sábado, 27 de fevereiro de 2021

Um ano da Covid-19: Brasil precisa vencer o coronavírus e o bolsonavírus


Em fevereiro de 2021 completamos um ano do primeiro caso confirmado da Covid-19 no Brasil. Neste tempo todo, além da pandemia, precisamos combater o negacionismo, o obscurantismo, a mentira e a canalhice de uma parcela considerável da população que se vê refletida neste presidente demente. Assista o vídeo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

O que faz um presidente demente no dia em que morreram mais brasileiros em toda a pandemia? Propaganda contra o uso de máscaras e o distanciamento, claro!


Jair Bolsonaro não é caso apenas de impeachment, mas de interdição psiquiátrica, internação compulsória com camisa de força e focinheira. Não é possível tolerar mais esses absurdos criminosos, fake news e opiniões destrambelhadas. Este sujeitinho é doente, inepto, canalha, irresponsável, incapaz, genocida, psicopata.

No dia em que o Brasil registrou 1.582 novas mortes por covid-19, o índice mais alto desde o início da pandemia, o presidente cafajeste optou por questionar o uso de máscaras e o isolamento social — ambos comprovadamente eficazes e recomendados por autoridades sanitárias para conter a disseminação da doença.

Citando um suposto estudo feito na Alemanha, sem dizer qual, Bolsonaro afirmou, durante sua live semanal, que as máscaras são "prejudiciais", causando irritabilidade, dor de cabeça e dificuldade de concentração, por exemplo. O presidente evitou entrar em detalhes porque, segundo ele, "tudo deságua em crítica sobre mim", mas afirmou ter sua própria "opinião" sobre o equipamento de proteção.

"Começam a aparecer os efeitos colaterais das máscaras", disse, depois de listar uma série de problemas supostamente causados pelas máscaras. "Eu tenho minha opinião sobre as máscaras, cada um tem a sua, mas a gente aguarda um estudo sobre isso feito por pessoas competentes".

Quanto ao isolamento social, Bolsonaro afirmou que a população "quer voltar a trabalhar", culpando governadores e prefeitos por "obrigar" as pessoas a ficarem em casa. Ele também mandou cobrar das administrações locais que adotaram medidas de isolamento social a renovação do auxílio emergencial, que ajudou milhões de vulneráveis ao longo de 2020, evitando que muitos entrassem ou voltassem para a miséria.

"Querem auxílio emergencial e a cidade está fechada? Vão cobrar do prefeito, vão cobrar do governador, já que ele quer que você fique em casa eternamente e quer mandar a conta para nós pagarmos. Eu teria o maior prazer de pagar eternamente um salário para todo mundo viver numa boa, sem trabalhar, mas isso não existe", ironizou.

É nas mãos deste verme assassino que está o Brasil. Um péssimo político, ser humano medíocre, fraquejada da natureza. Não cumpre com as suas obrigações e ainda atrapalha a dos outros. Pior: lava as mãos e joga a culpa de modo covarde, hipócrita e canalha em quem tenta compensar o que ele deveria fazer e não faz.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Ê oô vida de gado, povo marcado, povo feliz: 250 mil mortos e os políticos decidiram que a vida mais importante a salvar na pandemia é a deles mesmos!


Primeiro, uma notícia boa, mas pontual e regionalizada: os vereadores paulistanos aprovaram mais três parcelas da ajuda emergencial de R$ 100 por pessoa (ou R$ 200 para as chamadas famílias monoparentais). É pouco? Para uma família carente e como complemento de renda, somado a outros benefícios, como o Bolsa Família, é uma ajuda vital.

Agora, voltamos às más notícias de sempre. Em troca da necessária retomada do auxílio emergencial do governo federal, Bolsonaro e seu Congresso domesticado e corrupto querem acabar com o percentual mínimo obrigatório do Orçamento em Saúde e Educação. Pior: botaram no mesmo pacotão de maldades a PEC da impunidade, para proteger senadores e deputados criminosos da prisão.

Ou seja, essa é a prioridade desses FDPs enquanto atingimos a marca de 250 mil mortos na pandemia. O Brasil segue longe do enfrentamento responsável e eficaz do coronavírus. O que começou errado - sem o fechamento preventivo da entrada de estrangeiros e brasileiros vindos do exterior quando se anunciou a pandemia - prossegue de forma improvisada e ineficiente.

O negacionismo canalha do presidente demente, a politização absurda do tema, o desestímulo ao isolamento social, a propaganda mentirosa e charlatã de remédios e curas milagrosas, a falta de vacinas, o agravamento da crise - tudo contribuiu em maior ou menor parcela para o cenário catastrófico.

O (des)governo federal falhou criminosamente ao não se preparar para proteger a população. Primeiro, ao desprezar as medidas sanitárias em aeroportos, portos e fronteiras. Depois, ao não comprar insumos e vacinas, ignorando todas as recomendações médicas e científicas. E, por fim, guerreando politicamente - sobre centenas de milhares de cadáveres - com governadores e prefeitos.

Estes, entre o despreparo e a falta de recursos (ou a má utilização do dinheiro disponível), também se perderam com o prolongamento interminável da pandemia, apertando e afrouxando as medidas de confinamento, isolamento e distanciamento social de acordo com os ventos da política, os humores das redes e de seus interesses eleitorais.

Os hospitais de campanha e a quarentena do início da pandemia em 2020 tiveram um prazo de validade limitado. Agora neste início de 2021 em que os números são ainda piores - de infectados, de internados em hospitais e em UTIs e de mortes diárias - nenhuma autoridade tem mais controle e credibilidade para decretar medidas mais drásticas com apoio popular.

Estados e municípios adotam medidas locais, pontuais e individualizadas. Uns determinam seu próprio lockdown, outros implantam toques de recolher, barram vias de acesso, fecham ruas, praias e criam regras específicas para o comércio. Outros liberam geral, afinal o importante é fazer a economia girar. Como se tudo fosse assim tão simples.

De concreto e objetivo, não temos vacina para todos e o descaso com o protocolo sanitário atinge níveis bárbaros, apesar das campanhas de conscientização. Estamos à beira do colapso hospitalar e do caos social. Mas os políticos seguem fazendo politicagem, como sempre. Dane-se o povo e a qualidade de vida.

Tudo é moeda de troca. Auxílio emergencial, teto fiscal, liberação de vacinas entram nas chantagens - e os brasileiros são vistos como gado, ou números, meras estatísticas. É importante que se mantenham vivos - sem sucumbir à Covid ou à miséria - não por empatia dos poderosos, mas para que possam votar nas próximas eleições e deixar tudo como está. De mal a pior. E sem mugir.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Pronto, o Brasil eliminou a Karol Conká com 99,17% dos votos. Agora já podemos nos unir para tirar o Bolsonaro?


Se o eleitor brasileiro tiver o mesmo foco, equilíbrio, união e sensibilidade que tem para torcer e votar no paredão do BBB na hora de interpretar os fatos do mundo real, ou de viver “aqui fora”, como dizem os brothers, teremos um país bem melhor.

Nem é preciso assistir ou gostar do reality show da Globo para entender que o programa repercute tanto assim nas redes e nas ruas (distanciamento social à parte) justamente por funcionar como um espelho do Brasil, com uma lente de aumento de problemas e conflitos do nosso cotidiano.

Há episódios de preconceito, racismo, ódio, intolerância, arrogância, autoritarismo, cancelamento - e muitas vezes o oprimido se torna o opressor. Por outro lado, existe luz no fim do túnel (ou no pódio ideal dos finalistas) quando prevalecem o diálogo, a empatia, a amizade, a inteligência emocional, o respeito à diversidade, a dignidade e o senso de justiça.

Se o brasileiro enxerga tudo isso no “jogo” e consegue distinguir o certo do errado, rejeitando todos aqueles que se mostram falsos, mentirosos, incoerentes, manipuladores, oportunistas, injustos, tiranos e maldosos, por que não usa essa capacidade cognitiva também na urna eleitoral?

É verdade que o eleitor só pode mandar os maus políticos ao paredão de quatro em quatro anos (a não ser que eles peçam para sair ou infrinjam as regras e sejam eliminados), mas também é fato que existem provas diárias do líder e do anjo, onde todos nós temos poder, imunidade e autonomia para decidir o nosso próprio destino.

