sexta-feira, 22 de abril de 2022

Dia do descobrimento: Será que alguém pode cobrir de novo?


Há 522 anos, dizem os livros de História da tradicional família brasileira, essa que forma cidadãos de bem que elegeram e querem reeleger Jair Bolsonaro, também num 22 de abril, Pedro Álvares Cabral “descobriu” o Brasil.

Nada mais apropriado para lembrarmos neste momento em que temos um presidente demente eleito por acidente. Fomos “descobertos” acidentalmente. Cabral errou o caminho das Índias e parou por aqui mesmo. Nem foi o primeiro a chegar, mas que seja. Tanto faz. Trocando espelhinhos e outros mimos com os indígenas iniciou-se a corrupção brasileira.

Muitos anos depois, Bolsonaro redescobriu o Brasil. Destampou nossas entranhas. Descobriu literalmente o esgoto da política e da sociedade, exposto agora a céu aberto, fétido, podre, doente. Típico do bolsonarismo. Essa coisa asquerosa de heróis como Brilhante Ustra e Daniel Silveira. Do mito mitômano. Decidiram reescrever a nossa História.

Estamos agora num Carnaval extemporâneo dos tempos de pandemia e de Bolsonaro, dois dos males que nos assolam, logo depois da Páscoa, do Dia dos Povos Indígenas e de Tiradentes, num calendário tresloucado como a familícia que controla o país. Viva a folia! F***-se o Brasil!

Da Páscoa rememoramos que o povo preferiu Barrabás a Jesus. Hoje as redes mostram que o ladrão popular e populista está reencarnado neste Messias que mais parece a própria besta. E o Brasil carrega essa cruz. Negacionista, terraplanista, saudoso da ditadura e da tortura, miliciano, quadrilheiro, corrupto, despreparado, desqualificado, vagabundo…

Dizia-se antigamente que isso era o “samba do crioulo doido”. Não se diz mais. Hoje esses termos são abominados por serem politicamente incorretos. Por outro lado, nunca fomos tão politicamente incorretos ao termos um verme como este presidindo o Brasil. Sinal dos tempos. Um dia seremos estudados. Quem será que vai descobrir por que regredimos tanto?