quinta-feira, 16 de abril de 2020

Roberto Dias: Um mundo de perguntas

As pessoas cuidarão melhor de sua saúde? Vão se abraçar e se beijar como antes?

Viveremos em distanciamento social por mais dois anos, como estima estudo publicado na revista Science? Sendo assim, o impacto do coronavírus será ainda maior do que imaginado? O que isso significa?

As pessoas cuidarão melhor de sua saúde? Vão se abraçar e se beijar como antes?

Alguém voltará a ir ao cinema? O teatro sobreviverá? E os shows de música: todo mundo se sentirá confortável em se apertar diante dos palcos? Os esportes em estádios vão perder espaço para os e-sports?

As pessoas passarão mais tempo em casa? Se sim, vão procurar imóveis maiores? Cozinharão mais e pedirão mais comida pronta? Os restaurantes vão ficar mais vazios? Os shoppings algum dia receberão de novo todos aqueles visitantes? Ou o comércio online tomará de vez a preferência dos compradores?

E, se o acima acontecer: o trânsito nas metrópoles vai diminuir?

As empresas de tecnologia ficarão ainda mais poderosas? O trabalho e o ensino a distância decerto ganharão espaço; mas quão diferentes eles serão? E, muito importante para quem tem filhos pequenos: as crianças vão entender que precisam escutar os professores na tela?

Falando em comunicação: a troca de mensagens por escrito evoluirá a ponto de transmitir com menos imprecisão a infinidade de nuances e emoções de uma conversa ao vivo?

As pessoas terão mais empatia? Mais preocupação com desigualdade social? Serão mais caridosas?

O investimento em ciência vai aumentar? As palavras de especialistas ganharão peso?

Haverá menos cooperação internacional? O pêndulo global vai se deslocar ainda mais para o Oriente?

A visão sobre o papel do Estado na economia mudará? O mercado de ações continuará a ganhar investidores após o tombo? Quais empresas e empregos jamais voltarão a existir? Que novas oportunidades de negócio esse novo mundo apresentará?

Estaremos aqui para ver essas respostas?

Roberto Dias, jornalista, é secretário de Redação da Folha de S. Paulo.