segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Oposições dão tiro no pé ao não terem Bolsonaro como único alvo antes de 2022 🎯


Quando o MBL, o Vem Pra Rua e diversos atores políticos de centro e direita se recusaram a participar de todas as manifestações anteriores da oposição mais tradicional (de esquerda) ao Bolsonaro e resolveram anunciar, com meses de antecedência, um ato exclusivo para 12 de setembro, deram um tiro no próprio pé.

É verdade que nos últimos dias fizeram uma convocação suprapartidária e sugeriram deixar as diferenças e preferências eleitorais com vistas a 2022 para depois, priorizando agora o #ForaBolsonaro. Mas, na prática, além de fazerem isso com certo atraso (e meio naquele ditado do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”), os próprios atos se mostraram outra vez totalmente repelentes, antipáticos e ofensivos aos eleitores e simpatizantes de Lula.

Não precisamos decretar aqui que os atos foram um fracasso, podemos tentar olhar o copo meio cheio (ainda que as avenidas estivessem bastante vazias se comparadas a todas as manifestações ocorridas até então). Foi um primeiro passo para a necessária unidade, em torno da causa única e prioritária do impeachment, de diversos partidos, políticos de ideologias diversas e pré-candidatos como Ciro, Doria, Leite, Mandetta, Amoedo, Alessandro e Simone Tebet.

Mas, cá entre nós, ou a 3ª via não empolga tanta gente como pretende, ou a maioria da população é tão silenciosa, moderada e acomodada que não se sente obrigada a sair às ruas nem marcar muito a sua presença nas redes, preferindo esperar 2022 para ir às urnas e votar contra a polarização que vem se repetindo historicamente e se anuncia novamente como tira-teima de 2018 entre Bolsonaro e o PT.

Aliás, ainda que possamos criticar o “rei na barriga” e a ausência de auto-crítica lulopetista, todas as pesquisas indicam outra vez a força do PT, que se mantém como um dos pólos eleitorais desde a redemocratização - ora perdendo, como em 1989, 1994, 1998 e 2018; ora vencendo, como em 2002, 2006, 2010 e 2014. Lembrando que até no auge do bolsonarismo e do antipetismo, com Lula preso, Haddad chegou ao 2° turno. Por que justo agora o PT ficaria de fora?

Pois então, é preciso avaliar a realidade com os pés no chão. A tendência para 2022 é a eleição ser marcada pela disputa entre o bolsonarismo e o antibolsonarismo. O inimigo maior de todos os democratas é Bolsonaro. Lula pode ser o adversário eventual - se Bolsonaro não chegar ao 2º turno. E, para isso, o impeachment é fundamental. Se não houver unidade das oposições, quem perde é o Brasil. Entenderam ou precisa desenhar?