sexta-feira, 18 de junho de 2021

Duas bandeiras da campanha de Bolsonaro caíram nesta semana: privatização da Eletrobras e combate à corrupção


Não que sejam novidades as mentiras, a canalhice, a irresponsabilidade e a incompetência dentro do desgoverno Bolsonaro. Mas esta semana, especialmente, foi importante para derrubar máscaras e bandeiras eleitorais do mito mitômano que ainda iludem setores da direita nacional. Porém, o derretimento é notável.

Afinal, que eleitor genuinamente conservador nos costumes e liberal na economia vai concordar com o tratoraço que acabou com a lei da improbidade administrativa para proteger políticos corruptos ou com a privatização no setor elétrico que vai deixar a energia mais cara para o consumidor e ainda dilapidar os cofres públicos para beneficiar alguns setores e lobbies partidários e empresariais?

Primeiro foi o voto da impunidade que uniu petistas, bolsonaristas e o Centrão para livrar políticos acusados e condenados por corrupção, entre eles o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), aliado do presidente para barrar investigações e a ameaça de impeachment. Depois, a privatização que custa mais caro ao povo brasileiro do que manter a Eletrobras do jeito que está. Pode isso, Arnaldo?

Bolsonaro se mostra tão cara-de-pau e desonesto, até para o padrão que já esperamos do bolsonarismo, que na tradicional live das quintas-feiras nas redes sociais fez um discurso sem pé nem cabeça para justificar as mudanças na lei da improbidade. De acordo com Bolsonaro, “tem que flexibilizar um pouco isso daí”. E quem é contra? “Esse pessoal da esquerda”. Piada, né?

Você entendeu o tamanho da canalhice bolsonarista? Para a bolha de cretinos e lunáticos reproduzir, Bolsonaro omite que o governo se uniu com o PT para desmontar o combate à corrupção e a punição de políticos corruptos, manobra repudiada por dez entre dez movimentos cívicos, promotores, juízes e apoiadores da Lava Jato, e atribui as críticas e a oposição ao “pessoal da esquerda”.

Mas sabe de quem foram os votos contrários na Câmara (além do PSOL, que serviu de bode expiatório do Bolsonaro)? Do partido Novo, do Podemos, de Kim Kataguiri (do MBL), de Joice Hasselmann, de Tabata Amaral e de Felipe Rigoni (ambos oriundos dos movimentos cívicos e expurgados de seus partidos, o PDT e o PSB, justamente por não seguirem à risca a cartilha monotemática da esquerda). É ou não é um cafajeste, esse presidente demente?