quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Câmara de São Paulo elege presidentes de sete comissões e vai prorrogar auxílio emergencial na próxima semana; polêmica seguinte é definir ao menos duas CPIs


Os vereadores paulistanos aprovaram nesta quinta (11), em 1ª votação, a prorrogação por três meses do auxílio emergencial de R$ 100 à população mais vulnerável da cidade. A segunda e definitiva votação do projeto está prevista para a próxima semana (a reunião virtual do colégio de líderes está convocada para quarta-feira de cinzas, dia 17).

Foram definidos também os presidentes e vices das sete comissões permanentes da Câmara para o ano legislativo de 2021. Tudo por acordo entre os partidos da situação e da oposição. PT e PSDB presidem duas comissões cada. Veja abaixo (e nas fotos) quais foram os vereadores escolhidos.

Na Constituição e Justiça foi eleito presidente Carlos Bezerra Jr. (PSDB). A vice é Sandra Tadeu (DEM) - que há anos ambiciona se candidatar até mesmo à presidência da Câmara Municipal, reivindicando essa posição ainda inédita para uma mulher parlamentar, mas reiteradamente preterida.

Cabe aqui um comentário adicional sobre o tema. Pela proporcionalidade, a vereadora Sandra Tadeu deveria ter sido escolhida presidente da Comissão, já que o bloco formado por DEM, MDB e PTB possui um vereador a mais que a bancada tucana.

Porém, como o presidente da Casa já é do DEM (vereador Milton Leite), optou-se no acordo por eleger um vereador do PSDB, o mesmo partido do prefeito. Esse é o detalhe político. Mas também existe, tenha certeza, uma dose de machismo nessa preferência.

Para a Comissão de Finanças e Orçamento foi eleito o petista Jair Tatto para a presidência (com a abstenção de Fernando Holiday, do Patriota) e do Bispo Atilio Francisco (Republicanos) para vice.

Na Comissão de Política Urbana o presidente é Paulo Frange (PTB) com André Santos (Republicano) na vice. A vereadora Silvia da Bancada Feminista, do PSOL, registrou abstenção.

Na Comissão de Administração Pública, Gilson Barreto (PSDB) foi eleito presidente e Edir Sales (vice), com as abstenções de Elaine do Quilombo Periférico (PSOL) e Roberto Tripoli (PV). Foi informado o voto remoto de Arselino Tatto (PT), anulado em seguida porque ele está licenciado do mandato para tratamento médico.

Na Comissão de Transporte foram eleitos presidente Senival Moura (PT) e vice Adilson Amadeu (DEM). O vereador Marlon Luz, ou Marlon do Uber, do Patriota, candidatou-se a vice mas teve apenas o próprio voto.

Na Comissão de Educação o vereador Eliseu Gabriel (PSB) foi eleito presidente e a vereadora Cris Monteiro (Novo), vice. Ambos por votação unânime, o que merece registro, até porque a comissão reúne oponentes como a bolsonarista Sonaira Fernandes (Republicanos), o petista Eduardo Suplicy e a vereadora trans Érika Hilton (PSOL). Será difícil repetir essa unanimidade.

Na Comissão de Saúde, o novato Felipe Becari (PSD) foi eleito presidente com a vice Juliana Cardoso (PT). Aqui houve ainda um resquício da polarização: Luana Alves (PSOL) se absteve de votar no presidente e Janaína Lima (Novo) também não votou na vice petista.

O próximo passo polêmico é a definição obrigatória de ao menos dois temas para a instauração de CPIs. Poderiam partir, por exemplo, do bom trabalho reunido num dossiê pelo ex-vereador Gilberto Natalini e investigar a ocupação irregular e criminosa das áreas remanescentes da Mata Atlântica. Mas seria esperar demais dessa turma, né? Enfim...