O segredo da vitória neste Big Brother Brasil real, de fora da telinha, é unir pipoca e camarote para derrotar os vilões negacionistas, obscurantistas, golpistas, genocidas, milicianos, corruptos, fisiológicos, autoritários. Chega de viver na xepa. É hora do brasileiro ser vip, enfrentarmos nosso confessionário até 2022 e enfim curtirmos a merecida festa da democracia!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Bolsonaro conseguiu o que nem o PT fez no auge do escândalo do “petrolão”: a Petrobras desvalorizou mais de R$ 102,5 bilhões após sua intervenção desastrada


Se há uma coisa que o nosso Midas do avesso consegue com o toque mágico do seu dedo podre é transformar ouro em me...(diocridade). É a essência do bolsonarismo, o esgoto da política transbordando para a sociedade e gerando fome, ódio, morte e miséria.

Não bastavam o negacionismo, o obscurantismo, o desequilíbrio, a irresponsabilidade e a incompetência para gerir o Brasil e enfrentar a pandemia. A tudo isso, ao golpismo, às fake news, à canalhice diária, à vergonha internacional se soma agora esta que é a maior crise - política, financeira, institucional - na história da Petrobras.

É um dos grandes patrimônios do Brasil na lata do lixo. É dinheiro público escoando pelo ladrão, no sentido literal e figurado. A Bolsa despenca, o dólar dispara, os preços aumentam, a inflação sobe, o mercado entra em parafuso e faz crescer o desemprego num momento que já era caótico, catastrófico.

O que, sinceramente, leva Bolsonaro a cometer tantas insanidades e sair dando tiros no próprio pé? Meter a mão no bolso dos brasileiros - pobres e ricos - é o começo do fim. Dilma só caiu quando errou na condução econômica, causando o desgaste político. Collor, idem. A contagem regressiva deste desgoverno está iniciada. Tic-tac.

O preço do combustível, a conta de luz e do supermercado, para citar esses exemplos simbólicos e mais sentidos pelo cidadão comum, são o pano de fundo da derrocada do bolsonarismo. Não há popularidade de político que resista à falta de comida na mesa do trabalhador.

A escalada do Centrão, tomando de assalto o Executivo, e as manobras orçamentárias que serão feitas para retomar o auxílio emergencial - que é urgente, mas vai gerar consequências danosas em diversas áreas, como saúde e educação - completam o cenário da queda. Bolsonaro está derretendo.

Pior ainda são as revelações dos reais motivos para mudar o presidente da Petrobras - o gatilho da crise. Castello Branco negou um pedido de Bolsonaro para investir R$ 100 milhões em publicidade nas redes de televisão Record, do bispo Macedo, e SBT, de Silvio Santos - aliados estratégicos do bolsonarismo.

Antes disso, já havia se recusado a participar de um grupo de empresas que compraria vacinas para serem utilizadas pela iniciativa privada. A decisão da Petrobras, que considerou inadequado financiar vacinação particular enquanto o SUS está encontrando dificuldades para atender a população devido à falta de doses suficientes, inviabilizou o esquema bilionário.

Eis aí o retrato da situação que o voto mal dado em 2018 nos trouxe. Enquanto isso, a escória bolsonarista ainda tem coragem de dizer que acabou a mamata, que Bolsonaro é diferente dos antecessores. Cúmplices imbecis! Enfim, vamos aturar esse presidente demente até quando, Brasil? O golpe está aí, cai quem quer!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Que doença é o bolsonarismo, afinal? Será que tem cura?


Vamos conversar com sinceridade: Que tipo de gente pode se dizer satisfeita com um presidente como Jair Bolsonaro? Que Brasil é este que os bolsonaristas desejam ao manter um demente no poder? O que melhorou no país efetivamente nesses dois anos e pouco de desgoverno?

Como resposta eleitoral para impedir a vitória do PT lá em 2018, embora existissem no 1º turno inúmeras outras saídas menos drásticas, pode até ser um argumento minimamente compreensível diante da polarização quase plebiscitária e reducionista que se deu no 2º turno. Mas isso foi lá atrás.

Muita gente votaria em qualquer candidato que representasse o antipetismo. As opções de centro fracassaram. Outros nomes à direita não empolgaram. E Bolsonaro juntou toda uma corja de fanáticos, lunáticos, golpistas e dezenas de milhões de brasileiros fartos do PT e da política em geral para votar nele que é o pior dos políticos (e dos seres humanos).

Ok, vamos partir do pressuposto que muito brasileiro votou de boa fé naquele que prometeu manter a Lava Jato, combater os corruptos, implantar reformas estruturantes, instituir uma política liberal, acabar com o loteamento de cargos e o toma lá dá cá no Congresso, defender a prisão em 2ª instância, derrubar o foro privilegiado etc.

Mas Bolsonaro já se mostrou exatamente o oposto de tudo aquilo que prometeu. Acabou com a Lava Jato, uniu-se aos bandidos do Centrão e não teve coragem de implantar nenhuma reforma (a não ser uma gambiarra capenga na Previdência, que ataca os direitos do trabalhador e amplia os privilégios de militares e da elite do funcionalismo público, como os políticos e os juízes, por exemplo).

O próprio discurso de confronto com o STF - que bolsonaristas golpistas desejam fechar - foi para enganar trouxa. Nomeou um ministro que vota com a maioria (inclusive junto com aqueles que Bolsonaro criticava por serem supostos petistas de toga) e defende tudo aquilo que interessa aos corruptos e fisiológicos. Controla a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República para proteger os bandidos de sempre.

A ladainha de direita x esquerda também não cola mais diante desse estelionato eleitoral. Serviu apenas de gatilho para despertar o voto conservador, antipetista e de rejeição aos partidos tradicionais, com aquela narrativa fantasiosa de combate a inimigos reais e imaginários, como os corruptos e os “comunistas” que habitam a cabeça doentia de Bolsonaro. Mas, na prática, mostrou-se uma fraude. Mais uma mentira do mito mitômano.

Bolsonaro se cercou de ineptos, incompetentes, desqualificados, oportunistas, milicianos, criminosos. Os aliados de primeira hora passaram para a oposição. Vide o caso emblemático de Sérgio Moro e outros ex-ministros, ou de governadores e prefeitos, de setores importantes do empresariado e até entre os militares ou os campeões de voto dentro do próprio partido que o elegeu.

Caiu a máscara. Bolsonaro é mais do mesmo. Réplica daquele deputado medíocre com 30 anos de baixo clero no Congresso, pai da familícia que vive às custas da política, de cargos públicos e das rachadinhas. É a continuidade do sistema corrupto e falido da velha política. Portanto, não é possível que alguém honesto e bem intencionado ainda o aprove.

Veja o tamanho da crise, agravada sim pela pandemia, mas muito mais pelo negacionismo, pelo obscurantismo, pela incompetência e pela irresponsabilidade criminosa de Bolsonaro. Veja quem ocupa os principais cargos da máquina federal na Saúde, na Educação, na Justiça, no Meio Ambiente, na Economia, nas Relações Exteriores e em outros postos-chave. É uma corja repugnante de bajuladores e incapazes.

O Brasil historicamente reagiu por muito menos e fez o impeachment de Collor e Dilma, foi às ruas contra Lula e o PT, tirou nas urnas Sarney, FHC e Temer. Derrotou a ditadura. Esses são os remédios constitucionais contra transtornos antidemocráticos e fraquejadas do estado de direito. Queremos vacinas contra o coronavírus e contra o bolsonavírus.

Junte os piores defeitos desses ex-presidentes e, todos juntos, não chegam à ruindade de Bolsonaro. Pegue uma qualidade de cada um e encontre alguma delas em Bolsonaro. Nada. Zero. O incrível caso do maior zero à esquerda da direita mundial. O Brasil precisa de pronto atendimento. #ForaBolsonaro #ImpeachmentJá

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Caricaturas à direita e à esquerda: nem uma, nem outra!


Neste momento em que um deputado símbolo do bolsonarismo - golpista, canalha, bandido - está preso e Lula reaparece dando entrevista e se colocando como eventual candidato (como se não estivesse condenado e inelegível, ou se o PT também não tivesse cometido crime nenhum), precisamos conversar sério sobre o futuro do Brasil.

Que o cenário político e eleitoral seja polarizado entre direita e esquerda, progressistas e conservadores, donos da verdade que se alternam no poder, é até compreensível, principalmente nesse contexto de crise, pandemia e um confronto acentuado de ideias, ideais e visões opostas de mundo.

O que não dá para aceitar - até porque não corresponde à verdade nem nos parece tão simplista assim - é que tentem reduzir toda a direita ao bolsonarismo e toda a esquerda ao petismo ou ao lulismo. Nananinanão! Nossas opções são mútiplas, não se resumem a estes dois nomes, apenas.

