terça-feira, 28 de setembro de 2021

O jeitinho brasileiro: gol de mão aos 45 do 2º tempo


Na 1ª divisão do futebol brasileiro, criaram uma regra que estabelece aos clubes um limite de demissões dos técnicos, para evitar aquela enxurrada de treinadores demitidos a cada rodada do campeonato.

Pois o jeitinho brasileiro entrou em campo e as demissões e contratações prosseguem sem entraves. Basta para isso informar que o treinador não foi demitido nem pediu demissão, mas saiu “de comum acordo”. Ora, ora…

Nessa madrugada o Congresso Nacional fez mais ou menos a mesma coisa. A lei proibia as coligações partidárias para diminuir a quantidade de siglas sem relevância tomando todo ano o seu, o meu, o nosso dinheiro por meio de dois fundos públicos bilionários (o eleitoral e o partidário).

Deputados e senadores criaram uma saída à brasileira: as federações partidárias substituirão as coligações em 2022. A diferença é que, em vez de se encerrarem no dia da eleição, devem perdurar pelos quatro anos da legislatura. Mas os partidos mantém a sua autonomia administrativa e, mais importante, acesso garantido aos fundos públicos.

O jeitinho permitiu a sobrevivência das legendas de aluguel. Mais que isso: aumentou o preço desses partidecos, ao estabelecer uniões nacionais mais duradouras para driblar a cláusula de desempenho. Num pacote que ressuscita também as propagandas partidárias na TV e afrouxa a fiscalização sobre o uso do nosso dinheiro, imagine o que vem por aí…