Há um moralismo muito volátil no Brasil. Arthur do Val perderá os direitos políticos por oito anos, Cury virá candidato à reeleição. Um, por ter uma postura que desagrada a maioria da Assembleia, é cassado por vingança. Outro, por fazer o jogo do sistema, apesar de infame, é protegido por canalhas do mesmo naipe. No fundo, todos ali se merecem. Conservadores de araque. “Homens de bem”. Sei.
A hipocrisia da “tradicional família brasileira” segue dando votos para a direita mais abjeta e reacionária da nossa política, representada por quem diz defender a liberdade e a democracia mas que no dia a dia se mostra saudosa e nostálgica dos tempos da ditadura militar e da tortura (afinal, assim como o assédio à Isa Penna, contra a esquerda está tudo liberado).
O próprio Bolsonaro, cafajeste-mor da República, fez escola ao protagonizar episódios vergonhosos de misoginia, sexismo, machismo, racismo, homofobia, preconceito etc. Lembra da deputada petista que seria “feia demais” para ser estuprada, ou da cantora preta que jamais casaria com um Bolsonaro porque a família do presidente não aprendeu promiscuidade? E por aí vai…