quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Retrospectiva: É hora de relembrar alguns textos de 2020. Vamos lá...

O dilema de Tostines: todo bolsonarista é idiota ou todo idiota é bolsonarista?

Não, eu não tenho nenhum respeito por quem idolatra Bolsonaro. Se ele próprio não respeita ninguém, por que eu deveria respeitar o meme que virou presidente ou quem acha este boçal o máximo?

Por que eu não posso criticar o presidente demente que chama de FRACO quem fica em casa durante a quarentena na pandemia, que tripudia de quem adoeceu e quem morreu, e que faz questão de dar mau exemplo diário, desrespeitando todos os protocolos de saúde?

Por que eu tenho que respeitar um psicopata que não tem nenhuma empatia pelos cidadãos brasileiros nem compaixão pelas vidas que se perdem, logo ele que diz representar as “famílias de bem” e servir a Deus?

Que homem de bem ou fiel a Deus faz piada do incêndio que está destruindo o Pantanal, incentiva o desmatamento da Amazônia, desqualifica seu próprio povo e não se sensibiliza com o sofrimento, seja de seres humanos ou de animais?

Por que eu devo respeito a quem é incivilizado, quem despreza a ciência, quem cria inimigos reais e imaginários para destilar seu ódio doentio, quem se diz saudoso da ditadura e da tortura, inclusive idolatrando um torturador assassino e afirmando que morreram poucos na mão dele?

Então, aqui o troco é na mesma moeda. Aceita que dói menos. Engole o choro, bolsotário. Sem mimimi. Quem acha Bolsonaro “mito” ou o melhor presidente não vai se ofender com qualquer resposta atravessada ou mal educada, não é mesmo? Bolsonaro tem razão. Fechados com Bolsonaro, sempre! (no presídio ou no hospício)

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

#BolsonaroAté2022 só se o brasileiro for muito burro, omisso e cúmplice para manter essa besta no poder


A besta desprezou as vacinas mais uma vez. Voltou a pronunciar o indefectível “E daí?”. Fez pior, como sempre, debochando da vida humana, caçoando da nossa inteligência, zombando da ciência e da medicina.

Só uma besta afirma que os fabricantes de vacinas é que devem procurar o Brasil, pois "quem tem a vacina quer vender e o Brasil é importante, um mercado consumidor de 200 milhões de pessoas".

Além de ser a besta que todos conhecemos, agora também se mostra um mercenário! O presidente demente é um mercador de vidas. Corrupto até a alma. Inepto, ignorante, maléfico, irresponsável, desqualificado, desprezível.

Só uma besta pode responder assim aos jornalistas que lhe cobram responsabilidade: "Você está falando uma coisa aqui que não tem nada a ver. Você quer correr com a vacina? Se eu arranjar agora uma chinesa, você toma? Toma ou não?”

O meme que virou presidente acusou ainda Luiz Henrique Mandetta de realizar compras superfaturadas enquanto era o seu ministro da Saúde: “Acelerou, já que não tinha licitação, a compra de ventiladores superfaturados por até R$ 200 mil".

A besta não percebe. Mas, ou está passando um atestado de leviandade, ou de omissão e cumplicidade, confessando que houve corrupção dentro do seu próprio governo e ele não fez nada! Isso é crime de responsabilidade, improbidade administrativa. Dá cassação, prisão.

Quando não fala a besteira pessoalmente, ordena seus mensageiros, aspones e meninos de recado. O office-boy que ocupa o Ministério da Justiça bateu boca nas redes sociais com o ex-ministro Sérgio Moro e também levou a pior.

O ex-juiz cobrou publicamente o presidente Jair Bolsonaro sobre as vacinas contra a COVID-19. Moro citou que diversos outros países já começaram as campanhas de vacinação enquanto o Brasil ainda não tem uma data definida por conta do negacionismo do governo federal.

“Vários países, inclusive da América Latina, já estão vacinando contra a COVID-19. Onde está a vacina para os brasileiros? Tem previsão? Tem Presidente em Brasília? Quantas vítimas temos que ter para o Governo abandonar o seu negacionismo?”, questionou.

A postagem de Moro fez subir a hashtag #NãoTemPresidenteEmBrasilia. E motivou a resposta ofensiva do ministro da Justiça, André Mendonça: “Vi que Sérgio Moro perguntou se havia presidente em Brasília? Alguém que manchou sua biografia tem legitimidade para cobrar algo? Alguém de quem tanto se esperava e entregou tão pouco na área da Segurança?"

E completou, tudo isso pelas redes sociais, atacando para defender a mão suja que o afaga e alimenta: “Quer cobrança? Por que em seis meses apreendemos mais drogas e mais recursos desviados da corrupção que em 16 meses de sua gestão?"

Moro deu o troco na mesma moeda: "Ministro, o senhor nem teve autonomia de escolher o Diretor da PF ou de defender a execução da pena da condenação em segunda instância (mudou de ideia?), então me desculpe, menos. Faça isso e daí conversamos."

O bolsonarismo faz transbordar o esgoto subterrâneo da política nacional e o que há de mais repugnante no brasileiro e no ser humano. Essa é a escória da humanidade empoderada pelo voto cretino, covarde e irrefletido do brasileiro em 2018. 

Passou da hora de reagir! Ou daremos razão, por omissão ou cumplicidade, a quem defende #BolsonaroAté2026. Ou até mais, quem sabe? Porque esses fanáticos e lunáticos, golpistas, negacionistas e obscurantistas não tem nenhum compromisso com o estado democrático de direito.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Os 21 tópicos que vão nos orientar em 2021



1 ) Esperar que todas as vacinas anunciadas contra a Covid-19 possam ser aplicadas com urgência e sejam eficazes para imunizar a população.

2 ) Incentivar que o brasileiro confie na ciência e na medicina, além de manter as medidas sanitárias, o uso de máscara, álcool em gel e o preventivo distanciamento social.

3 ) Combater as fake news, promover a informação de qualidade, a educação, a conscientização, o bom jornalismo e a boa política.

4 ) Lutar contra o obscurantismo, o negacionismo, o fanatismo ideológico, o ódio, o machismo, a violência e o preconceito.

5 ) Um caso emblemático: Cobrar a punição exemplar do deputado Fernando Cury no episódio condenável de importunação sexual à deputada Isa Penna. Ou seja, expulsão do partido e cassação do mandato. Isso será bastante didático.

6 ) Manter a população sempre alerta e bem informada para denunciar casos de assédio, violência ou importunação sexual.

7 ) Manter a população alerta e bem informada para denunciar casos de racismo.

8 ) Manter a população alerta e bem informada para denunciar casos de homofobia.

9 ) Quando não for possível prevenir esses casos e também o hediondo feminicídio, acompanhar o julgamento e exigir a condenação exemplar de assediadores, racistas, homofóbicos, estupradores, assassinos etc.

10 ) Fazer oposição sistemática ao presidente demente e a seus ministros ineptos e desqualificados, expondo as suas insanidades, contradições e ilegalidades.

11 ) Cobrar do Congresso Nacional, dos futuros presidentes da Câmara e do Senado, e de todas as bancadas, que fiscalizem de fato os atos deste desgoverno federal, investigando e punindo suas ações e omissões criminosas.

12 ) Exigir uma atuação independente e no estrito cumprimento das funções constitucionais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

13 ) Impedir que os órgãos de Estado e as instituições democráticas e republicanas sejam usadas em proveito pessoal dos poderosos e de grupos políticos ou econômicos. Denunciar sempre que isso ocorrer.

14 ) Desmascarar a familícia e o próprio Bolsonaro, que se escondem sob o foro privilegiado e controlam indevidamente a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.

15 ) Cobrar do Supremo Tribunal Federal a defesa intransigente do estado democrático de direito, e que seus ministros não se sujeitem a pressões políticas ou da opinião pública.

16 ) Cobrar agilidade e eficácia da Justiça, e especialmente no caso dos políticos criminosos e corruptos, manter as ações da Lava Jato sobre todos os partidos, sem distinção.

17 ) Aumentar a fiscalização e o acompanhamento sobre governadores e prefeitos, e também sobre as assembleias legislativas de todos os estados.

18 ) No nosso caso específico, fazer marcação cerrada sobre as gestões do prefeito Bruno Covas e do governador João Doria, bem como dos deputados paulistas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

19 ) Manter o foco prioritário na Câmara Municipal de São Paulo, que motivou originalmente a página #CâmaraMan, trazendo diariamente informações sobre o que ocorre nos bastidores do Legislativo paulistano e suas relações com a administração municipal.

20 ) Atuar por uma cidade, um país e um mundo mais justos, humanos, acolhedores e sustentáveis, com uma visão especial para a saúde, a educação, o meio ambiente, a cidadania e a qualidade de vida.

21 ) Entre as diversas lutas civilizatórias e reivindicações encampadas pelo #CâmaraMan, pelo #Suprapartidário e pelo #ProgramaDiferente, em parceria com outras entidades e movimentos cívicos, uma simbólica e objetiva é pela implantação do Parque Verde da Mooca, no antigo terreno da Esso. Acorda, Prefeitura e Câmara Municipal, os cidadãos estão de olho!


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Tutti buona gente: O Natal deles e o nosso


Doria foi para Miami. Bolsonaro foi pescar. Foram ontem e voltaram. Enquanto isso, milhões de brasileiros estão indo para o hospital. Quase 200 mil já foram para o cemitério. Esses não voltam mais.

E você brigando por política e pelos políticos. Fanático ou lunático que idolatra um ou outro. É Bolsonaro ou é Doria? Ah, não, eu sou de Deus! Sou fiel da Universal. Só por isso devia ser preso junto com o Crivella por ser tão burro e cúmplice de bandido.

Ah, mas eu sou Lula. Diferente de todos esses que estão aí. Uai, mas nos governos do PT o Crivella foi ministro e candidato no Rio com apoio petista. Assim como o governador Sergio Cabral. Todos amigos íntimos. Qual o seu preso de estimação?

Deputado medíocre, Bolsonaro também sempre foi da base governista. Doria, do empresariado liberal e moderninho que incensou Lula na Presidência. E o Centrão, então? E a corja de corruptos? Juntos. Todos realmente se merecem.

A pescaria do Bolsonaro com o apresentador Ratinho e os amigos pegou mal. A viagem a passeio do Doria com a mulher depois de endurecer a quarentena paulista, idem. Voltou às pressas porque o vice está com Covid. Um age pior que o outro, mas as bolhas seguem se atacando.

O prefeito Bruno Covas parecia ser o melhorzinho. Mas o aumento extemporâneo de salário, votado a toque de caixa na Câmara, e o corte da gratuidade do transporte para cidadãos entre 60 e 65 anos tem um quê de perversidade natalina inexplicável. Papai Noel às avessas.