Ora, acredite, há vida inteligente além das bolhas ideológicas de Bolsonaro e Lula. Fazer oposição a um deles não torna ninguém automaticamente defensor do outro. Ao contrário. É perfeitamente possível se opor a ambos ao mesmo tempo. Aliás, para isso basta ter cérebro, sensatez, memória e coerência. Tente você também!

Bolsonaro é um lixo como presidente e ser humano. Seus seguidores, idem. O esgoto da sociedade transbordou e chegou ao poder. Muito em função do fracasso dos governos petistas no compromisso de mudar a política para melhor, fazer reformas estruturais, inaugurar o projeto de um novo Brasil.

Ao se associarem àqueles que prometeram combater, inclusive em esquemas criminosos, Lula e Dilma frustraram a maioria do eleitorado brasileiro. No movimento cíclico e pendular da política, o bolsonarismo foi a resposta das urnas ao antipetismo gestado após quatro governos sucessivos do PT.

A história vai se repetir com Bolsonaro, mais cedo ou mais tarde - esperamos que já em 2022. Palavras não cumpridas, promessas vazias, alianças espúrias, toma lá dá cá, a proteção de bandidos de estimação, o assalto aos cofres públicos, a incompetência generalizada... Tudo isso somado ao negacionismo e ao obscurantismo dos bolsonaristas vai despertar o povo deste pesadelo.

Mas não significa que ser contra Bolsonaro me faz ser a favor do retorno do PT ao poder. É isso que fanáticos e lunáticos dos dois lados não entendem (ou fingem não entender). A polarização só interessa a eles mesmos, que se retroalimentam no ódio, no preconceito, na intolerância e na guerra verborrágica tão conveniente para mantê-los em evidência como inimigos íntimos.

Porém, a melhor saída para o Brasil não está nem na caricatura da direita, nem da esquerda. Lula e Bolsonaro são políticos antigos, modelos ultrapassados, líderes populistas, demagogos, egocêntricos, incapazes de reconhecer seus inúmeros erros e cercados de bajuladores, enganadores, corruptos e aproveitadores. Queremos uma proposta diferente. Basta dos mesmos!

A direita legítima, os verdadeiros liberais e sinceros adeptos do liberalismo (econômico, político, social), e até mesmo os setores mais conservadores da sociedade - que se submetem ao estado democrático de direito - não se vêem representados nessa escória bolsonarista. Longe disso.

Da mesma forma, a esquerda progressista que tem por utopia a justiça social, a superação das desigualdades, a inserção das minorias, o respeito à diversidade e à pluralidade, bem como defende o Estado a serviço dos mais necessitados e dentro das regras republicanas, não se confunde com a velha esquerda presa a um modelo fracassado, retrógrado, caudilhista e autoritário.

Nem a direita se resume a essa corja de golpistas e milicianos que pregam o fechamento do Congresso e do Supremo, que se esgoelam e se aglomeram em plena pandemia para chamar de “mito” um presidente demente, fraquejada da humanidade, saudoso da ditadura, da tortura e da censura, que faz arminha com os dedos e manda seus opositores para Cuba ou para a Venezuela.

Nem a esquerda se restringe a petistas que gritam “Lula Livre” e se negam a fazer uma autocrítica deste esquerdismo falido e de episódios como o mensalão e o petrolão, enquanto vivem da militância de fachada (fake e caricata, como vemos simbolicamente em parte do elenco do atual BBB), com um discurso politicamente correto que não combina com a maioria das ações, e ainda idolatra ditadores que governam países na base da força e do terror.

Não precisamos nem de Bolsonaro, nem de Lula. Não queremos nem um, nem outro. Nem o Centrão fisiológico e corrupto. Nem lacradores da internet. Nem canceladores, nem cancelados. Merecemos um futuro melhor. Sem essas caricaturas da velha política nem novidades fakes. Queremos esboçar um novo Brasil, de verdade. Se precisar a gente desenha...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Maioria governista na Câmara de São Paulo vai aprovar por acordo três CPIs que blindam gestão do prefeito Bruno Covas


Nem a investigação do contrato milionário para manter a Fórmula 1 no Autódromo de Interlagos, nem sobre a licitação para a iluminação pública na cidade, nem das ilegalidades nos convênios de organizações sociais com a Prefeitura para manter creches e escolas infantis.

A maioria governista barrou qualquer CPI que pudesse criar constrangimentos para o prefeito Bruno Covas (PSDB) no início deste seu segundo mandato. Por acordo de lideranças, os vereadores decidiram aprovar na quinta-feira, 18 de fevereiro, três CPIs que não apurem nada que envolva direta ou indiretamente a Prefeitura.

Serão instaladas então três Comissões Parlamentares de Inquérito sobre assuntos genéricos (o regimento da Câmara obriga que funcionem entre duas e cinco CPIs ao mesmo tempo para permitir a abertura normal das sessões e dos trabalhos em plenário). Os principais temas propostos pela oposição foram vetados.

Assim, ficou estabelecido que será aprovada por acordo da maioria (são necessários 28 votos entre os 55 vereadores) uma CPI proposta pelo PSOL, que investiga as ameaças de violência contra as vereadoras e covereadoras trans dos mandatos coletivos da Câmara.

Uma CPI sobre os contratos e as condições de trabalho dos motoristas de aplicativos de transporte apresentada pelo vereador Adilson Amadeu (DEM), que se intitula defensor dos taxistas e inimigo declarado de serviços como o Uber.

E, por fim, uma CPI que pretende apurar a comercialização e os maus tratos de animais na cidade, proposta pelo vereador, policial civil, protetor animal e influenciador digital Felipe Becari (PSD).

Sob protestos do vereador Rubinho Nunes (Patriota), que colheu assinaturas para a CPI do Autódromo de Interlagos (e tenta na Justiça impedir a realização do GP Brasil de Formula 1); de Antonio Donato (PT) que propôs a CPI da Iluminação; e de Toninho Vespoli (PSOL), que desde a legislatura passada quer investigar os convênios das organizações sociais.

Para a próxima semana (terça ou quarta-feira) será aprovado em segunda e definitiva votação o auxílio emergencial da Prefeitura para famílias carentes durante a segunda onda da pandemia. A proposta original do prefeito era pagar mais três parcelas mensais de R$ 100. A oposição propõe valores e períodos maiores. Vamos acompanhar.

A senha golpista está dada: deputado bolsonarista preso força o confronto institucional e desafia o estado democrático de direito


A notícia do dia, que vai render opiniões polarizadas e gerar consequências políticas por muito tempo, é a prisão do deputado bolsonarista que ameaçou, xingou e incitou a violência contra ministros do Supremo Tribunal Federal, além de pregar o golpe e defender um “novo” AI-5.

Ex-PM (que seria expulso da corporação se não se tornasse político, preso também diversas vezes no quartel, com mais de 60 sanções disciplinares em cinco anos de carreira), Daniel Silveira foi eleito deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro em 2018 com apoio da familícia Bolsonaro.

É réu no inquérito das fake news e lacrou nas redes da escória bolsonarista ao rasgar a placa com o nome de rua que homenageava a memória da vereadora negra Marielle Franco, assassinada por policiais militares e milicianos cariocas. O argumento para atacar a honra dos outros? “Liberdade de expressão”. A mesma que foi cassada pelo AI-5 na ditadura.

Para pregar outro golpe contra o estado democrático de direito, atacar, xingar, acusar e dizer que se imaginava “surrando na rua” os juízes do STF, o bolsonarista Daniel Silveira apostou na imunidade parlamentar e no foro privilegiado. O ministro Alexandre de Moraes não interpretou assim a lei e decretou a sua prisão por flagrante delito.

Bolsonaristas urraram (de ódio e alegria, porque eles querem provocar exatamente este confronto institucional). Subiram o tom do ataque e das ofensas. Os onze ministros do STF e os deputados na Câmara devem obrigatoriamente se manifestar sobre a prisão. E agora? Vão proteger o deputado valentão, cafajeste e criminoso? Cabe que tipo de interpretação constitucional? Qual remédio jurídico?

Se não bastasse o vídeo que motivou a prisão, o deputado gravou outro (e recebe apoio de seus pares), com recados tão ou mais agressivos, enquanto a Polícia Federal o aguardava na sala da casa dele para conduzi-lo à prisão. Seguiu postando nas redes. Mais um showzinho midiático bem ao gosto do bolsonarismo.

O deputado machão virtual diz que para ele é um “orgulho” ser preso assim. E que está disposto a “matar ou morrer”. Essa é a senha dos apologistas do golpe e dos saudosistas da ditadura, da censura, da tortura. Sabem que armar e arregimentar fanáticos e lunáticos é a única chance de se perpetuarem no poder.

