quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Sobre a transparência e a invisibilidade dos políticos na Terra Plana do Bolsonaro


Percebe que, no mundo real, transparência e invisibilidade na política são conceitos opostos, contraditórios e inconciliáveis? Aliás, você tem noção do retrocesso que representa o bolsonarismo para a essência do estado democrático de direito, com seus ataques diários às instituições e o achaque de atos (e omissões) flagrantemente inconstitucionais?

Pois veja que ao mesmo tempo em que Bolsonaro e sua corja de fanáticos e lunáticos pedem o voto impresso, por exemplo, em nome da transparência, o mito mitômano decreta 100 anos de sigilo em tudo que envolve o seu desgoverno (das decisões do ex-ministro Pazuello à presença dos próprios filhos no Planalto). Faz algum sentido para quem tem mais de dois neurônios?

E a base parlamentar bolsonarista, que usa a mesma narrativa fake da transparência para na realidade usar a capa mágica da invisibilidade, esconder a podridão em que esses políticos estão chafurdados e dar um chá-de-sumiço em denúncias, processos, fiscalizações e punições que até então podiam lhes alcançar - bandidos que sempre foram!

É isso que está na pauta diária de votações no Congresso. O próximo escândalo é uma reforma eleitoral canalha, que aumenta de modo vexatório o uso de dinheiro público e favorece de todas as formas a reeleição dos mesmos parlamentares de rabo preso com a corrupção, por meio de manobras criminosas que driblam a justiça e as restrições legais para garantir um vale-tudo e o libera geral à impunidade e à criminalidade.

Assim são aprovadas aberrações, por iniciativa de Bolsonaro e de seu ajudante de ordens na Câmara, Arthur Lira, mas sob a cumplicidade e a omissão de uma maioria muitas vezes invisível de deputados e senadores de diversos partidos (inclusive de alguns que se dizem oposição). E nessa lista vem orçamento secreto, aumento do fundão, boiada do Salles, PL da Grilagem, fim da ficha limpa, distritão e outras manobras dignas de milícia.

Daí que armar a população para uma guerra civil e o extermínio de qualquer um que ameaçar a perpetuação do plano bolsonarista no poder vira um instrumento legítimo para os atuais inquilinos da Presidência. Dominam o Congresso, implodem a República, aparelham as instituições ao bel prazer, calam as vozes contrárias e pronto! Este é o Brasil de Bolsonaro!

O que nos restará como legado do bolsonarismo é um país de bandidos, milicianos, mentecaptos, negacionistas, obscurantistas, com a lição de que o crime e a mentira compensam. Que tipo de cafajeste pode roubar dinheiro de vacina enquanto 600 mil brasileiros estão morrendo na pandemia? Ou que veta o acesso de pacientes aos remédios contra o câncer para favorecer grandes empresas e lucrar por vias tortas?

Que escória é essa que aceita com tanta naturalidade um boçal que prega o golpe, a ditadura e a tortura? Que faz pouco caso da vida e da saúde do próprio povo? Que comete crimes de responsabilidade diários, que atenta contra o decoro do cargo, que patrocina a morte, o desmatamento, além do esquema mafioso de fake news e suas campanhas difamatórias e antidemocráticas, anti-vacina, anti-cultura e anti-ciência?

Será que vale tudo pelo voto, pelo poder político e pelo enfrentamento ideológico, por mais surreal que possa ser essa guerra contra comunistas imaginários escondidos por todos os cantos da Terra na mente doentia dos seguidores de Bolsonaro? Quando nós, brasileiros, vamos acordar desse pesadelo, botar a mão na consciência e reagir para jogar no lixo da História este demente que o Brasil elegeu presidente? #ForaBolsonaro