O Natal do presidente demente é ainda pior. Campanha armamentista, mais decretos destruindo o meio ambiente, indicação da biografia de torturador como livro de cabeceira, defesa do tratamento light que a ditadura deu aos presos políticos e indulto natalino a policial matador. Xô, 2020!

Claro que a política não se resume a isso. Tem relações, ligações e explicações muito mais complexas. Mas estou resumindo o que acontece apenas nesta semana, às vésperas do Natal. É ou não é suficiente para encher o saco de qualquer bom velhinho? Qual é o seu malvado favorito?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Câmara confirma aumento de 46% para Bruno Covas


Em segunda e definitiva votação, os vereadores paulistanos aprovaram o aumento válido para 2022 nos salários do prefeito, do vice e dos secretários municipais.

Apesar da repercussão extremamente negativa na opinião pública e de uma série de argumentos que demonstravam que este momento é inoportuno para tal ato, por conta da crise econômica e da pandemia, a maioria da Câmara parece estar mesmo pouco se lixando para a vontade dos cidadãos.

Se não bastasse o aumento aviltante e extemporâneo, ainda não foi esclarecida a denúncia feita pelo vereador Gilberto Natalini, que apesar de ausente constou como presente e voto favorável na primeira votação. Um absurdo que possibilita inclusive a anulação da sessão na Justiça.

Em resposta a Natalini, o presidente em exercício Milton Leite (DEM) afirmou que estão “apurando” o motivo da “irregularidade técnica”, sugerindo até uma possível ação de hackers. Piada pronta, né? Uma ofensa inominável à nossa inteligência.

Outro agravante do reajuste salarial do prefeito é o efeito cascata que acarreta em todos os funcionários de alto escalão que tem seus ganhos limitados ao teto municipal. Ao mesmo tempo, o piso e salários medianos seguirão congelados. Ou seja, é um privilegio para poucos. Lamentável!

Foram 34 votos a favor, 17 contra, uma abstenção (do vereador Ricardo Nunes, vice-prefeito eleito e beneficiário direto da medida) e três ausentes. As ausências foram de Celso Jatene (PL), Ota (PSB) e Reis (PT).

Aliás, fazemos aqui nova denúncia: assim como Natalini, o vereador Ota também não registrou presença na sessão anterior e seu voto foi igualmente contabilizado como favorável. Outra “falha técnica”? Olho neles, Ministério Público!

Os 17 votos contrários ao aumento foram de Alessandro Guedes (PT), Alfredinho (PT), Antonio Donato (PT), Arselino Tatto (PT), Celso Giannazi (PSOL), Claudio Fonseca (Cidadania), Eduardo Suplicy (PT), Eliseu Gabriel (PSB), Fernando Holiday (Patriota), Gilberto Natalini (sem partido), Jair Tatto (PT), Janaina Lima (Novo), Police Neto (PSD), Juliana Cardoso (PT), Mario Covas Neto (Podemos), Senival Moura (PT) e Toninho Vespoli (PSOL).

Bye bye 2020: será que a Câmara pode piorar ainda mais em 2021? Socorro!


A Câmara Municipal de São Paulo encerra hoje o ano legislativo e também a atual legislatura (2017 a 2020) com a aprovação de um Orçamento de R$ 67,96 bilhões para a cidade, conciliando a proposta original do prefeito com a cota individual de emendas parlamentares (incluindo da oposição).

Isso porque a Câmara funciona como um mundo à parte. Mostramos aqui diariamente os conchavos, conflitos e o teatro do plenário. Nem tudo é o que parece. Muita coisa é combinada antes. Os vereadores tem até cota idêntica de projetos para aprovar. Ninguém pode se destacar pela quantidade, pela produtividade. Nivela-se por baixo.

Poucos se salvam pela qualidade. Por isso vão fazer falta, a partir de 2021, vereadores como Gilberto Natalini, Claudio Fonseca, Soninha Francine, Mario Covas Neto, Caio Miranda e Police Neto. Todos vereadores combativos, atuantes, fiscalizadores, produtivos e perfeccionistas.

Por outro lado, homens e mulheres trans, negros e negras, periféricos, feministas e mandatos coletivos são as boas novas para tentar minimamente arejar o legislativo paulistano. Que consigam mudar para melhor a tal “Casa do Povo” e quebrem esses acordos tácitos que emperram a boa política.

O ano termina tumultuado, com a polêmica sobre o aumento de salários na Prefeitura e o vereador Milton Leite no exercício da presidência da Câmara. Ele, que era vice de Eduardo Tuma, presidente que renunciou ao mandato - o atual e o futuro - para assumir uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas do Município.

A política paulistana é mesmo muito estranha. E provinciana, e fisiológica, e corporativista. Triste destino da cidade. O próximo presidente da Câmara, veja só, deve ser o próprio Milton Leite, “dono” do DEM paulistano, chefão do Centrão e também do clã de filhos-deputados (um federal, outro estadual).

Milton Leite já presidiu a Câmara de São Paulo em 2017 e 2018, nos dois primeiros anos da gestão de João Doria (PSDB), a quem aderiu desde a primeira hora e ajudou a eleger com votos do fundão da zona sul. Virou todo-poderoso no Legislativo e no Executivo.

O que deve acontecer em 1º de janeiro de 2021 é um “déjà vu”: os partidos se acertam na composição da Mesa Diretora e da corregedoria, fecham acordo também para controlar as principais comissões da Casa e pronto: se seguirem o script, Milton Leite será eleito presidente sem dificuldades.

Obedecendo a proporcionalidade, os cinco cargos (presidente, dois vices e dois secretários) seriam ocupados em 2021 por PSDB, DEM, PT, PSOL e Republicanos. Isso se a oposição não tiver candidato próprio (mas é provável que o PSOL lance algum de seus seis eleitos para marcar território).

Houve uma reviravolta histórica na eleição da Mesa da Câmara em 2005, primeiro ano de José Serra como prefeito. O tucano Ricardo Montoro já dava entrevistas como virtual presidente, mas o colega de bancada Roberto Tripoli juntou votos do Centrão e da oposição, puxou o tapete e virou o jogo.

É raro, mas surpresas acontecem. A declaração de Tripoli (que, aliás, retorna à Câmara em 2021) é antológica: “Eu não vim para disputar a eleição. Meu voto era do Ricardo Montoro, conforme determinação do PSDB. Às 15h30, fui procurado por outros vereadores que perguntaram se eu assumiria a disputa pela presidência. Fiquei surpreso.”

E completa: “Todo vereador tem a vontade de ter esse cargo. No decorrer do dia, percebemos que o PSDB não tinha os 28 votos. A oposição, sim. Eu estava indeciso, mas, no limite, cheguei à conclusão de que não devia perder este momento.”

Isso é a Câmara Municipal de São Paulo. Queremos a tua presença por aqui em 2021, quando continuaremos traduzindo para a linguagem popular o que eles não gostariam que todos soubéssemos. Até lá! Feliz Natal e um Ano Novo melhor para nós que fazemos por merecer!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Denúncia: Sessão do aumento do prefeito registrou presença e voto do vereador Natalini, que estava ausente. Como assim?


Se não bastasse toda a polêmica em torno da sessão da Câmara Municipal que aprovou o aumento de 45% nos salários do prefeito, do vice e dos secretários paulistanos, mais um acontecimento escandaloso cai como uma bomba!

Além dos vereadores que registraram o voto contrário (como é praxe em votações simbólicas, ou seja, que não são nominais), o vereador Gilberto Natalini (sem partido) faz uma grave denúncia: apesar de ausente da sessão de ontem por uma “decisão política”, seu nome constou no painel de votação como presente e, portanto, como tendo votado favoravelmente ao aumento.

O presidente em exercício da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), prometeu apurar como isso pode ter ocorrido. O fato é preocupante. Com a participação remota ou virtual dos vereadores durante a pandemia, cada um tem uma senha para entrar no sistema de votação. Se Natalini não entrou, alguém lhe colocou. Por que? Para garantir o quorum mínimo, talvez?

A repercussão deste aumento aviltante aprovado pelos vereadores foi a pior possível. A possibilidade do questionamento jurídico, que já era bastante provável, agora se torna uma certeza absoluta diante da denúncia desta flagrante irregularidade durante o processo de votação. Eita 2020!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Vereadores aprovam 45% de aumento nos salários do prefeito, do vice e dos secretários paulistanos


Com votação simbólica num dia incomum para as sessões extraordinárias da Câmara Municipal de São Paulo, os vereadores aprovaram nesta segunda-feira, 21 de dezembro, em primeira votação, este reajuste aviltante, em plena crise da pandemia.

Chega a ser ofensivo, enquanto explode o desemprego e quase todas as atividades econômicas, comerciais e de serviços apresentam queda de arrecadação, dar esse aumento extemporâneo ao primeiro escalão da Prefeitura.

Mais absurdo ainda é saber que todos os demais funcionários públicos prosseguem sem reajuste, e ainda são apontados pelos próprios políticos como os grandes vilões do rombo dos cofres públicos, o que justifica reformas previdenciárias e trabalhistas, além de outros ataques aos direitos dos servidores.

O salário atual do prefeito Bruno Covas (PSDB), que é de R$ 24 mil, passará a cerca de R$ 35 mil. O vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB), na despedida da vereança, passará a receber aproximadamente R$ 31 mil, neste presentão de Natal votado por ele próprio e pelos colegas. O secretariado passa a ganhar R$ 30 mil.

Após tanto oba-oba pelo contingenciamento de gastos durante a pandemia, que foi vendido como uma grande realização da Câmara em 2020, fecha-se o ano com este papelão injustificável. O presidente interino Milton Leite (DEM) informou ainda que o salário dos vereadores, reduzido durante a pandemia, volta a ser integral.

Inacreditável! O cidadão não pode piscar o olho que os vereadores aprontam das suas, mesmo no apagar das luzes dessa legislatura neste ano atípico, caótico, trágico e praticamente perdido para a maioria dos brasileiros (não para eles, claro!). Depois reclamam da rejeição popular...

Nenhum partido me representa!


Como cantou Cazuza, “meu partido é um coração partido, as ilusões estão todas perdidas e meus inimigos estão no poder”. Não há nenhuma dúvida disso! Basta olhar para os atuais inquilinos do Palácio do Planalto. A começar pelo presidente demente.

Resta muito pouco daqueles tempos românticos da redemocratização, quando a juventude buscava, desde o movimento estudantil, uma legenda e uma ideologia para viver.

