terça-feira, 9 de março de 2021

Lula e Bolsonaro impunes: o caminho mais curto para o golpe


Lula é inocente. Bolsonaro é inocente. O Centrão é inocente. Culpado mesmo é o eleitor brasileiro que vota mal, elege e idolatra político corrupto, populista e cafajeste. Eita Brasilzinho que vai de mal a pior.

Até ontem, quando criticávamos o presidente demente, inepto, desqualificado, incompetente, desequilibrado, miliciano, incapaz, irresponsável, negacionista, criminoso e genocida, os bolsonaristas perguntavam “E o Lula?”. Respondíamos: “Está condenado e inelegível. Falta o Bolsonaro”.

Pois agora Lula não está mais condenado nem inelegível. Definitivamente inocentado também não está, mas volta ao jogo para bagunçar o tabuleiro eleitoral, reforçar a polarização com Bolsonaro e tornar o voto em 2022 de caráter essencialmente plebiscitário.

É o cenário dos sonhos de Bolsonaro e Lula, os inimigos íntimos que se retroalimentam do ódio e da oposição um ao outro. Assim, ganham petistas e bolsonaristas, fanáticos e lunáticos, esquerda e direita, perde o Brasil.

Vai ser difícil quebrar os índices fidelizados pelos extremos. Isso aumenta infinitamente a chance de ambos chegarem ao 2º turno: Lula ressuscitado e Bolsonaro recolocado em seu papel de figura central do antipetismo.

Será a eleição dos antis. Anti-Lula x Anti-Bolsonaro. Fora isso, qual percentual do eleitorado sobrará para o anti-BolsoLula? É improvável uma união daqueles que não querem Lula nem Bolsonaro, mas seria essencial ter um nome forte para TENTAR chegar ao 2º turno. Tarefa quase impossível.

O PT volta a sonhar com o poder e garante uma sobrevida como maior partido da oposição. Por outro lado, Bolsonaro está com a faca (ops!) e o queijo na mão - reeditando o mesmo cenário de 2018, em que o atentado o tirou dos debates e da campanha mas o elevou a mito do antipetismo.

Conclusão: Bolsonaro larga como favorito para a reeleição, mas, se perder, esse antipetismo reeditado e a narrativa de fraude nas eleições (sob o raciocínio bolsonarista doente) são as justificativas que faltavam para um golpe. Simples, não? Será esse o destino do Brasil?