sexta-feira, 7 de maio de 2021

Bancada evangélica quer mais um privilégio, além das inúmeras isenções e anistias: decretar as igrejas como serviços essenciais para manter o movimento do caixa durante a pandemia


Você que acompanha as nossas postagens por aqui já deve ter lido alguma crítica sobre o lobby dessa tal bancada evangélica na Câmara Municipal de São Paulo (e na Assembleia Legislativa, e na Câmara dos Deputados etc.). Mas os vereadores paulistanos realmente se superam: em tudo há o interesse das igrejas por trás!

Na pauta da sessão extraordinária de hoje (o que já é um espanto para quem tradicionalmente só vota às quartas-feiras) está um daqueles projetos absurdos, de quem parece não ter coisa mais importante a tratar: decreta que as igrejas são “serviços essenciais” no município; ou seja, ninguém poderá determinar que sejam fechadas, nem em tempos de pandemia.

Agora eu me pergunto: será que esses vereadores, muitos deles pastores e donos de igrejas, estão preocupados com o interesse público, a saúde, a fé e a vida do povo, ou querem simplesmente garantir a frequência de seus fiéis dizimistas e clientes fanáticos dos milagres prometidos por módicas quantias nas suas luxuosas instalações?

Será que Deus não atende em domicílio? Nos moldes do iFood, um iFéEmDeus não funcionaria melhor para preservar a vida dessas pessoas que se aglomeram nas igrejas, ao menos para dar uma forcinha nesses períodos de maior contaminação? Ironias à parte, não seria a hora de acompanhar os cultos pela TV, pela internet ou apps e continuar vivo?

A única razão de políticos inventarem leis para manter abertos e lotados os locais de culto é para arrecadar dinheiro dos frequentadores, já que os caça-níqueis eletrônicos (embora modernizados com Pix e QR Code) não funcionam tão bem sem o poder de convencimento presencial dos supostos enviados de Deus. Triste papel do Legislativo paulistano...