A confiança nos políticos e nos partidos tradicionais despencou. O interesse pela política é outro, hoje em dia. Cada jovem cidadão se tornou um ativista autoral, com múltiplas causas, bandeiras e utopias.

Acabou o monopólio da política pelos partidos convencionais, que ainda detém o privilégio do controle eleitoral por conta do exclusivismo oficial na escolha e no lançamento de candidatos - mas também isso tende a acabar quando forem legalizadas as candidaturas avulsas ou independentes. É um caminho sem volta.

O atual sistema político-partidário está falido. Partidos são, em linhas gerais, meros agrupamentos de interesses eleitorais com suas agendas oportunistas, individualistas, burocráticas e cartoriais. Existem para que seus caciques se dêem bem, se elejam e se perpetuem no poder. Mas seguem distantes de qualquer avanço civilizatório.

Os escândalos de corrupção, o fisiologismo, o corporativismo, o foro privilegiado, o autoritarismo, o machismo, a existência de bolhas ideológicas de fanáticos e lunáticos, de golpistas, obscurantistas e negacionistas - todo esse contexto da velha política nos causa repulsa.

Até os partidos surgidos mais recentemente, prometendo mecanismos ágeis, modernos e eficazes de participação, democracia interna e transparência, inclusive aqueles com pautas identitárias, não escapam das armadilhas de um sistema corrompido, condescendente e ultrapassado que precisa ser completamente restaurado.

Confira os métodos de escolha dos dirigentes e candidatos em cada sigla, como é feita a divisão de recursos dos fundos públicos (são dois: o eleitoral e o partidário) e do tempo disponível no horário eleitoral gratuito de rádio e TV. Se houver plena igualdade, respeito total à diversidade, zero privilégio e nenhum descontentamento, darei o braço a torcer...

Mas a verdade é que na maioria das vezes o discurso não combina com as ações. Apesar da maquiagem e dos filtros que as legendas aplicam para melhorar a própria imagem, como esses que usamos diariamente nas redes sociais, prevalecem as velhas práticas e mal se disfarçam os problemas internos e as incoerências gritantes.

Apelando outra vez ao imortal Cazuza: todos esses 33 partidos legalizados e outros tantos em gestação, de esquerda, centro ou direita, conservadores ou liberais, retrógrados ou progressistas, não passam de “um museu de grandes novidades”. É o futuro repetindo o passado - e o que sempre tivemos de pior no Brasil!

Precisamos virar esse jogo! Com educação, formação e informação de cidadãos conscientes, responsáveis, éticos, decentes, justos. Com uma participação mais ativa, inclusiva, engajada, integrada, entusiasmada. Com ou sem partidos, mas com ideias e ideais.

Vamos hackear a política e construir um mundo melhor! Basta de politicagem, gente escrota, corrupta e canalha. Queremos que o Brasil não tenha mais tantos motivos para cassar maus políticos e passe a caçar os bons. Vamos escolher melhor, virar essa página e escrever uma nova História.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Nem Freud nem Darwin explicam


Eu leio que o presidente demente declara: “A pressa da vacina não se justifica”. Vejo também que outra dessas celebridades das redes bestiais, o tal do Carlinhos Maia (recordista mundial de seguidores e de views), fez uma festa de natal concorridíssima e afirma que “sabe que está errado”.

Usar a expressão “Freud explica” para descrever o indescritível, o inexplicável, o abominável, o inqualificável, é pouco! Nem Darwin explicaria. Essa é a involução das espécies. O mais idiota sobrevive. A escória humana está no poder!

Bolsonaro, o pai da familícia, é o líder supremo de uma bolha de fanáticos, lunáticos, obscurantistas, negacionistas e cretinos em geral - estes sim, sem cura. Em surto anti-vacina, declara: “Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu”.

E diz mais absurdos e cretinices sem parar: "A pandemia, realmente, está chegando ao fim. Temos uma pequena ascensão agora, que chama de pequeno repique que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica”. É ou não é um “jênio” genocida?

São quase 200 mil brasileiros mortos. E daí? O meme que virou presidente é contra as vacinas! “Você mexe com a vida das pessoas. Vão inocular algo em você. O seu sistema imunológico pode reagir ainda de forma imprevista."

Verdade. Fico pensando que tipo de reação anormal, bárbara, que mutação grotesca deve ter ocorrido na cabeça dessa espécie inumana que se declara bolsonarista. Deus nos livre desse mal!


Ou quem age como o mito maior dos tolos, ignora a pandemia e frequenta festas e baladas como se o maior risco no mundo fosse mesmo o contágio por uma gripezinha qualquer.

Sinceramente, às vezes acho que só um novo meteoro como aquele que extinguiu os dinossauros nos salvará... Mas receio que baratas e vermes bolsonaristas, reacionários e fundamentalistas resistam até a um ataque nuclear.

Então vamos enfrentá-los por aqui mesmo, com a arma que eles não tem: cérebro. Está na hora de reagir! A luz precisa vencer as trevas. A civilização deve se sobrepor à barbárie. Nem que seja apenas por instinto de sobrevivência! #ForaBolsonaro

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Bolsonaro, o cafajeste do ano!


Fim de ano é praxe eleger quem mais se destaca em diversos setores. Está aí o polonês Robert Lewandowski, artilheiro do Bayern de Munique, que acaba de receber o prêmio de melhor do mundo da Fifa.

Aqui, como tratamos de política, jornalismo, democracia, justiça, cidadania, educação e cultura, entre outros temas convergentes, resolvemos eleger o CAFAJESTE DO ANO.

Para justificar a escolha, vamos listar os adjetivos atribuídos a Bolsonaro pelos mais recentes editoriais da Folha, do Estadão e do programa Conversa com Bial. Nós que repudiamos diariamente as sandices deste presidente demente nem precisamos manifestar outra vez a nossa opinião.

Para a Folha, “passou de todos os limites a estupidez assassina do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus”. Ele é chamado de “sabotador”, protagonista de um “descaso homicida” e alguém que tem ao seu lado um “círculo de patifes”, incluindo seu ministro da Saúde, um “fantoche apalermado”.

O jornal complementa: “É hora de deixar de lado a irresponsabilidade delinquente, de ao menos fingir capacidade e maturidade para liderar a nação de 212 milhões de habitantes num momento dramático da sua trajetória coletiva”.

Em tom exaltado, especialmente sobre a pandemia, cobra publicamente: “Chega de molecagens com a vacina!”. E conclui: Bolsonaro está “cego por sua ambição política e com olhos apenas em 2022”.

Para o Estadão, Bolsonaro é o “demolidor da República” auxiliado por seus cúmplices. O editorial relembra que, “desde o início da pandemia, a única preocupação de Bolsonaro é livrar-se de qualquer responsabilidade, seja sobre as mortes, seja sobre os problemas econômicos”.

O jornal prossegue, comentando a ideia estúpida de exigir uma autorização assinada de quem quiser tomar a vacina: “Mas atribuir aos próprios cidadãos uma responsabilidade que é inteiramente do Estado constitui desfaçatez inaudita até para este governo”.

“Confortável, Bolsonaro abandonou de vez a fantasia reformista que inventou para se eleger e anunciou que retomará sua agenda deletéria, a começar pela nova tentativa de ampliar a excludente de ilicitude para policiais, um projeto já rejeitado pela Câmara por constituir evidente licença para matar”, acrescenta o Estadão.

O texto também diz que "na sua empreitada para arruinar a República, Bolsonaro conta com vários outros cúmplices – como os comerciantes que se aglomeraram sem máscara e urraram de excitação com o discurso virulento de Bolsonaro na Ceagesp, os policiais e os militares que o tratam como mito em eventos País afora e os políticos do Centrão que lhe dão guarida parlamentar em troca de acesso ao butim do Estado".

Para o jornalista e apresentador Pedro Bial, num discurso contundente contra o presidente, Bolsonaro é um “desgovernante”, “delirante”, acéfalo”, “inominável”, “sem máscara e sem noção”.

Bial afirmou: “Na pandemia deste 2020 nefasto, o Brasil se destacou. Desde o início, nosso desgovernante tentou negar a gravidade da crise, seguiu inventando remédios milagrosos, sabotou ministros da saúde e educação. Deu os piores exemplos”.

“Sem máscara e sem noção, ele causou aglomeração. O inominável contribuiu de forma decisiva para que mais gente morresse. Agora se supera, delirante, ao desprezar a única solução: a vacina. Como disse o próprio acéfalo que hoje ocupa o Palácio do Planalto: morrer todo mundo vai morrer mesmo. Pior quem tem uma vida pela frente”.

Precisa dizer mais alguma coisa? Ninguém merece tanto o prêmio de MAIOR CAFAJESTE de 2020 quanto Jair Messias Bolsonaro, o pai da familícia, o meme que virou presidente por acidente, o mito dos tolos, fanáticos e lunáticos, que se mostra um mitômano dia após dia. Que dure pouco no poder. Amém!


NOTA DE RODAPÉ: Já que o assunto são atitudes cafajestes, merece uma “menção desonrosa” de última hora o ato repugnante do deputado estadual Fernando Cury ao tocar criminosamente o corpo da deputada Isa Penna, sua colega de Assembleia. Não foi abraço. Não cabe desculpa. Pode até não ter sido maldoso, mas foi cafajeste. Abusivo. Canalha. Ridículo. Nojento. Ponto.




quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Por que os políticos desprezam tanto a Educação no Brasil?


Será verdade que cuidar da Educação do país, dos estados e dos municípios não dá votos? Essa teoria circula por aí faz tempo: que entre as prioridades do brasileiro não estão o ensino e a cultura, portanto isso justificaria o desinteresse dos políticos pelo tema.

Não é bem assim, claro! Temos diversos educadores envolvidos com a boa política e consequentemente políticos que priorizam a boa Educação. Mas é fato que governos geralmente tratam o assunto de forma sofrível - até porque o nível de exigência da população também não é tão grande.

Pais, alunos, professores, todos queremos uma Educação de qualidade - mas poucos cobramos isso como a obrigação mais básica de todo governante. Talvez esse fator - ou o oposto, já que é uma obrigação - também explique o baixo retorno eleitoral proporcionado aos gestores que se ocupam das propostas para a melhoria do ensino.

Se oferecer boas escolas, com bons professores, estrutura e salários dignos é dever governamental, não esperem qualquer reconhecimento ou agradecimento especial aos políticos que cumprirem este papel. Mas nem é o caso, pois geralmente a qualidade do ensino no Brasil é mesmo insatisfatória. Um problema crônico.

Então, políticos carreiristas apostam em outras vitrines de maior visibilidade, que lhe possibilitem mais votos com menor desgaste e, principalmente, com resultados mais imediatos. Quantas décadas seriam necessárias para que constatássemos melhorias concretas e objetivas na Educação?

