quinta-feira, 17 de março de 2022

Dia de vale-tudo eleitoreiro para impulsionar as campanhas de Doria e Bolsonaro


Beira a pilantragem esse decreto de liberação do uso de máscaras em lugares fechados no Estado de São Paulo. Isso porque a decisão não está associada ao fim da pandemia. Muito pelo contrário. É um ato desesperado do governador João Doria para impulsionar sua natimorta candidatura presidencial, a poucos dias da renúncia exigida por lei para ser candidato.

Ele vai perder feio - nós sabemos - mas tenta reverter a polarização entre Bolsonaro e Lula com esses golpes eleitoreiros. Todo o inegável legado de Doria para a saúde da população paulista e brasileira, como foi a iniciativa corajosa de tomar a frente na produção de vacinas ou no impopular mas necessário lockdown, vai agora por água abaixo com o marketing político atropelando a ciência e o bom senso.

Se ele já tinha a rejeição de boçais bolsonaristas, de negacionistas e de lunáticos contrários à vacina e às medidas de isolamento, vai somar agora a antipatia de quem o aplaudiu pela boa gestão e governança até então no enfrentamento do presidente demente. Não nega a origem e tudo aquilo que os críticos apontam para lhe definir como uma fraude.

Doria, infelizmente, volta a se assemelhar com Bolsonaro na irresponsabilidade e na mesquinhez do vale-tudo pelo voto. Ressuscita o “BolsoDoria”, monstrengo inventado para lhe beneficiar nas urnas a qualquer custo. Pior: tudo indica que dessa vez uma derrota acachapante lhe espera na curva. Coitado.

Enquanto isso, Bolsonaro bota as manguinhas de fora para a reeleição ao liberar parte do FGTS, antecipar o 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, lançar um programa de microcrédito digital e ampliar os empréstimos consignados. O pacote do dia é chamado pelo Ministério do Trabalho e Previdência de “Programa de Renda e Oportunidade”. Deveria ser rebatizado de Programa do Rombo e do Oportunismo. Candidatos canalhas!