Pois então…

Pouca gente sabe, mas na Câmara de São Paulo foram instituídos diversos esquemas de corrupção que mais tarde seriam aprimorados em esferas superiores: as rachadinhas, o mensalinho que virou mensalão, a máfia dos fiscais e até a entrega de propina nos mais variados métodos - de envelopes e sacolas de supermercado a (acredite!) carros-fortes estacionados na garagem. Uma verdadeira escola de corruptos.

Enfim, os vereadores paulistanos voltam aos trabalhos de plenário hoje com uma pauta de quase 100 itens para votação depois de emendarem o feriadão da semana passada, afinal eles mereciam um descanso, não é mesmo? Para ser sincero, quanto menos projetos os parlamentares votam parece que a cidade funciona melhor. Nós é que precisávamos de uma folga!

Mas nem vou perder muito tempo para falar das leis que virão por aí: entre um pacotão de denominações e abobrinhas como o “Dia de Pular Corda”, ou a criação do Fundo de Assistência Social e Solidariedade da Cidade de São Paulo, por iniciativa de um vereador do MDB (o partido do prefeito Ricardo Nunes) para funcionar sob a presidência da primeira-dama. Parece coisa do século passado.

Também ocorrerão nesta semana importantes audiências públicas (infelizmente com a participação restrita de cidadãos ainda por conta da pandemia). Mas fica outra vez o registro: no projeto da Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, que os vereadores não se esqueçam de garantir o espaço reivindicado pela população para o Parque da Mooca no antigo terreno contaminado por décadas pela empresa Esso.

Façam a coisa certa, por favor, e reparem ao menos este erro histórico! O interesse financeiro de uns poucos não pode se sobrepor aos direitos da maioria. Que os atuais vereadores mostrem que são diferentes dos corruptos do passado e trabalhem verdadeiramente para os interesses da coletividade, pela sustentabilidade, pela saúde e pela qualidade de vida.

Podem ceder áreas para a iniciativa privada, mas não este que é um dos últimos espaços disponíveis para a implantação de um parque público no bairro com menor índice de área verde por habitante e que vai beneficiar o centro expandido e toda a região metropolitana de São Paulo. Não parece ser uma justa causa?

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Oposições dão tiro no pé ao não terem Bolsonaro como único alvo antes de 2022 🎯


Quando o MBL, o Vem Pra Rua e diversos atores políticos de centro e direita se recusaram a participar de todas as manifestações anteriores da oposição mais tradicional (de esquerda) ao Bolsonaro e resolveram anunciar, com meses de antecedência, um ato exclusivo para 12 de setembro, deram um tiro no próprio pé.

É verdade que nos últimos dias fizeram uma convocação suprapartidária e sugeriram deixar as diferenças e preferências eleitorais com vistas a 2022 para depois, priorizando agora o #ForaBolsonaro. Mas, na prática, além de fazerem isso com certo atraso (e meio naquele ditado do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”), os próprios atos se mostraram outra vez totalmente repelentes, antipáticos e ofensivos aos eleitores e simpatizantes de Lula.

Não precisamos decretar aqui que os atos foram um fracasso, podemos tentar olhar o copo meio cheio (ainda que as avenidas estivessem bastante vazias se comparadas a todas as manifestações ocorridas até então). Foi um primeiro passo para a necessária unidade, em torno da causa única e prioritária do impeachment, de diversos partidos, políticos de ideologias diversas e pré-candidatos como Ciro, Doria, Leite, Mandetta, Amoedo, Alessandro e Simone Tebet.

Mas, cá entre nós, ou a 3ª via não empolga tanta gente como pretende, ou a maioria da população é tão silenciosa, moderada e acomodada que não se sente obrigada a sair às ruas nem marcar muito a sua presença nas redes, preferindo esperar 2022 para ir às urnas e votar contra a polarização que vem se repetindo historicamente e se anuncia novamente como tira-teima de 2018 entre Bolsonaro e o PT.

Aliás, ainda que possamos criticar o “rei na barriga” e a ausência de auto-crítica lulopetista, todas as pesquisas indicam outra vez a força do PT, que se mantém como um dos pólos eleitorais desde a redemocratização - ora perdendo, como em 1989, 1994, 1998 e 2018; ora vencendo, como em 2002, 2006, 2010 e 2014. Lembrando que até no auge do bolsonarismo e do antipetismo, com Lula preso, Haddad chegou ao 2° turno. Por que justo agora o PT ficaria de fora?

