terça-feira, 23 de março de 2021

Viva Gilmar e Lewandowski, que acabaram com a parcialidade da Justiça no Brasil! 🇧🇷 (e tem quem leve isso a sério) 👏🏻 😱


Eu não vou entrar no mérito da disputa entre Sérgio Moro e Lula. Não me interessa nem me cabe, neste momento, julgar quem tem razão. Até porque o Supremo Tribunal Federal já está fazendo isso, ao decretar a suspeição de Moro e a inocência (e elegibilidade) de Lula.

O que nos cabe discutir aqui são os termos “suspeição” e “imparcialidade”. Ora, ora... Pois será que existe alguma instituição mais suspeita, hoje, que o próprio STF? E longe de mim estar alinhado aos lunáticos e golpistas que pregam o seu fechamento ou o impeachment generalizado de ministros.

O problema é que o Supremo, nesse contexto marcado por um Congresso omisso, acovardado e cúmplice de um Presidente demente e genocida, extrapola a sua competência - que é sobretudo proteger o estado democrático de direito - e passa a se impor sobre os demais poderes, que deveriam ser independentes e harmônicos.

Já disseram - e é verdade - que o brasileiro minimamente informado é incapaz hoje de escalar os 11 jogadores titulares do seu time de coração (e muito menos da Seleção, que nem joga em tempos de pandemia), mas consegue lembrar quem são os 11 ministros do Supremo. Mau sinal.

Entendo, sinceramente, que Gilmar Mendes não é lá o sujeito mais imparcial do mundo para julgar a suposta parcialidade de alguém. O que está em jogo é - perdão pelo trocadilho involuntário - a DESMORALIZAÇÃO DO MORO e o fim da Operação Lava Jato, para soltar em efeito dominó todos os políticos denunciados e condenados por corrupção.

Um bom exercício sobre suspeição e imparcialidade é dar um Google com as seguintes palavras: GILMAR MANDA SOLTAR. Vamos descobrir uma lista incontestável da tal imparcialidade dele. Tanto faz se é traficante, corrupto, bandido, assassino... Gilmar é imparcial. Solta todos! É este o arauto da Justiça brasileira?

Depois dos 7x1 da Alemanha, são os placares do STF que mais assombram os brasileiros. Aliás, os ministros do Supremo são os reis do gol contra ao juntar no plenário todos os defeitos dos juízes e dos torcedores de futebol. Quando a decisão do juiz agrada a sua torcida, ou beneficia um lado, dizem que isso é Justiça. Quando decide de forma contrária, acusam de parcialidade.

O maior erro do ex-juiz Moro (além de chafurdar no bolsonarismo) talvez tenha sido mesmo priorizar o Lula enquanto outros escapavam impunes. Por isso, para não fugir de uma opinião clara e direta, vejo sim parcialidade. Mas qual juiz não é “parcial” para fazer cumprir a lei? Denise Frossard não foi parcial na perseguição aos bicheiros cariocas?

Será que os próprios Gilmar e Lewandowski, inimigos declarados de Moro e da Lava Jato, podem mesmo falar em imparcialidade? Fato é que o Brasil segue numa interminável briga de torcidas. Vamos de mal a pior, premiando os corruptos e dizimando a nossa democracia.

Isso é Brasil! 😢