quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Não tem como fugir dessa escolha


O que nós prevíamos desde o ano passado se confirma nesta campanha: ninguém conseguiu se apresentar como alternativa viável (com um programa consolidado e principalmente com votos) para se opor à polarização entre Bolsonaro e Lula. Parecia óbvio. Isso é um processo de construção que simplesmente não aconteceu.

A tal 3ª via para 2022 não existe, apesar do apelo “nem, nem” que se tentou. Mas nem Ciro Gomes na sua quarta tentativa, nem a estreante em eleições presidenciais Simone Tebet, nem ninguém se apresentou como opção capaz de sensibilizar o eleitorado com alguma chance real de ultrapassar Lula ou Bolsonaro nesta reta final.

O que muita gente parece não entender é que toda eleição é polarizada. Faz parte da nossa cultura. Pegue aí um recorte da política nacional, desde MDB x Arena, ou PT x PSDB, por exemplo. Sempre há polarização. O que acontece é que, de tempos em tempos, surge um novo pólo para substituir um antigo. Foi o que aconteceu em 2018, com o bolsonarismo tomando o lugar dos tucanos.

A política é cíclica. Para este ano, não havia a mínima possibilidade de alguém impedir o “nós” x “eles”, que no fim das contas vai medir o que é maior no Brasil: o antipetismo ou o antibolsonarismo. Nessa escolha inevitável, o meu lado é o da democracia, da constituição, da civilidade, do humanismo e da sustentabilidade. E o seu?