quarta-feira, 17 de novembro de 2021

IPTU mais caro em São Paulo: Mãos ao alto, é um assalto!



Hoje o paulistano vai ter a desagradável surpresa de ver aprovado na Câmara Municipal de São Paulo o aumento da planta genérica de valores dos imóveis na cidade e, consequentemente, do IPTU a ser pago em 2022. 


E quem é que mais vai se ferrar, hein, prefeito? Hã, vereadores? Quase todo mundo, claro, mas principalmente famílias mais pobres, que perdem a isenção que tinham do imposto até então, e a classe média que mora em bairros supostamente mais valorizados. Nós, os trouxas.


O que é um bairro “valorizado” na visão distorcida desses vereadores? Morar ao lado de um prédio de 50 andares, como virou moda nesses projetos megalomaníacos que desprezam, junto com as leis e o bom senso, qualquer planejamento urbano, princípio de civilidade ou noção de sustentabilidade?


Junto na pauta do dia consta a Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, sobre a qual nós vivemos reclamando por aqui, mas que parece não sensibilizar a maioria dos vereadores que agem sob o tratoraço do Executivo. Esse projeto - que será aprovado - trata do futuro de alguns desses bairros “valorizados” da cidade. Parece piada.


Em resumo, vai haver um adensamento, ou superpovoamento, desses bairros que já vivem um caos no trânsito, por exemplo, e sérios problemas de infra-estrutura. Áreas de parques viram zonas livres para a exploração imobiliária. Ao mesmo tempo, ninguém resolve o problema crônico de favelas e cortiços, moradores de rua, iluminação falha, enchentes, falta de segurança, galpões abandonados, ruas comerciais fantasmas.


Faz algum sentido, se houvesse um mínimo de responsabilidade e compromisso desses vereadores com o interesse coletivo, acabar com a última área disponível para um grande parque em todo o centro expandido da cidade, justamente no bairro com menor índice de verde por habitante, e achar que está fazendo a coisa certa? Haja cara-de-pau!