terça-feira, 23 de novembro de 2021

Por que Moro pode ser presidente do Brasil? Porque mandou prender Lula! E o que mais?


Pronto, acabou o texto. Para os lavajatistas que procuram um novo salvador da Pátria - e agem todos com o mesmo fanatismo que criticam em bolsonaristas e lulistas, ou em antibolsonaristas e antipetistas - isso já seria suficiente. Nem precisa ir além do título.

É sério? Bom, por enquanto, a atuação na Lava Jato é o único atributo que o ex-juiz carrega para ser candidato. É pouco? Depende. Para parte do eleitorado que coloca o combate à corrupção como prioridade tem sido suficiente para fazer Sergio Moro crescer nas pesquisas. E a tendência é subir mais e mais.

Afinal, Moro tem se mostrado o nome mais viável da 3ª via, certo? De novo, mais ou menos. A princípio, ele parece de fato ser o presidenciável com maior potencial de crescimento entre aqueles eleitores que não querem votar nem em Lula, nem em Bolsonaro. Mas no estrito significado do termo ele não é 3ª via, mas um dublê da mesma via da direita bolsonarista.

Moro é mais refinado que Bolsonaro, claro! Qualquer ser bípede parece uma evolução darwiniana do presidente demente, o nosso australopiteco pai da familícia e das rachadinhas. Mas o “conje” da Dona Rosângela, aquela que já afirmou que o marido e Bolsonaro eram “uma coisa só”, fã de Edith “Piá”, é simplesmente a opção do bolsonarismo arrependido.

Em vez do “Posto Ipiranga” Paulo Guedes, Moro apresenta seu “Posto Petrobras” (após o combate à corrupção petista) Afonso Celso Pastore. Mas o que Moro pensa de fato sobre o Brasil e o mundo além do seu mundinho particular do lavajatismo e do discurso genérico de marqueteiro que ele leu na filiação ao Podemos?

Pelo pouco que se divulga do “morismo” em artigos esporádicos e raras entrevistas, é uma tarefa ingrata tentar decifrar o que ele reservaria ao futuro do Brasil (como na primeira Conversa com Bial, em que Moro afirmou gostar muito de ler mas foi incapaz de nominar um só livro de cabeceira, além de garantir que jamais entraria na política).

Ok, os tempos mudaram. Após ajudar indiretamente a eleger Bolsonaro, prender Lula, ser ministro, sair chamado de traidor, ver Lula solto e reabilitado para a política, ser acusado de parcialidade e toda sorte de ilegalidades na função de juiz e, enfim, assumir que é político e candidato, houve um turbilhão de acontecimentos até a segunda Conversa com Bial, deste novo Moro presidenciável.

Ainda assim, a principal dúvida permanece: o que significaria um eventual governo do presidente Moro? Quais as suas ações, ideias, propostas, bandeiras (além da segurança e do combate à corrupção)? Quem são seus aliados? Quais seriam os ministros? Como seria a relação do Executivo com o Legislativo e o Judiciário? Como negociar com o Centrão no Congresso? Entre a teoria e a prática…