Pois então, é preciso avaliar a realidade com os pés no chão. A tendência para 2022 é a eleição ser marcada pela disputa entre o bolsonarismo e o antibolsonarismo. O inimigo maior de todos os democratas é Bolsonaro. Lula pode ser o adversário eventual - se Bolsonaro não chegar ao 2º turno. E, para isso, o impeachment é fundamental. Se não houver unidade das oposições, quem perde é o Brasil. Entenderam ou precisa desenhar?

domingo, 12 de setembro de 2021

Oposição dividida dá sobrevida a Bolsonaro e alimenta discurso golpista


Já tivemos algumas manifestações de rua neste ano, na retomada dos atos políticos presenciais após o período mais dramático da pandemia. Pró-Bolsonaro, a mais recente, de 7 de setembro, foi sem dúvida a mais concorrida e de maior repercussão (para o bem e para o mal).

As oposições ao presidente demente saíram às ruas outras tantas vezes, além deste domingo, 12 de setembro, mas nunca estiveram juntas de fato, misturando todos os partidos, tendências e lideranças políticas por uma causa única (como ocorreu na época das Diretas Já, por exemplo). O impeachment ainda não virou onda.

A proposta de deixar as preferências eleitorais para depois e priorizar antes o #ForaBolsonaro ainda não convenceu a maioria desses atores políticos (que seguem divididos e polarizados, ou na busca da construção da chamada 3ª via) nem atraiu multidões (que é necessário para fazer o Congresso se mexer).

Primeiro, foram o MBL, o Vem Pra Rua e a maioria dos partidos de centro que boicotaram as manifestações convocadas por siglas, entidades e influenciadores mais à esquerda. Neste domingo, ainda que o apelo suprapartidário tenha dominado as convocações, foram o PSOL, o PT e os eleitores de Lula que resolveram não aparecer.

Pior que isso, correntes mais radicais de um lado e do outro simplesmente rejeitam a aproximação. Se inicialmente houve tucanos rechaçados na Paulista pelo PCO, para citar um fato concreto e objetivo bastante noticiado, agora a campanha “nem, nem” (nem Bolsonaro, nem Lula) serve de igual maneira para afastar os simpatizantes petistas.

Enquanto todos que se opõem a Bolsonaro não deixarem de lado suas picuinhas, preconceitos e pré-julgamentos, quem seguirá cantando vitória é a turma bolsonarista. Isso alimenta a narrativa da direita golpista na crença de que a maioria do eleitorado apóia o governo e qualquer outro resultado em 2022 que não a reeleição do presidente será uma fraude. É hora de virar o jogo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Não está fácil defender Bolsonaro, não é mesmo? Ô, dó!

 
E nem foi por falta de aviso. Bolsonaro é uma farsa. O presidente demente, inepto, boçal, desqualificado, desequilibrado, despreparado, irresponsável, incompetente, negacionista, obscurantista, fascista, genocida (etc.) despenca em queda livre. É o começo do fim. Chola mais, cãozinho fiel do bolsonarismo. A casa caiu.

As bravatas bolsonaristas viraram piada. Os machões virtuais, aqueles que postam arminha com os dedos, falam grosso em lives, atacam com baixarias quem faz oposição e cantam de galo no facebook agora estão piando baixinho, com o rabinho no meio das pernas. Xô, golpistas! O mito mitômano deixou vocês na mão, hein? Bye bye milicianos, delinquentes, corruptos, falsos moralistas, hipócritas, vermes!

Quem prometia tanto ser diferente, foi mais do mesmo. Ou pior, muito pior. Uma fraude. Um atraso. Trinta anos de retrocesso em três anos de desgoverno. Nem o gado e os robôs resistem a tanta desmoralização. Quanta vergonha!

Estamos no fundo do poço, mas vamos dar o impulso lá embaixo, recuperar o Brasil e resgatar o ânimo do brasileiro. Bolsonaro acabou. Aleluia! Que volte agora junto com a escória de apoiadores lunáticos para o esgoto da sociedade, de onde nunca deveriam ter saído. O estado democrático de direito venceu.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O golpe tá aí, cai quem quer!


Será que, enfim, o Brasil começou a acordar para quem é de fato Jair Bolsonaro? A maioria do eleitorado - que elegeu o presidente demente em 2018 - levou três tristes anos para perceber a fraude. O mito na verdade é um mitômano, mas ainda mobiliza multidões de fanáticos e lunáticos, como se viu no 7 de setembro.

Vem agora o troco no domingo, 12 de setembro. Os protestos também serão ruidosos e gigantescos. Será que isso resolve? A resposta é NÃO! Apenas isso não basta. Claro que é importante sinalizar o descontentamento da sociedade civilizada - principalmente nestas manifestações que reúnem setores e movimentos de direita e de centro, até para tirar a pecha da oposição exclusivamente de esquerda.