A polêmica sobre a votação do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) na Câmara e no Senado dão uma amostra de quanto estamos atrasados e mal informados sobre o assunto. Políticos oportunistas, fisiológicos, lobistas de interesses privados deitam e rolam no assalto aos cofres públicos e na descaracterização do Orçamento.

Há uma evidente necessidade da federalização da Educação, de uma padronização nacional. Ou, melhor dizendo, de um Sistema Único, à imagem e semelhança do SUS, gerido pelos estados e municípios. O objetivo final é uma escola de qualidade para pobres e ricos, sem distinção. Isso deveria ser tão óbvio...

Porém, o que assistimos é um incentivo recorrente à (des)educação pública com escolas de baixíssima qualidade, niveladas por um padrão miserável. O dinheiro que já é limitado para o país inteiro ainda é mal direcionado para atender aos interesses de maus políticos vinculados à “pilantropia”.

O desgoverno federal agrava ainda mais a crise ao ideologizar o ensino e agora oferece escolas cívico-militares como panaceia para prefeitos e governadores que o apoiarem. Como em outras pastas, lunáticos bolsonaristas dão as cartas, desmontam o pouco que funcionava bem e são incapazes de melhorar alguma coisa.

Políticos geralmente fazem uma defesa apaixonada (e insana) pela permanência da municipalização da Educação mesmo em cidades que sabidamente não tem recursos nem condições mínimas de manterem suas escolas. O que fazer, então? Vamos tirar na sorte: a criança que nasce num município mais rico, estuda. A que nasce num vilarejo miserável, azar. Dane-se. É isso?

O ano legislativo se encerra com a aprovação do Orçamento para 2021 dos municípios, dos estados e da União. Cabe à Educação, por lei, um percentual mínimo de investimento - quase todo dragado pelos gastos de pessoal e a manutenção da velha estrutura. Não tem como o Brasil dar certo assim.

Quanto desse dinheiro público é efetivamente investido na qualidade, na modernização de equipamentos e salas de aula, na adequação do conteúdo, em novas e mais eficientes metodologias de ensino, na formação de professores, gestores e funcionários das escolas e na eficácia da aprendizagem?

Pois é, a grande massa dos políticos brasileiros e dos próprios eleitores parece ter outras prioridades. Temos urgência de sobreviver e pouca paciência para projetar o futuro. Não passa de utopia pensar na vida das próximas gerações. Como diria o Chaves, do seriado mexicano: “Ai, que burro! Dá zero pra ele!”

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

O bolsonavírus e os números da tragédia brasileira sob o desgoverno de um presidente demente


Estamos chegando a 200 mil brasileiros mortos pela Covid-19 neste trágico 2020. Nesta semana, enquanto os Estados Unidos iniciavam a vacinação de seus habitantes, o Ministério da Saúde seguia sem qualquer plano para o Brasil, com a nossa população totalmente desassistida e abandonada pelo desgoverno federal, enquanto o canal do SUS exibia nas redes sociais uma missa de Natal. Um contraste chocante. Só por Deus, mesmo!

Se não bastasse o número inaceitável de mortos, que são vidas ceifadas e não meras estatísticas, como os burocratas de plantão parecem enxergar, todos os índices que envolvem o Brasil são negativos nestes dois anos sob o obscurantismo e o negacionismo de Jair Bolsonaro e das bestas que o seguem e idolatram. Meio ambiente, economia, desenvolvimento, saúde, educação, direitos humanos, qualidade de vida... Esse poço não tem fundo!

Sob o bolsonarismo, o Brasil caiu no ranking mundial do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede o progresso dos países em saúde, educação e renda e se refere ao ano de 2019, portanto ainda sem o impacto da pandemia do coronavírus. Ou seja, em 2020 - diante do agravamento da crise e de um ano letivo e produtivo praticamente perdido - a queda será ainda maior.

Na América do Sul, estamos atrás de países como Chile, Argentina, Uruguai, Peru e Colômbia. No mundo perdemos para 83 países, entre 189. Para quem gosta desse tipo de comparação: Cuba, Irã, Albânia, Sérvia, Bósnia, Tailândia, Malásia, México e Costa Rica vencem o Brasil. No ranking da desigualdade de renda só estamos à frente de oito países africanos. Um horror!

O 1% mais rico da população brasileira detém 28,3% de toda a renda. Outro dado alarmante: os 10% mais ricos ostentam 42,5% da renda nacional. Enquanto isso, os 40% mais pobres possuem apenas 10,4% da renda. São esses os números reveladores do relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 

A tragédia não começou agora com Bolsonaro, isso é óbvio, mas se agrava e aprofunda em ritmo acelerado. Seguimos miseravelmente a nossa vidinha, a desigualdade entre ricos e pobres, com problemas educacionais, sociais, ambientais, econômicos e políticos que não se resolvem.

E 37% dos brasileiros, segundo pesquisas (ah, essas pesquisas...), aprovam o meme que virou presidente. Deve ser overdose de cloroquina. Não é possível que alguém com caráter, alma e mais de dois neurônios funcionando considere bom ou ótimo este demente que se apoderou do Brasil. Cadê a vacina contra o bolsonavírus?

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Voto: Obrigado, não! Precisamos falar sobre o voto facultativo!


Apesar de ser considerado um direito político dos cidadãos brasileiros, o voto obrigatório acaba criando uma contradição desnecessária no processo democrático e também não ajuda muito na conscientização do eleitor ou na qualidade dos eleitos.

A quantidade crescente de abstenções a cada eleição, ou de brasileiros que deliberadamente optam por não comparecer às urnas mesmo diante da obrigatoriedade, preferindo a punição (aliás, por uma multa irrisória), reforçam a sensação de que o voto deve ser uma ação voluntária, jamais uma imposição.

O descrédito da população na política e nos políticos torna ainda mais incômoda essa lei que trata o voto mais como dever do que como direito. É contraproducente querer que os cidadãos valorizem o voto porque são obrigados a isso. Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!

Votar deve ser bônus, não ônus. Compromisso espontâneo, consciente, responsável na escolha dos nossos representantes. A prioridade deveria ser a educação, o incentivo à informação e o estímulo a este exercício democrático e à boa política, não o medo de ser punido.

Qual é o sentido de manter o voto obrigatório? O que temem os velhos políticos e partidos que não aceitam que se faculte ao eleitor o direito dele decidir se vai votar ou não, e se naquele ano ele tem candidato ou se não quer escolher ninguém e tudo bem?

Mais vexatória que uma presença facultativa inexpressiva é o que já vem acontecendo hoje em dia. Votos nulos, brancos e abstenções superaram em 2020 os votos recebidos pelos prefeitos eleitos em algumas capitais. Foi o caso do Rio de Janeiro, para citar um caso concreto e preocupante.

Não seria melhor para todos que só fossem votar aqueles cidadãos realmente interessados no pleito, sem obrigação nem má vontade? Dizem que há o risco de reforçar a polarização e o caráter plebiscitário das eleições. Talvez... Mas é preciso tentar. Tudo é questão de aprendizado.

Entre tantas reformas necessárias no sistema eleitoral, político e partidário brasileiro, sem dúvida a introdução do voto facultativo é uma das ideias que deve ser efetivada. Junto com candidaturas avulsas, voto distrital misto, fim do foro privilegiado, revisão dos fundos eleitorais. Precisamos crescer, amadurecer.

O desafio dos moderados será ainda maior. Mobilizar as pessoas, motivá-las a votar e a enfrentar os extremos e os profissionais da política, já que estes não se ausentarão. Mas tudo isso faz parte do processo civilizatório e da consolidação da democracia. Eu voto porque eu quero!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Alguém já te contou que 65% dos eleitores de São Paulo não votaram no Covas? E, pior, que isso não foi diferente com Bolsonaro?


Você percebeu que dos 8.986.687 eleitores paulistanos, apenas 3.169.121, ou 35%, votaram no prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) no 2º turno? Os outros 5.817.566, ou 65%, são a somatória dos votos em Guilherme Boulos (PSOL), nulos, brancos e abstenções.

Isso é só uma curiosidade, claro. Nada que tire a legitimidade das eleições. Afinal, Covas venceu os dois turnos com méritos e dentro das regras do jogo democrático. Mas não deixa de ser um alerta aos partidos e aos velhos políticos quando a maioria absoluta do eleitorado opta simplesmente por não votar ou votar contra o eleito.

Mas como isso é possível? Bruno Covas teve 59% dos votos válidos, que são aqueles votos efetivados a algum dos candidatos ou a um partido, descontados os brancos, nulos e as abstenções, obviamente. É quando o eleitor manifesta a sua preferência por um ou por outro concorrente, seja pela escolha nominal ou pelo voto de legenda.

Porém, se contabilizássemos os votos brancos, nulos e abstenções para a disputa em São Paulo, com a soma de 3.649.457, eles ocupariam o 2º lugar, entre Covas, o vencedor, e Boulos, com 2.168.109, que numericamente cairia para um hipotético 3º lugar.

Em capitais como o Rio de Janeiro foi ainda pior: até o prefeito eleito Eduardo Paes (DEM) teve menos votos que os ausentes, nulos e brancos ao exorcizar os cariocas daquele encosto do Bispo Crivella (Republicanos).

Apesar de inusitado, isso é relativamente comum. A maioria dos eleitores também não votaram no presidente Jair Bolsonaro em 2018. Em uma população de 210 milhões de brasileiros, segundo os dados oficiais, havia 147,3 milhões habilitados a votar.

Os que escolheram Jair Bolsonaro no 1º turno somaram pouco mais de 49,2 milhões (46,03% dos votos válidos, ou 33,4% do total de eleitores, ou ainda cerca de 23% da população). Ou seja, um terço dos brasileiros aptos a votar escolheram o então candidato do PSL.

Outros 57,7 milhões de eleitores optaram por algum dos demais candidatos. Eram 12 (sendo Fernando Haddad, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e João Amoedo os mais votados). Sem contar os 3,1 milhões de votos em branco e os 7,2 milhões de nulos.

Houve ainda um índice recorde de abstenções: 29,9 milhões de pessoas, ou 20,3% do eleitorado. Conclusão: No 1º turno, dois terços dos eleitores simplesmente não votaram em Bolsonaro para presidente.

No 2º turno, Bolsonaro teve 57,7 milhões de votos (55,13% dos votos válidos, ou 39,2% dos eleitores, ou ainda cerca de 27,5% da população). Outros 47 milhões optaram por votar em Haddad. Os votos em branco caíram para 2,4 milhões e os nulos subiram para 8,6 milhões. As abstenções aumentaram em 1,4 milhão: foram 31,3 milhões de ausentes (ou 21,3% do eleitorado).