Daniel Silveira, o deputado preso, não está só. Age como porta-voz. Ponta de lança do ódio. Esse é o modus operandi dos bolsonaristas, aí incluídos o próprio presidente demente e seus filhos delinquentes. Nada é por acaso. Tudo faz parte do plano estratégico, da construção da narrativa.

Eles ameaçam, provocam, atacam, ofendem, agridem, desafiam, testam e ultrapassam a cada dia um pouco mais o limite. E aí? Como enfrentar? A sociedade organizada, civilizada, vai reagir ou seguiremos como gado na marcha firme para o matadouro? O futuro do Brasil está em jogo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Trocaram o Momo pelo meme que virou presidente; saiu o rei da folia, entrou o mito dos tolos


No balanço deste que é o Carnaval mais esquisito das nossas vidas, vale refletir um pouquinho sobre esse enredo complexo e difícil que estamos vivendo, antes de tudo virar cinzas.

Cada bloco pula no seu próprio ritmo. Claro, para os fanáticos e lunáticos bolsonaristas esta deve ser a era das maravilhas. Afinal, em qual outra época tanta gente imbecil e cafajeste esteve empoderada?

Substituímos os bailes de Momo pelo delírio genocida do meme que virou presidente, com um séquito de milicianos, golpistas, canalhas, negacionistas, obscurantistas e toda a escória da humanidade transbordando nesse esgoto bolsonarista.

Poderíamos pegar leve ao menos nesse período que tradicionalmente é o mais alegre do ano, né? Mas como fazer isso se o presidente demente aproveita justamente o Carnaval para liberar mais armas por decreto? O que tem na cabeça um FDP destes?

Vamos amenizar as palavras? Como? Com tanta gente morrendo pelo descaso governamental? Se não bastasse a pandemia, vamos estimular as milícias? Com ministros ineptos, incapazes, desqualificados? Com acertos de bastidores para preservar o mito dos tolos no poder, cercado de bandidos e bajuladores corruptos?

Um Brasil que não tem vacina para todos, mas que vai ter armas para quem quiser. Que troca a vida pela morte. Que prioriza a violência, o ódio, a divisão, o confronto, o extermínio de quem pensa diferente. Que faz escárnio da miséria, da opressão, do preconceito.

Aonde um deputado bolsonarista ameaça de morte outro do PSOL, por pensar diferente. Que o próprio presidente, essa fraquejada da natureza, ensaia um golpe para 2022 e declara que sonha com o fim da oposição e da imprensa livre.

Saudade de Joãozinho Trinta e vontade de pedir ao Cristo Redentor, coberto outra vez por censores hipócritas e conservadores fakes, como naquela imagem icônica da Beija-Flor, que “mesmo proibido, olhai por nós”, do histórico desfile “Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia”. Só por Deus, mesmo, para enfrentar este inferno. #ForaBolsonaro

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Fora Bolsonaro: Capitão cloroquina, presidente demente, médico charlatão, chefe da familícia, fraquejada da humanidade


Tem gente que ainda procura motivos para o impeachment de Jair Bolsonaro. Pois se não bastassem as interferências na Polícia Federal e na Procuradoria Geral da República, a falta de decoro e o uso da máquina federal para proteger os filhos delinquentes de investigações, há uma sucessão de crimes de responsabilidade no enfrentamento da pandemia.

Negacionismo, obscurantismo, campanha anti-vacina, omissão na compra de insumos, agulhas e seringas, desprezo pelas medidas sanitárias e de distanciamento, incompetência no gerenciamento da crise e em situações como a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, compras superfaturadas, além da propagação de fake news e da recomendação e produção de medicamentos ineficazes contra o coronavírus.

Bolsonaro é inepto, incapaz, irresponsável, criminoso. O impeachment é a saída. A situação se tornou insustentável porque envolve diretamente a vida de centenas de milhares de brasileiros. As questões que embasaram o impeachment de Collor e Dilma foram muito menos graves e não letais, ligadas a questões técnicas como as pedaladas fiscais e a esquemas de corrupção. Manter Bolsonaro no poder é ser cúmplice de assassinato!

O presidente e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, precisam ser responsabilizados criminalmente pelos seus atos. O (des)governo usou o Exército e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para a produção e distribuição de comprimidos de cloroquina e de Tamiflu, com o emprego de recursos públicos emergenciais milionários voltados a ações contra a Covid-19. Cadeia neles!

Os dois medicamentos não tem eficácia contra o coronavírus. Todo mundo alfabetizado e civilizado sabe disso. Ainda assim, parte de um crédito extraordinário de R$ 9,44 bilhões liberados por Bolsonaro na Medida Provisória nº 940, editada em 2 de abril de 2020, foi gasto com esse charlatanismo genocida dos lunáticos desqualificados Bolsonaro e Pazuello.

Para a Fiocruz, que é vinculada ao Ministério da Saúde, foram destinados R$ 457,3 milhões dos cofres públicos para o "enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus".

Na exposição de motivos sobre a MP, não houve detalhamento de como o dinheiro seria gasto. O texto da Presidência da República enviado ao Congresso falava genericamente em "produção de medicamentos".

Porém, documentos do Ministério da Saúde comprovam que foram gastos ao menos R$ 70,4 milhões com a produção de cloroquina e Tamiflu pela Fiocruz. Ao mesmo tempo, Bolsonaro se negava a liberar a importação de insumos necessários à produção de vacinas.

Os documentos não deixam dúvidas: "Com os recursos alocados à Fiocruz, por meio da MP nº 940, para a aquisição de medicamentos, encontra-se em processo de aquisição junto a Farmanguinhos o montante de 4.000.000 de comprimidos de difosfato de cloroquina 150 mg".

Dizem ainda que o medicamento "está sendo distribuído de acordo com as orientações do Ministério da Saúde para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19". Ou seja, o crime de responsabilidade está documentado.

Essa cloroquina da Fiocruz se soma àquela produzida pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército. Foram ao menos outros 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina, a um custo de R$ 1,16 milhão, a partir de pedidos feitos pelos Ministérios da Saúde e da Defesa. O governo de Donald Trump - brother de Bolsonaro - também fez uma doação de 2 milhões de comprimidos de cloroquina ao Brasil.

Bolsonaro mobilizou cinco ministérios, uma estatal, dois conselhos da área econômica, Exército e Aeronáutica para distribuir o medicamento ineficaz contra o coronavírus. Mais que isso: recomendou por diversas vezes a auto-medicação enquanto desestimulava a adoção de outras medidas sanitárias, providências médicas e científicas.

Dados atualizados do Ministério da Saúde mostram a distribuição de 5.416.510 comprimidos de cloroquina; 481.500 de hidroxicloroquina; e 22.380.510 de Tamiflu. O total gasto, segundo o Localiza SUS, foi de R$ 89 milhões do meu, do seu, do nosso dinheiro.

A Constituição brasileira traz a receita para tratar dessas doenças no estado democrático de direito: o impeachment! Não se trata de esquerda x direita, nem governo x oposição, mas de civilização x barbárie. #ForaBolsonaro #ImpeachmentJá

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Câmara de São Paulo elege presidentes de sete comissões e vai prorrogar auxílio emergencial na próxima semana; polêmica seguinte é definir ao menos duas CPIs


Os vereadores paulistanos aprovaram nesta quinta (11), em 1ª votação, a prorrogação por três meses do auxílio emergencial de R$ 100 à população mais vulnerável da cidade. A segunda e definitiva votação do projeto está prevista para a próxima semana (a reunião virtual do colégio de líderes está convocada para quarta-feira de cinzas, dia 17).

Foram definidos também os presidentes e vices das sete comissões permanentes da Câmara para o ano legislativo de 2021. Tudo por acordo entre os partidos da situação e da oposição. PT e PSDB presidem duas comissões cada. Veja abaixo (e nas fotos) quais foram os vereadores escolhidos.

Na Constituição e Justiça foi eleito presidente Carlos Bezerra Jr. (PSDB). A vice é Sandra Tadeu (DEM) - que há anos ambiciona se candidatar até mesmo à presidência da Câmara Municipal, reivindicando essa posição ainda inédita para uma mulher parlamentar, mas reiteradamente preterida.

Cabe aqui um comentário adicional sobre o tema. Pela proporcionalidade, a vereadora Sandra Tadeu deveria ter sido escolhida presidente da Comissão, já que o bloco formado por DEM, MDB e PTB possui um vereador a mais que a bancada tucana.

Porém, como o presidente da Casa já é do DEM (vereador Milton Leite), optou-se no acordo por eleger um vereador do PSDB, o mesmo partido do prefeito. Esse é o detalhe político. Mas também existe, tenha certeza, uma dose de machismo nessa preferência.

