segunda-feira, 10 de maio de 2021

Cessar um genocídio: artistas pelo impeachment do Bolsonaro


Mais de 2.500 artistas e outros tantos milhares de cidadãos brasileiros lançaram em encontro virtual na noite desta segunda-feira, 10 de maio, um manifesto pelo impeachment do presidente demente e genocida Jair Bolsonaro.

São nomes como Ailton Graça, Airton Krenak, Anna Muylaert, Andrea Beltrão, Antonio Pitanga, Caco Ciocler, Camila Pitanga, Chico Buarque, Claudia Abreu, Dira Paes, Edgard Scandurra, Elisa Lucinda, Emicida, Giulia Gam, Gloria Menezes, Ivan Lins, Luis Miranda, Marcello Airoldi, Marco Ricca, Marcos Palmeira, Marieta Severo, Matheus Nachtergaele, Paulo Betti, Patricia Pillar, Tarcisio Meira e Zeca Baleiro.

Leia abaixo a íntegra do manifesto:

Artistas pelo Impeachment


Quando o Titanic afundou, em 1912, a humanidade perdeu 1.500 vidas numa única noite. A catástrofe, por suas gigantescas dimensões, é lembrada até hoje. Já nos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, em 11 de setembro, perdemos 2.996 vidas. Ambas, catástrofes de repercussão mundial.

Atualmente assistimos, de maneira estranhamente naturalizada a um número maior de perdas diárias. Se pudessem ser enfileirados, os mortos pela COVID-19, apenas no Brasil, formariam um inacreditável corredor capaz de cobrir uma vez e meia a distância entre a Terra e a Lua.

Estamos no epicentro mundial da Pandemia e seguimos em clara progressão. Os números do mês de abril ultrapassaram todas as métricas mundiais e a tendência é de piora no quadro. Todos os dias o país afunda, desaba, morre sufocado.

O comandante deste barco que naufraga, e segue em direção aos recifes, tem nome e sobrenome conhecidos: Jair Messias Bolsonaro.

Diversas medidas poderiam ter sido tomadas para reduzir o número de mortes, mas não foram. A estratégia seguiu direção contrária. O descaso e a negação das conquistas cientificas continuam sendo incentivados.

Com isto aumenta a cada dia o número de vidas humanas perdidas. Ou seja, vivemos sob a tutela de um governo criminoso que, por diligência engendrada e condução irracional da crise sanitária, causa um número de óbitos muito superior ao que seria o inevitável.

E a pergunta feita todos os dias por milhares de brasileiros estarrecidos – já que nesse momento a soma de mortes diárias supera os nascimentos – é: O que estamos esperando?

O Brasil tem instrumentos para começar a estancar esta mortandade, de imediato. Para a atual tragédia ha´ um remédio. O impeachment! Já enfrentamos diversas lutas inomináveis na história. Vencemos várias delas através de um instrumento único e fundamental: a participação popular que pressupõe a democracia.

O descaso e a ineficiência do governo no combate à pandemia são motivo mais do que suficientes para um pedido de impeachment, mas não os únicos. Muitas das ações anti republicanas do atual mandatário também devem ser levadas em consideração.

A atual condução da política econômica, por exemplo, tem levado milhões de pessoas em estado de vulnerabilidade a buscar formas de sobrevivência nas ruas, sendo expostas à pandemia de forma cruel. Eis a verdade. A política do atual governo as enxerga como pessoas descartáveis.

A democracia, hoje, não é uma abstração, é uma afirmação da cidadania e uma convocação à vida. O Congresso Nacional tem em seu poder mais de CEM PROCESSOS de impeachment aguardando apreciação.

Nós convidamos a nação brasileira a um PLEITO ÚNICO, urgente e fundamental para que tenhamos a possibilidade de enxergar um futuro através da discussão pública e ampla do processo de impugnação do atual mandato da presidência da república.

O presidente da Câmara e os congressistas têm que colocar em discussão imediata o assunto, já que este é o desejo maior de grande parte da sociedade brasileira. Não podemos mais assistir impassíveis a essas manobras macabras e irresponsáveis que nos fazem perder, diariamente, milhares de vidas humanas para a Covid-19 através de calculado genocídio. 

Isto posto, nós infra-assinados, NOS JUNTAMOS A TODOS OS PEDIDOS DE IMPEACHMENT agora em tramitação no Congresso Nacional. Na certeza de que a representação legislativa cumpra a vontade popular.

“Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro, ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro…” Belchior