Na pauta da sessão extraordinária de hoje (o que já é um espanto para quem tradicionalmente só vota às quartas-feiras) está um daqueles projetos absurdos, de quem parece não ter coisa mais importante a tratar: decreta que as igrejas são “serviços essenciais” no município; ou seja, ninguém poderá determinar que sejam fechadas, nem em tempos de pandemia.
Agora eu me pergunto: será que esses vereadores, muitos deles pastores e donos de igrejas, estão preocupados com o interesse público, a saúde, a fé e a vida do povo, ou querem simplesmente garantir a frequência de seus fiéis dizimistas e clientes fanáticos dos milagres prometidos por módicas quantias nas suas luxuosas instalações?
Será que Deus não atende em domicílio? Nos moldes do iFood, um iFéEmDeus não funcionaria melhor para preservar a vida dessas pessoas que se aglomeram nas igrejas, ao menos para dar uma forcinha nesses períodos de maior contaminação? Ironias à parte, não seria a hora de acompanhar os cultos pela TV, pela internet ou apps e continuar vivo?
A única razão de políticos inventarem leis para manter abertos e lotados os locais de culto é para arrecadar dinheiro dos frequentadores, já que os caça-níqueis eletrônicos (embora modernizados com Pix e QR Code) não funcionam tão bem sem o poder de convencimento presencial dos supostos enviados de Deus. Triste papel do Legislativo paulistano...