sábado, 2 de abril de 2022

Troca-troca sem vergonha


Você viu que um quarto dos deputados federais, ou aproximadamente 120 dos 513 mandatários da Câmara, mudaram de partido na janela eleitoral que fechou ontem?

Isso mostra com nomes e números a falência do sistema partidário, a falta de compromisso de boa parte dos políticos com o eleitorado, a inexistência de vínculo coletivo ou ideológico além do interesse pessoal imediato e a frouxidão de caráter da maioria dessa casta de privilegiados que praticam um vale-tudo por fatias maiores de dinheiro público e tempo de TV para suas campanhas.

Fora isso, houve o abandono do cargo de ministros, secretários de Estado e governadores que renunciaram para tentar vôos maiores nas eleições de outubro. Ou seja, dane-se o voto que receberam para o mandato abandonado, eles vem aí para te enganar de novo. Pior: muito eleitor vai cair e votar nesses fulanos outra vez. Azar seu. Azar nosso.

E ainda temos que ouvir de bolsonaristas que essa corja é diferente. Ora, Bolsonaro se filia ao PL, propriedade do ex-presidiário e mensaleiro condenado Valdemar Costa Neto. Esse partido mercenário se torna o maior da Câmara dos Deputados, repleto de corruptos, oportunistas, lunáticos, ladrões e milicianos. Isso é “diferente” do que eles atacam nos outros? Oi?

E o Moro? Trocou o Podemos pelo União Brasil (DEM + PSL) depois de apenas cinco meses, passando vergonha e recibo. E o Datena? Era aliado do Doria e do Rodrigo Garcia até ontem, criticava o Bolsonaro mas fez um acerto para ser o senador bolsonarista por São Paulo. E o PSDB, que é um poço de trairagem? Que vergonha alheia! (E o eleitor vai cair nessa?)

Tem muito mais coisa para comentar. Lixos serviçais do bolsonarismo como Mario Frias, Sérgio Camargo, Damares Alves, Ricardo Salles, Tarcisio Freitas, Paulo Skaf e outros tantos vem aí candidatos em bando a deputado federal e estadual, senador ou governador para dar sequência à tomada de assalto dos cofres públicos e das nossas instituições. Pobre Brasil. Acorda pra vida, eleitor.