segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Bruno Covas, favorito para se reeleger em outubro, é o entrevistado desta noite no programa Roda Viva

Não é simples palpite, muito menos torcida. Mas uma análise rigorosa dos fatos e dados disponíveis nos dá margem segura para afirmar: o prefeito Bruno Covas, que disputará a reeleição em outubro e será o entrevistado desta noite no programa Roda Viva (27 de janeiro, às 22h, na TV Cultura), é favoritíssimo para permanecer no comando da Prefeitura de São Paulo a partir de 1º de janeiro de 2021.

Jovem, dinâmico, com sobrenome de peso e querido também por conta do avô, o ex-governador Mario Covas, terá apoio de pelo menos uma dezena de partidos, domínio do tempo e dos recursos na propaganda tradicional e bom trânsito em todos os setores da sociedade paulistana. Além de vencer uma doença gravíssima, o maior desafio do prefeito em 2020 será mostrar as suas realizações.

Quais outros candidatos poderiam atrapalhar a reeleição de Bruno Covas? Talvez o apresentador José Luiz Datena ou o também apresentador e deputado federal Celso Russomanno sejam os nomes com maior potencial eleitoral, principalmente se tiverem o apoio declarado do presidente Jair Bolsonaro. Mas não é impossível que algum deles seja escolhido até mesmo vice de Covas.

Outros pré-candidatos não chegam a incomodar, sendo que entre todos os nomes cogitados os mais fortes seriam o ex-governador e ex-prefeito de São Vicente, Marcio França; a ex-bolsonarista Joice Hasselmann e qualquer nome a ser indicado nas prévias do PT (já se apresentaram Jilmar Tatto, Eduardo Suplicy, Carlos Zarattini, Paulo Teixeira, Alexandre Padilha e Nabil Bonduki), tendo provavelmente como vice a ex-prefeita Marta Suplicy.

Essa escolha interna do PT será decisiva também para a definição de um eventual 2º turno. Uma indicação partidária equivocada pode levar a uma inédita exclusão dos petistas da disputa final desde a instituição dos dois turnos, nas eleições de 1992 (quando, na sucessão de Luiza Erundina, ainda no PT, Eduardo Suplicy disputou o 2º turno contra Paulo Maluf, que acabou eleito).

Em todas as eleições subsequentes o PT esteve na disputa do 2º turno: em 1996, Luiza Erundina perdeu para Celso Pitta; em 2000, Marta Suplicy venceu Paulo Maluf; em 2004, Marta Suplicy perdeu para José Serra; em 2008, Marta Suplicy voltou a perder para Gilberto Kassab; em 2012, Fernando Haddad venceu José Serra; e em 2016, Fernando Haddad perdeu a reeleição para João Doria ainda no 1º turno.

O nome forte do PT seria novamente Fernando Haddad, que tem como foco principal a disputa presidencial em 2022 e por isso reluta em disputar pela terceira vez a Prefeitura de São Paulo. Lembrando que o mau resultado de uma candidatura a prefeito implica quase sempre na diminuição dos votos da chapa de vereadores. Atualmente, o PT tem a segunda maior bancada da Câmara Municipal de São Paulo, com nove parlamentares (atrás apenas dos dez do PSDB).

Realizações de Bruno Covas

"A prefeitura tem a clareza de qual é seu foco: lutar para corrigir as desigualdades e tornar São Paulo uma cidade melhor para todos", afirma o prefeito Bruno Covas. "São Paulo tem de ser expressão de tolerância, de diálogo, de consensos e de construção coletiva. São Paulo é, e também deve seguir sendo, a capital dos direitos civis. Essa tem sido nossa motivação para administrar a cidade."

E Covas complementa: "Nosso jeito de administrar está fundado em princípios básicos: respeitar o dinheiro do contribuinte, desestatizar, criar novos mecanismos de controle apoiados em tecnologia e inovação, diminuir distorções sociais. Nossa ação é pautada por prioridades claras: terminar todas as obras, melhorar tudo que já existe e inovar nas políticas públicas."

Entre as vitrines da atual gestão, serão explorados principalmente os programas "Mãe Paulistana" e "Avança Saúde", a entrega de 12 CEUs deixados inacabados pelo PT, a redução da fila de espera nas creches (com a distribuição de vouchers para matrículas na rede privada), a revitalização do Vale do Anhangabaú e ainda R$ 1 bilhão de investimentos em habitação apenas neste ano eleitoral.

Na área cultural, o prefeito também tem se posicionado de maneira muito clara e firme, num contraponto ao obscurantismo do governo Bolsonaro. Eventos como o "Verão Sem Censura", realizado nesta semana até o dia 31 de janeiro, e um apoio inédito ao Carnaval de rua, com o número recorde de 800 blocos oficiais e desfiles, pela primeira vez, em todas as 32 subprefeituras da cidade.


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