Para a Comissão de Finanças e Orçamento foi eleito o petista Jair Tatto para a presidência (com a abstenção de Fernando Holiday, do Patriota) e do Bispo Atilio Francisco (Republicanos) para vice.

Na Comissão de Política Urbana o presidente é Paulo Frange (PTB) com André Santos (Republicano) na vice. A vereadora Silvia da Bancada Feminista, do PSOL, registrou abstenção.

Na Comissão de Administração Pública, Gilson Barreto (PSDB) foi eleito presidente e Edir Sales (vice), com as abstenções de Elaine do Quilombo Periférico (PSOL) e Roberto Tripoli (PV). Foi informado o voto remoto de Arselino Tatto (PT), anulado em seguida porque ele está licenciado do mandato para tratamento médico.

Na Comissão de Transporte foram eleitos presidente Senival Moura (PT) e vice Adilson Amadeu (DEM). O vereador Marlon Luz, ou Marlon do Uber, do Patriota, candidatou-se a vice mas teve apenas o próprio voto.

Na Comissão de Educação o vereador Eliseu Gabriel (PSB) foi eleito presidente e a vereadora Cris Monteiro (Novo), vice. Ambos por votação unânime, o que merece registro, até porque a comissão reúne oponentes como a bolsonarista Sonaira Fernandes (Republicanos), o petista Eduardo Suplicy e a vereadora trans Érika Hilton (PSOL). Será difícil repetir essa unanimidade.

Na Comissão de Saúde, o novato Felipe Becari (PSD) foi eleito presidente com a vice Juliana Cardoso (PT). Aqui houve ainda um resquício da polarização: Luana Alves (PSOL) se absteve de votar no presidente e Janaína Lima (Novo) também não votou na vice petista.

O próximo passo polêmico é a definição obrigatória de ao menos dois temas para a instauração de CPIs. Poderiam partir, por exemplo, do bom trabalho reunido num dossiê pelo ex-vereador Gilberto Natalini e investigar a ocupação irregular e criminosa das áreas remanescentes da Mata Atlântica. Mas seria esperar demais dessa turma, né? Enfim...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Câmara de São Paulo elege amanhã presidentes das comissões e vota prorrogação do auxílio emergencial proposto pelo prefeito Bruno Covas


Nesta quinta-feira, 11 de fevereiro, a partir das 11h da manhã, acontecem as eleições para a presidência e a vice-presidência de cada uma das sete comissões permanentes da Câmara Municipal de São Paulo.

O Diário Oficial da Cidade desta quarta-feira já publicou a distribuição proporcional das vagas por blocos e partidos, com os respectivos vereadores indicados (inclusive algumas trocas entre partidos, permitidas pelo regimento).

Essa escolha é importante para que os trabalhos em plenário possam ser iniciados formalmente, inclusive com a votação de projetos. Aliás, amanhã à tarde já está prevista a votação do primeiro projeto de lei apresentado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que é a prorrogação por três meses do auxílio emergencial de R$ 100 a beneficiários dos programas sociais residentes na capital. PT e PSOL apresentarão substitutivos propondo valores e períodos maiores.

Tradicionalmente, as comissões consideradas mais importantes são Constituição e Justiça, Finanças e Orçamento. Se forem levados em conta a proporcionalidade e os acordos feitos no início do ano, a vereadora Sandra Tadeu (DEM) deve presidir a CCJ; e o petista Jair Tatto, a Comissão de Finanças, cabendo mais uma vez ao vereador Atilio Francisco (Republicanos) a relatoria do Orçamento do próximo ano.

Vamos acompanhar essas eleições. É normal que alguns vereadores se lancem candidatos avulsos no momento da votação, tentando quebrar os acordos estabelecidos. Num ano em que há intensa polarização, não surpreenderá se isso ocorrer. Amanhã postaremos os nomes dos eleitos e comentaremos os barracos que acontecerem nessas reuniões. Até lá!


Segue a publicação no DO desta quarta-feira com todas as indicações partidárias:


COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA

DEM-MDB-PTB - SANDRA TADEU
PT - ALESSANDRO GUEDES
PSDB - CARLOS BEZERRA JR (SUB: AURÉLIO NOMURA)
PSOL - TONINHO VESPOLI (SUB: ELAINE DO QUILOMBO PERIFÉRICO)
PODE-SOLIDARIEDADE-PP - FARIA DE SÁ
REPUBLICANOS - SANSÃO PEREIRA (SUB: ATILIO FRANCISCO)
PSD-PSC - GILBERTO NASCIMENTO JR
PATRIOTA - RUBINHO NUNES (SUB: MARLON LUZ)
PL - THAMMY MIRANDA (SUB: ISAC FELIX)


COMISSÃO DE FINANÇAS E ORÇAMENTO

DEM-MDB-PTB - DELEGADO PALUMBO
PT - JAIR TATTO
PSDB - FÁBIO RIVA (SUB: JOÃO JORGE)
PSOL - CELSO GIANNAZI (SUB: ERIKA HILTON)
PODE-SOLIDARIEDADE-PP - DR. SIDNEY CRUZ (SUB: MILTON FERREIRA)
REPUBLICANOS - ATILIO FRANCISCO (SUB: SONAIRA FERNANDES)
PSD-PSC* (DEM-MDB-PTB) - MARCELO MESSIAS (MDB)
PATRIOTA - FERNANDO HOLIDAY (SUB: RUBINHO NUNES)
PL - ISAC FELIX (SUB: THAMMY MIRANDA)


COMISSÃO DE POLÍTICA URBANA, METROPOLITANA E MEIO AMBIENTE

DEM-MDB-PTB - PAULO FRANGE
PT - ANTÔNIO DONATO
PSDB - AURÉLIO NOMURA (SUB: GILSON BARRETO)
PSOL - SILVIA DA BANCADA FEMINISTA (SUB: LUANA ALVES)
PODE-SOLIDARIEDADE-PP - ELY TERUEL (SUB: DANILO DO POSTO DE SAÚDE) 
REPUBLICANOS - ANDRÉ SANTOS (SUB: SANSÃO PEREIRA)
PSD-PSC - RODRIGO GOULART


COMISSÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DEM-MDB-PTB - GEORGE HATO
PT - ARSELINO TATTO
PSDB - GILSON BARRETO
PSOL - ELAINE DO QUILOMBO PERIFÉRICO (SUB: TONINHO VESPOLI)
PODE-SOLIDARIEDADE-PP - MILTON FERREIRA (SUB: DR. SIDNEY CRUZ)
REPUBLICANOS* (PV) - ROBERTO TRIPOLI (PV)
PSD-PSC - EDIR SALES


COMISSÃO DE TRÂNSITO, TRANSPORTE E ATIVIDADE ECONÔMICA

DEM-MDB-PTB - RICARDO TEIXEIRA
PT - SENIVAL MOURA
PSDB - JOÃO JORGE (SUB: SANDRA SANTANA)
PSOL* (DEM-MDB-PTB) - ADILSON AMADEU (DEM)
PODE-SOLIDARIEDADE-PP - DANILO DO POSTO DE SAÚDE (SUB: ELY TERUEL)
PATRIOTA - MARLON LUZ (SUB: FERNANDO HOLIDAY)
PSB - CAMILO CRISTÓFARO (SUB: ELISEU GABRIEL)


COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

DEM-MDB-PTB - ELI CORRÊA
PT - EDUARDO MATARAZZO SUPLICY
PSDB - SANDRA SANTANA
PSOL - ERIKA HILTON (SUB: CELSO GIANNAZI)
PSB - ELISEU GABRIEL (SUB: CAMILO CRISTÓFARO)
NOVO - CRIS MONTEIRO (SUB: JANAÍNA LIMA)
PV* (REPUBLICANOS) - SONAIRA FERNANDES (SUB: ANDRÉ SANTOS)


COMISSÃO DE SAÚDE, PROMOÇÃO SOCIAL, TRABALHO E MULHER

DEM-MDB-PTB* (PSD-PSC) - FELIPE BECARI
PT - JULIANA CARDOSO
PSDB - XEXÉU TRIPOLI
NOVO - JANAÍNA LIMA (SUB: CRIS MONTEIRO)
PSL - RINALDI DIGILIO
DEM-MDB-PTB* (PSOL) - LUANA ALVES (PSOL) S(UB: SILVIA DA BANCADA FEMINISTA)
PT - ALFREDINHO

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Huck: Ser ou não ser?


Voltamos quatro anos no tempo. Estamos em 2021, com cara de 2017. Começam as movimentações de possíveis candidatos à Presidência da República, e reaparece o dilema de Luciano Huck: ser ou não ser candidato?