Questão matemática (e política) óbvia: 60% dos eleitores não votaram em Bolsonaro. Dois terços dos brasileiros simplesmente não escolheram o presidente eleito. Mais da metade do povo não votou nele nem em ninguém.

É assim que funciona o nosso sistema eleitoral. Não chega a ser novidade, mas às vezes é bom reforçar os números para um choque de realidade, principalmente diante desses políticos que nos assombram diariamente.

Maiorias e minorias são circunstanciais. A democracia é permanente e deve ser preservada. Seja com os números de Bolsonaro em 2018, ou de Covas e outros prefeitos em 2020, estes exemplos nos ensinam muita coisa. Conclusão: o Brasil segue polarizado, ou praticamente dividido em três: direita, esquerda e centro.

Eu sei qual é o meu terço, ou porque eu defendo o estado democrático de direito. Estou do lado oposto e equidistante de extremistas, negacionistas, obscurantistas, autoritários, corruptos, nostálgicos da ditadura, milicianos, fanáticos, lunáticos, golpistas. Sou oposição, com orgulho. E você?

sábado, 12 de dezembro de 2020

#ForaBolsonaro: Precisamos falar do impeachment já!


A “inteligência” do governo a serviço de um dos filhos delinquentes do presidente demente. É a notícia do fim-de-semana. Para salvar o rei das rachadinhas, Bolsonaro comete outro crime de responsabilidade. Mais um da série interminável.

“Se puder dar um filé mignon ao meu filho, eu dou”, é um dos lemas do meme que virou presidente. Disso ninguém duvida. A máquina estatal sempre a serviço da familícia - e a distribuição de filés é generosa.

Tem pro Flavinho, pro Dudu, pro Carluxo (e o priminho Léo Índio), tem pra Michelle e as contas abastecidas pelo Queiroz. Tem até pro Jair Renan. O caçula dos zeros à esquerda da direita aprendeu rápido como se beneficiar das benesses do poder.

Tem fartura de filé enquanto “farta” vacina. Mas, se faltar - e vai faltar - o governo já decidiu como resolver: basta confiscar de quem tiver, como do Governo de São Paulo e a sua produção do Instituto Butantan.

Nada mais emblemático. É cobra comendo cobra. Pra tomar na mão grande serve até vacina chinesa. A pandemia (mas não era gripezinha?) virou só mais um atalho para ajudar a impor essa ideologia cretina.

É o modus operandi das bolhas. Dos mercenários. O império das fake news. Do mito dos tolos. Dos fanáticos e lunáticos que inventam qualquer narrativa que pareça mais conveniente para justificar e perpetuar o bolsonarismo.

O caso da Abin, que se envolveu escandalosamente na defesa de Flávio Bolsonaro, deveria ser a gota d‘água. Mas o que é mais uma gota diante do transbordo diário desse lamaçal bolsonarista?

Vacinas, armas, meio ambiente, interferência na PF, PGR, ataque aos direitos humanos, gays, negros, desmanche na educação, relações exteriores, saúde... onde não há crimes neste desgoverno? Collor e Dilma caíram por muito menos.

Em qualquer país sério, com políticos responsáveis e uma sociedade alerta, que independentemente de suas preferências partidárias ou ideológicas faça cumprir as regras do estado democrático de direito, o impeachment estaria na ordem do dia.

Aqui a preocupação é como eleger os presidentes da Câmara e do Senado mais adequados para atender aos interesses do corporativismo e do fisiologismo da velha política. Quem terá mais habilidade para chantagear Bolsonaro e manter na gaveta o processo de afastamento que deveria estar a pleno vapor?

Diariamente avançamos numa zona cinzenta. A oposição permanece ineficaz, cúmplice, omissa e desacreditada. Ou o povo reage, sai do conforto das redes e volta às ruas, ou estes criminosos vão seguir se apropriando das instituições e minando a democracia. Quando o Brasil acordar pode ser tarde demais.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Feliz Natal, Ano Novo e a “PQP antes que eu me esqueça”: é a live mais singela e bizarra que você vai ver hoje! Direto da Câmara Municipal de São Paulo!


Assista o vídeo: https://youtu.be/VDZtHzbBhlQ

Nada como uma mensagem tão fofa e carinhosa de Feliz Natal e Ano Novo, como esta transmitida pela sessão presencial e virtual da Câmara Municipal na quarta-feira, 9 de dezembro, após os vereadores aprovarem a indicação do presidente Eduardo Tuma para um cargo vitalício no TCM.

Preste atenção após a declaração de voto de Eduardo Suplicy (PT). O vereador Camilo Cristófaro (PSB) protagoniza o melhor momento #VergonhaAlheia do final deste ano tão estranho, por enquanto (nunca se sabe o que ainda vem por aí, né?).

“Tchau, gente. Se a gente não ver mais nesse ano, Feliz Natal procêis, Ano Novo, tudo de bom”, fala com assessores na saída do gabinete, ainda conectado na live do plenário.

E complementa: “A puta que o pariu, antes que eu me esqueça!”.

Eita, 2020! Pode fechar a conta e passar a régua?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

“Eu amo vocês”, diz Eduardo Tuma, presidente da Câmara, aos vereadores que aprovaram seu nome para cargo vitalício no TCM

Órgãos fiscalizadores, poderes harmônicos e independentes entre si: engana-trouxa, passa-moleque, lei para inglês ver!



Para surpresa de ZERO cidadãos bem informados, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 9 de dezembro, por unanimidade dos presentes, a indicação de seu atual presidente, o vereador Eduardo Tuma (PSDB), para ser conselheiro vitalício no Tribunal de Contas do Município.

Como já escrevemos por aqui, o TCM deveria ser um órgão auxiliar da Câmara para fiscalização das despesas e receitas da Prefeitura. Na prática, é mais uma casa política, um palácio nababesco que pertence à estrutura extra-oficial e paralela do poder paulistano. Dispendioso, hermético e sem nenhuma transparência.

Com que independência, imparcialidade e autonomia um vereador recém-eleito na chapa do prefeito Bruno Covas, do mesmo PSDB e de quem já foi inclusive secretário da Casa Civil, julgará as contas passadas e futuras dos dois mandatos deste prefeito de quem é aliado eleitoral, ele que foi também integrante desse próprio governo?

Verdade seja dita: essa isenção que em tese é exigida dos conselheiros simplesmente não existe, nunca existiu e fica cada vez mais explícito que continuará não existindo. Muitas vezes, os cinco conselheiros indicados e vitalícios do TCM atuam com poder equivalente ou concorrente ao dos 55 vereadores eleitos de quatro em quatro anos. Uma excrescência da democracia.

Exige-se dos cinco conselheiros, como agora do indicado Eduardo Tuma, que eles não tenham nenhum outro cargo público, mandato parlamentar nem mesmo vinculação partidária. Tudo que o vereador tucano eleito em 2012, 2016 e 2020 tem, obviamente.

Pois a solução jurídica encontrada é uma gambiarra que chega a ofender a nossa inteligência. Tuma renunciará ao atual mandato e ao próximo, pedirá desfiliação do PSDB e pronto: num passe de mágica passará a ser um conselheiro isento e apartidário, apto a assumir a vaga no TCM. Ora, ora...

Em sua defesa, na sessão que confirmou seu nome como novo conselheiro do TCM, Tuma se comprometeu a não participar do julgamento das contas da Câmara no período em que foi presidente, alegando suspeição. O mesmo não vale para as contas do prefeito, segundo ele porque os pareceres não são conclusivos, mas apenas indicativos à aprovação da Câmara.

Aos 39 anos de idade, essa indicação de Tuma lhe valerá um emprego garantido pelos próximos 36 anos, quase o tanto que já viveu, com salário atual de R$ 30 mil fora os benefícios. Por ano, com salários e 13º, isso significará uma transferência direta de R$ 390 mil dos cofres públicos para a conta bancária de Tuma. Ou mais de R$ 14 milhões daqui até a sua aposentadoria.

Além de Tuma, outros três conselheiros também são ex-vereadores: dois ex-petistas, Mauricio Farias e João Antonio (um indicado por Marta Suplicy e outro por Fernando Haddad); e um ex-malufista, Domingos Dissei, indicado na gestão de Gilberto Kassab. O quinto conselheiro, Roberto Braguim, era chefe-de-gabinete do então prefeito Celso Pitta ao ser indicado pelo próprio. Um horror.

Em 2020, o funcionamento do TCM consumiu R$ 297 milhões do Orçamento, o equivalente a quase metade dos gastos da Câmara Municipal e superior à maioria das empresas, autarquias e secretarias municipais (como Assistência Social, Meio Ambiente e Esportes, por exemplo), e a cada uma das 32 subprefeituras da cidade.

Resumindo, para quem perdeu o fio da meada: Tuma acabou de ser reeleito vereador mas renunciará ao mandato antes mesmo de assumir em troca da nomeação como conselheiro do TCM pelo resto da vida. O agente público a ser fiscalizado indica o seu próprio fiscal - e isso não é privilégio tucano. Foi assim também com Maluf, Pitta, Marta, Kassab e Haddad.

A indicação do novo conselheiro foi acompanhada de muita festa e bajulação nos discursos dos vereadores em plenário. Todo mundo muito feliz e solidário. Quem entra, quem sai, quem indica, quem fiscaliza e quem será objeto da fiscalização. Tudo uma grande família.

Não por acaso, um dos vereadores que votou em Tuma, o presidente da Câmara que troca o mandato para o qual acaba de ser eleito e nem sequer tomará posse por uma boquinha permanente no TCM, foi Ricardo Nunes (MDB), futuro vice-prefeito de Covas. Ou seja, está tudo em casa. Tutti buona gente. Tem como o Brasil dar certo?

Quem ainda hoje se declara bolsonarista, passa atestado de idiota ou de mau caráter


Eu até entendo que teve gente votando no Bolsonaro em 2018 com boa intenção. Afinal, o PT foi uma decepção ao ter seus principais líderes chafurdando no lamaçal da corrupção e outras candidaturas não eram lá tão empolgantes.

Mas, cá entre nós, ainda hoje se declarar bolsonarista, admirar este presidente demente, concordar com esse desgoverno de ineptos, desequilibrados, irresponsáveis, incompetentes e desqualificados significa passar um atestado de imbecilidade ou mau-caratismo.

Não há ignorância, desinformação ou alienação política que justifiquem o apoio ao meme que virou presidente, o pai da familícia, o mito dos tolos, o rei das bolhas de fanáticos e lunáticos da direita mais burra, negacionista e obscurantista que existe na face da Terra (que não é plana).

