segunda-feira, 27 de junho de 2022

O mundo dividido entre “pessoas de bem” e nós, os antibolsonaristas


Todo mundo sabe que assim que perder o foro privilegiado e o controle da chave dos cofres públicos, o presidente demente vai ver o sol nascer quadrado atrás das grades (coisa que ele já conhece desde os tempos de militar medíocre, por “transgressões graves”). Não é de agora que Bolsonaro mostra ser um desequilibrado, desqualificado, sociopata e mau caráter.

Mas, convenhamos, o banditismo na política não é exclusividade da familícia e dos seguidores bolsonaristas. Essa escória que transbordou dos esgotos nas eleições de 2018 viria à tona de qualquer modo, mais cedo ou mais tarde, pois tem grande representatividade em setores podres da sociedade brasileira, em diversos partidos. Eleitores se identificam verdadeiramente com essa corja. E se dizem “pessoas de bem”. Ô, dó.

Veja as notícias que mobilizam a opinião pública neste início de semana: o caso do aborto negado por uma juíza para uma menina de 11 anos que engravidou após ser estuprada, a jovem atriz vítima de fofocas e de julgamentos canalhas pelo tribunal das redes sociais num episódio semelhante, entre outras mesquinharias que desviam a atenção de grande parte dos brasileiros, fazendo perder o foco dos problemas coletivos do país a três meses das eleições.

Se Bolsonaro vai nos deixar um único legado positivo, sem dúvida é esse grande filtro que permite separar a barbárie do humanismo, a ignorância do bom senso, o ódio da razão. Como sempre dizemos, o bolsonarismo é uma doença. Causa dor e retrocesso ao nos expor a males gravíssimos, mas ao menos nos permitirá buscar remédios democráticos e republicanos para nos empurrar de volta ao rumo da civilidade. Basta desses vermes, cafajestes e hipócritas.