Na era pré-Bolsonaro, a discussão era sobre quem, no auge do lavajatismo, encarnaria melhor o antipetismo visível na sociedade. No PT, Lula ainda nutria esperança de ser candidato, enquanto Haddad e Ciro antecipavam a disputa de seu espólio eleitoral.

No final, com Lula condenado e inelegível, foram ambos (Haddad e Ciro) às urnas, além do novato Boulos pela esquerda. À direita tínhamos Bolsonaro, Álvaro Dias, Amoedo, Meirelles e até o folclórico Cabo Daciolo. Ao centro, esmagados pela polarização, Alckmin e Marina.

Lá em 2018 - e agora em 2022 - Huck seria esta opção de centro. Doria no lugar de Alckmin, Moro como nome do Podemos no lugar de Álvaro Dias e Mandetta no espaço de Meirelles seriam outras possíveis “novidades”. De resto, Haddad, Ciro e Boulos seguem correndo na faixa lulista e apostando na polarização contra Bolsonaro.

Desta vez, Huck parece mais maduro e preparado para concorrer. Publica textos, estuda, articula e posta opiniões claras sobre vários temas, principalmente em oposição a Bolsonaro. É um nome conhecido nacionalmente, tem apoio de movimentos cívicos e dentro de partidos como DEM, PSDB e Cidadania (onde Roberto Freire já lhe estendeu tapete vermelho).

Entre os tucanos, Huck recebe a benção de FHC mas enfrenta a resistência do grupo majoritário de Doria, presidenciável 24 horas por dia desde que disputou a Prefeitura de São Paulo em 2016. No Democratas, tem a simpatia de Rodrigo Maia e ACM Neto - mas ambos se tornaram desafetos com a trairagem partidária na eleição da Câmara. Como confiar?

Pois se Huck parecia até agora mais firme e convicto para disputar a eleição - coisa que ele deixa no ar, embora tenha dito que pretende ser mais atuante politicamente e que chegou a hora da sua geração assumir o poder - essas idas e vindas típicas da velha política desestimulam uma filiação partidária.

Se não bastasse tudo isso (inclusive o inferno que seria entrar numa guerra polarizada e virar alvo de governistas e opositores, conservadores e progressistas, antibolsonaristas e antipetistas), Huck tem como apresentador a possibilidade dos sonhos: assumir os domingos da Globo com a aposentadoria do Faustão. E aí? Ser ou não ser?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Bolsonaro tem a oposição que pediu a Deus. E nós? Se o Brasil continuar assim... Adeus! 👋


Com o fim oficial da Lava Jato, a consolidação da aliança de Bolsonaro com os corruptos do Centrão na tomada de assalto ao governo e a possibilidade crescente de anulação da condenação de Lula por conta da inegável parcialidade do juiz Sergio Moro, pode mudar completamente o cenário de 2022.

A ameaça de impeachment ainda é uma sombra distante no horizonte (embora motivos não faltem). CPIs, idem. Bolsonaro, unido à velha política e entregando todos os anéis para não perder os dedos (senão já teria bem menos que os nove de Lula, de quem bolsonaristas gostam tanto de tripudiar), ganha tempo para sobreviver e armar o próximo passo para se perpetuar no poder.

Reeleição? Tentativa de golpe? Tanto faz para Bolsonaro. O presidente demente vai usar as armas que tiver nas mãos. Se o cenário eleitoral for favorável, renova o mandato até 2026 - e ele trabalha para isso, mantendo acesa a polarização com o PT e trabalhando para que Lula recupere seus direitos políticos e seja seu adversário nas urnas em 2022.

Sob o ponto de vista do PT, o cenário é igualmente ideal. Tanto a polarização entre Bolsonaro e Lula quanto o fim da Lava Jato interessam a ambos, inimigos íntimos que sobrevivem graças à existência um do outro. E o Centrão é o elo perfeito para essa aliança de canalhas (vide a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado).

A diferença é que Lula segue condenado e inelegível. Bolsonaro, por sua vez, continua firme no poder, insano, cometendo crimes de responsabilidade protegido sob o foro privilegiado e os esquemas de compra de votos e de corrupção típicos do Brasil desde Cabral (o navegador português, muito antes do ex-governador do Rio de Janeiro que permanece preso). Cadê a oposição?

A solução, dizem, está no centro democrático. Ou seja, fora dos tradicionais pólos da esquerda e da direita, mas também longe do Centrão. Até porque a eleição de políticos desta quadrilha (senão desde 1500, como ironizamos, mas há mais de 35 anos, desde a redemocratização) mostra que se declarar de “centro” não isenta ninguém de ser bandido. Ao contrário.

Partidos insípidos, incolores e inodoros (embora de todos eles exale um certo cheiro de mofo), por serem tão “flexíveis”, podem se dobrar mais facilmente a qualquer inquilino do poder que lhe acene com vantagens. Mas se é verdade que não precisamos de extremistas, é igualmente necessário reiterar que não queremos os fisiológicos nem os “isentões”.

Basta de maus políticos, que lavam as mãos diante dos crimes cometidos por Bolsonaro - e haja álcool gel, água e sabão para lavar as mãos enlameadas deste (des)governo inepto, negacionista, obscurantista; e óleo de peroba para passar na cara-de-pau desses cúmplices de bandidos e mafiosos desqualificados.

Parece que nos últimos anos o Brasil vem inovando na oposição e na polarização. Saímos do NÓS x ELES e inauguramos o NÓS x NÓS. Em vez de fazer oposição, políticos e partidos passaram a fazer apenas contas eleitorais e negócios. Quaisquer negócios. Só não vê quem não quer!

Dizem “criticar é fácil”. Não, não é mesmo! Criticar com razão, motivo, conteúdo, eficácia e coerência é muito difícil. Mas criticar (e propor caminhos diferentes) é o papel da oposição. Falhamos muito. Porém, fomos nós que criamos e alimentamos esse monstro do bolsonarismo e agora precisamos enfrentar a criatura.

Querer antecipar a eleição de 2022 como pauta prioritária (ainda que seja legítimo) é tudo o que interessa a Bolsonaro e ao PT para manter a polarização desses dois extremos criminosos. Daí a campanha permanente de ambos. Bolsonaro e o PT (com Haddad ou Lula, se recuperar seus direitos políticos) não saíram ainda do palanque de 2018. Querem repetir a dose - e o Brasil que se dane!

Excluídos petistas e bolsonaristas, a nossa pauta deve ser: fazer oposição ao presidente demente, buscar provas da sua irresponsabidade letal e os motivos para o seu afastamento constitucional, além de defender o estado democrático de direito e ajudar a resgatar o Brasil das mãos desses lunáticos (aí sim, construindo um projeto para 2022, vindo ou não o impeachment).

Esse argumento de não existir “clima” para afastar Bolsonaro é curioso. Pois em 1964 havia ainda menos clima, por motivos óbvios, para qualquer político ou cidadão ser contra a ditadura. Inclusive os militares apoiavam as reformas e o crescimento econômico, além de combater os comunistas reais e imaginários. Se esse for o nosso raciocínio hoje... Deus nos acuda!

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Em tempos de Karol Conká, Lumena e Lucas, precisamos falar de BBB, cancelamento e racismo


Desde que o BBB deixou de ser mero entretenimento televisivo para virar palco de militância forçada e filosofia de banheiro, assuntos sérios da sociedade - que precisam de fato gerar debate - entraram enfim na pauta do dia para o povão, mas na maioria das vezes de um jeito totalmente enviesado.

Até o ano passado havia uma espécie de cota para participantes negros (e também para gays). No BBB e em outros programas do tipo, era uma regra tácita da seleção de elenco para seguir a cartilha do politicamente correto. Bota lá um pretinho, uma pobrezinha, uma bichinha engraçada e pronto. Tarefa cumprida. E segue a festa!

As redes sociais e a recente política do cancelamento inseriram um componente externo muito forte e decisivo neste jogo. Não por acaso, absolutamente todos os realities shows do ano passado foram vencidos por participantes negros. BBB, A Fazenda, Dança dos Famosos, The Voice, The Voice Kids, Canta Comigo, Canta Comigo Teen, MasterChef, The Circle Brasil. #BlackLivesMatter

Só que a onda que veio forte tem o repuxo, a corrente de retorno. Quem é do mar conhece - e quem não conhece é pego de surpresa, arrastado e correndo o risco de morrer afogado. Acontece isso neste exato momento, com os surfistas da vez do BBB. O primeiro com igualdade numérica de brancos e pretos (uma conquista, sim, mas e daí?).

