A solução é sempre a mesma: taxar mais os servidores (e aposentados) para tapar o rombo na Previdência (seja federal, estadual ou municipal). A solução burocrática - que apenas ameniza mas não resolve de fato o problema - vem pronta, de tempos em tempos, imposta pelos tecnocratas do Executivo e aprovada pela base governista no Legislativo.
A cidade de São Paulo passa novamente por isso. A imprensa repercute, a opinião pública palpita. Ontem e hoje funcionários públicos municipais - com destaque para os professores - protestam e param o trânsito na região central na esperança de serem ouvidos por vereadores e pelo prefeito Ricardo Nunes.
Falta informação, falta debate, falta transparência nos atos e nas contas da Prefeitura. Falta sobretudo competência, responsabilidade e foco nas prioridades da gestão paulistana, que funciona feito biruta de aeroporto, voltada para onde sopra o vento.
O funcionalismo se manifesta porque sabe que os políticos só atuam sob pressão. Quando não respondem à mobilização popular é porque estão amarrados a outros lobbies e interesses. Mas poucas vezes são dirigidos pelo espírito público e por princípios republicanos.
Se fizerem um teste - provinha simples, de múltipla escolha - a maioria dos mandatários paulistanos simplesmente desconhecem o tamanho do rombo previdenciário e quais mudanças estão sendo aprovadas. Atuam como meros apertadores de botão e papagaios de plenário: mandam votar, eles votam. São pagos para isso - com o nosso dinheiro. E o povo que se dane!