terça-feira, 24 de março de 2020

O dia seguinte: Que mundo teremos? Que mundo queremos?

Na década de 80, muito em função ainda da Guerra Fria, o filme “O Dia Seguinte” (The Day After) retratava de maneira emblemática o drama de toda uma geração: quais seriam, afinal, os efeitos e consequências de um ataque nuclear?

Como retrocedemos no tempo e vivemos em plena época de polarizações e embates ideológicos entre a velha esquerda e a nova direita pelo mundo todo, num contexto agravado pela pandemia do coronavírus e total ausência de lideranças políticas minimamente racionais e competentes, parece que a história se repete, ora como tragédia, ora como farsa.

Como será o dia seguinte após a quarentena e o isolamento pelo Covid-19? Quantas pessoas terão morrido? E como sobreviveremos depois de tantas semanas ou meses de pânico? Como retomar a vida normal? Seremos os mesmos? Estaremos mais solidários ou individualistas? Mais resignados ou revoltados?

Vivemos um período de exceção. Cenário de guerra. Recessão. Como 2020 entrará para a História? O ano “cancelado”? Que efeitos o dia seguinte terá para a política mundial? E no Brasil? O bolsonarismo resistirá? A oposição vai se fortalecer? A civilização vai reagir à barbárie?

Como estarão os índices de desemprego, fome, miséria e desigualdade? Haverá uma onda de violência e aumento da criminalidade? Como incentivar os pequenos e médios empreendedores que, se não fecharam as portas, flertaram com a falência?

Como o brasileiro terá respondido às medidas emergenciais que foram adotadas pelos governos federal, estadual e municipal? Teremos mudanças na saúde, na cultura, na economia, na educação? Qual será o clima eleitoral? Aliás, teremos eleições? 

Quem pagará a conta? Se mexerem no bolso do trabalhador sem mexer nos bancos, nas grandes fortunas, nos políticos, nos fundos partidários, nas igrejas, na elite do funcionalismo público etc. será mais um tiro no pé com efeitos imprevisíveis e devastadores no ânimo do eleitor.

Famílias de baixa renda e trabalhadores informais já estão condenados a passar fome. A classe média terá achatado, perdido seu poder de compra e atingido o limite da paciência, que nunca foi muito elevado. 

Vamos seguir batendo panela ou vamos para as ruas derrubar esse sistema?

Como virar a página e seguir em frente?