segunda-feira, 23 de maio de 2022

O fim vexatório da candidatura Doria sepulta também o velho PSDB e faz o jogo bolsonarista


Que triste fim. Agora ex-presidenciável, ao desistir da candidatura que jamais chegou a decolar, e sem mandato (depois de ter sido prefeito e governador de São Paulo, sempre renunciando para tentar vôos maiores), João Doria experimenta do próprio veneno.

Traíra, errante e sem palavra (Geraldo Alckmin que o diga), tentou tomar na mão grande isso aí que sobrou do PSDB, que de ninho da mais legítima social-democracia brasileira virou o covil de velhacos da política, corruptos, oportunistas, anti-esquerdistas e bolsonaristas enrustidos. Pois agora o próprio Doria foi traído pela cúpula de safos dessa legenda decadente.

Este PSDB que aí está nada mais tem a ver com aquele promissor partido surgido nos anos 80 de uma costela do velho MDB para arejar o período de redemocratização do Brasil. Covas e Montoro mortos, Serra e FHC escanteados, Alckmin defenestrado, os tucanos de hoje não são nem sombra daquilo que propunham seus fundadores.

Uma federação chinfrim deste quase ex-PSDB com o Cidadania (também ex-PPS e ex-PCB) virou um abraço de afogados que sela o ocaso dessas duas ex-legendas históricas tomadas de assalto, hoje, por malandros da velha política e da direita mais abjeta e reacionária do nosso espectro ideológico.

Ambos os partidos viraram um puxadinho do Centrão. Quadrilhas associadas para dilapidar os cofres públicos e lotear o espaço disponível na máquina bolsonarista (vide o episódio do orçamento secreto e o placar de votações com o governo). São braços de aluguel para atacar Lula e o PT enquanto tentam reeleger Bolsonaro. Nada mais vergonhoso, canalha e deprimente.