domingo, 27 de junho de 2021

Prevaricação é o mínimo que já se tem para o impeachment de Bolsonaro


O presidente é demente, inepto, incompetente, irresponsável, desequilibrado, desqualificado, cafajeste, negacionista, obscurantista, miliciano, genocida. Isso todo mundo já sabia. Mas agora ninguém mais nega que existe também materialidade para o impeachment.

Ao ser alertado pelos próprios aliados de supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin, reconhecer (e citar nominalmente) que as suspeitas recaíam sobre seu líder de governo e não tomar nenhuma atitude, contrariando o que se comprometeu a fazer e descumprindo o que a lei exige, Bolsonaro cavou a própria cova. É o princípio do fim.

“Me chama de corrupto, porra!” era uma das frases preferidas de Bolsonaro e dos bolsonaristas, no estilo tosco que eles tanto admiram. Pois agora a CPI da Covid, a Procuradoria Geral da República, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, a mídia e a sociedade - todos nós - temos o direito e o dever de pronunciar com todas as letras: BOLSONARO CORRUPTO!

Bolsonaro sabia de tudo e não fez nada! Impeachment nele! É flagrante prevaricação: crime cometido por qualquer funcionário público quando, indevidamente, este retarda ou deixa de praticar ato de ofício, ou pratica-o contra disposição legal expressa, visando satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Se não bastassem todas as evidências da negligência do Ministério da Saúde na oferta de imunizantes à população e dos custos letais impostos por sua gestão criminosa, responsável por milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas, agora há uma prova concreta e objetiva contra Bolsonaro.

Um super pedido de impeachment será apresentado nesta quarta-feira por partidos de oposição, ex-bolsonaristas e organizações da sociedade civil na Câmara dos Deputados, apontando mais de duas dezenas de indícios de crimes praticados por Bolsonaro num apanhado de mais de uma centena de outros pedidos já protocolados, que expõem da falta de decoro à improbidade administrativa.

Não são poucas as acusações contra Bolsonaro: tem cheque do Queiroz na conta da mulher, tem os quatro filhos investigados e a interferência dele na PF e na PGR, tem atos inconstitucionais e antidemocráticos, tem propaganda charlatã e ilegal da cloroquina como tratamento precoce para a covid, além da fabricação e compra superfaturada do medicamento, tem as mortes por falta de oxigênio em Manaus, tem ações criminosas contra o uso da máscara, as vacinas e o distanciamento social. Tem de tudo.

O desespero bolsonarista nesta semana é o indicativo de que o fim está próximo: o destempero com as revelações na CPI da Covid, a demissão de Ricardo Salles em meio a investigações da Polícia Federal e a iminência de ser preso; o ato de tirar máscaras de crianças em público e seguir promovendo aglomerações e desafiando instituições; os ataques de fúria contra jornalistas (sobretudo mulheres, gesto típico machista, misógino, cafajeste e covarde de Bolsonaro).

Por isso tudo, renovamos a nossa certeza de que o bolsonarismo está com os dias contados. Que esse meme que virou presidente volte para onde nunca deveria ter saído: o lixo da História. Que caia logo, e até escolha os meios. Pode seguir os passos de Collor e Dilma pelo impeachment, de Jânio pela renúncia ou de Getúlio Vargas… bem, você sabe como. Já vai tarde, Bolsonaro. Xô, basculho, corrupto, fascista, genocida!