Todo mundo chegou escolado no politicamente correto e especialista em cancelamento. Mas o confinamento mexe com o psicológico de todos - óbvio, se não fosse assim, nem existiriam esses programas com estranhos convivendo trancados numa casa sem informação externa. O dia a dia no isolamento derruba máscaras. Desmonta personagens. Desconstrói discursos. Revela o caráter.

Somos todos humanos. Educação, honestidade, dignidade, princípios, inteligência, equilíbrio emocional, sonhos, sentimentos, visões de mundo. Tem gente boa e gente má em todo lugar, de todas as origens e todas as cores. O jogo exacerba qualidades e defeitos, ainda mais regado ao álcool das festas e ao stress das câmeras.

Não que seja novidade o uso político e ideológico do BBB e o pós-BBB. Afinal, Jean Wyllys à esquerda e Adrilles Jorge à direita são exemplos extremos de carreiras impulsionadas pela repercussão social e eleitoral do reality show. Um ex-deputado do PSOL, outro lambe-botas do bolsonarismo. Mas o BBB21 extrapola e traz um desserviço inédito a diversas bandeiras.

Um time de jovens (ou nem tão jovens) imaturos, egocêntricos, mimados, celebridades virtuais treinadas para um discurso que supostamente viralizaria nas redes e poderia inflar a fama midiática instantânea como atalho para o tal um milhão e meio do prêmio perseguido por todos. Branco ou preto. Gay ou hétero. Camarote ou pipoca, na linguagem do jogo.

Vamos dar nomes aos ratinhos de laboratório? Karol Conká uma decepção universal. Lunática. Vazia. Descolada da realidade. Lumena, a voz da sabedoria plena na Terra (plana, talvez). Reencarnação de Deus como mulher preta. Um convite para qualquer um ser ateu. Nego Di, o humorista sem um pingo de humor. Fiuk, o canastrão de sempre com discurso de homem branco, cis, hetero desconstruído. Argh! 

Canceladores sendo cancelados (e cancelando a si próprios). Militantes contra o racismo, racistas. Personalidades fracas, maçantes, arrogantes, falsas, manipuladoras, preconceituosas, intolerantes. Um prato cheio para sociólogos, antropólogos, psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, cientistas políticos, filósofos. E para o público, um show de horrores. Nosso espelho diário. Tristes tempos.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Collor, Dilma, Bolsonaro... Já pode pedir música no Fantástico?


Essa capa da Veja de 1992, sobre a vitória dos “profissionais” da política, relembrada hoje pelo cientista político Leandro Machado, do Movimento Agora, é de uma atualidade brutal.

Repare nas chamadas da capa (a pandemia da Aids), ACM avô (em contraponto ao neto), a tomada de assalto do governo federal... Qualquer semelhança com a realidade política e social do Brasil não é mera coincidência.

Ao rememorar a capa daquela época, ele ainda faz referência a uma famosa frase de Karl Marx, e realmente parece um roteiro que se repete com outros personagens (mas todos com uma ligação histórica impressionante).

A máxima do velho Marx se aplica à perfeição, quase 30 anos depois (nós que vivemos aquele período sabemos da força que o fenômeno Collor tinha até se desmanchar em nada).

E não nos esqueçamos da tragédia que foi o Centrão no governo Dilma (de fiadores a entregadores da cabeça da “presidenta” na bandeja). Que se repita agora com a farsa do “mito”. #ForaBolsonaro

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Valeu a bronca: vereadores paulistanos antecipam em uma semana eleição de comissões e o início das votações em plenário


Estavam marcadas inicialmente só para a quarta-feira de cinzas, 17 de fevereiro, a eleição dos presidentes das comissões permanentes da Câmara Municipal de São Paulo, totalizando 48 dias de trabalho perdidos neste início de ano, desde 1º de janeiro. Um absurdo!

Por conta da repercussão negativa dessa ociosidade inexplicável em tempos de pandemia, duas novidades foram anunciadas: primeiro, a antecipação da escolha das comissões para a próxima quinta-feira, 11 de fevereiro (na terça serão divulgadas as vagas por bloco ou partido). E também na quinta teremos a primeira votação de projeto em 2021: a extensão do auxílio emergencial na capital paulista por mais três meses.

Por iniciativa do prefeito Bruno Covas (PSDB), será prorrogado o repasse da renda básica emergencial de R$ 300 (ou três parcelas mensais de R$ 100) a 1,3 milhão de paulistanos cadastrados previamente em programas sociais. São necessárias duas votações antes da sanção do Executivo.

Essa ajuda extra já havia sido aprovada na Câmara Municipal no final de outubro de 2020, às vésperas das eleições municipais, para ajudar as famílias a partir da última parcela do auxílio emergencial pago pelo governo federal. O custo dessa iniciativa é de aproximadamente R$ 400 milhões.

As votações em plenário só podem ser realizadas, segundo o regimento, a partir da eleição dos presidentes das comissões permanentes. São elas: Constituição e Justiça; Finanças e Orçamento; Política Urbana; Administração Pública; Transporte; Educação; e Saúde (entre outros temas agregados nessas comissões e em outras oito extraordinárias).

Assim, no dia 11, a ideia é eleger os respectivos presidentes e vices a partir das 11h da manhã. Na sessão extraordinária das 15h, será convocado um congresso de comissões para que o projeto receba parecer favorável da maioria de seus novos integrantes. Em seguida, deve ser aprovado em regime de urgência (com a 2ª e definitiva votação prevista para 15 ou 16 de fevereiro).

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Corruptos em festa: Elegeram Bolsonaro, prometeram que a mamata ia acabar, mas até agora só acabou a Lava Jato e ressuscitaram o Centrão


A notícia do dia é o fim oficial da Operação Lava Jato, no momento em que Bolsonaro ajuda a eleger o Centrão para a presidência da Câmara e do Senado - e a sua própria sobrevivência no cargo depende desse agrupamento que é o mais fisiológico e corrupto da História do Brasil.

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, louvada como a maior ofensiva contra a corrupção na política brasileira, acaba após seis anos, 170 prisões e mais de R$ 4 bilhões recuperados em acordos de delação ou leniência. E o presidente que usou a Lava Jato como trampolim eleitoral agora é também o seu algoz.

Bolsonaro traiu o eleitorado lavajatista ao descumprir mais uma promessa de campanha - entre tantas - mas segue leal à familícia e aos aliados, todos escondidos sob o foro privilegiado e protegidos por esquemas que envolvem a PGR domesticada, a PF controlada e o Congresso Nacional tornado cúmplice após ter acesso a bilhões dos cofres públicos.

O grupo que foi liderado por Deltan Dallagnol - em parceria com o juiz Sergio Moro, e que exatamente por isso vem sendo questionada juridicamente por diversos condenados, inclusive Lula - encerra as suas atividades oficialmente, informa o Ministério Público Federal. Para alegria de Bolsonaro, do Centrão, do PT e de todo o time da velha política.

Parece que no Brasil o crime realmente compensa. Bandidos se elegem e reelegem, são protegidos por lei, ganham cada vez mais poder e dinheiro. Mas cadê o povo, aquele mesmo que foi às redes e às ruas para derrubar dois presidentes desde a redemocratização? Tá todo mundo calado e trancado em casa? Reage, Brasil!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Câmara de São Paulo marca eleição de presidentes das comissões só para quarta-feira de cinzas: assim já serão 48 dias de trabalho perdidos em 2021


Num ano em que o Carnaval está cancelado por conta da pandemia (e há tanta urgência para ser resolvida na cidade), os vereadores paulistanos marcaram para o distante 17 de fevereiro, tradicional quarta-feira de cinzas, a eleição para a presidência das comissões permanentes da Câmara Municipal de São Paulo.

Ate lá, o trabalho em plenário se resumirá às sessões ordinárias (serão mais seis), com muito blablablá. São os pronunciamentos nos chamados pequeno e grande expedientes (com falas de 5 ou 15 minutos por vereador, em ordem alfabética), além dos comunicados de liderança. Apenas falatório. É parlamentar ou para lamentar?

O ano legislativo começou na prática nesta terça-feira, 2 de fevereiro, com discursos de boas-vindas do prefeito Bruno Covas (PSDB), do presidente do Tribunal de Contas do Município, o ex-vereador do PT João Antonio, e do presidente da Câmara, Milton Leite (DEM). Padrão 1º dia de aula. Faltou só a redação “Como foram as minhas férias”.

Também houve pronunciamentos sobre as ameaças sofridas pela vereadora Erika Hilton e outras covereadoras negras e trans dos mandatos coletivos do PSOL, que devem receber proteção especial da Guarda Civil e da PM. Lamentável esse nível de violência, preconceito e ignorância.

