segunda-feira, 23 de março de 2020

Afinal, Bolsonaro é um grande presidente ou um lunático, inepto, despreparado e irresponsável?

Para o fã-clube, Jair Bolsonaro é um presidente autêntico, honesto, sincero, corajoso, trabalhador. Para a oposição e observadores conscientes, é um despreparado, desequilibrado, indecoroso, desqualificado, inimigo da democracia, do estado de direito, da cultura, das ciências e da razão.

Ocorre que seus atos e suas falas diárias desestabilizam o próprio governo e geram cada vez mais insegurança, desconfiança e confusão. Mesmo entre os eleitores eventuais de Bolsonaro, excluída a bolha de fanáticos, lunáticos e bajuladores, o apoio vem despencando rapidamente.

A crise começa a pesar no bolso do brasileiro. O paraíso prometido com as reformas se transformou num inferno. A pandemia do coronavírus só agrava a situação. O medo da doença e do desemprego devido à paralisação e ao isolamento ameaçam a economia global e são um risco real à vida de cada cidadão.

Nesta hora em que o mundo carece de um grande líder, o Brasil tem Jair Bolsonaro. Durante a semana, enciumado, ele obrigou Luiz Henrique Mandetta, que vem se destacando como um bom ministro da Saúde neste momento caótico, a declarar publicamente que todas as ações do governo se devem ao "grande timoneiro" que é o presidente.

O próprio Bolsonaro veio a público se comparar ao técnico de um grande time de futebol, a quem devem ser atribuídos os méritos da vitória, acima dos jogadores que se esforçam em campo. Esses são os sinais da competência, sensatez e humildade do herói que seus filhos e seguidores querem fazer circular diariamente nas redes sociais?

Jornalistas - esses seres indignos cuja missão de vida é incomodar o "mito" - e especialistas em direito constitucional já começam a listar as evidências de crimes de responsabilidade cometidos no cargo pelo presidente Jair Bolsonaro. Até hoje são pelo menos quinze. Há três pedidos de impeachment no Congresso. Outros estão sendo elaborados. Até quando os brasileiros vão suportar?

Para piorar...

A pergunta é: nos quatro meses que o trabalhador brasileiro ficará sem receber salário de acordo com a Medida Provisória publicada por Bolsonaro, o presidente vai continuar recebendo normalmente?

E seus filhos? O senador, o deputado e o vereador? E o repasse partidário será mantido? E o fundo eleitoral? E os salários milionários de ministros, juízes etc.?

Como fazer a população aceitar que só o “zé povim” pague o preço pela crise, pela pandemia e pela incompetência governamental?