sexta-feira, 3 de junho de 2022

Qual é a lógica política de armar a população? E agora que todo bandido virou “caçador” e “colecionador”?


Primeiro, é mentira que as “pessoas de bem” querem se armar, né? Ao contrário da escória bolsonarista, que de “bem” não tem nada, cidadãos normais, brasileiros civilizados, pais e mães de família, não vão sair por aí como cowboys do velho oeste americano.

O argumento que é para reforçar a segurança pessoal e familiar, então, com algumas raras e pontuais exceções de quem vive em lugares isolados, por exemplo, longe dos grandes centros, é mentiroso. Típico de políticos hipócritas, corruptos, incompetentes, canalhas.

A motivação ideológica para o armamento é ainda pior. Além de falaciosa e cretina, é também criminosa. Diz o mito mitômano, sempre ele, que as pessoas devem se armar para garantir a sua “liberdade individual” e lutar contra uma fantasiosa ditadura comunista. É ridículo, surreal e doentio.

Ao invés de aumentar a nossa segurança, essas campanhas pró-armamento atendem aos interesses da indústria de armas, de munições e o crime organizado (não por acaso, todos entre os maiores financiadores de campanhas políticas, por vias legais ou paralelas). Só não vê quem não quer.

A circulação facilitada de armas atende às milícias, aos bandidos, a agentes públicos mal intencionados e a quem age ao arrepio da lei. Basta verificar a quantidade de gente que passou a adquirir armas livremente ao se declarar “caçador” e “colecionador”. Ainda que fosse mesmo para a caça, já seria absurdo. Mas quantos caçadores temos numa metrópole como São Paulo? Vão caçar o que? Pombos no telhado?

A polícia já flagrou mulheres de presidiários e líderes de facções criminosas como o PCC com verdadeiros arsenais em casa, sob alegação de serem caçadoras e colecionadoras. É para isso que servem essas leis imbecis aprovadas por políticos cafajestes e vagabundos. E quem vota nessa corja ajuda a alimentar a bandidagem. São cúmplices ou apenas otários?

No Rio de Janeiro, o Governo do Estado decidiu agora comprar armas e munições para policiais da reserva. Já não bastava Bolsonaro comprar viagra e próteses penianas para militares aposentados, os velhinhos de pijama vão atingir o ápice do estágio fálico tardio (Freud explica) saindo às ruas armados com licença para matar?

Ironias à parte, estamos numa época em que os governantes e o poder público incentivam milícias, seguranças armadas particulares e grupos paramilitares. Com a quantidade de lunáticos soltos por aí, os índices de violência e criminalidade na estratosfera, sem contar as ameaças à democracia, tem como isso acabar bem?