A pauta das sessões ordinárias começa a nova legislatura emperrada com 501 itens, todos eles vetos de gestões anteriores que precisam ser avaliados (mantidos ou derrubados em plenário) e até recursos de decisões da presidência da Câmara em 2020 que não foram julgados e, em tese, poderiam ser alterados. E viva a burocracia!

Outra decisão que deve ser tomada antes do início das sessões para efetiva votação de projetos (e já há uma centena deles em 2021, apresentados principalmente pelos vereadores e vereadoras de primeiro mandato, que se somam aos antigos), além das comissões permanentes, são as CPIs, obrigatórias regimentalmente (duas no mínimo, cinco no máximo funcionando ao mesmo tempo). Quais os temas? Mistério! E segue o baile!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Na volta do recesso, testando a paciência do paulistano, partidos formam blocos na Câmara de São Paulo para ocupar espaços em comissões importantes


Hoje, às 15h, é o primeiro dia efetivo de plenário da nova legislatura do Legislativo paulistano. Vamos começar a descobrir se a vida do prefeito Bruno Covas (PSDB) - que tem ampla maioria de vereadores na base de sustentação - será mais fácil ou mais difícil que na gestão anterior. Apostamos na segunda opção.

Isso porque o humor da população não é dos melhores. Sensíveis à pandemia e à crise decorrente, os paulistanos vem perdendo cada vez mais a paciência com os políticos. A politização da agenda de enfrentamento ao coronavírus, o recesso que não devia ter acontecido em pleno agravamento da segunda onda, o vale-tudo eleitoral. É tolerância zero!

Do prefeito que foi passear no Maracanã com o filho para assistir à final da Libertadores enquanto São Paulo retornava à fase mais restrita do isolamento (sem nenhuma opção de lazer no fim-de-semana) ao presidente negacionista e inimigo da vacina, passando pelo governador que não sai do palanque de 2022 e faz um vai-vem populista entre as fases vermelha e laranja da quarentena.

É nesse clima, com os carnês do IPTU chegando, desemprego em alta, economia em baixa e a cidade passando uma impressão de abandono, que os vereadores iniciam os trabalhos nesta terça-feira. A preocupação deles no momento é preencher as comissões de trabalho mais cobiçadas, como Constituição e Justiça, Finanças e outras.

Na eleição do vereador Milton Leite (DEM) para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo, em 1º de janeiro, já havia dois blocos formados para reivindicar os melhores espaços na Mesa Diretora. A sina se repete agora para as comissões permanentes, preenchidas proporcionalmente pelas maiores bancadas.

Em janeiro houve um bloco formado pelo Patriota, com três vereadores, o Podemos, também com três, e o Novo, com duas vereadoras, número que o equiparava às bancadas do PT e do PSDB, as maiores da Câmara, todas com oito parlamentares.

Essa união de diferentes legendas propiciou, no acordo para a eleição da Mesa Diretora, a indicação do vereador Fernando Holiday (Patriota) para a 2ª secretaria da Câmara, e a 2ª suplência para o Dr. Milton Ferreira (Podemos).

Outro bloco de cinco vereadores (três do MDB, um do PSC e um do PP) garantiu a 1ª suplência da Mesa para George Hato (MDB) e a eleição de Gilberto Nascimento Jr. (PSC) como corregedor-geral, mas teve a dissidência de Arnaldo Faria de Sá (PP), que também se lançou candidato à Corregedoria acusando quebra de acordo.

Pois agora os partidos se misturam em novos blocos (alguns desfazendo inclusive a união de um mês atrás). O DEM (com 5 vereadores), o MDB (3) e o PTB (1) formam um novo bloco de 9 parlamentares, liderados pelo próprio presidente Milton Leite - e se tornando agora a maior bancada.

O Podemos (com 3 vereadores), o Solidariedade (1) e o PP (1) também anunciam um novo bloco, somando 5 parlamentares sob a liderança do Dr. Milton Ferreira (Podemos). Um pouco menor, com 4 vereadores, é o novo bloco que reúne o PSD (3) e o PSC (1). Tudo para conquistar mais espaço nas comissões.

A oposição ao prefeito Bruno Covas à esquerda reúne PT (8 vereadores) e PSOL (6) num bloco informal de 14 vereadores. Em tese, outros 41 vereadores são potencialmente governistas, de acordo com a pauta do Executivo.

Pode se dizer que Patriota (3), Novo (2), PSB (2), PSL (1) e uma vereadora declaradamente bolsonarista do Republicanos são os mais “independentes” ou propensos a jogar cascas de banana no caminho do prefeito para aprovar seus projetos. Anote aí: a tropa-de-choque governista será convocada muitas vezes nos próximos anos.

Outro bloco não oficial mas com força crescente é a chamada bancada evangélica, com mais de 20 vereadores de diversos partidos. Fazem parte desse bloco, por exemplo, a 1ª vice-presidente da Câmara, Rute Costa (PSDB), o 2º vice-presidente, Bispo Atílio Francisco (Republicanos), e o corregedor-geral, Gilberto Nascimento Jr. (PSC).

A base governista, portanto, entre vereadores fiéis e flutuantes, reúne de 32 a 41 votos, dependendo do tema em pauta. Votações de pautas sociais ou a revisão do Plano Diretor vão exigir muita negociação e convencimento por parte do governo para garantir a aprovação por até dois terços do plenário. O peso político dos blocos e dos vereadores individualmente - inclusive com chantagens - cresce muito nesses momentos.

A polarização entre governo e oposição, esquerda e direita, conservadores e progressistas, dará o tom dos discursos e das votações da Câmara em 2021. A eleição de mulheres negras, vereadores gays e trans, mandatos coletivos e esses blocos formais e informais de interesses conflitantes vão se digladiar em plenário no dia a dia. Começa hoje. Acompanhe.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Previsões confirmadas. Pobre Brasil.


 

Feliz Ano Velho! Acabou o recesso parlamentar: tudo ao mesmo tempo agora! (Pobre Brasil)

Primeiro de fevereiro. Segura a carteira. Fim do recesso dos políticos, privilégio que nem deveria ter acontecido em plena segunda onda da pandemia, com recorde de mortes e agravamento da crise, mas quem disse que eles vivem no mundo real, não é mesmo?

Pois hoje já acontece a eleição das mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Serão eleitos os candidatos do Centrão, com apoios que reúnem o pior da direita, do centro e da esquerda. Sob o aval bolsonarista, obviamente, que abriu os cofres públicos e a caixa de maldades para eleger o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) pelo voto secreto. Argh!

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, esperamos as providências sobre o caso do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), flagrado importunando sexualmente a colega Isa Penna (PSOL). O caso está parado na comissão de ética da ALESP, na comissão de ética do partido e na Justiça após denúncia do Ministério Público. 

A nossa opinião: o deputado merece ser expulso da legenda e ter o mandato cassado. Vai ser? Aí que a porca torce o rabo (para usar essa expressão interiorana, já que ele apela como um cidadão simplório e honesto ao corporativismo dos colegas paulistas). Para ser expulso do Cidadania (e será), precisa ser derrubada uma liminar no Tribunal de Justiça. Para ser cassado, depende do voto secreto dentro desse mundinho político tão peculiar - que já sabemos como funciona (em outra dimensão, rotação e sintonia).

Por exemplo: dá para levar a sério o presidente demente no enfrentamento da pandemia? Mas não é só o negacionismo e o obscurantismo de Bolsonaro que merecem ser criticados. O vai-e-vem de fase laranja e vermelha no Estado é um abacaxi político a ser descascado pelo governador João Doria. O respeito ao isolamento e a credibilidade do governador despencaram. O que salva é a vacina. Oremos!

E a presença do prefeito Bruno Covas, torcedor santista, na final da Libertadores, no sábado, lá no Maracanã? Ele tem o direito de ir e vir, como todo cidadão, certo? Errado! Na fase vermelha, nenhum paulista está liberado para fazer o que quiser. Até os parques estão fechados no fim-de-semana. Por que então só o lazer do prefeito deveria ser respeitado e preservado? Errou! Tiro no pé!

É isso! Vamos acompanhar tudo. Quer saber mais, releia alguns posts. Estaremos de olho em cada acontecimento político. Congresso Nacional, presidente, governador, prefeito, Assembleia, Câmara Municipal. Sinto informar, mas vocês não terão vida fácil. Aqui é oposição, cobrança, fiscalização. Quer elogio? Fique na sua bolha. Aqui, não! Aqui é trabalho!