quinta-feira, 12 de maio de 2022

Prefeitura e Governo do Estado batem cabeça para resolver situação da cracolândia e destino dos moradores de rua


A cena na cracolândia é degradante (e bastante conhecida): usuários de drogas amontoados na sujeira, com livre acesso a traficantes, que mais parecem saídos de um desses filmes ou séries de zumbis. Um horror.

Outros moradores de rua seguem espalhados por toda a cidade, em quantidade cada vez maior, fruto da pobreza e da miséria humana, num problema que parece também sem solução há sucessivas administrações municipais e estaduais.

Mudam os usuários de lugar com ações absolutamente ineficazes, seja da polícia, da saúde ou da assistência social, numa incapacidade generalizada do poder público. Empurram essa massa de miseráveis de um lado para o outro, no entorno da Estação da Luz, da Praça Princesa Isabel e mais nada.

Sobre a “população em situação de rua”, a mesma coisa. A gestão (a atual, mas não foi diferente com as anteriores) bate cabeça com promessas de soluções fáceis e rápidas, que vão de acampamentos improvisados a vagas em hotéis populares, mas passam longe de intervenções definitivas que fujam do simples populismo ou de políticas descaradamente higienistas.

O inverno se aproxima e mobiliza a cidadania em campanhas do agasalho, que reforçam outras de distribuição de alimentos para as famílias desvalidas nas ruas. Na Câmara Municipal, o líder do governo propõe transformar a Praça Princesa Isabel em parque. Tá. E daí? No que isso vai mudar a degradação do local? E os outros parques que tanto reivindicamos?

Na verdade essas populações marginalizadas incomodam e amedrontam, mas acabam incorporadas ao nosso dia a dia e até aceitas como uma coisa normal. Se limitadas a um gueto, sem causar grandes transtornos ou ameaças à rotina da cidade, vão passando quase despercebidas, entre uma e outra atitude benevolente. Não pode ser assim.