domingo, 15 de março de 2020

Os nomes cotados para a Prefeitura de São Paulo

Em 20 dias vai estar definido o cenário dos partidos com seus pré-candidatos para as eleições municipais de outubro.

Isso porque o dia 4 de abril é o prazo final para as filiações de quem vai concorrer às prefeituras e câmaras municipais, inclusive para a migração dos atuais vereadores na janela partidária que se abriu neste mês.

A eleição para a Prefeitura de São Paulo começa a definir seus personagens. Porém, o protagonismo de cada um ainda é avaliado e negociado. O prefeito paulistano Bruno Covas é candidato natural à reeleição, com dois desafios imensos: um rigoroso tratamento de saúde e a aprovação da sua gestão.

O tucano ganhou até bastante visibilidade por conta do enfrentamento de um câncer, mas esse aumento de popularidade não resulta necessariamente em maior apoio popular. Para correr atrás do voto, ele conta hoje com uma coligação de pelo menos seis partidos: PSDB, DEM, PL, PSC, Podemos e Cidadania.

Outros partidos são cogitados, alguns com nomes bem cotados para ocupar a vaga de vice de Covas, como o MDB do recém-filiado José Luiz Datena, o Republicanos de Celso Russomanno e o PSL de Joice Hasselmann. É provável que a escolha do vice empurre outros preteridos para a candidatura própria.

Mas os aliados de primeira hora também estão na briga pela indicação do vice-prefeito. Para o DEM, do vereador Milton Leite e do vice-governador Rodrigo Garcia, seria questão de honra. A maior novidade entretanto vem do Cidadania, que já anunciou a filiação do ex-secretário da Cultura Alê Yousseff (com passagens pelo PT, PPS, PV e Rede) como potencial candidato para compor a chapa com Bruno Covas.

Outro nome que avançou bastante nas negociações partidárias foi o ex-governador Márcio França (PSB), que já recebeu o apoio declarado do PDT do presidenciável Ciro Gomes. Ele negocia ainda com o PV e a Rede Sustentabilidade. A ex-prefeita Marta Suplicy pode ser uma boa vice. Essa frente de centro-esquerda quer se apresentar como uma via equidistante aos pólos tradicionais: PT x PSDB e agora também ao bolsonarismo.

Aliás, a maior indefinição vem justamente das duas forças que polarizaram as mais recentes eleições presidenciais. O PT apresenta uma série de pré-candidatos considerados frágeis, enquanto seu nome mais forte se nega a disputar a terceira eleição consecutiva: Fernando Haddad, eleito prefeito em 2012, derrotado em 2016 para a Prefeitura e em 2018 para a Presidência.

Do lado bolsonarista, como o novo partido anunciado pelo presidente, o Aliança pelo Brasil, não será oficializado para as próximas eleições, há diferentes correntes de pensamento: alguns defendem que o presidente Jair Bolsonaro simplesmente não apoie nenhum candidato a prefeito pelo Brasil, se posicionando apenas no 2º turno contra os candidatos mais à esquerda.

Com ou sem apoio declarado de Bolsonaro, o eleitorado de direita será disputado pelo PSL de Joice Hasselmann, pelo PSD de Andrea Matarazzo, pelo Patriotas de Arthur do Val ("Mamãe Falei") e pelo Novo de Filipe Sabará. O próprio governador João Doria (PSDB), beneficiado pelo voto "BolsoDoria" em 2018, vai tentar reconquistar o eleitor bolsonarista raiz ou o arrependido para votar em Covas ou em algum de seus aliados estratégicos para o 2º turno.

À esquerda, quem promete fazer barulho com viés anti-bolsonarista e anti-tucano é a dobradinha do PSOL: Guilherme Boulos para prefeito e Luiza Erundina, vice. Porém, há outros pré-candidatos disputando prévias internas: Carlos Giannazi e Sâmia Bomfim. Pelo PCdoB foi anunciada a candidatura do deputado e ex-ministro Orlando Silva.

Com a ausência de Haddad, um nome escolhido pelo petismo provavelmente ruim de voto e os efeitos ainda do sentimento anti-esquerdista que vem desde o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, pouco resta àquele eleitor convicto que sempre levava o PT ao 2º turno (depois da eleição de Erundina em 1988, chegou ao 2º turno em 1992 e 1996, venceu com Marta Suplicy em 2000, voltou ao 2º em 2004 e 2008, e venceu novamente com Haddad em 2012).

E você, já tem um nome ou partido de preferência para ocupar a Prefeitura de São Paulo a partir de 1º de janeiro de 2021? Vai votar em quem?