Será reeditada a polarização mais recente, entre petistas e bolsonaristas, ou a mais tradicional, dos petistas contra os tucanos, que não perdem uma disputa estadual desde 1994, nesta que pode ser a oitava vitória consecutiva do PSDB em três intermináveis décadas?
No domingo vai ser definido o cenário do 2º turno com características distintas de todas as eleições anteriores: desta vez o favoritismo é do PT, embora a rejeição de Haddad também seja muito alta, alimentada pelo forte antipetismo paulista. Isso cria uma situação inusitada: é mais provável até a vitória de Lula presidente do que a de Haddad governador.
As pesquisas indicam uma vantagem expressiva de Tarcísio, arrastado pelos votos bolsonaristas. Já Rodrigo Garcia tenta se desvencilhar da saturação do eleitorado com o PSDB e esconde sua vinculação com Doria. Também aqui entra outro detalhe curioso: Rodrigo nunca foi tucano. É cria do velho PFL e ex-parceiro de Kassab, que hoje apóia Tarcísio. A mudança de partido ocorreu por mera conveniência.
Haddad, por sua vez, além do voto lulista, reúne importante apoio dos ex-governadores Geraldo Alckmin e Marcio França, expandindo os limites da bolha petista e avançando para setores até então hostis ao Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação, na década de 80. Esse movimento ousado pode viabilizar a primeira eleição paulista do PT (apesar de ter vencido a prefeitura paulistana em três oportunidades).