É um misto de gente má, canalha, doente, psicótica, frustrada e enrustida com saudosos da ditadura, nostálgicos da tortura, fundamentalistas religiosos, armamentistas, militaristas, bandidos, estelionatários, políticos fisiológicos e oportunistas.

Se não bastasse o presidente e os filhos delinquentes, a mulher beneficiária dos depósitos do Queiroz e um partido de laranjas, todo o entorno de aspones e ministros seria reprovado em qualquer exame psicotécnico de auto-escola. Não conseguem fazer “O” com um copo.

Episódios como o descaso com a pandemia e a guerra ideológica contra a vacina, a afronta de lançar uma exposição dos trajes da posse enquanto os números de mortes pelo coronavírus disparam e o emblemático assassinato de Marielle completa 1.000 dias sem solução, com o crime político acobertado pelos inquilinos do poder, desenham para o mundo o que é o bolsonarismo.

Os bolsotários costumam postar nas redes #FechadoComBolsonaro. Por mim pode fechar e jogar a chave fora. No presídio, no manicômio judicial ou na tumba: Bolsonaro, Pazuello, Salles, Damares, André Mendonça, Milton Ribeiro, Ernesto Araújo, Sérgio Camargo, General Heleno, Paulo Guedes... Alguém se salva?

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Papai Noel pode chegar mais cedo para o vereador Eduardo Tuma: conselheiro vitalício do TCM aos 39 anos de idade?


Com a aposentadoria do conselheiro Edson Simões, um dos cinco membros do Tribunal de Contas do Município, cabe agora aos vereadores paulistanos escolherem quem ganhará de presente antecipado de Natal essa vaga milionária e bastante disputada na estrutura de poder da cidade.

E o favorito disparado é o atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Eduardo Tuma (PSDB), reeleito em 15 de novembro com 40.270 votos para aquele que seria o seu terceiro mandato parlamentar, mas ao que parece lhe serviu de ponte para o cargo vitalício (com aposentadoria compulsória aos 75 anos).

Como tem apenas 39 anos de idade, essa indicação de Tuma, se confirmada, significará um emprego garantido pelos próximos 36 anos, quase o tanto que já viveu, com salário atual de R$ 30 mil fora os benefícios, presente de seus pares com aval também do prefeito Bruno Covas, que terá suas contas submetidas ao julgamento do novo conselheiro (seu ex-secretário da Casa Civil).

Aliás, no mandato que se inicia em 2021 o prefeito deverá preencher outra vaga, com a aposentadoria do conselheiro Mauricio Farias. As indicações, sempre que um conselheiro se aposenta, são feitas alternadamente pelo Executivo e pelo Legislativo. Duas coincidentemente ocorrem na gestão de Bruno Covas.

Em tese, o TCM deveria funcionar como um órgão auxiliar da Câmara, com técnicos assessorando os vereadores, a quem cabe constitucionalmente fiscalizar o Poder Executivo no acompanhamento das receitas e das despesas da Prefeitura, e emitindo seus pareceres sobre as contas municipais.

Na prática, o TCM é mais uma casa política, com funcionamento independente, orçamento milionário e estrutura própria, um verdadeiro elefante branco sustentado compulsoriamente pelos cidadãos paulistanos que pagam seus impostos para o funcionamento de um órgão dispendioso, hermético, lotado com mais de 700 assessores indicados num cabidão de empregos e sem nenhuma transparência.

A indicação de políticos e por políticos dos cinco poderosos conselheiros é auto-explicativa da ausência de imparcialidade que seria desejável na atuação fiscalizadora do TCM. É comum que o parecer técnico de seus especialistas seja completamente modificado no julgamento político do plenário do Tribunal.

O conselheiro Edson Simões, que se aposenta após 23 anos no cargo, foi indicado pela Câmara Municipal na gestão do prefeito Celso Pitta, em 1997. Assim como ocorrerá na gestão Covas, coube ao prefeito outra indicação: a do seu então chefe de gabinete, Roberto Braguim.

Os outros três conselheiros também são ex-vereadores: dois ex-petistas, Mauricio Farias e João Antonio (um indicado por Marta Suplicy e outro por Fernando Haddad); e um ex-malufista, Domingos Dissei, indicado pelo prefeito Gilberto Kassab.

O funcionamento do TCM consumiu R$ 297 milhões do Orçamento de 2020, equivalente a quase metade dos gastos da própria Câmara Municipal e superior à maioria das empresas, autarquias e secretarias municipais (como Assistência Social, Meio Ambiente e Esportes, por exemplo), e a todas as 32 subprefeituras da cidade. É ou não é um absurdo?

Estamos de olho na relação do prefeito e dos vereadores com o mercado imobiliário: em defesa do verde, e não das verdinha$


Uma das acusações que fazem contra o prefeito reeleito Bruno Covas é sobre o suposto vínculo do tucano com os interesses do mercado imobiliário, visto que entre seus maiores doadores de campanha (que fizeram contribuições milionárias) estão alguns dos principais empresários do setor.

De fato, chama atenção a quantidade de doadores ligados a grupos de construtoras e incorporadoras, entre executivos e proprietários, ainda mais porque está pautada obrigatoriamente para o próximo ano, por exigência legal, a revisão do Plano Diretor de São Paulo.

Não por coincidência, também, na pauta deste final de legislatura da Câmara Municipal retornaram às pressas diversos projetos de intervenção urbana que envolvem regras, interesses e benefícios ao setor habitacional. Sem contar que vários vereadores receberam doações eleitorais desses empresários. 

Parece existir uma urgência pela aprovação de projetos como Operação Urbana Água Branca, Plano Urbanístico Chucri Zaidan, PIU Vila Leopoldina – Villa Lobos, Operação Urbana Bairros do Tamanduateí (Cambuci, Mooca, Ipiranga, Vila Prudente e adjacências), entre outros, todos polêmicos e ainda mal explicados.

Esse último, dos chamados “Bairros do Tamanduateí”, por exemplo, envolve a antiga reivindicação de um grande parque na Mooca (detalhado no post de ontem, na ilustração de hoje e no final deste texto). A aprovação açodada do projeto pode por a perder a luta de toda a comunidade por décadas. Daí o nosso alerta!

Entre os grandes doadores de Covas estão Jorge Mitre, médico fundador do Hospital dos Olhos e membro da família que dirige a incorporadora Mitre Realty; José Ricardo Rezek, do Grupo Rezek; Ernesto Zarzur e Samir Zakkhour El Tayar, da Eztec; Elie Horn, da Cyrela; e Antonio Setin, da Setin Incorporadora.

Nos planos urbanísticos e na revisão do Plano Diretor, podem ser modificadas e flexibilizadas diversas regras existentes, como o chamado potencial construtivo, a destinação de zonas de interesse social para moradia, prédios mais altos no miolo dos bairros em troca de recursos destinados ao caixa da Prefeitura, quantidade de vagas de garagem, entre outros obstáculos ou facilidades.

A população precisa ficar atenta especialmente para duas prioridades, que devem caminhar paralelamente, sem que uma se sobreponha à outra: os projetos de moradia popular e a preservação de áreas verdes, parques, praças, áreas de mananciais e remanescentes da Mata Atlântica.

Muitas vezes, por incompetência, desinformação ou pura sacanagem, gestores públicos tentam opor e indispor os interesses dos movimentos de moradia e de ambientalistas, como se ambos fossem inconciliáveis. Não são.

Por exemplo, a justa reivindicação do já famoso Parque da Mooca no antigo terreno da distribuidora de combustíveis Esso, uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados na região com menor índice de área verde por habitante na cidade, que a população quer preservar na totalidade mas a Prefeitura, de forma impositiva, pretende permitir a construção de milhares de unidades habitacionais.

Com planejamento, inteligência e boa vontade, pode ser implantado o tão sonhado Parque da Mooca e em áreas adjacentes, ocupadas por antigos galpões industriais, muitos deles vazios, deteriorados e abandonados, haver uma gigantesca revitalização urbana com projetos habitacionais, comerciais, de arte e cultura, de esportes e de prestação de serviços. Basta vontade política.

Então, aviso aos navegantes, governantes, construtores, incorporadores, investidores e à tropa de choque da Câmara Municipal e do mercado imobiliário: não aceitaremos perder áreas verdes que são imprescindíveis na cidade para interesses financeiros, particulares, corporativos, políticos, empresarias, sob quaisquer argumentos. Vamos fiscalizar, denunciar, lutar pelos nossos direitos até o fim!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Só teremos uma cidade inteligente quando gente burra parar de ser contra a sustentabilidade e a qualidade de vida, certo?


Quem viu e gostou da postagem de ontem com o vídeo da visita das ararinhas maracanã em plena região do centro-expandido de São Paulo, pode ajudar a manter essa maravilha da natureza. E tem mais: periquitos, maritacas, pica-paus, gaviões, andorinhas, carcarás, sabiás, bem-te-vis...

É só nos ajudar a convencer o prefeito Bruno Covas, o vice Ricardo Nunes e a maioria dos vereadores paulistanos sobre a importância de aprovarem o reinvindicado Parque Verde da Mooca exatamente naquela região, no antigo terreno da Esso. Já existe projeto em condição de pauta na Câmara Municipal de São Paulo.

Você sabe que a Mooca é um dos bairros mais tradicionais de São Paulo e também, infelizmente, recordista negativo com os menores índices de áreas verdes da cidade. Mas essa realidade pode ser transformada com um simples ato da Câmara e da Prefeitura: a regulamentação do terreno para implantação do futuro Parque.

A luta é antiga e justa! Os cidadãos mooquenses e paulistanos solicitam a destinação deste terreno de quase 100 mil m² na Mooca, que no passado pertenceu à filial brasileira da empresa petrolífera norte-americana Esso, atual Exxon Mobil Corporation, para implantação de um pulmão verde para a cidade.

Esta área teve o solo e as águas subterrâneas contaminadas, e há mais de uma década - período em que vem passando por processo de descontaminação - é reivindicada pela totalidade da sua população local para a implantação desse futuro parque público. Nada mais justo e merecido.

Porém, com o velho argumento da falta de recursos municipais e de espaços disponíveis para habitação, alguns políticos e empreendedores imobiliários querem construir moradias no local (unindo prédios populares a condomínios de luxo, segundo proposta apresentada em uma operação urbana local, dos chamados Bairros do Tamanduateí, e que também será debatida na revisão do Plano Diretor de São Paulo).

É, sem dúvida, um caso emblemático: a comunidade está mobilizada pela preservação integral da área verde, enquanto a atual proprietária do terreno pretende construir condomínios no local e, em contrapartida, ou como "compensação ambiental", oferecer a preservação de apenas 30% do terreno para um "parque" a ser administrado pela própria empresa por 20 anos. Mas isso não nos parece justo nem adequado.

