quarta-feira, 19 de maio de 2021

De Camões ao Gil do Vigor: com Bolsonaro em banho-maria, o Brasil tá lascado!


Dizia Luís de Camões: O fraco rei faz fraca a forte gente. No caso do Brasil, que nem líder tem, mas apenas um chefe de desgoverno tresloucado - eleito por acidente histórico - chegamos realmente ao fundo do poço. Ou da fossa.

Os depoimentos de ex-ministros de Bolsonaro na CPI da Covid são a prova cabal da parvalhice deste presidente demente, inepto, inapto, ignorante, desqualificado, incompetente, incapaz, irresponsável, criminoso e genocida.

O pouco de racionalidade, coerência e tentativa de se fazer a coisa certa que existiu nesta primeira metade da gestão do boçal foi por ação isolada dos próprios ministros - e, pior, contra a vontade do chefe, tanto que foram demitidos por isso.

O depoimento de hoje é talvez do mais paspalho de todos. Pazuello, o general panaca que se sujeitou a preencher a vaga de Ministro da Saúde no pico da pandemia para cumprir as sandices ideológicas do chefe charlatão, levando a centenas de milhares de brasileiros mortos.

O depoimento de ontem, do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, pode ser resumido nas frases antológicas da senadora Katia Abreu sobre o cretino saído da bolha olavista-bolsonarista: “Negacionista compulsivo”, “omisso”, bússola do caos”.

“O senhor nos direcionou para o caos, para um iceberg, para um naufrágio”, disse a senadora do Tocantins olhando nos olhos do infeliz, feito à imagem e semelhança do lunático que usurpa a cadeira presidencial. Destruiu o imbecil. Demoliu. Aniquilou.

O padrão de quem se submete ao meme que virou presidente não poderia ser outro. São meros fantoches da familícia. Pazuello, Ernesto, Salles, Faria, Marinho, Ribeiro, Damares, Queiroga, Torres, Machado. Nenhum se salva (nem Tereza Cristina ou Tarcísio Freitas, como alguns otimistas apontam; são todos cúmplices, quadrilheiros).

Por algum tempo, Paulo Guedes foi considerado o melhor dos integrantes do desgoverno Bolsonaro. Era o “posto Ipiranga”, ou uma ilha de bom senso no meio do caos. Agora se mostra mais um estorvo, de nível equivalente à escória ministerial, familiar e de seguidores que cercam o presidente. Mais do mesmo.

Todas as provas para um afastamento urgente deste canalha são evidentes, os crimes de responsabilidade e a falta de decoro são explícitos, mas o jogo da (má) política tem regras inexplicáveis. O Congresso prefere manter Bolsonaro em banho-maria, enquanto ouve Ernesto, Pazuello & cia. O Brasil tá lascado, como decretou Gil do Vigor.