quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Audiência pública virtual assistida por 3 pessoas (contando comigo) na Câmara Municipal de São Paulo é uma afronta ao bom senso e à democracia


A Prefeitura e os vereadores paulistanos querem esquartejar o Plano Diretor da cidade, aumentar o IPTU, criar taxa de lixo, aprovar um pacotão de intervenções urbanas caça-níqueis em benefício da exploração imobiliária e em detrimento da sustentabilidade e do meio ambiente, entre outros atentados antidemocráticos. Tudo isso a toque de caixa e goela abaixo da população.

O cenário ideal para o tratoraço governista foi criado com a pandemia, a restrição do acesso de público ao Legislativo e a invenção das chamadas sessões híbridas (que misturam a presença física e a participação virtual dos interessados, seja com os vereadores no plenário da Câmara, seja nas audiências em tese abertas à sociedade). Desculpem, mas não podemos tolerar.

Ocorre que, por falha de divulgação, por dificuldade de mobilização ou seja lá por qual outro motivo, é inaceitável que audiências públicas sobre projetos tão essenciais para São Paulo - como este exemplificado pelo print na reunião às moscas de ontem sobre a Intervenção Urbana do Setor Central - sejam realizadas nesse período sem nenhuma possibilidade da participação ativa de cidadãos e de setores representativos da sociedade.

Não, senhor prefeito e senhores vereadores. Não é assim que se governa, nem que se impõem os projetos da base governista para a cidade. Atenção, Ministério Público. Atenção, Tribunal de Justiça de São Paulo. Alô, grande imprensa! A cidadania não pode ser atropelada desta forma, representada numa audiência pública virtual assistida online por 3 pessoas como figurantes de 12 milhões. Assim não!