Há movimentação de políticos pró e contra: de um lado, o amplo apoio à troca por outro espaço, como ocorreu no Parque Augusta, ou a desapropriação da área por decreto de utilidade pública ou interesse social; do outro, a defesa do direito da construtora São José explorar economicamente o espaço que foi ocupado por mais de 60 anos pela Esso, deixando o solo contaminado por seus tanques de combustíveis.

Este é o último grande espaço na região que pode abrigar um parque público e ajudar a Mooca a reverter o baixíssimo índice de área verde (0,35 m² de área verde por habitante, enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda 12 m²). Também em função da pouca quantidade de áreas verdes, a Mooca é um dos dez bairros com mais baixo nível de umidade relativa do ar, segundo balanço recente do Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura de São Paulo.

Todo esse descaso com a sustentabilidade e a qualidade de vida agrava problemas de enchentes, poluição do ar, mudanças climáticas e doenças respiratórias, além de acabar com o habitat natural de animais silvestres, aumentar o caos do trânsito e os congestionamento, agravar a falta de infra-estrutura e descaracterizar os bairros ao redor - que podem ser replanejados e reurbanizados em sintonia com um projeto de cidade moderna e inteligente.

domingo, 6 de dezembro de 2020

São Paulo mais viva, livre e sustentável


Visitinha diária 💕🦜

E ainda tem gente que não se preocupa em preservar o verde, a natureza, a vida...

Isso aqui é São Paulo.

Nem só de cinza, de poluição e de violência é o dia a dia do paulistano.

Custa se cada um de nós fizermos a nossa parte por uma cidade melhor, mais sustentável, mais inclusiva, mais acolhedora, mais livre, mais viva?

Assista.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Você admira o “poderoso” que está no centro da foto ou as personalidades do entorno, todas rejeitadas pelo desgoverno do presidente demente Jair Bolsonaro e sua turma de ineptos, fanáticos, lunáticos e sociopatas?


O personagem central é Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, aquele ser desprezível que já teve vazada uma conversa deplorável em maio deste ano, quando chamou o movimento negro de "escória maldita".

Os artistas, políticos e celebridades ao redor dele constavam da “Lista de Personalidades Negras” da Fundação Palmares, por motivos óbvios. Todos tem um histórico de vida admirável, realizações de sucesso e uma legião de fãs no Brasil e no mundo inteiro.

E o que fez Sérgio Camargo, sob o incentivo covarde e canalha de Bolsonaro e da familícia que patrocina esse sujeito numa função pública para a qual ele não tem a mínima capacidade, preparo ou equilíbrio? Simplesmente mandou excluir 27 nomes e suas respectivas biografias dos registros da Fundação.

Milton Nascimento, Leci Brandão, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Marina Silva, Conceição Evaristo, Sandra de Sá, Zezé Motta, os medalhistas olímpicos Janeth do basquete, Joaquim Cruz, Vanderlei Cordeiro de Lima, Servílio de Oliveira, entre outros brasileiros negros tão queridos e talentosos.

Todos passam a ser “persona non grata”, por ordem do desgoverno Bolsonaro e deste incompetente e incapaz Sérgio Camargo, ele próprio terrivelmente racista e preconceituoso. Um desqualificado que passa o dia fazendo provocações nas redes sociais e postando assuntos polêmicos para agradar a bolha ideológica do presidente, a quem bajula diariamente.

Veja todas as personalidades censuradas por essa Ku Klux Klan bolsonarista (fato que exige uma reação imediata do Congresso Nacional, do Ministério Público e da Justiça): 

Ádria Santos

Alaíde Costa

Benedita da Silva

Conceição Evaristo

Elza Soares

Emanoel de Araújo

Gilberto Gil

Givânia Maria da Silva

Janete Rocha Pietá

Janeth dos Santos Arcain

Joaquim Carvalho Cruz

Jurema da Silva

Léa Lucas Garcia de Aguiar

Leci Brandão

Luislinda de Valois

Madame Satã

Marina Silva

Martinho da Vila

Melânia Luz

Milton Nascimento

Paulo Paim

Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva

Sandra de Sá

Servílio de Oliveira

Sueli Carneiro

Terezinha Guilhermina

Vanderlei Cordeiro de Lima

Vovô do Ilê

Zezé Motta

Lembrando que a Fundação Palmares é uma entidade pública vinculada ao Ministério da Cultura, instituída há mais de 30 anos para promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira.

Tem como missão os preceitos constitucionais de reforços à cidadania, à identidade, à ação e à memória dos segmentos étnicos dos grupos formadores da sociedade brasileira, além de fomentar o direito de acesso à cultura e à indispensável ação do Estado na preservação das manifestações afro-brasileiras.

O que dizer desta canalhice? Vamos suportar até quando esse lixo da política e da sociedade, essa vergonha da espécie humana, no comando do Brasil? A civilização precisa reagir contra a barbárie. #VidasPretasImportam #BlackLivesMatter #ForaBolsonaro

O mapa eleitoral de São Paulo e o mapeamento político da Câmara


A distribuição do voto paulistano pode ter diferentes leituras e interpretações. A cópia praticamente idêntica entre os resultados de 2018 e 2020, porém, ao contrário daqueles avisos antes de filmes e novelas, deveria alertar assim: “Qualquer semelhança não é mera coincidência.”

O prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) parte para o seu segundo mandato, com início em 1º de janeiro, com ampla base de sustentação na Câmara Municipal de São Paulo. Lembrando que 28 vereadores formam a maioria simples no legislativo paulistano e a chamada maioria qualificada, de dois terços, é de 37 votos.

Declaradamente oposicionistas são apenas 14 dos 55 vereadores. Dos partidos que apoiaram Bruno Covas no 2º turno, a base soma 35 vereadores. Apenas os três vereadores do Patriota, ligados ao MBL, os dois do PSB e a vereadora bolsonarista do Republicanos, assim como o PT e o PSOL, não declararam voto em Covas.

Recapitulando: o PT e o PSDB empatam como as maiores bancadas eleitas (8 vereadores cada um) entre 17 diferentes partidos, seguidos do PSOL (6), DEM (6), Republicanos (4), Podemos (3), PSD (3), MDB (3), Patriota (3), Novo (2), PSB (2), PL (2), PSL (1), PP (1), PV (1), PSC (1) e PTB (1).

Entre os dez vereadores mais votados, além do oposicionista Eduardo Suplicy (PT), chegam com força os reeleitos Milton Leite (DEM), Fernando Holiday (Patriota) e André Santos (Republicanos). Também estreiam com destaque os novatos Delegado Palumbo (MDB) e o influenciador, protetor animal e também policial civil Felipe Becari (PSD).

A composição da Mesa Diretora passa geralmente por acordo entre todas as bancadas (incluindo a oposição), atendendo a representatividade de cada partido. Se for assim, os cinco cargos (presidente, dois vices e dois secretários) seriam ocupados em 2021 por PSDB, DEM, PT, PSOL e Republicanos. Isso se a oposição não lançar candidato próprio (como é provável que o PSOL faça).

Além disso, são escolhidos um corregedor e dois suplentes da Mesa. O presidente atual é o vereador Eduardo Tuma (PSDB). O mandato é de um ano, com direito a uma reeleição. Tuma está no segundo ano como presidente, mas como se inicia uma nova legislatura em 2021, ele poderia legalmente ser candidato novamente.

Outro nome sempre cotado é o do vereador Milton Leite (DEM), que já presidiu a Câmara em 2017 e 2018, e retorna candidatíssimo. Do mesmo partido, quem prega há tempos uma candidatura feminina é a vereadora Sandra Tadeu. Não deve ser dessa vez.

Outro que sonha com a presidência é o tucano João Jorge, já que pelo tamanho das bancadas o cargo caberia ao PSDB. Dois ex-tucanos já morreram na praia com essa ilusão: Ricardo Montoro, em 2005, e Mario Covas Neto, em 2017. O Centrão ganhou as duas, com Roberto Tripoli e Milton Leite.

O mais provável para 2021, anote aí, é ter novamente Milton Leite (senão Tuma) presidente e, como é praxe, um petista na secretaria-geral. Para agraciar a diversidade, Thammy Miranda (PL) deverá ser chamado para uma suplência.

Na oposição, sem dúvida os destaques serão, além dos oito petistas reeleitos, as quatro mulheres novatas do PSOL: a trans e ativista Erika Hilton, Silvia da Bancada Feminista, a também feminista negra Luana Alves e Elaine do Quilombo Periférico.

Outros vereadores que chegam com peso e prestígio são Roberto Tripoli (PV), ex-deputado e ex-presidente da Câmara; Sansão Pereira (Republicanos), bispo da Igreja Universal; o advogado do MBL, Rubinho Nunes (Patriota); o radialista Eli Correa (DEM); e os veteranos Arnaldo Faria de Sá (PP) e Carlos Bezerra Jr. (PSDB), que estavam sem mandatos.

A renovação de 21 vereadores (38%) é significativa. São 42 homens e 13 mulheres eleitas (ou 23% de representação feminina), incluindo ainda pela primeira vez, como já foi bastante ressaltado, um homem trans e uma mulher trans, na formação mais plural e sob a maior expressão da diversidade já vista na história da Câmara.

Entre os novos eleitos se destacam ainda a vereadora bolsonarista Sonaira Fernandes (Republicanos); a evangelizadora Ely Teruel (Podemos) e o Missionário José Olimpio (DEM), reforçando a “bancada da Bíblia”; os líderes comunitários Danilo do Posto de Saúde (Podemos) e Marcelo Messias (MDB); a ex-subprefeita Sandra Santana (PSDB); Marlon do Uber (Patriota); e Cris Monteiro (Novo), que se apresenta como especialista no mercado financeiro.


