terça-feira, 20 de abril de 2021

O vírus, o verme e a doença que acomete a política e a sociedade


Quando criticamos o presidente demente, a escória de lunáticos chia. Na cretinice típica da bolha ideológica bolsonarista (cada vez mais murcha, graças a Deus!), o fato de fazer oposição ao miliciano, sociopata e genocida nos torna inimigos.

Pois que seja assim. Realmente não queremos nenhuma proximidade do bolsonarismo, do negacionismo, do obscurantismo. Repudiamos essa corja. Rechaçamos tudo o que eles pensam, falam e fazem. Mas nem por isso precisamos ter outro político de estimação - e não temos. Esclarecido?

Agora vamos voltar ao debate racional sobre o nosso dia a dia. Cadê as vacinas para todos? Além da política e das estratégias de marketing eleitoral dos possíveis candidatos às eleições de 2022, o que temos de ações governamentais concretas e eficazes para preservar a saúde e a vida dos brasileiros?

O poder público, nas suas mais variadas esferas (municipal, estadual, federal) adota medidas emergenciais, mas muitas vezes conflitantes. É um abre-e-fecha confuso do comércio, um vai-e-vem incompreensível do rodízio de veículos, esmola para as famílias mais carentes na crise agravada pela pandemia e uma discussão interminável de prioridades na fila para a vacinação.

O Brasil, se comparado a qualquer país civilizado e governado por seres humanos racionais, virou referência de tudo aquilo que não se deve fazer no combate ao coronavírus. Uma besta com a faixa presidencial se negou a decretar um lockdown de 15 dias que bastaria para atenuar o caos e evitar centenas de milhares de mortes.

Pior, Bolsonaro faz campanha diária contra o isolamento social e o uso de máscara, prescreve como um falso médico, charlatão, o “tratamento precoce” que simplesmente não existe no mundo real (além da terra plana bolsonarista), nomeou paspalhos para o Ministério da Saúde, atrasando a compra de vacinas e insumos. Ou seja, é um agente funenário na cadeira de presidente.

Paralelamente à pandemia, a CPIs que prometem criar factóides pró e contra Bolsonaro, a brasileiros que despencam para a linha da fome e da miséria, à classe média cada vez mais pobre e, por outro lado, à faixa de muito ricos cada vez mais ricos, começam a despontar os candidatos à sucessão do mito dos tolos.

Aonde queremos chegar? Vamos lá: defendemos o impeachment de Bolsonaro, renúncia, interdição psiquiátrica ou qualquer outra saída que se queira dar. Mas já percebemos que esses políticos atuais, que transitam entre a omissão e a cumplicidade, são bundões demais para exercer suas responsabilidades.

Então, se é para resolver o problema só nas eleições de 2022 (tomara que não seja tarde demais e que todos estejamos vivos, inclusive a democracia), o melhor seria a união de todos contra Bolsonaro, para enterrar de vez essa fraquejada da humanidade. Na impossibilidade, qualquer um que chegar na eleição contra Bolsonaro terá o nosso voto.

Vamos desenhar: não vislumbramos, hoje, NENHUM candidato ideal à sucessão de Bolsonaro, mas QUALQUER UM que chegar lá vai ser melhor que ele. Por mais medíocre que seja o próximo presidente, será melhor, muuuuito melhor, que o pai da familícia. Ao menos teremos alguém no lugar deste verme.