quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Maioria governista na Câmara de São Paulo vai aprovar por acordo três CPIs que blindam gestão do prefeito Bruno Covas


Nem a investigação do contrato milionário para manter a Fórmula 1 no Autódromo de Interlagos, nem sobre a licitação para a iluminação pública na cidade, nem das ilegalidades nos convênios de organizações sociais com a Prefeitura para manter creches e escolas infantis.

A maioria governista barrou qualquer CPI que pudesse criar constrangimentos para o prefeito Bruno Covas (PSDB) no início deste seu segundo mandato. Por acordo de lideranças, os vereadores decidiram aprovar na quinta-feira, 18 de fevereiro, três CPIs que não apurem nada que envolva direta ou indiretamente a Prefeitura.

Serão instaladas então três Comissões Parlamentares de Inquérito sobre assuntos genéricos (o regimento da Câmara obriga que funcionem entre duas e cinco CPIs ao mesmo tempo para permitir a abertura normal das sessões e dos trabalhos em plenário). Os principais temas propostos pela oposição foram vetados.

Assim, ficou estabelecido que será aprovada por acordo da maioria (são necessários 28 votos entre os 55 vereadores) uma CPI proposta pelo PSOL, que investiga as ameaças de violência contra as vereadoras e covereadoras trans dos mandatos coletivos da Câmara.

Uma CPI sobre os contratos e as condições de trabalho dos motoristas de aplicativos de transporte apresentada pelo vereador Adilson Amadeu (DEM), que se intitula defensor dos taxistas e inimigo declarado de serviços como o Uber.

E, por fim, uma CPI que pretende apurar a comercialização e os maus tratos de animais na cidade, proposta pelo vereador, policial civil, protetor animal e influenciador digital Felipe Becari (PSD).

Sob protestos do vereador Rubinho Nunes (Patriota), que colheu assinaturas para a CPI do Autódromo de Interlagos (e tenta na Justiça impedir a realização do GP Brasil de Formula 1); de Antonio Donato (PT) que propôs a CPI da Iluminação; e de Toninho Vespoli (PSOL), que desde a legislatura passada quer investigar os convênios das organizações sociais.

Para a próxima semana (terça ou quarta-feira) será aprovado em segunda e definitiva votação o auxílio emergencial da Prefeitura para famílias carentes durante a segunda onda da pandemia. A proposta original do prefeito era pagar mais três parcelas mensais de R$ 100. A oposição propõe valores e períodos maiores. Vamos acompanhar.