Veja mais uma vez quem são os 55 vereadores eleitos para assumir uma cadeira na legislatura de 2021 a 2024 em São Paulo:

PT (Vagas: 8)
EDUARDO SUPLICY
DONATO
ALESSANDRO GUEDES
JAIR TATTO
JULIANA CARDOSO
SENIVAL MOURA
ALFREDINHO
ARSELINO TATTO
Primeiro suplente: Reis

PSDB (Vagas: 8)
RUTE COSTA
EDUARDO TUMA
JOÃO JORGE
CARLOS BEZERRA JR.
TRIPOLI
AURÉLIO NOMURA
FABIO RIVA
SANDRA SANTANA
Primeiro suplente: Gilson Barreto

PSOL (Vagas: 6)
ERIKA HILTON
SILVIA DA BANCADA FEMINISTA
LUANA ALVES
CELSO GIANNAZI
TONINHO VESPOLI
ELAINE DO QUILOMBO PERIFÉRICO
Primeira suplente: Juntas Mulheres Sem Teto (MST)

DEM (Vagas: 6)
MILTON LEITE
ELI CORRÊA
ADILSON AMADEU
SANDRA TADEU
RICARDO TEIXEIRA
MISSIONÁRIO JOSÉ OLIMPIO
Primeiro suplente: André Soares

REPUBLICANOS (Vagas: 4)
ANDRÉ SANTOS
SANSÃO PEREIRA
ATILIO FRANCISCO
SONAIRA FERNANDES
Primeiro suplente: Jorge Wilson Filho

MDB (Vagas: 3)
DELEGADO PALUMBO
GEORGE HATO
MARCELO MESSIAS
Primeiro suplente: Dr. Nunes Peixeiro

PSD (Vagas: 3)
FELIPE BECARI
RODRIGO GOULART
EDIR SALES
Primeiro suplente: Police Neto

Podemos (Vagas: 3)
ELY TERUEL
DR MILTON FERREIRA
DANILO DO POSTO DE SAÚDE
Primeiro suplente: Felipe Franco

Patriota (Vagas: 3)
FERNANDO HOLIDAY
RUBINHO NUNES
MARLON DO UBER
Primeiro suplente: Ligieri

PL (Vagas: 2)
THAMMY MIRANDA
ISAC FÉLIX
Primeira suplente: Noemi Nonato

Novo (Vagas: 2)
JANAÍNA LIMA
CRIS MONTEIRO
Primeira suplente: Naira Sathiyo

PSB (Vagas: 2)
CAMILO CRISTOFARO
ELISEU GABRIEL
Primeiro suplente: Ota

PP (Vagas: 1)
ARNALDO FARIA DE SÁ
Primeiro suplente: Major Palumbo

PSL (Vagas: 1)
RINALDI DIGILIO
Primeiro suplente: Bioto NPN

PSC (Vagas: 1)
GILBERTO NASCIMENTO JR.
Primeiro suplente: Dr. Barreira

PV (Vagas: 1)
ROBERTO TRIPOLI
Primeira suplente: Renata Falzoni

PTB (Vagas: 1)
PAULO FRANGE
Primeiro suplente: Mario Graf

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Pacotão de projetos na Câmara de São Paulo é marcado pela pandemia: da suspensão da dívida do município até cultos religiosos definidos como “serviços essenciais”


Passada a eleição, os vereadores paulistanos retornaram ao trabalho de plenário animados para a votação de temas diversos. Nesta terça-feira, 1º de dezembro, já aprovaram a suspensão dos pagamentos da dívida do município com a União, jogando para 2022 as parcelas que deveriam ter sido pagas de março a dezembro deste ano, por conta da crise e dos gastos extras com a pandemia.

Foram aprovados outros 11 projetos de vereadores na terça-feira e a pauta segue recheada nesta quarta, com mais 45 projetos na sessão presencial, todos em segunda e definitiva votação, e outros 60 projetos de honrarias e denominações no chamado plenário virtual.

Como de praxe nesses grandes pacotes de projetos, há de tudo um pouco. Ainda mais em final de legislatura. É bom ficar de olho para não passarem despercebidos absurdos e bizarrices. Tem da inclusão do Dia do Pastor Jubilado e do Dia de Ação de Graças até a “Semana Pet Week” no calendário oficial da cidade.

Tem título de cidadão paulistano ao ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro e presidenciável Luiz Henrique Mandetta. Tem instituição da Semana da Educação Moral e Cívica e OSPB (Ordem Social e Política Brasileira). Tem Semana do Motociclista Paulistano e Dia da Cultura Geek.

Como prioridade desta quarta-feira, será aprovada a desafetação de terrenos públicos ocupados por comunidades e moradias populares para regularização fundiária. Tem ainda projeto da Mesa da Câmara tratando de função gratificada e parcela suplementar, referente à remuneração de seus funcionários.

Aí entre outros projetos em segunda e definitiva votação tem lei que mexe na meia-entrada dos estudantes, localização de vagas de estacionamento para idosos na internet, troca de material reciclado por crédito no bilhete único e até a criação do agente fiscal de proteção ao animal doméstico.

Tem proposta de auditoria externa do funcionalismo municipal sob os preceitos da meritocracia. Tem programa de fomento à linguagem da cultura reggae/rastafari. Tem programa “universidade amiga do idoso”. Tem até programa de visita virtual para pacientes internados em decorrência do coronavírus.

Aliás, da visita virtual à suspensão do pagamento da dívida por conta da pandemia, o ano de 2020 será mesmo marcado para sempre pela Covid-19. Tanto que mais um projeto, este apresentado pela chamada “bancada evangélica”, determina que atividades religiosas e locais de culto são “serviços essenciais”. Imunes, portanto, às limitações da quarentena. E que Deus nos proteja, porque senão...

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Qual seria hoje o seu voto para presidente?


Muita gente decretou a derrota do bolsonarismo e do petismo nas eleições municipais deste ano. De fato, em números absolutos, os candidatos apoiados por Bolsonaro ou vinculados diretamente ao Lula perderam e o PT ficou bem longe dos campeões de votos, que foram principalmente os partidos do Centrão.

Mas é aí que mora o perigo. Esses partidos cheiram oportunismo. Serão eternamente governistas, com qualquer presidente. Hoje apóiam Bolsonaro, como apoiaram Dilma - e a abandonaram no impeachment. Estiveram com Temer, Lula, FHC, Itamar e Collor, outro que largaram no meio do caminho. Governaram com Sarney, e antes ainda apoiavam a ditadura, de onde surgiram como dissidentes.

A questão é: até quando eles vão dar sustentação ao desgoverno Bolsonaro? Aliás, qual destes partidos do Centrão o presidente vai escolher para se filiar, tendo em vista o iminente fracasso do natimorto Aliança pelo Brasil, que era um partido feito na medida para o bolsonarismo chamar de seu?

Resta a Bolsonaro optar agora pelos partidos que lhe estendem o tapete verm... (ops, isso é coisa de comunista!), que fazem de tudo para filiar o presidente, de olho no voto que ele carregará para 2022. No Top 3 do ranking pró-Bolsonaro estão PP, PTB e Republicanos. Quem dá mais? E quando Bolsonaro vai bater o martelo?

Essa novela da escolha vai garantir a sobrevida do presidente. Até 2022, com a medição da sua popularidade e o sobe-e-desce dos outros presidenciáveis nas pesquisas, saberemos como estarão posicionadas as peças do jogo da sucessão presidencial. Uma coisa é certa: o Centrão vai estar sempre alinhado com o favorito.

Além de Bolsonaro, quem são os outros possíveis candidatos? Obviamente, Lula sonha com a absolvição e a recuperação de seus direitos políticos para reeditar a polarização esquerda x direita e tentar voltar à Presidência. Hoje isso parece pouco provável, mas seria o cenário dos sonhos bolsonaristas e petistas - que se retroalimentam.

O caminho da esquerda parece mesmo ser uma composição como a que foi ensaiada no 2º turno paulistano entre PT, PSOL, PDT, PSB, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PCB e UP. Já se cogitam até nomes: Ciro Gomes presidente; Guilherme Boulos, vice. Em São Paulo, Márcio França e Fernando Haddad para o Governo e o Senado. No Rio, Marcelo Freixo. E por aí vai...

Com os números alcançados pelo PSDB em 2020 e principalmente a reeleição de Bruno Covas em São Paulo, apoiada pela mais ampla aliança partidária já vista, em tese o tucano João Doria é o nome mais forte do chamado centro democrático. O dono da bola. Existe até um pré-acordo com o DEM e o MDB.

Porém, há outras variáveis que criam obstáculos nesse caminho dos sonhos de João Doria. Primeiro, ele é uma figura essencialmente paulista. Falta um banho de brasilidade e popularidade para o tucano ganhar expressão nacional. Além disso, sua rejeição é altíssima - inclusive em São Paulo. Até para ser reeleito governador, hoje, ele teria dificuldade.

É nesse contexto que pode surgir a candidatura presidencial do apresentador global Luciano Huck. Assediado pelo DEM (Rodrigo Maia e ACM Neto à frente) e pelo Cidadania, que se abriu para os movimentos cívicos vinculados a Huck exatamente para lhe sinalizar as boas vindas, cabe a ele decidir o seu destino - e no tempo dele, que não necessariamente é o ideal aos partidos.

Circula a informação que ele avisaria a Globo até março de 2021 se decidir mesmo sair candidato. Legalmente Huck teria mais um ano pela frente, até abril de 2022. Vão pesar nessa decisão os números das próximas pesquisas de intenção de voto para a Presidência e as articulações dos partidos e movimentos, que seguem a pleno vapor.

Outro nome obrigatório nas sondagens presidenciais é o ex-juiz Sérgio Moro, que mantém uma legião de admiradores e seguidores fiéis, mas certamente vem desgastando sua imagem e vendo aumentar o time do contra - reforçado agora pelo anúncio da sociedade na empresa que, entre outras coisas, cuida da recuperação da Odebrecht (alvo principal da Lava Jato).

Se antes Moro era odiado apenas por petistas e por políticos envolvidos nos esquemas de corrupção, agora conseguiu a proeza de ser rejeitado tanto por antibolsonaristas (desde que assumiu o ministério de Bolsonaro) quanto por bolsonaristas (por sair do ministério atirando). Ou seja, o Moro de 2022 não será o mesmo de 2018. E vem diminuindo.

Enfim, essa é a projeção de hoje sobre os cenários mais prováveis para 2022. A direita lunática vai seguir com o negacionismo e o obscurantismo de Bolsonaro, seus inimigos imaginários, suas teses golpistas e conspiratórias, inclusive a já anunciada acusação de eleição fraudada.

A velha esquerda parece interessada na partilha do espólio de Lula, reanimada e renovada com o PSOL de Boulos, o PSB de João Campos, o PT de Haddad, o PDT de Ciro, a Rede da Marina, o PCdoB de Manuela e Dino (alguns mais fortes, outros enfraquecidos por derrotas municipais).

E aqueles que buscam uma saída equidistante dos extremos da velha esquerda e da direita burra seguem no meio do bolo (não do Boulos) de PSDB, DEM, PP, MDB, PL, PSD, Podemos, Novo, PV, Cidadania etc., e de lideranças emergentes como Doria, ACM Neto, Covas, Maia e outros políticos de centro-direita, além da espera pela definição pessoal de Huck e Moro. Qual será o próximo episódio?