terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Será que todo bolsonarista cretino (o que é redundante) sabe que o “mito” já votou no Lula e no Ciro e defendeu até ministro comunista para comandar as Forças Armadas?


O que um bolsonarista-raiz diria hoje do ogro Bolsonaro-raiz? Sim, porque o mito mitômano, o presidente demente, o rei das rachadinhas, o chefão da milícia, o salvador da pátria dos imbecis, o bundão que se esconde sob o foro privilegiado, é a maior mentira de todos os tempos.

Não que se espere inteligência, sanidade, bom senso e lucidez no bolsonarismo. Afinal, se assim fosse, não seriam bolsonaristas. Mas além da ignorância, da boçalidade e do mau-caratismo, é típico do gado traído ser o último a saber ou negar a traição mesmo diante de todas as evidências. Será que vem daí a expressão “corno manso”?

Bolsonaro, quem diria, já votou no “companheiro” Lula para presidente, em 2002. E revelou isso, todo orgulhoso, no plenário da Câmara - onde foi por três décadas um deputado medíocre do Centrão, meme ambulante que servia de atração folclórica - como qualquer aberração de um Circo dos Horrores - nos programas Pânico, CQC e Luciana Gimenez.

Bolsonaro votou em Lula para presidente da República no 2º turno de 2002 (contra o tucano José Serra), deu nota 10 para o discurso do petista e até sugeriu o nome do então deputado José Genoino para o Ministério da Defesa - que mais tarde teria ainda outro ministro comunista, o ex-deputado Aldo Rebelo, mais um dos nomes indicados por Bolsonaro, o suposto anticomunista (do bordão cretino “a nossa bandeira jamais será vermelha”).

Bolsonaro chamou aquele que hoje parece ser seu maior inimigo de “companheiro” e “nosso querido Lula”. Em discursos na Câmara dos Deputados, Bolsonaro era só elogios ao petista. E revelou mais: no 1º turno, ele votou em Ciro Gomes, então no PPS (o ex-PCB, Partido Comunista Brasileiro). Será que Bolsonaro é outro daqueles que a sua própria bolha de fanáticos chama de político-melancia (verde por fora e vermelho por dentro, casca dura mas miolo mole)?

Leia (e assista) algumas das “confissões” de Bolsonaro, especialmente uma de 5 de dezembro de 2002 (e veja que foram confissões espontâneas, bem diferentes daquelas obtidas pelo ídolo bolsonarista, o Coronel Brilhante Ustra, torturador maldito):

“Confesso publicamente que votei no segundo turno em Lula. Jamais votaria em um candidato de Fernando Henrique Cardoso. Votei e trabalhei para Ciro Gomes no primeiro turno. Perdi. No segundo, escolhi o que considerei ser a melhor opção. Haverá brava crise pela frente, mas mantemos a esperança de dias melhores. Espero que o companheiro Lula, já que está na moda falar assim, consulte os quadros do PT, do PCdoB e de outros partidos para fazer suas escolhas”, discursou Bolsonaro à época.

E disse mais: “Não tenho como indicar alguém para o Ministério da Defesa. Não faço parte da equipe do Lula nem tenho poder de veto, mas tenho voz nesta Casa. Sugiro até mesmo o nome de José Genoíno, por quem não tenho grande amizade, mas reconheço sua competência. Não faria oposição à possibilidade dele ir para o Ministério da Defesa. Também não me oporia se o eleito fosse Aldo Rebelo, do PCdoB. Ambos são competentes. Não quero falar sobre a história de ninguém. Temos de pensar apenas no Brasil daqui para frente...”.

Pois, então. Vamos pensar no Brasil daqui pra frente: #ForaBolsonaro, volte com a sua escória de lunáticos escrotos para o esgoto de onde jamais deveriam ter vazado. Livre o Brasil e o mundo da sua existência perniciosa. Vamos resgatar o caminho da democracia, do estado de direito, do respeito à ciência, à cultura, à educação, à sustentabilidade, à vida.