Quem votou no Bolsonaro para se livrar do PT mas é minimamente racional, inteligente e tem alguma empatia pelo Brasil e pela vida já se arrependeu faz tempo! Compreendemos que teve muita gente que escolheu apertar o 17 nas urnas com a melhor das intenções. Não queria mais o 13. Simples. Optou pela alternativa que existia e pronto! Deu no que deu!

Agora, o chamamento é para resgatar o Brasil das mãos dessa corja de golpistas, milicianos, corruptos, delinquentes, criminosos, negacionistas, obscurantistas, fascistas. Fazer oposição não torna ninguém petista nem automaticamente eleitor do Lula. Fique tranquilo. Essa ideia só existe na folclórica Terra Plana bolsonarista, essa bolha de debiloides que vêem comunistas debaixo da cama e acreditavam que tomar vacina te transformaria num jacaré.

A prioridade do Brasil é defender o estado democrático de direito, as liberdades, o voto, as instituições republicanas - e a maior ameaça a isso tudo, não se engane, é o próprio Bolsonaro. Essa escória que se apoderou do governo e do país precisa ser enfrentada e derrotada nas leis, nas ruas, nas redes e nas urnas. O primeiro passo - urgente - deve ser o impeachment.

Quem vai ser o novo presidente é uma consequência. Para chegar a 2022 precisamos sobreviver a 2021. Parece óbvio, mas está difícil. A queda do Bolsonaro é inevitável - como ele mesmo diz, resta sair preso ou morto. Tanto faz, desde que caia logo. O Brasil não merece sangrar mais nas mãos desse palhaço do mal. Que a Câmara e o Senado se mexam, ou serão cúmplices.

Depois a gente pensa em quem deve ser eleito: Lula, Ciro, Moro, Doria, Leite, Mandetta, Pacheco, Datena, Amoedo, Simone, Alessandro, Randolfe ou quem mais se apresentar até lá como candidato. Discutiremos programas, propostas, saídas e soluções para a crise. Mas o #ForaBolsonaro é pra já! Todos juntos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Obrigado, Bolsonaro! Thanks! Danke!


A maior vantagem dessas manifestações bolsonaristas é que facilita identificar entre colegas, parentes e vizinhos os mais otários.

Agora deu! O mundo civilizado, adulto e racional já pode providenciar o impeachment e o manicômio judiciário.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

O pós 7 de setembro


Não estão errados os bolsonaristas que afirmam que multidões de apoiadores foram às ruas neste 7 de setembro. Por outro lado, também é verdade que havia menos gente que o esperado, com tamanha convocação oficial do presidente e toda a estrutura paga (além do patrocínio estatal, o financiamento privado) a serviço do golpe.

Mas é fato que o Brasil tem uma legião gigantesca de lunáticos, imbecis, ignorantes, bajuladores, oportunistas, cúmplices de maus políticos, corruptos, criminosos, omissos, negacionistas, obscurantistas, milicianos, canalhas, cafajestes. Enfim, a corja bolsonarista é ruidosa e numerosa. Precisamos reagir.

sábado, 4 de setembro de 2021

O que esperar deste 7 de setembro?


Fanáticos e lunáticos vão estar soltos nas ruas. Brasília e São Paulo, principalmente, terão multidões históricas e histéricas. Se precisasse de psicotécnico para entrar na Paulista não iria ninguém. Mas o meme que virou presidente vai estar lá. O mito mitômano e sua corja de cretinos, bajuladores, oportunistas e sociopatas.

Eles não são poucos e estão à procura de um mártir. O mote é Independência ou Morte. Para o plano golpista dar certo falta um morto. Eles ainda vão conseguir, claro. Ninguém duvida da capacidade inegável dessa escória para fabricar (o que) ou comprar quem for preciso. Vale tudo para se manter no poder.

Chegaram lá por acidente, movidos pelo ódio. Vazaram do esgoto da História do Brasil e serão ali despejados de volta, mas vão dar muito trabalho e canseira. O legado obscurantista, negacionista, miliciano, trágico e canalha vai causar estrago por décadas. Gerações de brasileiros estarão marcadas pela proliferação desses vermes bolsonaristas.

Economia, cultura, educação, saúde, ciência, justiça, política, religião, meio ambiente… Não haverá uma só área em que o bolsonarismo não terá interferido de forma deletéria para o presente e o futuro do Brasil. Os atentados à civilidade, à razão, à liberdade e ao estado democrático de direito estarão eternizados na nossa memória.

Bolsonaro é um boçal, péssimo político e ser humano desprezível. Uma fraquejada da natureza. Simboliza o que existe de pior na sociedade e estava represado, dormente desde a redemocratização, à espera de uma centelha maligna que despertasse essa tropa pestilenta de zumbis descerebrados. É isso que invadiu as ruas, as redes e as urnas. É isso que precisamos enfrentar e vencer.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Audiência pública virtual assistida por 3 pessoas (contando comigo) na Câmara Municipal de São Paulo é uma afronta ao bom senso e à democracia


A Prefeitura e os vereadores paulistanos querem esquartejar o Plano Diretor da cidade, aumentar o IPTU, criar taxa de lixo, aprovar um pacotão de intervenções urbanas caça-níqueis em benefício da exploração imobiliária e em detrimento da sustentabilidade e do meio ambiente, entre outros atentados antidemocráticos. Tudo isso a toque de caixa e goela abaixo da população.

O cenário ideal para o tratoraço governista foi criado com a pandemia, a restrição do acesso de público ao Legislativo e a invenção das chamadas sessões híbridas (que misturam a presença física e a participação virtual dos interessados, seja com os vereadores no plenário da Câmara, seja nas audiências em tese abertas à sociedade). Desculpem, mas não podemos tolerar.

Ocorre que, por falha de divulgação, por dificuldade de mobilização ou seja lá por qual outro motivo, é inaceitável que audiências públicas sobre projetos tão essenciais para São Paulo - como este exemplificado pelo print na reunião às moscas de ontem sobre a Intervenção Urbana do Setor Central - sejam realizadas nesse período sem nenhuma possibilidade da participação ativa de cidadãos e de setores representativos da sociedade.

Não, senhor prefeito e senhores vereadores. Não é assim que se governa, nem que se impõem os projetos da base governista para a cidade. Atenção, Ministério Público. Atenção, Tribunal de Justiça de São Paulo. Alô, grande imprensa! A cidadania não pode ser atropelada desta forma, representada numa audiência pública virtual assistida online por 3 pessoas como figurantes de 12 milhões. Assim não!

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Veja e me responda se dá para levar a sério os nossos políticos?


A começar por Bolsonaro, que comete barbaridades 24 horas por dia. Quando não está ofendendo alguém ou pregando o golpe, segue em campanha - antecipada e ilegal - pela sua reeleição em carreatas, motociatas, negociatas, aglomerações ou no cercadinho que virou o menor (e pior) picadeiro do Brasil.

No desgoverno bolsonarista sobe o preço da gasolina, dispara o preço da energia, roubam dinheiro da vacina, desmatam, botam fogo no Pantanal e na Amazônia, aumentam o fundão eleitoral e ele premia a turma da propina, como faziam seus antecessores - prática que prometeu mudar (e o Brasil acreditou!).

Pois não apenas agravou a entrega de cargos, recursos e privilégios para os corruptos do Centrão, como ainda sugere ao povo enfrentar o aumento apagando as luzes e tomando menos banho. Faz sentido para quem já mandou você ir ao banheiro em dias alternados para economizar água. Um legítimo demente presidente.

Aí a gente desce aqui para a Câmara Municipal de São Paulo e o nível rasteiro dos políticos não se altera. Na pauta do dia de quase CEM projetos dos vereadores paulistanos, a maioria é SEM noção. Fora o que vem por aí e ainda nem entrou na pauta: aumento do IPTU, redução do número de imóveis isentos, nova taxa de lixo…

Entre dia disso e dia daquilo, título de cidadão para este e aquele outro, nome para rua inominada ou alteração do que já existe, vem aí um pacotão de insanidades. Enquanto isso o paulistano segue sem praças, parques, segurança, com péssimas escolas, ruas esburacadas, congestionamentos diários, transporte lotado e vai começar em breve a temporada das enchentes.

Quer um exemplo da insensatez parlamentar? Na mesma pauta tem projeto conflitante e briga de vereador para mudar o nome do Viaduto Paraíso: Uns querem Jornalista Ricardo Boechat, outros querem Major Olímpio. Um quer instituir o Dia do Conservadorismo, outro quer chamar de Carlos Marighella a Praça das Artes da Avenida São João.

Não é apenas a reprodução da polarização burra da política entre direita e esquerda, mas da falta de bom senso que toma conta da sociedade. De dar prioridade àquilo que não tem nenhuma importância à coletividade. Ou que é feito totalmente às avessas. Parece a delegação política da Terra Plana.

Mas nós, paulistanos, podemos ficar tranquilos. A partir das votações de hoje, a cidade passará a ter a Semana da Prevenção do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e até o Dia de Pular Corda. Nada como eleger políticos sintonizados com as principais reivindicações do eleitorado, não é mesmo?

O último a sair apaga a luz.